Clanet e Laterrasse - Quadro dos estágios de desenvolvimento segundo Henri Wallon
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sexta-feira, 18 de maio de 2012
quinta-feira, 17 de maio de 2012
quarta-feira, 16 de maio de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Relacionando tempo e espaço
Relacionando tempo e espaço
Experiências práticas e exemplos do cotidiano ajudam a compreender o que é velocidade e diferenciar essa grandeza de rapidez
Camila Camilo (novaescola@atleitor.com.br). Editado por Bruna Nicolielo
O senso comum costuma confundir rapidez e velocidade, mas os termos
nem sempre são sinônimos. Rapidez diz respeito a qualquer variação no
tempo, independentemente do ponto de partida e chegada. Já velocidade
relaciona a distância percorrida, o tempo gasto, a direção e o sentido
do movimento. Por isso, pode até chegar a zero. "Um carro de Fórmula 1 é
capaz de percorrer todo um circuito com grande rapidez. Mas se ele
passa novamente pela largada sua velocidade é zero", explica Cristian
Annunciato, físico e pesquisador da Sangari Brasil, em São Paulo.
A diferença entre as duas grandezas é uma das dúvidas mais frequentes da garotada dos anos finais do Ensino Fundamental. Discutir essa questão é uma boa maneira de introduzir o conceito de velocidade. Foi o que fez Arnaldo Alves, professor do Colégio Renascença, em São Paulo, ao apresentar o conteúdo aos estudantes do 9º ano. Durante as aulas, ele explorou conhecimentos intuitivos da moçada, fazendo perguntas como: "O que muda quando percorro um trajeto mais rápido?". Os alunos responderam que o tempo sofreria alteração. Em seguida, a turma realizou experiências práticas - uma situação adequada à apresentação do conteúdo. Dois alunos andaram de um ponto a outro com velocidades diferentes, enquanto um terceiro cronometrava o tempo gasto.
Depois, todos discutiram os dados encontrados e perceberam que, quanto menor é o tempo gasto, maior a velocidade. Logo, essas grandezas são inversamente proporcionais. Vale apostar em outros exemplos práticos para demonstrar, por exemplo, que velocidade e distância são diretamente proporcionais (veja as atividades nas próximas páginas). "Dessa forma, é possível construir conceitualmente um conhecimento que já é intuitivo", diz Alves.
Ensinar o tema dentro dessas bases evita a necessidade de apresentar fórmulas complexas e de abordar toda a linguagem matemática utilizada pela Física. "Se o trabalho com experiências envolver a sistematização, o estudante chega ao Ensino Médio entendendo como a fórmula atua sem decoreba", diz Erika Mozena, formadora de professores e mestre no Ensino de Ciências. Nessa etapa da escolaridade, os alunos serão apresentados a outros desdobramentos do conteúdo, como velocidade vetorial.
A diferença entre as duas grandezas é uma das dúvidas mais frequentes da garotada dos anos finais do Ensino Fundamental. Discutir essa questão é uma boa maneira de introduzir o conceito de velocidade. Foi o que fez Arnaldo Alves, professor do Colégio Renascença, em São Paulo, ao apresentar o conteúdo aos estudantes do 9º ano. Durante as aulas, ele explorou conhecimentos intuitivos da moçada, fazendo perguntas como: "O que muda quando percorro um trajeto mais rápido?". Os alunos responderam que o tempo sofreria alteração. Em seguida, a turma realizou experiências práticas - uma situação adequada à apresentação do conteúdo. Dois alunos andaram de um ponto a outro com velocidades diferentes, enquanto um terceiro cronometrava o tempo gasto.
Depois, todos discutiram os dados encontrados e perceberam que, quanto menor é o tempo gasto, maior a velocidade. Logo, essas grandezas são inversamente proporcionais. Vale apostar em outros exemplos práticos para demonstrar, por exemplo, que velocidade e distância são diretamente proporcionais (veja as atividades nas próximas páginas). "Dessa forma, é possível construir conceitualmente um conhecimento que já é intuitivo", diz Alves.
Ensinar o tema dentro dessas bases evita a necessidade de apresentar fórmulas complexas e de abordar toda a linguagem matemática utilizada pela Física. "Se o trabalho com experiências envolver a sistematização, o estudante chega ao Ensino Médio entendendo como a fórmula atua sem decoreba", diz Erika Mozena, formadora de professores e mestre no Ensino de Ciências. Nessa etapa da escolaridade, os alunos serão apresentados a outros desdobramentos do conteúdo, como velocidade vetorial.
- 1Tempo e espaço
- 2 Atividade 1: Relação entre velocidade e tempo
- 3 Atividade 2: Relação entre velocidade e distância
fonte: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/relacionando-tempo-espaco-680483.shtml
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domingo, 13 de maio de 2012
sábado, 12 de maio de 2012
Temporada de caça aos dicionários
Temporada de caça aos dicionários
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sexta-feira, 11 de maio de 2012
Qual o sotaque mais bonito? E o mais feio? Aldo Bizzocchi
Essa pergunta volta e meia surge em bate-papos e
reacende uma velha discussão, que dá muito pano pra manga - e também dá
margem a muitos preconceitos e discriminações. Há até tópicos em fóruns
da internet com esse tema, e é curioso perceber que, neles, boa parte
das pessoas tem uma posição chauvinista em relação ao assunto: o sotaque
mais bonito é o da minha região, da minha cidade, do meu estado. E o
sotaque mais feio é, em geral, o das pessoas mais pobres, das classes
mais baixas, das regiões menos desenvolvidas.
Ora, não existem pronúncias feias ou bonitas - pelo menos, objetivamente falando. Beleza é questão de gosto. Afinal, quais seriam os critérios objetivos para determinar quem fala bonito ou feio?
Outra decorrência do chauvinismo linguístico é o sentimento que a maioria das pessoas tem de que elas não têm sotaque, são os outros que têm. Como se fosse possível falar uma língua desprovida de pronúncia! (Só se for a linguagem de sinais dos surdos-mudos.) Afinal, qualquer pessoa que fale um idioma utiliza uma pronúncia característica, que revela a sua região de origem, mas também a sua classe social, o seu nível de escolaridade e, em alguns casos, até a nacionalidade dos seus antepassados.
Na verdade, se quisermos pôr um pouco de objetividade nessa discussão, o que existe é uma pronúncia padrão do idioma, isto é, um modo de falar, típico dos atores e dos locutores de rádio, que se baseia na fala de uma determinada região do país (em geral, a mais influente econômica, política ou culturalmente), mas que é em grande medida artificial, já que resulta de treino profissional, e dificilmente se encontra nas ruas, mesmo na região da qual se origina.
Essa pronúncia padrão nasceu com a necessidade de veicular nos meios eletrônicos de massa (rádio e TV, principalmente) uma pronúncia que fosse bem aceita em todos os lugares. Por isso, a fala padrão costuma ser uma "média" das falas das pessoas cultas da maioria das regiões do país. Seu objetivo é ser o mais "neutra" possível (se é que isso é possível).
Quando se ensina um idioma estrangeiro, é a pronúncia padrão dessa língua que vai ser usada em sala de aula e no material didático audiovisual. É por isso que, quando se estuda francês, o que se ensina é a pronúncia de Paris e não a do Quebec ou do Senegal. Mesmo assim, boa parte dos parisienses não fala segundo esse padrão.
Aliás, algumas pessoas são mais "afetadas" do que outras, ou seja, têm uma pronúncia mais "carregada", em que os traços característicos da sua localidade são mais acentuados. E, estranhamente, isso não tem a ver necessariamente com a cidade ou o bairro de origem do cidadão. Por exemplo, costuma-se pensar que aqueles paulistanos que falam cantado, com forte sotaque italiano ("cê tá mi inteindeindo?"), são naturais da Mooca ou do Bexiga. No entanto, há pessoas com esse sotaque em todas as regiões da cidade de São Paulo (e até no interior do estado), assim como nem todos os nascidos nesses bairros falam de maneira carregada.
Portanto, excluindo-se o chauvinismo puro, que só enaltece o que é da própria terra e execra o que é de fora, aquilo que as pessoas entendem como um falar bonito é um falar bem próximo do padrão. Do mesmo modo, quanto mais distante desse padrão, mais feia e esquisita é considerada a fala das pessoas. Em todas as regiões tem gente que fala segundo o padrão e gente que não. O mais é puro preconceito.
Ora, não existem pronúncias feias ou bonitas - pelo menos, objetivamente falando. Beleza é questão de gosto. Afinal, quais seriam os critérios objetivos para determinar quem fala bonito ou feio?
Outra decorrência do chauvinismo linguístico é o sentimento que a maioria das pessoas tem de que elas não têm sotaque, são os outros que têm. Como se fosse possível falar uma língua desprovida de pronúncia! (Só se for a linguagem de sinais dos surdos-mudos.) Afinal, qualquer pessoa que fale um idioma utiliza uma pronúncia característica, que revela a sua região de origem, mas também a sua classe social, o seu nível de escolaridade e, em alguns casos, até a nacionalidade dos seus antepassados.
Na verdade, se quisermos pôr um pouco de objetividade nessa discussão, o que existe é uma pronúncia padrão do idioma, isto é, um modo de falar, típico dos atores e dos locutores de rádio, que se baseia na fala de uma determinada região do país (em geral, a mais influente econômica, política ou culturalmente), mas que é em grande medida artificial, já que resulta de treino profissional, e dificilmente se encontra nas ruas, mesmo na região da qual se origina.
Essa pronúncia padrão nasceu com a necessidade de veicular nos meios eletrônicos de massa (rádio e TV, principalmente) uma pronúncia que fosse bem aceita em todos os lugares. Por isso, a fala padrão costuma ser uma "média" das falas das pessoas cultas da maioria das regiões do país. Seu objetivo é ser o mais "neutra" possível (se é que isso é possível).
Quando se ensina um idioma estrangeiro, é a pronúncia padrão dessa língua que vai ser usada em sala de aula e no material didático audiovisual. É por isso que, quando se estuda francês, o que se ensina é a pronúncia de Paris e não a do Quebec ou do Senegal. Mesmo assim, boa parte dos parisienses não fala segundo esse padrão.
Aliás, algumas pessoas são mais "afetadas" do que outras, ou seja, têm uma pronúncia mais "carregada", em que os traços característicos da sua localidade são mais acentuados. E, estranhamente, isso não tem a ver necessariamente com a cidade ou o bairro de origem do cidadão. Por exemplo, costuma-se pensar que aqueles paulistanos que falam cantado, com forte sotaque italiano ("cê tá mi inteindeindo?"), são naturais da Mooca ou do Bexiga. No entanto, há pessoas com esse sotaque em todas as regiões da cidade de São Paulo (e até no interior do estado), assim como nem todos os nascidos nesses bairros falam de maneira carregada.
Portanto, excluindo-se o chauvinismo puro, que só enaltece o que é da própria terra e execra o que é de fora, aquilo que as pessoas entendem como um falar bonito é um falar bem próximo do padrão. Do mesmo modo, quanto mais distante desse padrão, mais feia e esquisita é considerada a fala das pessoas. Em todas as regiões tem gente que fala segundo o padrão e gente que não. O mais é puro preconceito.
fonte http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-abizzocchi/qual-o-sotaque-mais-bonito-e-o-mais-feio-258354-1.asp
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quinta-feira, 10 de maio de 2012
O caminho do meio
O caminho do meio
Sociólogo critica a transformação das instituições de ensino superior ocorrida após o processo de globalização, que as levou a uma competição pela comercialização do conhecimento
Luciana Fagundes
Sociólogo critica a transformação das instituições de ensino superior ocorrida após o processo de globalização, que as levou a uma competição pela comercialização do conhecimento
Luciana Fagundes
Boaventura lamenta que os departamentos de ciências humanas estejam subfinanciados, enquanto as tecnologias recebem a maioria dos investimentos |
Ensino Superior: Por que o senhor afirma em recente artigo que os problemas modernos das universidades estão relacionados aos ideais da Revolução Francesa?
Boaventura de Souza Santos: A universidade, na versão moderna e como uma instância livre e independente, deveria ter o conhecimento gerado pela curiosidade dos homens de ciência e isso bastaria para o seu progresso. Depois da Revolução Francesa, o processo de criação das universidades ligou-as aos Estados, constituindo-as, porém, como instituições públicas independentes. Havia aqui também uma intenção, digamos imperial da Europa, de conhecer o que era importante para o desenvolvimento do capitalismo nas áreas das ciências e tecnologias, e uma ambição de conhecimento do mundo, que passa a ser mais facilmente dominado, e, por acidente, cria-se o chamado capitalismo acidental. Essa ideia teve depois muitas versões fora da Europa, em países da América Latina, Ásia e África, onde a universidade pública esteve muito vinculada aos projetos de construção nacional, como no caso do Brasil, no qual a Universidade de São Paulo participou, nos anos 30, assim como a Universidade de Nova Déli foi o projeto de uma nova Índia independente. Essa universidade agora está em crise.
Seria essa a encruzilhada à qual o senhor se refere no artigo?A universidade está numa encruzilhada por duas razões. Por um lado, para o neoliberalismo, e seu capitalismo global, os projetos nacionais deixaram de interessar. Não há uma economia nacional, mas sim uma economia globalizada. O capitalismo global não precisa de estados, aliás, no meu entendimento, não precisa nem da democracia. É um capitalismo cada vez mais antidemocrático e, portanto, os projetos de país que, por sua vez, eram elitistas perderam a coerência. Por outro lado, a encruzilhada está no fato de que nós, a caminho de acabar com a curiosidade como motor do conhecimento e, em substituição a ela, debruçamo-nos sobre o mercantilização. O valor do conhecimento é cada vez mais ditado pelo mercado e então nós temos a transformação das universidades em empresas. Não só na maneira como são geridas, mas também como os professores e os alunos são tratados - operários e clientes e não como cidadãos da sua própria universidade. Não é só a administração, é o conhecimento que se preza e que tem valor de mercado. Assim, as humanidades entram numa profunda crise. Enquanto os departamentos de ciências humanas estão sendo subfinanciados, outras áreas como a biologia e as tecnologias, ao contrário, nunca tiveram tanto dinheiro. A universidade pode estar se transformando em mais um outro mercado com a comercialização da educação terciária.
É o desafio da universidade contemporânea?A universidade foi criada para resolver os problemas nacionais, porque, na grande maioria e sobretudo fora da Europa, as sociedades eram ainda muito recentes. Precisavam então se debruçar sobre a criação da nação, da cultura e identidade nacional, ao mesmo tempo que também se constituía a sociedade como Estado. Eram essas as tarefas realmente importantes. Hoje, esse trabalho deixou de ser interessante para as elites políticas, que já não estão mais tão interessadas nas excelências das universidades para esta construção. Agora, o objetivo das universidades é serem globais para que possam vender seus cursos em todo o mundo. Essa comercialização está fazendo com que a universidade traia totalmente sua vocação original e, ao invés de ser uma solução para os países, será um problema adicional. O comércio vai impedir que outros saberes que são importantes sejam reconhecidos como tal e fará com que acabem excluídos da universidade.
Como garantir a amplitude desse conhecimento?É por isso que nos sentimos na obrigação de criar contrauniversidades, isto é, dentro da própria universidade criar mecanismos contrários à lógica mercantilista. No Brasil há algumas iniciativas interessantes, sobretudo nos departamentos de extensão. Algumas estão totalmente dominadas pelo neoliberalismo, e a extensão é uma maneira de ganhar verba para a universidade. Outras estão buscando os conhecimentos populares dos movimentos sociais, debruçando-se sobre questões de fora e trazendo-as para dentro da universidade. Nesse sentido é que propomos a criação da Universidade Popular dos Movimentos Sociais (UPMS).
Como é a atuação da UPMS?Há experiências importantes como a Universidade da Terra, no México, a Universidade Popular das Mães da Praça de Maio, na Argentina, ou as universidades interculturais dos indígenas, no Equador e Bolívia. Há muitas iniciativas às quais a UPMS também se junta como um trabalho universitário paralelo às universidades convencionais, mesmo se muitos de nós trabalharmos nessas universidades como é o meu caso. Aqui no Brasil estamos levando a discussão sobre a UPMS para dentro de universidades como as federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Integração Latino-Americana (Unila). Um dos objetivos é acabar com o divórcio entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento popular (das mulheres, dos camponeses, dos indígenas, do movimento estudantil etc.). A ideia é também criar um interconhecimento entre os movimentos e fazer com que atuem conjuntamente.
Que análise o senhor faz do ensino superior brasileiro considerando o atual desenvolvimento do país?O Brasil teve uma recente transformação da educação superior, a partir do governo do presidente Lula, com o investimento na contratação de professores e na criação de novas universidades federais e com projetos inovadores como, por exemplo, os campi instalados em regiões de fronteira. O que não se mudou, porém, foi a monocultura da universidade. A questão do acesso é um problema polêmico neste país, especialmente em relação às ações afirmativas e à polêmica que elas geram. Os conteúdos culturais das universidades são ainda muito colonialistas, não contemplam as histórias das populações vitimizadas pelo colonialismo como a dos indígenas, quilombolas. A diversidade cultural não chegou ainda à universidade como deveria chegar. Mas os caminhos estão se abrindo em defesa dessas questões.
O Processo de Bolonha foi uma revolução no sistema de educação europeu. Até que ponto ele está contribuindo para uma reformulação positiva do ensino superior na Europa?Eu sou bastante crítico a esse processo, e especialmente ao modo como ele avança. Com a vocação inicial de criar um sistema europeu unificado e garantir a circulação de estudantes e professores dentro do continente, era um projeto interessante e, inclusive, democrático e progressista. Na prática, porém, não é isto que está acontecendo. Sem nos darmos conta, o Processo de Bolonha sofreu a dominação das novas políticas do Banco Mundial e acabou influenciado pela lógica de que o conhecimento deve ser relevante para as necessidades do mercado, balizando a formação acadêmica e permitindo que as empresas exerçam um papel mais forte dentro da universidade. Acaba sendo um veículo de comercialização da própria universidade. Por outro lado, criou-se um processo de crucificação das universidades, que têm a excelência ditada por rankings, os quais utilizam critérios criados fundamentalmente no êxito mercantil. E também no uso comercial das suas patentes, dos postos de trabalho para os estudantes e da validade do conhecimento para o mercado e para o bem da empregabilidade dos seus egressos.
Então Bolonha não seria um bom exemplo a seguir na América Latina?Ocorre que, ao invés de mais solidariedade entre as universidades, criamos mais competição. Isso faz com que as universidades de periferia que normalmente precisam de mais ajuda, mesmo em países centrais como a França, em vez disso tenham menos recursos porque os fundos se concentram nas universidades de excelência. Portanto estamos de alguma maneira estratificando o sistema europeu, o que é uma perversão. Lembro um artigo de um ex-reitor da Universidade Federal da Bahia [o Naomar de Almeida Filho], o qual sugere que a nova universidade brasileira não pode ser nem Harvard nem Bolonha, e sim alguma coisa diferente. Nem Harvard, que é uma forma de elitismo, nem Bolonha, que é uma forma de estratificação das universidades e muito orientada para as necessidades do mercado, o que é absolutamente ridículo na Europa dos dias de hoje, por conta do alto nível de desemprego. Na Espanha 50% dos jovens que saem da universidade estão sem emprego devido à crise financeira. Então, qual o papel da universidade? É orientada para o emprego, mas qual emprego? Portanto, há um problema que foi muito mal orientado com a confiança num mercado europeu que não existe mais.
fonte http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=12878
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quarta-feira, 9 de maio de 2012
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