terça-feira, 16 de agosto de 2011

Que mal há em matar os animais?

Purushatraya Swami
 
Que mal há em matar os animais?
Purushatraya Swami
Como é sabido, os devotos de Krishna não mandam as vacas e os bois ao matadouro. Depois de passarem suas vidas oferecendo seus serviços ao homem—a vaca, procriando e fornecendo o precioso alimento, o leite, e o boi, oferecendo sua força no campo, em trabalhos de tração e aração—, consideramos que é mais do que justo e, sobretudo, é um ato de humanidade, que esses animais tenham melhores condições para o período da velhice. Normalmente, nessa fase esses animais são considerados economicamente improdutivos no campo, e são, invariavelmente, enviados ao matadouro.
Mandar os animais ao matadouro significa encerrar violentamente a vida de um ser vivo. Tal ato é completamente contra às leis naturais, que são leis de Deus. Não temos direito para isso.
O homem moderno, em sua arrogante visão antropocêntrica, dominado por uma cobiça desvairada, julga-se o senhor da natureza, com irrestritos direitos de explorá-la. Não existe o devido respeito às formas inferiores de vida, assim como à Natureza como um todo. A natureza e os animais são vistos através das lentes do lucro—esse é o único referencial. A vida urbana artificial embruteceu a consciência das pessoas. Perdeu-se a visão holística do mundo e o coração das pessoas endureceu.
A grande maioria de pessoas, ditas normais, consideram a matança de animais, como a vaca, uma atividade completamente civilizada, progressista e perfeitamente dentro das leis, tanto seculares como religiosas. Para elas, animais, como os bovinos, são naturalmente destinados a virar bife, dieta considerada essencial para os seres humanos. Sem o bife, pensam elas, a pessoa debilita-se devido à deficiência de proteínas. Portanto, o destino natural dos bovinos é o matadouro. Que mal há nisso? Tanto o Estado quanto a Igreja não questionam, e dão luz verde. Além disso, é uma atividade econômica bastante lucrativa. Isto por si só já justifica. Quanto dinheiro está envolvido nessa atividade! Quantas famílias mantém-se com essa atividade, quantas divisas entram para o país, poderiam argumentar.
Argumenta-se que as técnicas modernas de matança dos animais são indolores, ao contrário do processo tradicional em que o animal leva uma marretada na cabeça, é içado pelas patas, e estripado, mesmo ainda vivo. Outros argumentam que não são eles que matam, alguém faz esse trabalho sujo. E outros afirmam que a carne é essencial na alimentação do homem, e citam até trechos de escrituras para justificar-se.
Argumenta-se que animais não têm alma, portanto, não existe pecado em matá-los. Dizem que quando na Bíblia é dito “Não matarás”, isso refere-se somente a seres humanos.
O caso é que, qualquer que seja o argumento, a violência está presente, e aquele que participa da matança dos animais, seja diretamente ou ‘inocentemente’ à distancia, é cúmplice deste ato desumano. Alguém pode ainda argumentar que comer vegetais, como o alface, é também um ato de violência, pois a planta é sacrificada. Quanto a isso, temos que considerar que os vegetais, cereais e frutas são os alimentos destinados aos seres humanos. Um pé de alface que é comido cumpriu com a sua função nessa vida. Sem dúvida, existe violência nesse ato. O simples fato de caminhar ou respirar, por exemplo, está sempre sujeito a alguma violência, pois podemos pisar em formigas ou inspirar algum germe no ar. Portanto, a conclusão é que, para viver, a violência é inevitável.
O grande problema é quando existe a violência desnecessária. Devemos evitar a todo o custo essa violência desnecessária. A matança de animais deve ser evitada pois é desnecessária, uma agressão à harmonia do universo e um ato de covardia. Quanto à violência aos vegetais, como por exemplo, ao alface, nós devemos estar conscientes desse fato. Devido a isso, é recomendado nas escrituras, que, antes de comermos, nós ofereçamos o alimento a Deus, a fim de purificá-lo e espiritualizá-lo. Ademais, oferecer os alimentos é um ato de devoção, amor a Deus.
A Cultura Védica e as Vacas
A proteção das vacas e dos bois, chamada em sânscrito de go-raksya, é uma das características mais marcantes da cultura védica da Índia milenar. É considerada uma atividade altamente piedosa, e até mesmo religiosa.
Existe no mundo ocidental uma idéia muito pejorativa com respeito da proteção das vacas. Normalmente se diz: “Na India, a vaca é sagrada. As pessoas morrem de fome mas não matam a vaca para comer”. Essas e outras insinuações são frutos de uma propaganda distorcida e maliciosa que os ingleses, em três séculos de dominação na Índia, espalharam, ao tentar desmoralizar a cultura védica e impor sua cultura e religião. Eles queriam mostrar que a cultura védica da Índia era ‘primitiva e retrógrada’, e que o povo indiano deveria descartá-la, e acatar os padrões da cultura ocidental, muito mais ‘racional e progressista’.
Hoje em dia podemos comprovar quão ‘racional e progressista’ nossa civilização ocidental tem sido. O critério de progresso aqui é altamente questionável. O orgulho das conquistas tecnológicas fica obscurecido com o alto preço que estamos pagando: extensiva degradação ambiental, moral e social.
Por outro lado, a milenar cultura védica, embora considerada por muitos como ‘primitiva e retrógrada’, é essencialmente humanista e ecológica. Existe o respeito da natureza, a maravilhosa criação de Deus. Existe o respeito pela entidades vivas em corpos inferiores ao humano. Existe harmonia entre o homem e os animais, enfim, com toda a natureza.
Nos parâmetros da cultura védica, o boi e a vaca são os animais mais úteis e próximos ao homem. Eles são animais domésticos. O curral situava-se junto das casas e existia um perfeito convívio entre os humanos e os animais.
A vaca é considerada, dentro da cultura védica, como uma de nossas mães, e deve ser respeitada como tal. Como podemos entender isso? Damos um exemplo: Após o nascimento de uma criança, acontece da mãe morrer. A criança sobreviverá se houver por perto uma vaca que a alimentará com seu leite. Com esse conceito em mente, quem mandaria sua mãe ao matadouro?
O leite é uma dádiva especial da vaca. A vaca come capim e ervas, e isso é transformado em sangue, e depois leite. A vaca sempre produz uma quantidade de leite a mais, que permite que o bezerro seja devidamente alimentado, e sobre uma grande quantidade para alimento humano. Assim como a relação entre a mãe e o filho recém nascido é baseada em puro amor, similarmente a relação da vaca e seu bezerrinho, e sua produção de leite, é um ato de amor.
A vaca é um animal extremamente sensível. Ela capta a vibração da pessoa que a está tratando, e corresponde-se de acordo. É, por natureza, extremamente pacífica, situada no modo da bondade.
O boi, por sua vez, sente grande prazer quando está ocupado no trabalho pesado do campo. Devido à sua estrutura física ele pode movimentar grandes pesos, e embora seja forte e robusto, o boi aceita pacificamente o comando do homem. Hoje em dia, o trabalho dos bois na aração da terra foi trocado pelos tratores, mas os especialistas provam que as máquinas, embora sejam rápidas e eficientes, produzem, entre outras coisas, a compactação do solo, dificultando a infiltração da água no solo e alterando a estrutura biológica da terra, e, conseqüentemente, causando o empobrecimento e desertificação do solo. Já o trabalho da terra com os bois faz com que a vida do solo intensifique-se.
Uma das coisas mais surpreendente em relação aos bovinos, é que seu excremento não é nojento, ao contrário de todas as classes de seres, seja eles animais ou humanos. O excremento da vaca e do boi é, na verdade, puro e anticéptico. Podemos passar a ‘bosta’ da vaca nas panelas que cozinhamos a fim de purificá-las. Na Índia, e mesmo em algumas regiões no Brasil, costuma-se espalhar o excremento pelas áreas de serviço—isso dá um ar de limpeza na casa.
A urina da vaca, por sua vez, tem altas propriedades medicinais. Recentemente, descobriu-se que a urina dos bovinos é um excelente fungicida e pesticida para a agricultura. Na área da saúde, existe, inclusive, atualmente na Índia, pessoas desenvolvendo seriamente um tratamento chamado “terapia da vaca”, que consiste de remédios para doenças mais graves, como problemas do coração, feitos à base de leite, ghi (manteiga clarificada), iogurte, excremento e urina.
A vaca tem, também, uma profunda significação à nível espiritual. As escrituras védicas chamam o leite de “religião líquida”. É dito que o leite, consumido quente e antes de dormir, além de acalmar a mente e propiciar um bom sono, nutre certas células no cérebro que abrem os canais da consciência para o entendimento da realidade espiritual transcendental. Por sua vez, o leite, na forma de ghi, é o principal ingrediente em todos os rituais de sacrifício e oferendas a Deus. Mesmo hoje em dia, existem muitos templos na Índia que mantém uma goshala, ou curral de vacas, na área do complexo do templo.
Outro conhecimento importante do conhecimento védico é a doutrina do karma, a lei da ação e reação. Uma atividade piedosa trará como reação satisfação, inteligência, saúde, e toda a sorte de benefícios, enquanto que uma atividade perversa ou contrária às leis de Deus, trará, conseqüentemente, sofrimento.
Existe muitas atividades que são consideradas piedosas e auspiciosas, das quais enumeraremos algumas: a) dar caridade aos sadhus, pessoas santas dedicadas à vida espiritual; b) construir templos para adorar a Deus; c) plantar árvores que, em muitos casos, não serão desfrutadas pela pessoa que plantou, mas sim pelas gerações que se seguem; d) abrir poços em vilas que muitas pessoas irão utilizá-los; e) abrir estradas que irão beneficiar muitas pessoas; e, por fim, f) proteger as vacas. Portanto, pessoas conscientes disso estão sempre prontas para investir em seu próprio karma.
A sociedade humana moderna desviou-se consideravelmente do dharma, os princípios religiosos eternos que são enunciadas nas escrituras védicas. Essas leis divinas ensinam-nos como viver em harmonia com a natureza, e são as fórmulas para trazer paz e prosperidade à sociedade humana. O conteúdo dessas leis é ainda praticamente desconhecido no mundo ocidental. Portanto, é o dever daqueles que tiveram a ventura de ter acesso a esse conhecimento, divulgá-lo aos demais. Essa deve ser a missão de nossas vidas.
As vacas são, também, as eternas companheiras de Krishna em Vrindávana. Krishna é conhecido como Gopala, o vaqueirinho transcendental, e Govinda, aquele que dá prazer às vacas. Na escritura sagrada Brahma-Samhita, está escrito surabhir apalayantam, que significa que Krishna está sempre apascentando Suas vaquinhas Surabhi em Goloka Vrindávana, Sua eterna morada suprema. Daí o nome desse programa — Krishna-Surabhi-Seva —“Serviço às vaquinhas Surabhi de Krishna”. Servir Suas vaquinhas é o mesmo que servi-Lo pessoalmente. Como resultado desse serviço, a pessoa desenvolve consciência espiritual pura, e torna-se um receptáculo da misericórdia de Krishna, condição essencial para fazer de nossa vida um sucesso.
Fracassos do Homem Moderno
Motivado pela cobiça, que é a mola mestra do moderno sistema econômico baseado na exploração irrestrita da natureza, o homem perdeu toda a sensibilidade para lidar com outras entidades vivas que se encontram numa posição inferior ao homem na cadeia evolucionária.
O recente e triste episódio das ‘vacas loucas’ na Inglaterra, por exemplo, dá um indicativo do lado negro mentalidade do homem moderno. Com o objetivo de se produzir mais carne e ter mais lucro, as vacas foram alimentadas com um tipo de ração da pior qualidade. A ração, além de produtos químicos e hormônios artificiais, continha entre outras coisas, víceras de animais já sacrificados, devidamente processados para dar gosto atrativo. Esta ração era considerada a mais balanceada e mais barata, portanto, as oportunidades de lucro eram enormes. Mas, qual foi o resultado? Uma séria epidemia nos animais e contaminações alimentares aos que consumiram sua carne. Como conseqüência, mais de cinqüenta mil vacas foram estupidamente sacrificadas e, sabe-se lá quantas pessoas foram contaminadas com agentes cancerígenos que irão manifestar-se no decorrer do tempo, além de prejuízos de milhões, que poderiam ser utilizados para o benefício da humanidade. Esse é somente um entre muitos exemplos que acontecem no mundo considerado civilizado.
Animais, como os bovinos, são vistos pelo homem moderno como meros meios produtivos econômicos destinados exclusivamente a render lucros para os exploradores e suprir certas necessidades alimentares supérfluas para os consumidores. O hábito de comer carne tornou-se muito arraigado na cultura ocidental. Hoje em dia, nos grandes centros urbanos, as sofisticadas churrascarias são símbolos de status social. Para os menos gastadores, as conhecidas redes de fast-foods dos shoppings, com seus hamburgueres e salsichas, são a atração para língua.
A grande maioria do público consumidor de carne não tem a mínima noção de que esse alimento é impróprio para o consumo humano. Além de ser anti-natural como alimento humano, pois o corpo humano não possue as mesmas características dos animais carnívoros, como um tigre, por exemplo, e ser completamente supérfluo em termos de propriedades nutritivas essenciais, esse alimento está carregado com uma vibração muito negativa de violência e impiedade. O pior de tudo é que mesmo muitas pessoas de boa índole, ao terem conhecimento disso, não conseguem desvencilhar-se do hábito de comer carne. O comer carne torna-se sua segunda natureza, como se fosse um vício impossível de se descartar. Recentemente a revista Super Interessante, que trata de tópicos científicos, teve como matéria de capa, um artigo que dava a conclusão de um congresso mundial de medicina provando que a carne é o maior agente cancerígeno. Quantos se sensibilizaram com essa informação e pararam com o consumo da carne?
De acordo com o conhecimento transcendental védico, existe uma relação direta entre a matança de animais e a violência. Dentre todos problemas que assolam nosso planeta, a violência é um dos principais. Tomamos conhecimento diariamente de absurdos que acontecem em todo mundo—atentados, assassinatos coletivos, massacres, guerras com extermínio étnico, torturas, assassinos infantis, e muitos outros horrores. Recentemente um criminoso paulista, o ‘moto-boy’, matou nove ou dez namoradas. Depois de preso, ele declarou que seu maior prazer na adolescência era freqüentar um matadouro. Ele absorveu a vibração de violência em sua consciência e tornou-se insensível ao ato de matar. Violência, definitivamente, só pode gerar violência. Essa é a lei do karma.
Ainda Assim, Esperança
A vida do homem moderno, principalmente nos grandes centros urbanos, tornou-se extremamente artificial. Não existe praticamente nenhum contato direto com a natureza. A mentalidade tecnológica e consumista que ora vigora causou um abismo de distancia da vida urbana com o meio ambiente rural e a natureza nativa. Para as pessoas na cidade é muito fácil conseguir seus alimentos, bastando, somente, pagar seu preço no supermercado. Ela não fica, nem de leve, ciente das dificuldades e desafios da vida do campo. Com programa de proteção das vacas de Goura-Vrindávana, nós estamos dando uma oportunidade para os moradores das cidades participarem e estarem conscientes da realidade da vida no campo. Essa integração irá certamente quebrar a rotina artificial urbana e acrescentar um toque de natureza na vida cotidiana.
Hoje em dia, mais e mais pessoas estão desenvolvendo consciência ecológica em diferentes níveis. Uma das grandes preocupações
de pessoas conscientes e espiritualizadas no mundo atual é tentar salvar o que ainda resta no planeta e estabelecer padrões dignos do status humano. Alguma coisa já foi feita em termos de preservar o pouco de florestas nativas que restaram, e proteção de espécies em vias de extinção, como baleias, focas, tartarugas, mico-leão, e outras, mas praticamente nada foi feito até agora para frear a exploração e matança dos bovinos. Portanto, alguém tem que se preocupar com isso e fazer alguma coisa.
Mas, quem, hoje em dia, está preocupado com isso? De uma forma literalmente generalizada, as pessoas desconhecem totalmente o que significa proteger as vacas. Muitas pessoas, mesmo que educadas e sensíveis, são, na maioria dos casos, influenciadas pelo consenso geral, fartamente divulgado pela mídia e aceito pelos meios científicos, de que o bife é uma necessidade nutritiva como fonte de proteínas e a matança dos animais é uma atividade econômica normal, plenamente aceitável na sociedade.
Mas temos esperanças de que este quadro possa começar a reverter-se. O vegetarianismo, hoje em dia, é o movimento popular que mais cresce no mundo, dizem os entendidos. Agora é a hora para começar a divulgar como proteger esses animais e acabar com a violência desnecessária. Essa é a nossa missão. Uma missão com proporções gigantescas, pois as forças antagônicas são poderosíssimas. Certamente os McDonalds, Sadias e Perdigões não irão gostar, e aqueles que têm o poder econômico na mão não admitem serem desafiados e contra-atacam de diferentes maneiras. Mas nós temos Krishna e razão ao nosso lado. Que haveríamos de temer?
Temos que começar com alguma coisa, mesmo que seja, à princípio, simples e modesta. Temos que criar um modelo que possa ser ampliado e multiplicado.
Com essa mentalidade, Srila Prabhupada começou sozinho esse movimento, que começou bem modesto, mas, logo, espalhou-se pelos quatro cantos do mundo. Essa é a nossa inspiração.
Proteção das vacas e a Economia
Existe um consenso entre pessoas ligadas ao setor de agro-pecuária que a exploração do gado de corte é uma atividade econômica de vital importância para a sociedade. Por exemplo, no centro-oeste do país, em terras de milhares de alqueires, milhares de cabeças de gado são controladas por somente dois ou três caboclos. É só deixar o gado engordar e mandá-lo para o matadouro. Com a mesma mentalidade gananciosa milhões de hectares de floresta amazônica, que custaram milhares anos para serem formados, foram destruídos nessas últimas décadas para abrir espaço para a pecuária de corte. Qual é a importância econômica desses empreendimentos? Será que estão resolvendo os problemas do homem?
Num documento surpreendente, técnicos do Banco Mundial, declararam que esse banco não financiará daqui para frente nenhum projeto econômico de gado de corte, em nenhum país do mundo, mesmo em países onde existe o problema de fome. Eles chegaram à conclusão de que a atividade de pecuária de corte está emprobecendo o planeta, e não está resolvendo o grave problema alimentar dos países pobres. Se todos os recursos investidos neste setor forem utilizados para produzir grãos, a sociedade humana seria muito mais beneficiada.
Vemos, a partir desse dado, ‘uma luz no fundo do túnel’, uma esperança de que algum dia a comunidade científica irá reconhecer a visão ecológica e holística da Natureza, e irá considerar a proteção dos bovinos como a única saída para o verdadeiro progresso e bem estar do planeta.
Não mandar os animais ao matadouro acarreta cuidados muito especiais. O grande perigo é chegar ao ponto de super-população do rebanho, isto é, muitos animais para pouca terra. Se existe um programa irrestrito e sem controle de produção de leite, o que implica em constante procriação, o plantel aumenta, e, de repente, tem-se um enorme problema a se enfrentar. Quando chega-se a esse ponto, cuidar dos animais, que é uma atividade no modo da bondade, e deve, inclusive, ser economicamente produtiva, torna-se um pesadelo. Se não há pastos suficientes, o que os animais irão comer? O que fazer com os animais improdutivos?
Esse é o grande desafio dos projetos rurais dentro dos princípios espirituais da consciência de Krishna. É fundamental que consigamos recursos para investir no plantio de pastos, construção de um bom curral, manutenção de cercas, remuneração de vaqueiros profissionais especializados, assistência veterinária aos animais, criação de capineiras forrageiras e silagem, aquisição de implementos de aração e tração animal, cursos técnicos para treinamento dos devotos, instalações para o beneficiamento do leite, minhocário para produção de húmus a partir do esterco, etc.


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Enviado por  em 30/06/2010
Professor Mário Sérgio Cortella dá uma entrevista na TV Legislativa de SP e fala sobre o Sistema de Progressão Continuada na Educação.


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