Como jogar forca
Nesta brincadeira é assim: para tirar o pescoço da forca, o jogador tem que descobrir qual é a palavra misteriosa. Com poucas dicas do adversário (em geral, apenas o tamanho da palavra) ele vai arriscando letra por letra. A cada erro, seu “estoque de chances” – muito menor que o abecedário – diminui e ele se aproxima mais do enforcamento.
Ficou com vontade de jogar? Aprenda neste artigo como brincar de forca.
Material necessário e número de jogadores
Para brincar de forca, é preciso material para escrever. Pode ser papel e caneta, lousa e giz ou chão de terra e graveto.
Dá para brincar em dupla ou em grupo. Nos dois casos, os jogadores são divididos em duas equipes: uma representa o enforcador e a outra, o enforcado.
Regras
Quem começa é o enforcador. Ele escolhe uma palavra bem difícil e desenha um tracinho para cada letra. Se quiser, ele pode revelar a letra inicial para facilitar, mas isso não é obrigatório. Ao lado, deve desenhar um conjunto de três traços para representar a forca e, embaixo, um retângulo, que servirá como uma espécie de “cemitério” para as letras erradas que o enforcador disser.
O outro jogador tem o objetivo de adivinhar a palavra misteriosa. Ele começa dando um palpite e dizendo uma letra que acha que faz parte da palavra misteriosa. Se estiver certo, o enforcador escreve a letra nos espaços correspondentes. Se a letra não fizer parte da palavra, o enforcador a coloca no “cemitério” das letras erradas e “pendura” na forca um pedaço do corpo do enforcado.
A cada palavra errada, o enforcador desenha uma parte do corpo na forca (pernas, braços, tronco etc.). Quando o corpo está completo, o próximo erro é “fatal” e, para representar o enforcamento, é desenhado um círculo em torno do pescoço e o enforcador ganha o jogo.
Geralmente, os pedaços são a cabeça, os dois braços o tronco e as duas pernas, mas os jogadores podem acrescentar detalhes como os olhos, o pescoço, as mãos, os pés, o cabelo, a roupa... Quanto mais partes, mais chances de errar o enforcado terá e, conseqüentemente, mais fácil fica a brincadeira.
O enforcado ganha se conseguir completar a palavra secreta antes de o enforcador fazer o círculo em seu pescoço.
Dicas para se dar bem no jogo da forca
Para o enforcador
- Quanto maior a palavra, mais difícil será de ser descoberta. Porém, mais importante que o tamanho é a diversidade de letras. Quanto menos letras repetidas a palavra tiver, mais difícil fica para o adversário advinha-la.
- Evite verbos e palavras terminadas em “mente”, “mento”, “ão”, “inho”, “ado”, “ando”, “ista” e outros sufixos populares. Assim, evita que seu rival descubra um trecho inteiro em com poucos palpites.
Para o enforcado
- Preste atenção nas letras mais usadas em português: as chances de a palavra misteriosa conter uma delas são grandes.
- Um estudo de 1988 de José Marcelino Poersch, então professor do Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), analisou textos em língua portuguesa para ver quais eram as letras mais usadas. O ranking por ordem de freqüência nos textos é: “A” (13,66%), “E” (12,45%), “O” (11,04%) e “S” (7,79%). As menos usadas são “Y” (0,01%), “K” (0,01%), “W” (0,05%) e “J” (0,22%).
Para os pais
- Estimulem a criatividade das crianças sugerindo temas para cada jogada, como nomes de brincadeiras, filmes, desenhos, animais ou lugares.
- Com crianças pequenas, inverta os papéis de enforcado e enforcador a cada jogada, independentemente de quem for o vencedor.
- Se a idéia de enforcamento parecer inadequada, substituam o desenho do corpo por outro que possa ser divido por partes a serem completadas ou estipulem um número fixo de tentativas possíveis.
Curiosidade
O jogo da forca não é usado só por quem quer brincar. Ele faz parte de uma lista de brincadeiras recomendadas no livro “Idéias para ensinar português para alunos surdos”.
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Fontes:
FRIEDMANN, Adriana in A arte de brincar: brincadeiras e jogos tradicionais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
QUADROS, Ronice Müller de; SCHIMIEDT, Magali L. P. Idéias para ensinar português para alunos surdos. Brasília: MEC, SEESP, 2006.
POERSH, José Marcelino in Freqüência dos caracteres gráficos em língua portuguesa e o teclado de microcomputadores. Rio de Janeiro. Texto publicado nos Anais do XI Encontro Nacional de Lingüística em 1988, disponível em http://tecladobrasileiro.org/portugues/frequencia-dos-caracteres-graficos-em-lingua-portuguesa-e-o-teclado-de-microcomputa-2.html, acessado em 23 de junho de 2008.
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