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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021
terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
Hoje é dia do sagrado Sri Ekadasi Bhaimi ou Jaya Ekadasi, 23/02/2021 A história deste jejum
A História do Bhaimi Ekadashi
Extraído do livro Ekadashi, o dia do Senhor Hari, de S.S. Krishna Balarama Swami.
Maharaja Yudisthira disse: Ó Senhor dos senhores, Sri Krishna, todas as glórias a Você! Ó mestre do universo, unicamente Você é a causa do aparecimento dos quatros tipos de entidades vivas – Aquelas que nascem de ovos, aquelas que nascem da transpiração, aquelas que nascem de sementes e aquelas que nascem de embriões, – Somente Você é a causa básica de todos, e, portanto, Você é o criador, mantenedor e o destruidor. Meu Senhor, Você explicou tão bondosamente para mim o dia auspicioso do Sat Tila Ekadashi, o qual ocorre durante o quarto minguante do mês Magha (Janeiro/Fevereiro), agora, por favor, explique sobre o Ekadashi que ocorre durante o quarto crescente deste mês. Com que nome é conhecido? Qual o processo para observá-lo? Qual é a deidade que deve ser adorada neste dia sublime? O qual é muito querido para Você.
O Senhor Sri Krishna respondeu: Ó Yudhisthira, Eu falarei com alegria para você, sobre o Ekadashi que ocorre durante o quarto crescente do mês Magha. Este Ekadashi destrói todos os tipos de reações pecaminosas, e influências demoníacas que afetam a alma espiritual. Ele também é conhecido como Jaya Ekadashi e a alma afortunada que observa o jejum nesse dia alivia-se do grande peso de existência fantasmagórica. Desta maneira, não há Ekadashi melhor do que este, pois ele concede a liberação do ciclo de nascimentos e mortes. Ele deve ser honrado muito cuidadosamente.
Assim, Eu lhe peço que Me ouça muito atentamente enquanto explico o maravilhoso episódio histórico relativo a este Ekadashi, o qual Eu já narrei anteriormente no Padma Purana, ó Pandava! Muito, muito tempo atrás nos planetas celestiais, o senhor Indra governava o seu reino mui tranquilamente e todos os semideuses, viviam ali muito felizes e contentes.
Na floresta Nandana, a qual estava belamente decorada com flores parijata, Indra bebia Ambrósia a vontade e desfrutava do serviço de cinquenta milhões de apsaras (donzelas celestiais), as quais dançavam para o seu bel prazer. Muitos gandhavas (cantores e músicos celestiais), liderados por Puspadanta, cantavam a doce voz além de comparação. Citrasena, o líder dos músicos de Indra, estava ali na companhia de sua esposa Malini, e de seu filho Malyavam. Uma apsara de nome Puspavati encantou muito Malyavam; realmente, as flechas afiadas de cupido (nota 1) perfuraram o âmago do seu coração.
O belo corpo e compleição, junto com os movimentos encantadores das sobrancelhas de Puspavati, cativaram Malyavam.
Ó rei, ouça enquanto descrevo a beleza esplêndida de Puspavati: Ela tinha braços graciosos e incomparáveis, os quais podiam abraçar um homem como um fino laço de seda; sua face assemelhava-se à lua cheia; seus olhos de lótus chegavam quase até as orelhas, as quais estavam adornadas com maravilhosos brincos; seu pescoço ornamentado era fino e assemelhava-se a um búzio. Sua cintura era muito esguia e da largura de um punho; seus quadris eram largos e suas coxas eram como troncos de bananeiras; seus aspectos naturalmente belos estavam complementados pelos magníficos ornamentos e roupas; seus seios eram arrebitados e olhar seus pés, era como contemplar lótus vermelhos recém-desabrochados. Vendo Puspavati em toda sua beleza celestial, Malyavam logo se apaixonou. Eles tinham vindo com outros músicos e dançarinos, para agradar o senhor Indra por meio do canto e da dança envolvente. Mas, devido a eles terem se enamorado um pelo outro, com o coração trespassado pelas flechas do cupido, a luxúria personificada, eles estavam completamente incapazes de cantar e dançar apropriadamente, perante o senhor e mestre dos reinos celestiais.
A pronúncia deles e o ritmo descompassado fizeram o senhor Indra compreender a causa dos erros de imediato. Ofendido pela execução musical desafinada, Indra ficou muito irado e gritou bem alto: Seus tolos inúteis! Vocês pretendem cantar para mim estando na letargia da paixão um pelo outro? Vocês me ridicularizaram! Eu amaldiçoo vocês dois a sofrerem a partir de agora como pisaca (duende do mal).
Como marido e mulher vão para as regiões terrestres e colham as reações de suas ofensas. Emudecidos por essas palavras ásperas, Malyavam e Puspavati logo ficaram tristes e caíram da bela floresta Nandana no reino celestial, para um pico dos Himalaia aqui no planeta terra. Imensuravelmente tristes e com suas inteligências celestiais vastamente diminuídas pelos efeitos da poderosa maldição de Indra, eles perderam todo senso de paladar e olfato e até mesmo o sentido do tato. Estava tão frio naquele deserto de neve e gelo nos Himalaia, que eles nem podiam desfrutar do alívio do sono. Perambulando desamparadamente de lá para cá e de cá para lá naquela altitude desagradável, Malyavam e Puspavati sofriam mais e mais a cada momento.
Embora eles estivessem abrigados em uma caverna, devido à nevasca incessante e ao frio seus dentes batiam sem parar, e seus cabelos estavam arrepiados devido ao medo e espanto.
Nesta situação totalmente desesperadora, Malyavam disse para Puspavati: Que pecados abomináveis nós cometemos para ter que sofrer nesses corpos de pisaca e neste ambiente hostil e inabitável? Isto é absolutamente infernal! Embora o inferno seja muito feroz, o sofrimento que estamos passando aqui é ainda mais severo. Portanto fica bem claro que ninguém deve cometer qualquer pecado.
E então os amantes desamparados arrastaram-se progredindo na neve e gelo. Entretanto, devido à boa-fortuna deles, aconteceu de que aquele mesmo dia era o Jaya Ekadashi, o Ekadashi do quarto crescente do mês Magha. Devido à miséria por que passavam, eles negligenciaram de beber água, matar alguma caça e até mesmo de comer as frutas e folhas disponíveis naquela altitude, eles observaram inconscientemente o Ekadashi jejuando completamente de todo tipo de alimento e bebida. Absortos na miséria Malyavam e Puspavati desmaiaram sob uma árvore pipal, conhecida como figueira dos pagodes, e nem sequer tentaram se levantar. O sol tinha se posto naquela mesma hora. A noite foi ainda mais fria do que o dia. Eles tremiam na gélida nevasca e seus dentes batiam em uníssono e quando ficaram entorpecidos, eles se abraçaram mutuamente para manterem-se aquecidos. Preso um pelo braço do outro, eles não puderam gozar do sono nem do sexo. Assim eles sofreram durante toda noite devido à poderosa maldição de Indra.
Mesmo assim, ó Yudhisthira, pelos méritos alcançados com o jejum que eles tinham observado por acaso no Bhaimi Ekadashi, e devido a que eles permaneceram despertos por toda noite, eles foram maravilhosamente abençoados.
Ouça por favor, o que aconteceu no dia seguinte; assim que amanheceu no Dvadasi, Malyavam e Puspavati tinham abandonado suas formas demoníacas e eram novamente belos seres celestiais, usando ornamentos brilhantes e roupas exóticas. Enquanto eles se olhavam mutuamente surpresos, um aeroplano celestial (vimana) chegou ao local. Um coro de habitantes celestiais cantava suas glórias, enquanto o casal subia na bela aeronave e seguiam diretamente para as regiões celestiais, saudados pelas boas vindas de todos. Rapidamente Malyavam e Puspavati chegaram a Amaravati, a capital do senhor Indra. Eles imediatamente se apresentaram a seu senhor e ofereceram a ele com alegria suas reverências.
O senhor Indra ficou atônito, ao ver que eles tinham sido restaurados a suas formas e status originais, tão logo após terem sido amaldiçoados a sofrer como demônios, muito, muito abaixo do reino celestial. Indra então perguntou a eles: Que feitos extraordinariamente meritórios vocês executaram para que pudessem abandonar seus corpos de pisara tão rapidamente após eu ter amaldiçoados vocês?
Malyavam respondeu: Ó senhor, foi pela misericórdia da Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Vasudeva, e também pela influência poderosa do Jaya Ekadashi, que fomos aliviados da nossa condição sofredora como pisaca. Esta é a verdade, ó mestre; porque nós executamos serviço devocional ao Senhor Vishnu, jejuando no Ekadashi, o dia mais querido para Ele, nós recuperamos alegremente nosso status anterior.
Indra disse: Porque vocês serviram ao Supremo Senhor Kesava, através de seguir o Ekadashi, vocês tornaram-se adoráveis até mesmo por mim e eu posso ver que agora, vocês estão completamente purificados do pecado. Quem quer que se ocupe em serviço devocional ao Senhor Sri Hari, ou ao senhor Shiva, torna-se digno de ser adorado até mesmo por mim. Quanto a isto não há dúvida. O senhor Indra então deu a Malyavam e a Puspavati, toda liberdade de desfrutarem um do outro e a movimentarem-se em seu planeta celestial.
Ó Yudhisthira, portanto deve-se observar estritamente o jejum do dia do Senhor Hari, especialmente no Bhaimi Ekadashi, o qual liberta a pessoa até mesmo do pecado de matar um brahmana duas vezes nascido. A grande alma que observa este jejum com toda fé e devoção, já deu todos os tipos de caridades; executou todos os tipos de sacrifícios e de peregrinação. Banhou-se em todos os lugares santos. Jejuar no Jaya Ekadashi qualifica a pessoa a residir em Vaikunta e gozar de felicidade sem fim por bilhões de yugas, de fato, para sempre. Ó grande rei, até mesmo aquele que ouve ou lê estas glórias do Bhaimi Ekadashi, alcança o mérito que é obtido pela execução de um sacrifício Agnistoma, durante o qual os hinos do Sama Veda são recitados.
Assim termina a narração das glórias do Magha sukla Ekadashi, Bhaimi Ekadashi, também conhecido como Jaya Ekadashi, do Bhavisya Uttara Purana.
Nota 1 – Kamadeva, a luxúria personificada, tem cinco nomes de acordo com o dicionário Amara kosa:
Nome 1 – Kandarpa ou cupido, no Bhagavad Gita (10.28) Sri Krishna diz: “Dentre as causas da procriação, Eu sou Kandarpa.” A palavra Kandaroa também significa “muito belo.” Kandarpa apareceu como um dos filhos de Krishna em Dvaraka chamado Pradyunma.
Nome 2 – Darpaka, aquele que pode prever o futuro – Este nome indica que cupido pode saber o que acontecerá e prevenir este acontecimento. Especificamente, ele tenta impedir a atividade espiritual pura, por controlar a mente de alguém o forçando a ocupar-se no gozo dos sentidos.
Nome 3 – Ananga, que não tem corpo físico. Certa vez, quando cupido perturbou a meditação do senhor Shiva, este poderoso semideus reduziu cupido a cinzas. Mesmo assim, Shiva deu ao cupido a benção de que ele poderia agir no mundo, mesmo sem um corpo físico.
Nome 4 – Kama, a luxúria personificada, no Bhagavad Gita (7.11). O Senhor Sri Krishna diz: “Eu sou a vida sexual que não é contrária aos princípios religiosos”.
Nome 5 – Panca Saralh, aquele que porta cinco tipos de flechas. As cinco flechas com as quais o cupido perfura a mente das entidades vivas são: o sabor. o tato; o som; o olfato e a visão. Estes são os cinco nomes de cupido, o qual encanta todas as entidades vivas e faz com que elas executem o que ele quer. Sem a misericórdia do Guru autêntico e de Krishna, a pessoa não pode resistir ao seu poder.
Fim
domingo, 21 de fevereiro de 2021
Democracia em perigo. Por João Maria Andarilho Utópico.
Obras de Raymundo Faoro
Sua primeira obra foi também a mais importante, Os donos do poder, lançada em 1958. Outras publicações importantes ao longo de sua trajetória foram Machado de Assis: a pirâmide e o trapézio (1974), A Assembleia Nacional Constituinte: a legitimidade recuperada (1981) e Existe um pensamento político brasileiro? (1994)|2|.
Algumas coletâneas de textos ou entrevistas foram lançadas após a sua morte: A república inacabada (org. Fábio Konder Comparato), 2007; A democracia traída (org. Mauricio Dias), 2008; A república em transição (org. Joaquim Falcão & Paulo Augusto Franco), 2018.
Frases
“Aqui a história, pelo menos a história da democracia, ainda não começou.”
“Sobre a sociedade, acima das classes, o aparelhamento político — uma camada social, comunitária embora nem sempre articulada, amorfa muitas vezes — impera, rege e governa, em nome próprio, num círculo impermeável de comando.”
“Deitou-se remendo de pano novo em vestido velho, vinho novo em odres velhos, sem que o vestido se rompesse nem o odre rebentasse.”
“Sempre achei que o trabalhador devia ter um partido, uma representação. Era necessário à democracia.”
Notas
|1| Academia Brasileira de Letras. Raymundo Faoro: Biografia.
|2| Intérpretes do Brasil. Raymundo Faoro. Para acessar, clique aqui.
|3| COMPARATO, Fábio Konder. Raymundo Faoro historiador. São Paulo: Estudos Avançados, vol.17 n. 48, 2003.
Crédito da imagem
[1] Biblioteca Azul (Reprodução)
sábado, 20 de fevereiro de 2021
Oratória: dez dicas para dar um show na sua próxima apresentação
Toda apresentação deve ter início, meio e fim
Erik Penna (*)
Já encontrei muitas pessoas apavoradas por terem que se apresentar em público ou até mesmo numa pequena reunião de empresa. Algumas pesquisas apontam que o medo de falar em público é tão significativo que chega até a superar o medo da morte.
Insegurança, calafrio, dor de cabeça e desespero, tudo por causa da apresentação na faculdade ou na reunião da empresa. Seguindo as dicas abaixo, você fará bonito e surpreenderá positivamente seus expectadores:
1) Domine o assunto. Conhecer profundamente o tema que será apresentado é fundamental para o sucesso. Isso trará a confiança necessária para você discursar. Lembre-se: inicie a fala pelo que é mais fácil para você. Isso serve como um aquecimento e será vital para você se acalmar, ganhar confiança e, em seguida, deslanchar, sem se lembrar do calafrio inicial.
2) Fale com naturalidade. Não caia na tentação de querer imitar alguém. Cada pessoa tem seu estilo e você deve enaltecer o seu. O ideal é falar em público com a mesma naturalidade com que se conversa entre os amigos e familiares.
3) Varie o tom de voz. Ora mais baixo, ora mais alto, mais rápido ou pausadamente, assim, as pessoas não se cansarão e permanecerão prestando atenção na sua fala e no conteúdo. E, sobretudo, fale com emoção e paixão. Assim, você contagiará os expectadores com sua vibração.
4) Não fique parado atrás do púlpito ou no mesmo local o tempo todo. Movimente-se pelo local e aproxime-se das pessoas mais interessadas, para que elas se sintam enaltecidas, e também das pessoas desinteressadas ou sonolentas, pois assim as manterá atentas.
5) Faça perguntas durante a apresentação. Mesmo que você mesmo as responda. Questionamentos geram maior atenção e interação dos participantes.
6) Use recursos audiovisuais. A tecnologia pode lhe propiciar uma didática moderna, mas não abuse, pois as pessoas estão ali para assistir você e não para ver vídeos longos e cansativos. E não caia na armadilha de escrever todo o conteúdo nos slides, pois a apresentação vai virar uma leitura cansativa e pode passar a impressão que você não conhece o assunto.
7) Preste atenção na linguagem não-verbal. O sucesso da comunicação interpessoal não está somente naquilo que você diz, mas em como diz. Segundo a teoria 7-38-55, de Albert Mehrabian, professor emérito de psicologia da Universidade da Califórnia (UCLA), somente 7% do impacto da mensagem decorre de seu conteúdo, 38% da comunicação verbal (intensidade e velocidade da voz) e 55% da linguagem não verbal (gestos, postura, contato visual). Portanto, durante a apresentação, evite permanecer com a mão no bolso ou encostado em alguma coisa, pois isso pode transmitir insegurança ou indiferença. Também evite ficar segurando algum papel ou objeto, pois, se estiver nervoso, sua mão estará trêmula e o objeto irá balançar, expondo, assim, sua ansiedade.
8) Domine o espaço físico. Se puder, vá ao local onde se apresentará, com antecedência, e treine por alguns minutos. E, durante a apresentação, procure olhar para as pessoas. Não precisa ficar encarando ninguém, pois os deixará encabulados, mas também não fique olhando para o chão. Olhe na linha dos olhos das pessoas e lembre-se de passar os olhos por toda sala para que todos se sintam prestigiados e percebam que estão sendo vistos e notados.
9) Encerre com chave de ouro. Toda apresentação deve ter início, meio e fim. O encerramento deve ser a parte mais impactante, conquistando, assim, a aprovação desejada e deixando um gostinho de quero mais.
10) Praticar, persistir e treinar continuamente. E, por último, esses procedimentos são o grande segredo. Lembre-se que o ser humano aprende por repetição e que excelência é conquistada com muito treinamento.
(*) Erik Penna é especialista em vendas, consultor, palestrante e autor dos livros “A Divertida Arte de Vender” e “Motivação Nota 10”. Site: www.erikpenna.com.br. Este artigo foi publicado originalmente em 23-10-2014.
O verdadeiro sentido de ser mestre
Profissão mestre, por que não?
Marcos Pereira dos Santos (*)
Etimologicamente, a palavra “mestre”, segundo Closs (1977), deriva do latim magister, que significa professor, ou seja, aquele que professa algo, que se dedica à arte de ensinar.
Todavia, nos dias atuais, esse vocábulo tem apresentado outros inúmeros sentidos, tais como: alguém que concluiu um curso de mestrado em alguma área do saber e/ou que exerce a profissão de: mestre-escola, mestre de obras, mestre-cuca, mestre-sala, mestre de cerimônias etc.
Em termos educacionais, ser mestre não se restringe apenas a possuir um título/grau acadêmico de mestrado concedido por uma instituição de Educação Superior (VELLOSO e VELHO, 2001). Ser mestre não é apenas lecionar, transmitir aos alunos determinados conteúdos curriculares programáticos. É também saber caminhar com os educandos passo a passo, desvelando aos mesmos os segredos e percalços da caminhada da escola da vida e da vida na escola.
Ser mestre é ser ‘perito’ em determinado campo do conhecimento, instrutor, orientador, guia, conselheiro, mediador, pacificador, amigo e companheiro. É sonhar o sonho dos aprendizes e ser exemplo de dedicação, respeito, doação, ética, moral, humildade, paciência, justiça, amor ao próximo, dignidade etc. É ser um pouco de profeta, poeta, pai, mãe, irmão, terapeuta, psicólogo entre tantas outras coisas (...).
Ser mestre é ser muito mais do que apenas bacharel, licenciado, professor, docente ou educador. Ser mestre é saber compartilhar experiências e saberes, alegrar-se com as conquistas dos alunos e apoiá-los em seus momentos difíceis. É ser ensinante-e-aprendente, isto é, dodiscente (PIENTA et al, 2005). Mas, é também ser apóstolo, discípulo, missionário; e usar de autoridade quando necessário, sem autoritarismo.
Nesse contexto, o mestre que caminha à sombra do templo rodeado de discípulos não dá somente de sua sabedoria (conhecimento teórico e prático), mas também de sua fé e ternura. Se ele for verdadeiramente sábio, não os convidará a entrar na mansão de seu saber; mas, antes, os conduzirá ao limiar de suas próprias mentes. Sendo assim, pode-se dizer que mestre não é aquele que simplesmente apresenta um caminho novo, mas aquele que mostra como algo novo o jeito de caminhar.
Dizemos isso, porque há mestres de todo tipo: uns que nos falam e nós não ouvimos; alguns que nos tocam e não sentimos; outros que nos “ferem” e nem cicatrizes deixam. Mas, há também aqueles que marcam profundamente, com palavras e ações, a vida de seus alunos. Ser mestre é coisa séria! Uns são apenas homens; outros, professores; poucos são verdadeiramente mestres. Aos primeiros, escuta-se; aos segundos, respeita-se; aos últimos, segue-se.
De uma forma ou de outra, é necessário agradecer a todos: aos que se limitam a ser apenas professores ou somente mestres, nosso respeito; àqueles que simplesmente passam pela vida de seus alunos, nossa compreensão; e àqueles que são mestres por excelência, que dedicam parte de seu precioso tempo e contribuem com sua experiência de vida pessoal, acadêmica e profissional para a formação de cidadãos críticos, reflexivos, criativos, conscientes, responsáveis e comprometidos com a construção de uma sociedade cada vez mais justa, fraterna, equânime e democrática; nosso afeto.
Que possamos, pois, assumir com amor e afinco o grande desafio que constitui o ato de educar, de tudo contribuir no sentido da humanização da Ciência e de fazer dos educandos o centro de nossa missão como mestres, respeitando-os como seres únicos e ajudando-os a caminhar de modo independente pelas estradas da vida.
Face ao exposto, vê-se quão difícil e gratificante é a tarefa de ser mestre. É uma profissão de extrema importância. Ser mestre é fazer parte da história de ontem, de hoje e do amanhã. Enfim, ser mestre é ser um pouco de tudo isso e muito além disso (...). “É ser o início, o meio e nunca o fim” (SANTOS, 2012, p.92). Eis, portanto, o verdadeiro sentido de ser mestre.
A todos os mestres, educadores, docentes e professores do Brasil e do mundo, nossa solene e sincera homenagem. Que todos os profissionais da educação possam ser devidamente respeitados e valorizados, tanto pelas autoridades governamentais quanto pela própria sociedade em geral. Que o DIA DO PROFESSOR não fique restrito apenas à data de 15 de outubro. Trata-se apenas de um dia ‘comemorativo’ previsto em calendário escolar, e nada mais. Pensemos nisso!
Referências
CLOSS, D. Os graus de mestre e doutor nas instituições de ensino norte-americanas. Brasília: Editora da UnB, 1977.
PIENTA, A. C. G. et al. Educação, formação profissional docente e os paradigmas da ciência. In: Revista Olhar de Professor. Ponta Grossa: Editora da UEPG, v.8, n.2, p.93-106, jul./dez., 2005.
SANTOS, M. P. Operação docente. In: VÁRIOS AUTORES. Antologia de poesias, contos e crônicas. São Paulo: All Print Editora, p.91-92, 2012.
VELLOSO, J.; VELHO, L. Mestrandos e doutorandos no país: trajetórias de formação. Brasília: Fundação CAPES/Editora da UnB, 2001.
(*) Marcos Pereira dos Santos é doutorando e mestre em Educação, especialista em Educação Matemática, especialista em Gestão Escolar e licenciado em Matemática pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Licenciado em Pedagogia pelo Centro Universitário Campos de Andrade (UNIANDRADE). Escritor, poeta, cronista, articulista e pesquisador da área educacional (Formação de Professores, Tecnologias Educacionais e Educação Matemática). Professor adjunto da Faculdade Sagrada Família (FASF), junto a cursos de graduação (bacharelado/licenciatura) e pós-graduação lato sensu, em Ponta Grossa – Paraná. Endereço eletrônico: mestrepedago@yahoo.com.br
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
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