sábado, 19 de junho de 2010

SOLIDÃO

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Solidão é um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento. A solidão é mais do que o sentimento de querer uma companhia ou querer realizar alguma atividade com outra pessoa não por que simplesmente se isola mas por que os seus sentimentos precisam de algo novo que as trasforme.
Um dos primeiros usos a serem gravados da palavra "solitário" está na tragédia Coriolanus, Ato IV Cena 1, de William Shakespeare, escrita em 1608.

 Distinção da solitude

Solidão não é o mesmo que estar desacompanhado. Muitas pessoas passam por momentos em que se encontram sozinhas, seja por força das circunstâncias ou por escolha própria. Estar sozinho pode ser uma experiência positiva, prazerosa e trazer alívio emocional, desde que esteja sob controle do indivíduo. Solitude é o estado de se estar sozinho e afastado das outras pessoas, e geralmente implica numa escolha consciente. A solidão não requer a falta de outras pessoas e geralmente é sentida mesmo em lugares densamente ocupados. Pode ser descrita como a falta de identificação, compreensão ou compaixão.
Em seu crescimento como indivíduo, o ser humano começa um processo de separação ainda no nascimento, a partir do qual continua a ter uma independência crescente até a idade adulta. Desta forma, sentir-se sozinho pode ser uma emoção saudável e, de fato, a escolha de ficar sozinho durante um período de solitude pode ser enriquecedora. Para sentir solidão, entretanto, o indivíduo passa por um estado de profunda separação. Isto pode se manifestar em sentimentos de abandono, rejeição, depressão, insegurança, ansiedade, falta de esperança, inutilidade, insignificância e ressentimento. Se tais sentimentos são prolongados eles podem se tornar debilitantes e bloquear a capacidade do indivíduo de ter um estilo de vida e relacionamentos saudáveis. Se o indivíduo está convencido de que não pode ser amado, isto vai aumentar a experiência de sofrimento e o consequente distanciamento do contato social. A baixa auto-estima pode dar início à desconexão social que pode levar à solidão.
Em algumas pessoas, a solidão temporária ou prolongada pode levar a notáveis expressões artísticas e criativas como, por exemplo, Emily Dickinson. Isto não implica dizer que a solidão desencadeia criatividade, ela simplesmente foi, neste caso, uma influência no trabalho então realizado pelo artista.

 Causas comuns

As pessoas podem sentir solidão por muitas razões e muitos eventos da vida estão associados a ela. A falta de amizades durante a infância e adolescência ou a falta de pessoas interessantes podem desencadear não só a solidão, mas também a depressão e o celibato involuntário. Ao mesmo tempo, a solidão pode ser um sintoma de um outro problema social ou psicológico, que deveria ser tratado.
Muitas pessoas passam pela experiência da solidão pela primeira vez quando são deixadas sozinhas quando crianças. É um pensamento muito comum, embora temporário, em consequência de um divórcio ou a perda de algum relacionamento afetivo de longa duração. Nesses casos, a solidão pode ocorrer tanto por causa da perda do outro indivíduo quanto pelo afastamento do círculo social do qual ambos faziam parte, causado pela tristeza associada ao evento.
A perda de alguém significativo na vida de uma pessoa tipicamente provoca um período de lamentação, onde o indivíduo sente-se sozinho mesmo na presença de outros. A solidão pode ocorrer também após o nascimento de uma criança, um casamento ou outro evento socialmente disruptivo, como a mudança de um estudante para um campus universitário. A solidão pode ocorrer dentro de um casamento ou relacionamentos íntimos similares quando há raiva, ressentimento ou quando o amor dado não é correspondido. Pode também representar uma disfunção de comunicação. Aprender a lidar com mudanças de estilos de vida é essencial para superar a solidão.
O sentimento de solidão é agravado pela impessoalidade das cidades populosas

 Na sociedade moderna

A solidão ocorre com frequência em cidades densamente populosas; nestas cidades muitas pessoas podem se sentir totalmente sozinhas e deslocadas, mesmo quando rodeadas de pessoas. Elas sentem a falta de uma comunidade identificável numa multidão anônima. É incerto se a solidão é uma condição agravada pela alta densidade populacional ou se é uma condição humana trazida à tona por tal estrutura social. De fato a solidão ocorre mesmo em populações menores e menos densas, mas a quantidade de pessoas aleatórias que entram em contato com o indivíduo diariamente numa cidade grande pode levantar barreiras de interação social, uma vez que não há profundidade nos relacionamentos, e isso pode levar à sensação de deslocamento e solidão. A quantidade de contatos não se traduz na qualidade dos contatos.[1]
A solidão parece ter se tornado particularmente prevalente nos tempos modernos. No começo do século XXfamílias, eram tipicamente maiores e mais estáveis, os divórcios eram raros e relativamente poucas pessoas viviam sozinhas. Hoje, há uma tendência de inversão desses valores: cerca de um quarto da população dos Estados Unidos vivia sozinha em 1998. Em 1995, 24 milhões de estadunidenses viviam sozinhos em casa; em 2010, estima-se que este número chegará a cerca de 31 milhões.[2] as
Um estudo de 2006 da revista American Sociological Review descobriu que os estadunidenses tem, em média, dois amigos próximos com quem trocam confidências, abaixo da média de três encontrada numa pesquisa similar em 1985. O percentual de pessoas que declararam não ter amigos confidentes cresceu de 10 para quase 25%, e 19% adicionais disseram ter somente um único amigo confidente (geralmente o cônjuge), aumentando o sério risco de solidão no caso do fim de tal relacionamento.[3]

 Como condição humana

A escola existencialista vê a solidão como essência do ser humano. Cada pessoa vem ao mundo sozinha, atravessa a vida como um ser em separado e, no final, morre sozinho. Aceitar o fato, lidar com isso e aprender como direcionar nossas próprias vidas de forma bela e satisfatória é a condição humana.[4] Alguns filósofos, como Jean-Paul Sartre, acreditaram numa solidão epistêmica, onde a solidão é parte fundamental da condição humana por causa do paradoxo entre o desejo consciente do homem de encontrar um significado dentro do isolamento e do vazio do universo. Entretanto, alguns existencialistas pensam o oposto: os indivíduos precisariam se engajar ativamente uns aos outros e formar o universo na medida em que se comunicam e criam, e a solidão é meramente o sentimento de estar fora desse processo.

 Tratamento

Existem muitas formas diferentes para tratar a solidão, o isolamento social e a depressão. O primeiro passo, e o mais frequentemente recomendado, é a terapia. A terapia é um método comum e efetivo de se tratar a solidão, e geralmente é bem-sucedido. Terapias curtas, o tipo mais comum, geralmente se estendem por 10 a 20 semanas. Durante a terapia, enfatiza-se a compreensão da causa do problema; reverter os pensamentos, sentimentos e atitudes negativas resultantes do problema; e explorar as formas de melhora do paciente. Alguns especialistas recomendam a terapia em grupo como uma forma de se conectar a outras pessoas que passam pelo mesmo sofrimento e estabelecer assim um sistema de apoio.[5] Especialistas frequentemente prescrevem antidepressivos como tratamento ou em conjunto com a terapia. Geralmente ocorrem algumas tentativas de combinações de drogas até que uma combinação mais adequada seja encontrada para o paciente — essa combinação é encontrada pelo método da tentativa-e-erro. Alguns pacientes podem desenvolver uma resistência a certos tipos de medicação e necessitar de uma mudança periodicamente.[6]
Abordagens alternativas são sugeridas por alguns especialistas. Tais tratamentos incluem exercícios físicos, dieta, hipnose, choques elétricos, acupuntura, fitoterapia, entre outros. Muitos pacientes relatam que a participação em tais atividades aliviaram os sintomas relacionados à depressão, total ou parcialmente.[7] Um outro tratamento, tanto para depressão quanto para a solidão, é a terapia de animais de estimação, ou terapia através da presença de animais de companhia, como cachorros, gatos, coelhos e até mesmo porquinhos-da-índia. De acordo com a agência Centers for Disease Control and Prevention, existem vários benefícios associados aos animais de estimação. Além de atenuar a sensação de solidão (mesmo porque isto pode também levar à socialização com outros donos de animais semelhantes), ter um animal de estimação diminui a ansiedade e, consequentemente, os níveis de stress no organismo.[8]

 Ver também

Referências

  1. Lonely Nation: Americans Try to Connect in a Country Where Isolation Is Common. Healthyplace.com, 5-8-2006.
  2. Loneliness and Isolation: Modern Health Risks. The Pfizer Journal IV (4), 2000.
  3. Social Isolation in America: Changes in Core Discussion Networks over Two Decades. American Sociological Review 71 (3), 353-375.
  4. An Existential View of Loneliness. Carter, Michele. Abiding Loneliness: An Existential Perspective. Park Ridge Center, 2000.
  5. Psychoterapy. Depression.com.
  6. The Truth About Antidepressants. WebMD.
  7. Alternative treatments for depression. WebMD.
  8. Health Benefits of Pets. Centers for Disease Control and Prevention.

 Ligações externas



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Ciência Política I - 4 Partes- Ciencia e Filosofia

TheJimMorrison13










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Escola pública ou particular?

Políticas Públicas

Edição 233 | Junho/Julho 2010 | Título original: Questão de escolha

Escola pública ou particular?

"Insatisfeita com o ensino privado, matriculei meus filhos em uma escola pública de qualidade"

Foto: Kriz Knack
ELES APRENDEM Exigente, família celebra o desempenho dos filhos na EE Brigadeiro Faria Lima.
Foto: Kriz Knack
Depois que meus filhos, de 8 e 10 anos, passaram por várias escolas particulares que não nos satisfizeram, no Rio de Janeiro e em São Paulo, para onde nos mudamos, eu e meu ma­rido toma­mos uma decisão pouco provável para uma família de classe média. Optamos por matricular os meninos em uma instituição da rede estadual, a EE Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. A decisão se baseou na ideia de que as insituições públicas podem ser melhores que as privadas. Além disso, paga­mos impostos e a Educação pública está incluída no rol de serviços básicos a que todo cidadão tem direito. Por fim, pesou a favor da ideia acreditarmos que a atuação dos pais interfere na qualidade. A experiência de duas amigas, que também têm filhos em boas instituições públicas, fortalece minha tese.

Após as primeiras semanas de aula, em fevereiro deste ano, a cada dia eu ficava mais feliz ao ver os cadernos dos meninos. Finalmente, o Arthur, meu filho mais velho, no 5º ano, aprendeu a fazer contas de divisão. Nas lições de Língua Portuguesa, são usadas obras de bons autores nacionais, não best-sellers estrangeiros de qualidade duvidosa. E as crianças produzem muitos textos. A professora de Arte mostrou quadros de pintores importantes, como Pablo Picasso (1881-1973), apresentando referências da História da Arte para estimular a criação da garotada. "Vou fazer um retrato seu inspirado em Guernica", disse Arthur ao pai, que ficou surpreso. As atividades incluíram ainda um concerto na Sala São Paulo, umas das mais importante do país. A turma toda adorou, mesmo os considerados "indisciplinados". A visita aconteceu depois que a professora participou de uma formação oferecida pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e elegeu a música como um tema de exercícios no ateliê. A biblioteca tem bons títulos e uma funcionária eficiente. Meus filhos e a turma deles visitam o acervo pelo menos uma vez por semana e escolhem um livro para ler em casa.

Na reunião de pais, programada para discutir a organização do material escolar, o método de ensino e a relação entre os alunos, vi um mito ser derrubado: o de que as famílias não participam da escola pública. Pais de diversas classes sociais têm condições de exigir qualidade e fazer isso na escola de seus filhos. Atendendo a um pedido, a escola agendou a reunião para um sábado de manhã, fora do horário de trabalho. O encontro serviu também para os professores apresentarem os conteúdos de sua disciplina. A de Língua Portuguesa, por exemplo, explicou qual era o objetivo de sua área no 5º ano: produção de texto. "É importante que aprendam a interpretar o que leem", ela disse. Também discutimos os problemas da escola, como a falta de brinquedos na área externa para as crianças usarem no intervalo e os casos de indisciplina, e os responsáveis presentes contribuíram com sugestões para tentar resolvê-los.

A reação dos meus amigos quando conto sobre a escolha pelo ensino público varia entre o espanto e a incredulidade. "Eles repetiram de ano?" e "Vocês estão sem dinheiro?" são perguntas recorrentes. Não. Trata-se de opção. E, sim, estou satisfeita. Se todos apostassem na escola pública, as estatísticas da Educação no país nos dariam melhores notícias.



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quinta-feira, 17 de junho de 2010

TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS TOLERANCIA ZERO

 Recebi este texto por email e resolvi postar, reflitam como quiserem.

TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS TOLERANCIA ZERO

PARA REFLETIRMIOS DETERMINADAS AÇÕES DE CONDUTA QUE VEM SENDO PRATICADAS EM NOSSO CONDOMÍNIO. SERÁ QUE PASSAMOS A FAZER PARTE DESSA TEORIA.

TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS

Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma experiência de psicologia social. Deixou duas viaturas abandonadas na via pública, duas viaturas idênticas, da mesma marca,
modelo e até cor. Uma deixou em Bronx, na altura uma zona pobre e conflituosa de Nova York e a outra em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da calfornia. Duas viaturas idênticas abandonadas, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipE de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada sítio.
Resultou que a viatura abandonada em Bronx começou a ser vandalizada em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, a viatura abandonada em Palo Alto se manteve intacta.

É comum atribuir à pobreza ou a uma determinada classe social A, B ou C as causas de delito. Atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras.
Contudo, a experiência em questão não terminou aí, quando a viatura abandonada em Bronx já estava desfeita e a de Palo Alto estava há uma semana impecável, os investigadores partiram um vidro do automóvel de palo alto, o resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o de Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro do Bronx. Porquê que o vidro partido na viatura abandonada num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso?
Não se trata de pobreza, de classe A, B ou C. Evidentemente é algo que tem que ver com a psicologia humana e relações sociais e humana. Um vidro partido numa viatura abandonada transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação que vai quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras, como que vale tudo.
Se se parte um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão partidos todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gera novo delito

Se se cometem "pequenas faltas" (estacionar-se em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar-se um semáforo vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e logo delitos cada vez mais graves.

A Teoria das Janelas Partidas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metro de Nova York, passagem, pequenos roubos e desordens. Os resultados foram evidentes. Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.

A estratégia consisti em não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana.
A expressão "Tolerância Zero" soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança.

Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito.
Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.

VAMOS CUIDAR DO QUE É NOSSO, CADA UM FAZENDO A SUA PARTE

 

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terça-feira, 15 de junho de 2010

O COMPLEXO DE ÉDIPO

Complexo de Édipo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Segundo Sigmund Freud, o Complexo de Édipo verifica-se quando a criança atinge o período sexual fálico na segunda infância e dá-se então conta da diferença de sexos, tendendo a fixar a sua atenção libidinosa nas pessoas do sexo oposto no ambiente familiar. O conceito foi descrito por Freud e recebeu a designação de complexo por Carl Jung, que desenvolveu semelhantemente o conceito de complexo de Electra.

 História

Freud baseou-se na tragédia de Sófocles(496-406 a.C.), Édipo Rei, para formular um conceito do Complexo de Édipo, a preferência velada do filho pela mãe, acompanhada de uma aversão clara pelo pai.
Na peça (e na mitologia grega), Édipo matou seu pai Laio e desposou (se comprometer em matrimônio) a própria madrasta, Jocasta. Após descobrir que Jocasta era sua mãe, Édipo fura os seus olhos e Jocasta comete suicídio
Sófocles, utilizou este mito para suscitar uma reflexão sobre a questão da culpa e da responsabilidade perante as normas, éticas e tabus estabelecidos por sua sociedade (comportamentos que, dentro dos costumes de uma comunidade, é considerado nocivo e lesivo a normalidade, sendo por isto vista como perigosa e proibida a seus membros).
Em seu ensaio Dostoievski e o parricídio Freud cita, além de Édipo Rei, duas outras obras que retratam o complexo: Hamlet e Os Irmãos Karamazov.

 Período fálico

O complexo de Édipo é uma referência à ameaça de castração ocasionada pela destruição da organização genital fálica da criança, radicada na psicodinâmica libidinal, que tem como plano de fundo as experiências libidinais que se iniciam na retirada do seio materno. Importante notar que a libido é uma energia sexual, mas não se constitui apenas na prática sexual, mas também nos investimentos que o indivíduo faz para obtenção do prazer.

 Conceito em psicanálise

O complexo de Édipo é um conceito fundamental para a psicanálise, entendido por esta como sendo universal e, portanto, característico de todos os seres humanos. O complexo de Édipo caracteriza-se por sentimentos contraditórios de amor e hostilidade. Metaforicamente, este conceito é visto como amor à mãe e ódio ao pai (não que o pai seja exclusivo, pode ser qualquer outra pessoa que desvie a atenção que ela tem para com o filho), mas esta idéia permanece, apenas, porque o mundo infantil resume-se a estas figuras parentais ou aos representantes delas. Uma vez que o ser humano não pode ser concebido sem um pai ou uma mãe (ainda que nunca venha a conhecer uma destas partes ou as duas), a relação que existe nesta tríade é, segundo a psicanálise, a essência do conflito do ser humano. [1]
A idéia central do conceito de complexo de Édipo inicia-se na ilusão de que o bebê tem de possuir proteção e amor total, reforçado pelos cuidados intensivos que o recém nascido recebe por sua condição frágil. Esta proteção é relacionada, de maneira mais significativa, à figura materna. Em torno dos três anos, a criança começa a entrar em contato com algumas situações em que sofre interdições, facilmente exemplificadas pelas proibições que começam a acontecer nesta idade. A criança não pode mais fazer certas coisas porque já está maior, não pode mais passar a noite inteira na cama dos pais, andar pelado pela casa ou na praia, é incentivada a sentar de forma correta e controlar o esfíncter, além de outras cobranças. Neste momento, a criança começa a perceber que não é o centro do mundo e precisa renunciar ao mundo organizado em que se encontra e também à sua ilusão de proteção e amor total.
O complexo de Édipo é muito importante porque caracteriza a diferenciação do sujeito em relação aos pais. A criança começa a perceber que os pais pertencem a uma realidade cultural e que não podem se dedicar somente a ela porque possuem outros compromissos. A figura do pai representa a inserção da criança na cultura, é a ordem cultural. A criança também começa a perceber que o pai pertence à mãe e por isso dirige sentimentos hostis a ele.[1]
Estes sentimentos são contraditórios porque a criança também ama esta figura que hostiliza. A diferenciação do sujeito é permeada pela identificação da criança com um dos pais. Na identificação positiva, o menino identifica-se com o pai e a menina com a mãe. O menino tem o desejo de ser forte como o pai e ao mesmo tempo tem “ódio” pelo ciúme da mãe. A menina é hostil à mãe porque ela possui o pai e ao mesmo tempo quer se parecer com ela para competir e tem medo de perder o amor da mãe, que foi sempre tão acolhedora. Na identificação negativa, o medo de perder aquele a quem hostilizamos faz com que a identificação aconteça com a figura de sexo oposto e isto pode gerar comportamentos homossexuais.
Nesta fase, a repressão ao ódio e à vontade de permanecer em “berço esplêndido” é muito forte e o sujeito desenvolve mecanismos mais racionais para sua inserção cultural.
Com o aparecimento do complexo de Édipo, a criança sai do reinado dos impulsos e dos instintos e passa para um plano mais racional. A pessoa que não consegue fazer a passagem da ilusão de super proteção para a cultura se psicotiza.

Referências

  1. a b KUSNETZOFF, Juan Carlos, Nova Fronteira, Introdução à Psicopatologia Psicanalítica, 8ª edição, 1994. ISBN 8520904327
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Professor Responsável: Mohamad A. A. Rahim
Quadro sinóptico baseado na bibliografia sugerida em cada aula

O COMPLEXO DE ÉDIPO

Professor responsável: Mohamad Abdul Rahim
Quadro sinóptico baseado na bibliografia sugerida em cada aula

1.   Forma simplificada

·       No menino

·       Desenvolve uma catexia objetal pela mãe, originalmente relacionada ao seio

·       O menino trata o pai identificando-se com ele

·       Com a intensificação dos desejos sexuais pela mãe, o menino passa a ter sentimentos hostis pelo pai e o desejo de livrar-se dele

·       Daí para diante, a sua relação com o pai é ambivalente

·       A dissolução

·       A destruição do complexo de Édipo é ocasionada pela ameaça da castração

·       A catexia objetal da mãe deve ser abandonada

·       O seu lugar pode ser preenchido por uma de duas coisas:

·       Uma identificação com a mãe

·       Uma intensificação de sua identificação com o pai, como resultado mais normal e que consolidaria a masculinidade

·       Na menina

·       Enquanto, nos meninos, o complexo de Édipo é destruído pelo complexo de castração, nas meninas ele se faz possível e é introduzido através do complexo de castração

·       A menina aceita a castração como um fato consumado, ao passo que o menino teme a possibilidade de sua ocorrência

·       Na menina, está excluído o temor da castração

·       A dissolução está mais relacionada à criação e intimidação oriunda do exterior, as quais a ameaçam com uma perda do amor

·       A renúncia ao pênis não é tolerada pela menina sem alguma tentativa de compensação

·       Por uma equação simbólica, desliza do pênis para um bebê

·        Seu complexo de Édipo culmina em um desejo de receber do pai um bebê como presente

·       É gradativamente abandonado porque esse desejo jamais se realiza

·       O complexo de Édipo mais completo

·       É dúplice- positivo e negativo

·       Devido a bissexualidade originalmente presente na criança

·       Assim, um menino tem, ao mesmo tempo:

·       Uma atitude ambivalente para com o pai e uma escolha objetal afetuosa pela mãe;

·       Uma atitude afetuosa feminina para com o pai e um ciúme e hostilidade em relação à mãe

·       A dissolução e a formação do superego

·       Produz-se uma identificação paterna e uma materna

·       Forma-se “um precipitado no ego, consistente dessas duas identificações unidas uma com a outra de alguma maneira. Esta modificação retém a sua posição especial: ela se confronta com os outros conteúdos do ego com um ideal do ego ou superego.”

·       O ideal do ego tem a missão de reprimir o complexo de Édipo

·       O superego retém o caráter do pai e será mais severo, quanto mais poderoso for o complexo de Édipo ou a repressão social

·       Um superego severo impõe uma dominação sobre o ego, sob a forma de consciência ou um sentimento inconsciente de culpa

·       “A diferenciação do superego a partir do ego não é questão de acaso; ela representa as características mais importantes do desenvolvimento tanto do indivíduo quanto da sociedade.”

·       O ideal do ego, ou superego, representa nossas relações com nossos pais



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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Os Três Tipos De Dominação Segundo Max Weber

 Os Três Tipos De Dominação Segundo Max Weber

 1. Introdução

Esse trabalho tem por objetivo apresentar os tipos de dominação que foram estudados por Max Weber. Ele define a dominação como oportunidade de encontrar uma pessoa determinada que esteja pronta a obedecer, pois a dominação se faz necessária para se manter em ordem a sociedade e tudo que gira em torno dela.
Segundo estudos apresentados por Weber, existem três tipos puros de dominação: legal, carismática e tradicional.
A dominação legal baseia-se em estatutos que podem ser modificados e criados desde que o mesmo esteja pré-estabelecido.
A dominação tradicional é aquela baseada na crença e nos poderes de senhores, onde um manda e o outro obedece e, diferentemente da dominação legal, ela não é baseada na formalidade.
Já a dominação carismática é dada em virtude da devoção, e por pessoas que possuem caráter comunitário onde quem manda é o líder e o que obedece é o apóstolo.
A dominação não é algo pré-determinado, pois não há como afirmar que quem prepondera hoje não será dominado amanhã.
2. DOMINAÇÃO

É notável que em todo grupo dentro de qualquer sociedade, que seja baseado em regras e hierarquias, se encontrem indivíduos dominantes e dominados. E nesse contexto Weber nos fala que dentro da sociedade é preciso que haja elementos que detenham o poder ou que possuam formas de autoridades legitimamente reconhecidas, e elementos que não detenham o poder.
No Estado, por exemplo, Weber nos diz, que é necessário que as pessoas obedeçam à autoridade dos detentores do poder, sempre que esta autoridade seja legitimamente reconhecida, para que o mesmo funcione e/ou exista. E dessa forma percebe-se que a dominação sempre foi e, é uma presença marcante dentro da sociedade.
A dominação muitas vezes se dá devido às inúmeras formas de interesses, sejam eles nas suas mais variadas formas. E, é claro, sempre que há indivíduos que estejam prontos a obedecer a ordens de conteúdos determinados. De acordo com Weber “dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis”.
Weber ainda aponta que, conforme a relação de dominação tem o seu alcance ampliado, torna-se necessária à adoção de mecanismos que possibilitem a sua eficiência e que garantam a execução de suas ordens, mecanismos estes que geralmente se apresentam sob a forma de equipes de apoio.
A dominação é sempre resultado de uma relação social de poder desigual, onde se percebe claramente a existência de um lado que comanda (domina) e outro que obedece.
Podemos assemelhar assim a dominação a qualquer situação em que encontremos indivíduos subordinados ao poder de outros. Mas a dominação difere das relações de poder em geral por apresentar uma tendência a se estabilizar, a procurar manter-se sem provocar confrontos. Em outras palavras, as relações de dominação dentro de uma sociedade se caracterizam por buscar formas de legitimação, de serem reconhecidas como necessárias para a manutenção da ordem social.
O sociólogo Max Weber apresentou, em um de seus estudos mais importantes, três tipos puros de dominação legítima, cada um deles gerando diferentes categorias de autoridade. São classificados como puros porque só podem ser encontrados isolados no nível da teoria, combinando-se quando observados em exemplos concretos. São formas de dominação, segundo Weber, dominação legal, tradicional e carismática, como é apresentado no texto a seguir.
  
2.1. Dominação Legal
           
A dominação legal tem como idéia base a existência de um estatuto que pode criar e modificar normas, desde que seu processo (forma) esteja previamente estabelecido. Portanto, constitui uma relação desprovida de sentimentos, ou seja, baseia-se unicamente no profissionalismo e na hierarquia da empresa.
Para Weber, o dever da obediência está graduado numa hierarquia de cargos, com subordinação dos inferiores aos superiores, onde aquele que ordena é o superior. Também quem ordena obedece. Essa forma de dominação é sustentada por regras, regulamentos e leis. Quando elas falham, valem pontos de vista de conveniência, "sem consideração da pessoa”.
Apesar das condições do mercado de trabalho, o ingresso numa empresa é livre, estando-se, a partir de então, submetido às suas regras; no entanto, sua renúncia é igualmente livre. O admitido terá a sua submissão regulada por um contrato, configurando-se, assim, como legal.
Como exemplo de dominação legal pode-se citar o Estado, o município, uma empresa capitalista privada, numa associação com fins utilitários ou qualquer união em que haja uma hierarquia regulada por um estatuto. Sendo assim, a forma mais pura de dominação legal é a burocracia, e todo o elemento burocrático é essencial para o trabalho rotineiro.
Os princípios fundamentais da burocracia, segundo Weber são a hierarquia funcional, a administração baseada em documentos, a demanda pela aprendizagem profissional, as atribuições são oficializadas e há uma exigência de todo o rendimento do profissional. A obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Weber classifica este tipo de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas que são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado corretamente. Ou seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado.
Weber faz uma analogia entre o desenvolvimento de um Estado Moderno e o da moderna burocracia; também entre a evolução do capitalismo moderno e a burocratização crescente das empresas econômicas.

2.2. Dominação Tradicional

É a forma mais antiga de dominação. Basicamente é aceita em nome da tradição e dos níveis de hierarquias, onde o exercício da autoridade se dá através, por exemplo, do comando do rei aos súditos, do pai aos filhos, dentre outros.
Segundo Weber a dominação tradicional ocorre devido a fatores como: afetividade, respeito, admiração, crença, e até no prazer de ver o “senhor” feliz ou satisfeito. Assim, com uma inexplicável legitimidade, determina-se que tal hierarquia é inflexível a mudanças. Essa dominação se estrutura de duas formas distintas, uma quando há obediência devido a dependência dos indivíduos aos senhores ou quando a hierarquia é estabelecida devido a privilégios de alguns sobre outros.
Weber relaciona a “fidelidade tradicional” para explicar, por exemplo, a dominação patriarcal, onde o respeito e a admiração em virtude da tradição levam a obediência. Isso leva a entender que existe uma forma de lei moral entre os indivíduos. Assim a dominação está relacionada diretamente aos costumes, ações cotidianas e valores pessoais.
Weber ainda ressalta a dominação tradicional como sendo uma dominação estável, devido à solidez do meio social e à dependência direta que a tradição tem com a consciência coletiva. E essa cultura já está enraizada a muito tempo na sociedade e estima-se que perdure ainda por muito mais.
  
2.3. Dominação Carismática

A dominação carismática é influenciada diretamente pelos fatores emocionais e afetivos, e a obediência não é estabelecida por regra ou cargo, mas sim pela crença nas qualidades do líder, ao caráter sagrado, à força heróica, ao valor exemplar ou ao poder da palavra que distingue de modo especial e, é aceita devido a devoção afetiva por parte dos dominados. Esta devoção deve-se ao reconhecimento que os heróis e demagogos alcançam, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que devem ser seguidos pelos governados.
A dominação carismática se opõe às bases da legitimidade da ordem estabelecida e institucionalizada, onde o líder carismático, em certo sentido, é sempre revolucionário, na medida em que se coloca em oposição consciente a algum aspecto estabelecido da sociedade em que atua. Mas para que a autoridade seja estabelecida, é necessário que os seguidores considerem o apelo do líder como legítimo, estabelecendo-se assim, uma lealdade de tipo pessoal.
Como a obediência a um líder deve-se às suas qualidades pessoais, não há nenhum procedimento ordenado para a nomeação ou substituição deste e, sendo assim não há carreiras e nem é necessário formação profissional para se obter o carisma. Contudo, a fonte do poder é estabelecida em cima do novo, do que nunca existiu, carecendo da existência previa de vínculos predeterminados. Tratando-se de um fenômeno excepcional, a dominação carismática não pode estabilizar-se sem sofrer profundas mudanças estruturais e, dependendo dos padrões de sucessão que adotar e com a evolução do corpo administrativo, tornar-se-á ou racional-legal ou tradicional, em algumas de suas configurações básicas.
  
3. CONCLUSÃO

A dominação é fato decorrente da origem do mundo, sempre haverá algo a ser dominado e liderado. Desde a relação entre os animais até os seres humanos, os indivíduos necessitam de um “ser” poderoso para guiá-los, orientá-los e dominá-los. A dominação é algo permanente, sempre existirá, até mesmo por que é fundamental.
Os tipos de dominação seguirão vivos nas mais variadas formas, a legal na hierarquia das empresas, na tradicional, mesmo apesar dos tempos modernos, ainda permanecerá no comando exercido pelo pai ou pela mãe nas famílias, e os carismáticos sempre presentes nas novas e antigas religiões.
É importante ressaltar onde Weber relaciona a dominação como sendo fundamental, para a sociedade, pois age como regulador de ações, geralmente determinando ou influenciando as nossas ações.
Dessa forma os estudos de Max Weber concluem que a dominação formula e organiza a ordem social, também como tem o poder de transformá-la se assim for necessário ou se for de interesse daqueles indivíduos competentes para tal tarefa.

4. REFERÊNCIAS

BIRCK, Grasi. Os três tipos puros de dominação legítima. Blogspot. Disponível em: <http://grasiblog.blogspot.com>. Acesso em: 28 jul. 2009.
DIAS, Gisele Berving Martins. A dominação segundo Max Weber. Blogspot. Disponível em: <http://gibervig.blogspot.com>. Acesso em: 28 jul. 2009.
MAX Weber: vida e obra. Cultura Brasil. Disponível em: . Acesso em: 28 jul. 2009.
SILVA, José Otacílio da. Elementos de sociologia geral: Marx, Durkheim, Weber, Bourdieu. 2. ed. Cascavel: Edunioeste, 2006.
WILD, Bianca. Os tipos de dominação segundo Max Weber. Brasil escola. Disponível em: <http://www.meuartigo.brasilescola.com>. Acesso em: 28 jul. 2009.


diego cerioli - Perfil do Autor:
Diego Cerioli 19 anos Cursando 2º ano de Bacharel em Administração pela UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Francisco Beltrão.


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