Pedagogia Magistério Educação Psicopedagogia Psicomotricidade, Religião, Vaishinavismo Iskcon (vulgo hinduísmo) Envie sua sugestão, crítica, dúvidas, perguntas para meu e-mail:joaomariaandarilhoutopico@gmail.com ou joaocarlosmaria@yahoo.com.br
sábado, 17 de maio de 2008
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: SOBRE APRENDER E ENSINAR CONCEITOS
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS:
SOBRE APRENDER E ENSINAR CONCEITOS
Zélia Granja Porto – UFPE
Rosângela Tenório de Carvalho - UFPE
Introdução
10.720... Esta foi a resposta dada por um aluno da 8a série de uma escola do Recife ao
resolver o problema da quantidade de peças produzidas por uma máquina em 4,5 dias, a
670 peças por dia de 8 horas. O estudante respondeu: "670x4 (referindo-se aos 4 dias) dá
2.680; vezes 4 (referindo-se às 4 horas correspondentes à metade de um dia de 8 horas) dá
10.720". (O procedimento correto seria: 670x4,5). (Ceci, S., Schliemann, A., Porto, Z,
Bown, M., Nunes, S. E Porres, V., 1993).
Apesar de ter sua resposta contestada, o estudante confirma o resultado justificando" que o
trabalho está bastante adiantado" O estudante resolveu o problema por multiplicações
sucessivas. Embora não seguindo o procedimento escolar, a resposta do problema seria
aceitável, caso a representação numérica decimal fosse adequada. O estudante registra
horas inteiras como se fossem décimos de dias. Falta-lhe a compreensão de que as
operações matemáticas dos problemas têm como referência uma única unidade de medida -
"dias".
O desempenho algumas vezes desconcertante dos estudantes na resolução de problemas
matemáticos remete-nos a questões que vão além da complexidade inerente ao sistema de
representação dos números. Por exemplo, a dificuldade de compreender problemas
matemáticos reflete também práticas escolares que priorizam a manipulação de símbolos
desvinculados das quantidades que representam, através da memorização de regras e
algorítmos que limitam o acesso dos estudantes ao significado dos símbolos e a sua relação
com as situações nas quais são usados. Tais práticas assumem uma dicotomia entre
conhecer e fazer, e o conhecimento independente das situações nas quais é construído e
usado.
Sabemos que quando se aprende de uma forma puramente memorística o que se pode ser
capaz de fazer é representar ou utilizar mecanicamente o que se está fazendo ou dizendo. A
aprendizagem significativa de um conteúdo qualquer implica inevitavelmente em sua
memorização compreensiva ou armazenamento numa rede ampla de significados.
Partimos da concepção de que compreender é construir significados. Em contraste com a
definição clássica de significado como produto puramente cognitivo, decorrente de relações
abstratas que os indivíduos constroem entre os símbolos e seus referentes, concebemos que
os significados são gerados a partir das relações entre mente, ambiente sócio cultural e
atividade.
Desta forma, os significados não estão nas relações entre sujeito e objeto, mas são
mediados por argumentações e representações matemáticas e pelas interações sociais.
2
Mediante tais considerações alguns princípios centrais à teoria da atividade orientada para
objetivos (Vygotsky, 1988; Leontiev, 1972; Saxe, 1991) deveriam ser retomados uma vez
que dão suporte à visão de compreensão matemática que ora discutimos. Tais princípios
são: (1) o conhecimento é algo produzido e apropriado através da participação dos
indivíduos em práticas sociais e culturais; (2) os conhecimentos se desenvolvem a partir de
um conjunto de conceitos interdependentes; e (3) compreender é construir significados
através de ações mediadas por interações sociais e pelos materiais e artefatos culturais
(Porto, 1995).
O conhecimento se dá através da ação/reflexão que os indivíduos exercem sobre a natureza
e ambiente sócio-cultural. Nesta visão, a mente, o ambiente sócio-cultural e material
relacionam-se reciprocamente. Desta forma, o conhecimento não pode ser visto como uma
atividade isolada de seus contextos de emergência.
Considerando a interdependência dos conceitos, compreendemos que o conhecimento
matemático é organizado em dois campos conceituais definidos como um conjunto de
conhecimentos que abrangem tipos de conceitos diferentes mas que interagem entre si. No
campo das estruturas aditivas estariam as noções aritméticas de adição e subtração e no
campo das estruturas multiplicativas estariam os números racionais, razão, proporção,
espaço vetorial, etc. (Vergnaud, 1983).
Ainda, segundo o autor, o processo de desenvolvimento desses campos conceituais se dá
através das interrelações entre as situações problema, conceitos, procedimentos,
representações simbólicas e operações de pensamento.
A compreensão do princípio Vygotskiano de que todas as funções psicológicas superiores
têm sua origem nas relações sociais e interacionais exige entender o desenvolvimento e sua
vinculação com a aprendizagem e consequentemente o conceito de Zona de
Desenvolvimento Proximal. Este, entendido como a diferença entre o nível de
desenvolvimento de funções já estabelecidas e o de funções em emergência. Este espaço
parece-nos de particular importância na medida em que abre novas possibilidades para que
o professor ensine e o aluno aprenda e construa conhecimentos. É um espaço de atuação
pedagógica por excelência.
O que vai tornando-se claro para nós é que o uso de materiais concretos não garante a
eficácia da resolução de problemas e a aprendizagem de conceitos. É necessário haver uma
intencionalidade didática para o desenvolvimento de um determinado conceito (Ausubel,
1983; Meira, 1991; Tompson, 1992 e Porto, 1995). Tais considerações sugerem que a
natureza das interações que os sujeitos constroem numa determinada situação é
fundamental para a aprendizagem compreensiva.
Outros fatores agem como mediadores entre o ensino e os resultados da aprendizagem: o
conhecimento prévio, a percepção que o aluno tem da escola, do professor e das atuações;
as suas expectativas perante o ensino; as suas motivações, crenças e atitudes; as estratégias
que é capaz de utilizar, entre outros, mas, sobretudo, o sentido que atribui à própria
atividade de aprendizagem
3
Considerando a escola enquanto espaço de ensino e aprendizagem e desenvolvimento
cultural dos conhecimentos socialmente construídos e culturalmente transmitidos,
acreditamos que a mesma tenha um papel fundamental na sistematização dos
conhecimentos matemáticos, com compreensão. Portanto, cabe ao professor propor
situações didáticas que tornem os conhecimentos efetivamente assimiláveis e efetivamente
transmissíveis, permitindo aos alunos o uso competente dos conceitos matemáticos
aprendidos na escola.
Instrução escolar e aprendizagem do conceito de Números Decimais na EJA
Reflexões sobre o ensino na Educação de Jovens e Adultos- EJA em situações de
capacitação, seminários, eventos científicos diversos, têm confirmado a importância do
ensino da Matemática na EJA ao tempo em que indicam preocupação com o descompasso
entre esse reconhecimento e os investimentos em estudos que contribuam para qualificação
do ensino nesta área. Segundo Jóia (1987), a pesquisa sobre a alfabetização matemática na
EJA desenvolvida pelo CEDI (Centro Ecumênico de Documentação e Informação) em
1990, identificou poucas teses de mestrado na área e alguns poucos estudos isolados. Cita
como referência desses estudos as pesquisas desenvolvidas pela área de psicologia
cognitiva da UFPE, a partir de 1982.
Essas últimas, trazem ao debate social, acadêmico e educacional a importância dos
conhecimentos matemáticos construídos no mundo do trabalho por crianças, jovens e
adultos trabalhadores. Revelam não só performances interessantes de trabalhadores
(Schliemann, 1988) no enfrentamento de situações que envolvem o conhecimento
matemático, mas, particularmente os limites desses conhecimentos para lidar com os
algoritmos construídos cientificamente. Na verdade, tais estudos - pesquisas são de grande
valia porque respondem às questões colocadas a respeito da aprendizagem da matemática
no cotidiano de suas culturas como também problematizam o ensino da matemática nas
escolas.
Na última década no contexto da América Latina, estudos sobre o domínio dos
conhecimentos matemáticos na EJA têm priorizado a análise dos aspectos culturais do
conhecimento dessa área e em particular as situações de ensino- aprendizagens no cotidiano
da sala de aula. Dentre esses estudos podemos destacar: Um Novo Enfoque para o Saber
Matemático do Professor (Bertoni); Conhecimento Matemático da Prática e o Escolar da
Perspectiva da sala de aula (Carvalho); Os Saberes Prévios de Jovens e Adultos (Mariño);
Um Currículo de Matemática para Educação Básica de Jovens e Adultos (Ávila); Algumas
Proposições sobre a Didática para o Ensino das Matemáticas de Jovens e Adultos
(Cornejo). De fato tais estudos, em sua maioria, buscam uma aproximação com o que se
passa no interior da sala de aula.
Em consonância com a perspectiva de prover a EJA de uma ação pedagógica fundada na
pesquisa, voltada para a análise de modalidades de ensino articulada a aquisição de
conceitos matemáticos, (Brousseau, 1984) a pesquisa que embasou o presente trabalho
elegeu como temática de investigação as formas de conhecer e representar, reveladas pelos
alunos/as, respeito dos números decimais, associadas às formas de ensinar de um
professor da EJA.
4
Considera-se que o conhecimento matemático dos números decimais é extremamente
poderoso e útil na medida em que amplia as capacidades construídas pelos indivíduos, no
mundo do trabalho, quando lidam com situações de contagem, medição e cálculo, nas quais
os números inteiros são insuficientes.
Devido à complexidade desse domínio matemático, sua instrução vem sendo iniciada na 3a
série, prosseguindo na 4a e 5a séries do ensino fundamental. As dificuldades que muitos/as
alunos/as enfrentam no seu aprendizado têm despertado o interesse de pesquisadores que
centram as investigações em questões relativas à computação, ordenação e problemas com
números decimais (Bell, Fischer & Greer, 1984; Bell, Swan & Taylor, 1981; Hiebert &
Wearne, 1985, 1988; Thompson, 1992; Sackur-Grisvard & Leonard, 1985; Resnick et al.,
1988).
Esses estudos têm chegado às mesmas conclusões: falta aos alunos/as a compreensão do
conceito de número decimal em virtude de a instrução escolar enfatizar a memorização de
regras que os/as mesmos/as aplicam inapropriadamente.
Em estudo desenvolvido por Porto (1995) foram criadas tarefas que exploraram em
detalhes a competência de estudantes de 5a série na resolução de problemas de comparação
e conversão de números decimais, durante atividades regulares na escola e entrevistas
clínicas.
Os resultados desse trabalho demonstraram que coordenar os dois sistemas
representacionais, numérico e de medidas, exige relações matemáticas em função da
natureza das diferentes magnitudes existentes. Então, a compreensão adequada para o
domínio dos decimais no campo das medidas requer:
1. reconhecer uma relação entre 1 e 1/10, como uma característica do sistema de
numeração decimal;
2. reconhecer uma relação entre, e.g., 1 hora e 60 minutos, como uma característica do
sistema de medida;
3. reconhecer uma relação entre, e.g., 1 hora e 1/10 hora como uma característica de
coordenação entre o sistema numérica e de medida.
As análises das entrevistas e das observações de sala de aula investigadas por Porto
demonstraram que:
· o discurso matemático desenvolvido na sala de aula foi restrito a situações de
computação e manipulação simbólica dos números decimais, em detrimento de
situações que incorporassem os diferentes sistemas de medição;
· os problemas que envolviam medidas temporais foram predominantemente resolvidos a
partir da interpretação dos decimais como se fossem inteiros;
5
· os estudantes argumentavam suas respostas revelando compreensão de que a unidade
permanece a mesma quando um determinado "todo" é partido. Desta forma havia
compreensão da relação entre as partes inteira e decimal do número decimal, situando-o
no campo dos quocientes;
· os problemas que envolviam medidas métricas foram resolvidos com sucesso pela
aplicação da regra de manipulação da vírgula com apoio de escalas mnemônicas,
ensinadas em sala de aula;
· os problemas que envolviam medidas volumétricas com a presença de objetos físicos
foram resolvidos predominantemente a partir de pistas fornecidas pelo experimentador,
revelando dificuldades de trabalhar este conteúdo através dos materiais concretos
apresentados;
As análises desenvolvidas nesse estudo sugerem alternativas para a Educação Matemática,
nos diversos níveis e modalidades de ensino, particularmente ao ensino dos decimais que
deverá centrar-se em situações que envolvam os diversos sistemas de medidas.
Os dados de Porto (1995) salientam a necessidade de investigar mais detalhadamente as
concepções e dificuldades das crianças, dos jovens e adultos acerca dos números decimais,
particularmente ao lidar com inteiros e fracionários em situações de conversão de medidas.
A partir das considerações apresentados acima, algumas reflexões e indagações são
levantadas:
· estariam os estudantes tratando os decimais como se fossem inteiros?
· que concepções geradas a partir dos números inteiros estariam subjacentes à utilização
dos números decimais?
· como as situações de ensino estariam (des) favorecendo a apropriação desse domínío
matemático em jovens e adultos/as?
· que influência teria os conhecimentos matemáticos prévios de alunos/as jovens e
adultos/as na situação de aprendizagem de números decimais?
O estudo - Microanálise Interpretativa
O estudo pesquisa que subsidia o presente trabalho envolveu 06 duplas de alunos/as de uma
turma de Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental (4a e 5a séries) na idade
ente 18 a 50 anos de um Centro de Estudos Supletivo do sistema público de ensino da
cidade do Recife.
Do ponto de vista procedimental foram realizadas: (1) observações de sala de aula (10
horas) abrangendo situações de ensino das propriedades e operações fundamentais dos
números decimais tentando apreender os mecanismos de mediação na transposição didática
6
deste saber matemático para situações de ensino; (2) sessões de resolução de situações -
problema de comparação e conversão de medidas métricas e temporais e de computação de
cálculos com números sem referentes explícitos; e (3) estudo piloto das tarefas para
adequação à metodologia proposta.
A pesquisa em tela se propôs a desenvolver um processo de microanálise e interpretação
tendo como unidade básica de análise a atividade envolvendo a descrição detalhada das
ações de interação aluno-aluno e professor-alunos, na atividade.
Neste sentido a análise dos dados foi realizada de forma detalhada e interpretativa visando
explicar as estratégias específicas que emergiriam na atividade dos estudantes em contextos
distintos: sala de aula e sessões de resolução de problemas.
A descrição e interpretação das ações dos estudantes e professor na atividade de sala de
aula foi recortada em episódios que contêm seqüências de eventos na forma de ações, que
permitiram identificar a emergência do discurso característico da sala de aula.
Essa microanálise tem como suporte o modelo analítico desenvolvido por Saxe (1991), a
partir da perspectiva teórica de atividade orientada para objetivos (Leontiev, 1972), que
enfatiza as interrelações entre práticas culturais e processos de desenvolvimento cognitivo.
Segundo Saxe, objetivos são um fenômeno emergente quando da participação do sujeito em
práticas culturais. Quatro parâmteros estariam relacionados ao surgimento de objetivos:
1. a estrutura da atividade;
2. as interações sociais, nas quais objetivos se modificam e assumem determinandas
formas (através de negociação entre os participantes do processo);
3. símbolos específicos e artefatos culturais;
4. conhecimentos anteriores que os indivíduos trazem para práticas específicas.
Várias razões nos levaram a optar por este modelo de análise:
Os parâmetros descritos por Saxe são consistentes com os objetivos desta pesquisa,
permitirão analisar a emergência e transformação de significados para os números
decimais, em situação de sala de aula.
A sala de aula constitui uma prática cultural e como tal é uma atividade estruturada que
envolve a emergência de convenções, artefatos culturais e materiais simbólicos.
Como atividade estruturada, a sala de aula envolve "participantes" - professor, e alunos. Os
estudantes e o professor são agentes da atividade, e entre estes ocorrem interações que
podem modificar os objetivos que emergem na atividade;
Os conhecimentos são interdependentes. Assim, ao participar em atividades práticas, os
7
conhecimentos e experiências anteriores emergem, influenciando as ações dos sujeitos em
suas atividades.
Em síntese, foram analisados como os objetivos que emergem na atividade contribuem para
a constituição do significado de conceitos matemáticos numa situação regular de sala de
aula.
Os discursos de sala de aula - enunciados e sileciamentos:
..."Olha a virgula!
Conta três zeros e bota a virgula! " ...
Os desafios para os professores promoverem aprendizagens significativas são enormes. De
fato, romper com o modelo tradicional de ensino "memorístico" requer um alto grau de
competência pedagógica. Impõe, sobretudo, compreender que o "desenvolvimento de
significados e da compreensão vem através da negociação, e esse processo é
eminentemente social" (Schoenfeld, 1991).
Esse entendimento indica que os significados matemáticos são construídos nas relações
reais entre os indivíduos a partir de sua participação em práticas sociais e culturais
(Leontiev,1988). Meira (1991) argumenta que a compreensão matemática resulta do
engajamento dos indivíduos em práticas específicas e é um processo que envolve a
negociação de significados em contextos de atividade. Os significados matemáticos,
portanto, não são uma réplica "mental" do que é aprendido ou apreendido dos objetos que
estão no mundo.
Nessa perspectiva, três dimensões merecem ser consideradas para a análise da
complexidade do ato pedagógico no ensino de conceitos matemáticos, em particular, de
números decimais:
1. a primeira, um saber matemático específico e socialmente construído: os sistemas de
representação numérico e de medição organizados a partir de princípios e normas
matemáticas determinadas e transmitidas culturalmente. Enquanto sistemas numéricos
se organizam a partir de agrupamentos diferenciados: unidades, dezenas, centenas,
unidades de milhar, para os inteiros e décimos, centésimos, milésimos para os decimais.
Os sistemas de medição têm sua organização a partir de unidades de medida: metro,
litro, quilo, hora, ano, e suas respectivas sub-unidades. Assim, o conceito de unidade,
fundamental para a compreensão de decimais, assume natureza diversa: numérica e de
medição;
2. a segunda dimensão, estreitamente vinculada a anterior, identifica como o professor faz
a transposição desse conhecimento para situações didáticas na sala de aula. Ou seja,
como o professor reorganiza ou reestrutura os saberes a partir das necessidades de
aprendizagens características dos indivíduos e como os vincula ao seu cotidiano;
3. a terceira dimensão abrange a compreensão que os alunos desenvolvem em situações
8
didáticas específicas. Em partircular, as pessoas jovens e adultas têm experiências
acumuladas ao longo de sua existência e, portanto, pensam, têm motivações,
competências, saberes e atitudes particulares.
Os episódios a seguir, parte do corpus da pesquisa citada anteriormente, revelam um
distanciamento de uma prática pedagógica voltada para a aprendizagem significativa de
conceitos matemáticos. O contrato didático que o professor estabelece contempla apenas
uma das partes, o professor, como aquele que detém o conhecimento e por assim ser
entendido, desconsidera situações de interação, e principalmente as interações entre os
alunos, as representações que estes trazem para a situação. Desta forma, reduz o
conhecimento a apenas uma das possíveis representações deste conceito. Os alunos
enquanto sujeitos da ação não se engajam na atividade.
O episódio 1, transcrito a seguir, ilustra como o discurso do professor reflete a importância
dada a esse conceito. Fica, entretanto, restrito à sintaxe do conceito.
Episódio 1
Protocolo Comentários
Prof. Agora vamos partir da fração decimal
para transformar em números decimais;
2/10 = 0,2
Por que?
Porque ando uma casa para a esquerda,
coloco a vírgula e leio igual a fração
decimal.
... agora vou transformar 25/1000 em
número decimal... Olha a vírgula! Conta
três zeros e bota a vírgula.
Prof.: Agora... 395/100. A vírgula vai para
onde, para se transformar em número
decimal?
Aluno: Dois, por causa da quantidade de
zeros.
Prof.: Isso! Por causa dos zeros.
Se eu andasse com a vírgula para a direita,
vai ficar o que?
Agora, três virgula cinquenta e seis sobre
dez. Se só tenho um zero dou uma entrada
para a esquerda: três vírgula cinquenta e
seis.
Prof. Agora 95,03/1000.
E agora como fica? Quantos zeros?
Aluna: E essa vírgula?....
Prof:...... (silêncio)
Prof: Três casas para a esquerda.
O professor registra no quadro 2/10=0,2
O professor registra no quadro
2/51000=0,025
O professor não interage com a aluna e
volta-se para toda a classe.
9
Esse diálogo confirma a convicção do professor sobre a relevância da vírgula como
marcador de quantidade para a aprendizagem de número decimais. O modelo teórico
utilizado por esse professor pauta-se na memorização de regras e procedimentos, e na
concepção de ensino de número decimal reduzida a informações e exercitação de técnicas.
Esse modelo preenche o espaço que deveria ser reservado ao aluno para: resolução de
problemas, interpretação de situações, busca de estratégias coletivas de solução, discussão
de pontos de vistas e diferentes formas de solução.
Conforme foi citado anteriormente neste trabalho a compreensão adequada dos números
decimais requer a coordenação de dois sistemas representacionais: o numeríco e o de
medidas. Segundo Carraher (1993), a dimensão numérica é importante, mas não se pode
perder de vista a dimensão das quantidades, sobretudo quando se trata da compreensão dos
racionais. A coordenação desses sistemas gera complexas relações matemáticas em virtude
das diferentes bases de partição das unidades de medidas dos sistemas de medição, quer
duodecimal, sexagesimal ou decimal.
Episódio 2
Protocolo Comentários
Prof. : Depois que vocês já sabem mais ou
menos o que é um número decimal vamos
saber o que é operações com números
decimais. Os repetentes já sabem como
fazer: basta colocar vírgula abaixo de
vírgula. Como vou arrumar? 0,3+0,005+3,2
Vírgula sempre abaixo de vírgula.
...Agora outro exemplo.
À medida em que verbaliza o professor
registra, no quadro, as parcelas segundo o
algorítmo.
O professor dá outros exemplos para os
alunos efetuarem as operações. Sai da sala e
volta um tempo depois para fazer a correção
no quadro sem, no entanto, considerar as
formas de representações dos alunos.
O episódio 2, pode ser analisado sob dois aspectos: conceitual e didático. No que tange ao
aspecto conceitual, observa-se no discurso do professor, enunciados que reafirmam seu
entendimento de que a regra de manipulação da vírgula se constitui como uma habilidade
suficiente para compreensão do conceito de número decimal. É possível que seu discurso
esteja ancorado na crença de que essa habilidade de manipular virgulas tem funcionado.
Todavia, os resultados de algumas pesquisas demostraram que esta regra funciona apenas
para a aprendizagem de sistemas de medição, com base 10. Desta forma, a aprendizagem
de números decimais não deveria ficar restrita a uma relação numérica decimal (1:10) pois
isto poderá constituir um obstáculo à aprendizagem desse conceito.
10
No que se refere ao segundo aspecto, a análise do contrato didático estabelecido por esse
professor, de forma implícita, pressupõe que o papel do professor é transmitir informações
e que o aluno pode “ se virar” sozinho frente ao conhecimento.
Esta concepção se confirma pela postura ausente do professor como mediador das
interações na sala de aula deixando de lado a possibilidade de reflexão acerca dos
obstáculos epistemológicos ocorridos na situação.
Considerações finais
O caminho que a escola tem encontrado para ensinar conceitos matemáticos vem sendo a
manipulação de símbolos desvinculados dos seus referentes. Pesquisas têm mostrado que
este caminho tem levado muitos alunos ao insucesso escolar. Então, estabelecer vínculos
abstratos entre os símbolos e as quantidades que representam, seria um dos objetivos do
ensino de conceitos matemáticos.
Em contraste com esta visão a nossa análise, propôs que a compreensão é socialmente
construída e mediada por representações diversas e interações sociais, e os significados
existem nas relações entre a mente, o ambiente e a atividade.
Considerar estes aspectos no ensino e na aprendizagem de conceitos matemáticos e nos
programas de formação de professores são questões fundamentais.
Bibliografia
Bell, A. , Fischbein, E., & Greer, B. (1984). Choice of operation in verbal arithmetic
problems:effects of number size. Problem structure and context.Educational Studies
in mathematics, 15,125-148.
Bell, A , Swan, M., & Taylor, G (1981). Choice of operation in verbal problems with
decimal numbers , 12, 399-420.
Behr, M.J., Lesh, R., Post, T., & Silver, E. (1983). Rational number concepts. In R. Lesh &
Landau (Eds.) New York, Academic Press, 91-126.
Carraher, T.N., Carraher, D.W., & Schliemann, A.D. (1988). Na vida dez, na escola zero -
São Paulo: Cortez
Carraher, D. (1992). Lines of thought: Rational Number concepts trough operations on
ratios of quantities, não publicado, Departamento de Psicologia, UFPE, Recife, PE.
Carvalho, Rosângela Tenório (1990) Política de alfabetização da Secretaria de Educação de
Pernambuco. Em Por que alfabetismo? Ler a vida e escrever a história. SEC, Recife.
Duarte, N. O ensino da matemática na educação de adultos. São Paulo: Cortez: Autores
Associados, 1986.
Greer, B. (1990). Learing to apply multiplication and division of decimals in solving
problemsPaper presented in a symposium on "Improvement of mathematical problem
solving in primary school children" in International Congress of appliied Psychology:
Kyoto, Japan
Janvier, C. (1987). Translation processes in mathematics education. In C. Janvier (Ed.)
Problems of representation in the teaching and learing of mathematics. Lawrence11
Erlbaum:Hillsdale,NJ
Kaput, J. (1987a). Representation systems and mathematics. In C. Janvier (Ed.), Problems
of representation in the teaching and learing of mathematics. Hillsdale: Lawrence
Erlbaum Associates.
Kaput, J. (1987b). Toward a theory of symbol use in mathematics. In C. Janvier (Ed.),
Problems of representation in the teaching and learing of mathematics. Hillsdale:
Lawrence Erlbaum Associates.
Kieren, T. E. (1976). On mathematical, cgnitive and instructional foundations of rational
numbers, in Lesh (Eds.), Number and Measurement, Columbs, OH, ERIC/SMEAC,
101-144.
Lave, J. (1988). Conition in Pratice: Mind, mathematics and culture in everyday life.
Cambridge University Press.Lave, J. (1992). Word problems: a microcosm of
theories of learing. Iin Paul Light & G. Butterworth (Eds.) Context and cognition.
Hertfordshire: Harvester Wheatsheaf..
Leontiev, A. N. ( 1959-1972). O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Horizonte
Universitário.
Leontiev, (1988). Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da Psique infantil. In
Vygotsky, L.S., Lúria, A. R. & Leontiev, A. N. Linguagem, Desenvolvimento e
Aprendizagem. São Paulo: Icone.
Lesh, R., Behr, M.., & Post, T. (1987). Representations and translations among
representations in mathematics learing and problem solving. In C. Janvier (Ed.)
Problems of representation in the teaching and learing of mathematics Lawrence-
Erlbaum: Hillsdale, NJ
Meira, L. (1991). Explorations of mathematical Sense-Making: an activity oriented view of
children's use and design of material displays. Ph.D. Thesis.University of California at
Berkeley.
Pernambuco, Secretaria de Educação Cultura e Esportes - DEE - Subsídios para a
Organização da Prática Pedagógica nas escolas: Educação fundamental de Jovens e
Adultos. Recife, 1994.
Porto, Zélia (1995)Número Decimais: problemas de compreensão e de representação.
Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Pernambuco.
Resnick, L., & Omanson, S. (1987). Learing to Understand arithmetic. In R. Glaser (Ed.),
Advances in instructional psycology. Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates.
Saxe, G. (1991). Culture and cognitive devlopment: Studies in mayhematical
Understanding.Lawrence Erlbaum Associates, Publishers, Hillsdale, NJ.
Schliemann, A. L ., Santos, C., & e Costa, S. (1992). Da compreensão do sistema decimal
à construção de algoritmos. Em Alencar, E. Novas contribuições da Psicologia aos
processos de ensino e aprendizagem. São Paulo: Cortez
Hiebert, & M.Behr (Eds) Number Concepts and operations in the middle grades, Erlbaum,
41-52.
Schoenfeld A. (1991). On mathematics as sense-making: An informal attack on the
unfortunate divorce of formal and informal mathematics. In J. Voss, D. Perkins, & J.
Vygotsky, L. (1988). A Formação Social da Mente. São Pailo: Martins Fontes..
Wearne D., & Hiebert J. (1988). Constructing and using meaning for mathematical
symbols:the case of decimal fractions. In Hiebert, M e Beher, J. (Eds.)
operations in the midlle grades. National Council for Teachers of Mathematics.
12
13
Obrigado por sua visita, volte sempre.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
CASAMENTO E RELAÇÕES AMOROSAS - WALDEMAR MAGALDI - 12/09/2007 14h49
Obrigado por sua visita, volte sempre.
Formação e Transdisciplinaridade
A Psicanalise dos Contos de Fadas
Obrigado por sua visita, volte sempre.
O que é paradoxo?
Paradoxo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Um paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, um paradoxo é "o oposto do que alguém pensa ser a verdade". A identificação de um paradoxo baseado em conceitos aparentemente simples e racionais tem, por vezes, auxiliado significativamente o progresso da ciência, filosofia e matemática.
A etimologia da palavra paradoxo pode ser traçada a textos que remontam à aurora da Renascença, um período de acelerado pensamento científico na Europa e Ásia que começou por volta do ano de 1500. As primeiras formas da palavra tiveram por base a palavra latina paradoxum, mas também são encontradas em textos em grego como paradoxon (entretanto, o Latim é fortemente derivado do alfabeto grego e, além do mais, o Português é também derivado do Latim romano, com a adição das letras "J" e "U"). A palavra é composta do prefixo para-, que quer dizer "contrário a", "alterado" ou "oposto de", conjungada com o sufixo nominal doxa, que quer dizer "opinião". Compare com ortodoxia e heterodoxo.
Na filosofia moral, o paradoxo tem um papel central nos debates sobre ética. Por exemplo, a admoestação ética para "amar o seu próximo" não apenas contrasta, mas está em contradição com um "próximo" armado tentando ativamente matar você: se ele é bem sucedido, você não será capaz de amá-lo. Mas atacá-lo preemptivamente ou restringi-lo não é usualmente entendido como algo amoroso. Isso pode ser considerado um dilema ético. Outro exemplo é o conflito entre a injunção contra roubar e o cuidado para com a família que depende do roubo para sobreviver.
Deve ser notado que muitos paradoxos dependem de uma suposição essencial: que a linguagem (falada, visual ou matemática) modela de forma acurada a realidade que descreve. Em física quântica, muitos comportamentos paradoxais podem ser observados (o princípio da incerteza de Heisenberg, por exemplo) e alguns já foram atribuídos ocasionalmente às limitações inerentes da linguagem e dos modelos científicos. Alfred Korzybski, que fundou o estudo da Semântica Geral, resume o conceito simplesmente declarando que, "O mapa não é o território". Um exemplo comum das limitações da linguagem são algumas formas do verbo "ser". "Ser" não é definido claramente (a área de estudos filosóficos chamada ontologia ainda não produziu um significado concreto) e assim se uma declaração incluir "ser" com um elemento essencial, ela pode estar sujeita a paradoxos.
Tipos de paradoxos
Temas comuns em paradoxos incluem auto-referências diretas e indiretas, infinitudes, definições circulares e confusão nos níveis de raciocínio.
W. V. Quine (1962) distingüe três classes de paradoxos:
- Os paradoxos verídicos produzem um resultado que parece absurdo embora seja demonstravelmente verdadeiro. Assim, o paradoxo do aniversário de Frederic na opereta The Pirates of Penzance estabelece o fato surpreendente de que uma pessoa pode ter mais do que N anos em seu N-ésimo aniversário. Da mesma forma, o teorema da impossibilidade de Arrow envolve o comportamento de sistemas de votação que é surpreendente mas, ainda assim, verdadeiro.
- Os paradoxos falsídicos estabelecem um resultado que não somente parece falso como também o é demonstravelmente – há uma falácia da demonstração pretendida. As várias provas inválidas (e.g., que 1 = 2) são exemplos clássicos, geralmente dependendo de uma divisão por zero despercebida. Outro exemplo é o paradoxo do cavalo.
- Um paradoxo que não pertence a nenhuma das classes acima pode ser uma antinomia, uma declaração que chega a um resultado auto-contraditório aplicando apropriadamente meios aceitáveis de raciocínio. Por exemplo, o paradoxo de Grelling-Nelson aponta problemas genuínos na nossa compreensão das idéias de verdade e descrição.1
Lista de paradoxos
Nem todos os paradoxos se encaixam perfeitamente em uma única categoria. Abaixo estão alguns paradoxos mais famosos:
Paradoxos Verídicos
Estes são os paradoxos que dão resultados contra-intuitivos baseados em um raciocínio lógico correto.
Matemáticos/Lógicos
- Paradoxo da implicação: Premissas inconsistentes sempre resultam em argumentos válidos.
- Paradoxos de distribuição: Alguns sistemas de distribuição de representantes ou deputados podem dar resultados contra-intuitivos.
- Médias – o conceito matemático de média, seja definido como média ou mediana, leva a aparentes resultados paradoxais – por exemplo, é possível que ao mover um artigo da Wikipedia para o Wiktionary, o tamanho médio de um entrada aumente em ambos os sites – o fenômeno Will Rogers.
- Teorema da impossibilidade de Arrow/Paradoxo da votação/Paradoxo de Condorcet: Você não pode ter todos os atributos ideais de um sistema de votação ao mesmo tempo.
- Paradoxo de Banach–Tarski: Corte uma esfera em 5 partes, monte as peças, e obtenha duas esferas, ambas do mesmo tamanho da primeira.
- Paradoxo do aniversário: Em uma sala com 23 pessoas, a chance de que pelo menos duas tenham a mesma data de aniversário é maior que 50%. Este resultado parece surpreendente para muitos.
- Paradoxo de Borel: Funções de densidade probabilística condicional não são invariantes sob tranformações de coordenadas.
- Paradoxo de Burali-Forti: Se os números ordinais formassem um conjunto, ele seria um número ordinal menor do que ele próprio.
- Paradoxo do elevador: Combinando as observações de um morador da cobertura com um morador do térreo à respeito de um mesmo elevador, chega-se à conclusão que "os compartimentos" deste estão sendo construídos no meio do prédio e destruídos na cobertura e no térreo.
- Paradoxo de Galileu: Embora a maioria dos números não sejam quadrados, não há mais números que quadrados.
- Corneta de Gabriel ou trumpete de Torricelli: um objeto simples com volume finito mais com uma área de superfície infinita. Igualmente, o conjunto de Mandelbrot e vários outros fractais têm área finita, mas perímetro infinito.
- Paradoxo de Hausdorff: Há um sub-conjunto contável C de uma esfera S tal que S\C é eqüidecomponível em duas cópias de si mesmo.
- Paradoxo do Grand Hotel de Hilbert: Mesmo que um hotel com infinitos quartos esteja completamente cheio, ele ainda pode receber mais hóspedes.
- Problema de Monty Hall: Uma conseqüência contra-intuitiva da probabilística condicional.
- Problema de Monty Hell: Lucros positivos diários tendem a ativos nulos no limite.
- Paradoxo do corvo (ou Os Corvos de Hempel): Observar um não-corvo vermelho aumenta a probabilidade de que todos os corvos sejam negros.
- Paradoxo de Richard: Uma lista completa de definições dos números reais não existe.
- Paradoxo de Simpson: Uma associação em sub-populações pode estar revertida na população em si. Aparentemente, quando dois conjuntos de dados suportam separadamente a mesma hipótese, unidos eles suportam a hipótese inversa.
- Paradoxo da Bela Adormecida: Metade (ou um terço?) dos participantes do news://rec.puzzles é incapaz de concordar sobre a probabilidade resultante desse problema...
- Paradoxos estatísticos: É bem possível tirar conclusões erradas de correlações. Por exemplo, cidades com um número maior de igrejas em geral possuem uma taxa maior de criminalidade – ambos resultam de um população maior. Uma organização profissional uma vez descobriu que economistas com um PhD tinham um salário menor do que os somente com um bacharelado – o que realmente acontecia era que os economistas com PhD geralmente trabalhavam no meio acadêmico, onde os salários são comparativamente menores
- Paradoxo do divórcio, a reta real pode ser decomposta em um conjunto de medida zero e um conjunto magro.
Psicológicos/Filosóficos
Paradoxos da ação
- Paradoxo de Abilene: Pessoas agem em contradição com o que realmente querem fazer e, portanto, acabam removendo a chance de conseguir o que queriam em primeiro lugar.
- O asno de Buridan: Como uma escolha racional pode ser feita entre duas possibilidades de igual valor?
- Paradoxo de Condorcet: Agentes racionais podem tomar decisões coletivas irracionais.
- Paradoxo do controle: O homem nunca pode estar livre de controle já que ser livre de controle é ser controlado por si mesmo.
- Paradoxo do hedonismo: Quando alguém persegue a felicidade, esse alguém é miserável; mas, quando alguém persegue outro objetivo, ele atinge a felicidade.
Paradoxos epistemológicos
- Paradoxo da loteria: Uma pessoa pode acreditar, de cada número, que o mesmo não será sorteado na loteria, ao mesmo tempo em que acredita que um número destes será sorteado na loteria.
- Paradoxo de Moore: Não há contradição entre acreditar que P e afirmar que não-P. "Está chovendo mas eu não acredito que está".
Paradoxos metafísicos
- Paradoxo dos epicureus: A existência do mal é incompatível com a existência de um Deus bondoso e, ao mesmo tempo, onipotente. (Ver teodicéia.)
- Paradoxo da pedra: Pode Deus criar uma pedra que não consiga levantar?
Físicos
- Paradoxo de Braess: Algumas vezes, adicionar capacidade extra a uma rede pode reduzir a sua performance geral.
- Paradoxo dos raios cósmicos: a teoria física prevê um limite superior para a energia possível de raios cósmicos, mas energias além do limite já foram observadas.
- Paradoxo de D'Alembert: Um líquido sem viscosidade não produz arrasto.
- Paradoxo de Einstein-Podolsky-Rosen: Até que distância eventos podem influenciar um ao outro em mecânica quântica?
- Paradoxo de Gibbs: Em um gás ideal, é a entropia uma variável extensiva?
- Paradoxo de Loschmidt: Por que há um aumento inevitável de entropia quando as leis físicas são invariantes sob reversão temporal?
- Paradoxo de Mpemba: Água quente, sob determinadas condições, pode congelar mais rápido do que água gelada, mesmo que tenha que passar pela temperatura mais baixa rumo ao congelamento.
- Paradoxo dos gêmeos: Quando um gêmeo que saiu de viagem retorna, ele está mais novo do que o seu irmão que ficou.
- Paradoxo da informação em buracos negros.
Paradoxos Falsídicos
Estes são os paradoxos que dão resultados incorretos baseados em um raciocínio sutilmente falso.
- Paradoxo de Epiménides: Um cretense diz: "Todos os cretenses são mentirosos". (Mas veja também o paradoxo do mentiroso, uma antinomia.)
- Paradoxo dos cavalos: Todos os cavalos são da mesma cor.
- Paradoxo do enforcamento inesperado: O dia do enforcamento deve ser um dia inesperado; portanto, ele não pode acontecer de forma alguma ou não será uma surpresa. (Similar ao paradoxo do mentiroso, uma antinomia.)
- Paradoxos de Zeno: Quando você chegar ao local onde a tartaruga está, ela já terá avançado um pouco, de modo que você nunca será capaz de alcançá-la.
- Paradoxos aritméticos: São provas de coisas absurdas usando aritmética (e errando); por exemplo, provar que 1 = 2 escrevendo uma expressão enorme e dividindo por uma outra expressão que é igual a zero.
Antinomias
Paradoxos que mostram falhas em raciocínio aceito, axiomas ou definições. Note que muitos deles são casos especiais ou adaptações do paradoxo de Russell.
- Paradoxo do barbeiro: O barbeiro que faz a barba de todos os homens que não fazem as próprias barbas e ninguém mais.
- Paradoxo de Berry: Qual é o "primeiro número não nomeável com menos de dez palavras"?
- Paradoxo de Curry: "Se eu não estou enganado, o mundo acabará no meio da semana."
- Paradoxo de Grelling-Nelson: A palavra "heterológica", que quer dizer "não aplicável a si mesma", é ela mesma heterológica?
- Paradoxo do mentiroso: "Esta sentença é falsa".
- Paradoxo do mentiroso de Quine: "Resulta em uma falsidade quando anexado a sua própria citação".
- Paradoxo de Russell: Há um conjunto de todos os conjuntos que não contêm a si mesmos?
Antinomias de Definição
Estes são os paradoxos que dependem de definições ambíguas.
- Navio de Teseu/Machado de George Washington: Quando cada componente de um navio foi trocado pelo menos uma vez, o navio ainda é o mesmo?
- Paradoxo de Sorites: Em que ponto um monte de areia deixa de ser um monte de areia à medida que eu tiro grãos de areia?
- Paradoxo de Richard.
Paradoxos Condicionais
Estes são paradoxos somente se certas premissas especiais são assumidas. Alguns deles mostram que as premissas são falsas ou incompletas; outros caem em classes diferentes de paradoxos.
- Paradoxo de Fermi: Se há muitas outras espécies sencientes no Universo, onde elas estão? A presença delas não deveria ser óbvia?
- O paradoxo GZK: raios cósmicos de alta energia foram observados que aparentemente violam o limite de Greisen-Zatsepin-Kuzmin que é uma conseqüência da Relatividade Especial.
- Paradoxo de Jevons: Em economia, aumentos de eficiência levam a aumentos ainda maiores em demanda.
- Paradoxo da mera adição: Uma população maior vivendo sob condições meramente toleráveis é melhor do que uma população pequena e feliz?
- Paradoxo de Newcomb: Como você joga um jogo contra um oponente onisciente?
- Paradoxo nihilista: se a verdade não existe, a declaração "a verdade não existe" é uma verdade, provando-se, portanto, incorreta.
- Paradoxo de Olbers: Se o universo é infinito, possuindo um número infinito de estrelas luminosas uniformemente distribuídas, o céu deveria ser inteiramente luminoso porque haveria estrelas em qualquer direção..
- Paradoxo da onipotência: Um ser onipotente seria capaz de criar um rocha pesada demais para levantar? Um força irresistível pode mover um objeto imovível?
- Paradoxo da predestinação: Um homem viaja no tempo e engravida sua própria tetravó. O resultado é uma linha de descendentes, incluindo o próprio homem e seus pais. Portanto, a menos que ele faça a viagem temporal, ele nunca existirá.
- Paradoxo de São Petersburgo: Pessoas oferecerão somente uma taxa modesta por uma recompensa de valor infinito.
Outros Paradoxos
- Paradoxo de Giffen: É possível que aumentos progressivos no preço do pão resultem em mais pessoas pobres comendo do mesmo?
- Paradoxo da toxina de Kavka: É possível que alguém tenha somente a intenção de beber uma toxina não-letal, se a inteção é tudo o que é preciso para conseguir um prêmio?
- Paradoxo de nascimentos de baixo peso: Bebês com baixo peso no nascimento têm uma taxa de mortalidade maior. Bebês de mães fumantes têm uma probabilidade maior de nascer com baixo peso. Entrentato, bebês de baixo peso nascidos de mães fumantes tem uma taxa de mortalidade menor do que outros bebês nascidos com peso inferior ao normal.
- Paradoxo da área desaparecida
Referências
Quine, W. V. (1962) "Paradox". Scientific American, Abril de 1962, pp. 84–96.
Ver também
Ligações externas
Obrigado por sua visita, volte sempre.
O que é dicotimia?
Dicotomia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dicotomia de dicótomo. s. f., divisão em duas partes; classificação que se baseia na divisão e subdivisão sucessiva em dois; fase em que a Lua apresenta metade do seu disco. Bem e Mal
[Do gr. dichotomía.] Substantivo feminino.
1. Método de classificação em que cada uma das divisões e subdivisões não contém mais de dois termos. [Cf. politomia.]
2. Repartição dos honorários médicos, à revelia do doente, entre o médico assistente e outro chamado por este.
3. Astr. Aspecto de um planeta ou de um satélite quando apresenta exatamente a metade do disco iluminada. [Ocorre na quadratura.]
4. Lóg. Divisão lógica de um conceito em dois outros conceitos, em geral contrários, que lhe esgotam a extensão. Ex.: animal = vertebrado e invertebrado.
5. Bot. Tipo de ramificação vegetal em que a ponta do órgão (caule, raiz, etc.) se divide repetidamente em duas porções idênticas, e que é próprio dos talófitos e briófitos, sendo muito raramente observado nas plantas floríferas; dicopodia.
6. Teol. Princípio que afirma a existência única, no ser humano, de corpo e alma.
A dicotomia corpo/alma possui uma problematização muito antiga que começa há mais de quatro séculos antes de cristo, onde na maioria filósofos gregos (principalmente Platão, Sócrates e Aristóteles) viam a alma como o lugar privilegiado da razão, da sabedoria e da ciência. Eles com suas teorias optam pela mente, e ao corpo constroem significados que diminuem sua importância na sociedade da época. O corpo então é visto como secundário ao progresso humano que levava a alma ao erro e ao enfraquecimento do pensamento. A visão idealista sobre o mundo sistematizada a partir de Platão contraditoriamente cria escolas filosóficas materialistas e individualistas como, por exemplo, os cìnicos,epicurismo, ceticismo e estoicismo.Dentre os pensamentos a cerca de corpo cito dois pensamentos, um de Aristóteles e outro de Anaxágoras que confirmam a importância da mente na formação do indivíduo:“Nada caracteriza melhor o homem do que o fato de pensar” “Tudo era um caos até que surgiu a mente e pôs ordem nas coisas” (Teles, 1972, p. 13). Dentro deste raciocínio sobre corpo o sentido de liberdade para os filósofos gregos estava diretamente ligado com a busca do LOGOS. Outros filósofos buscavam se apoiar tanto na busca do conhecimento quanto na elevação da alma. Pitágoras (582-497 a. C) foi um destes filósofos que segundo Aristóteles se ocupou primeiro da matemática e da aritmética e depois do misticismo e religião. A reencarnação da alma era uma realidade em sua vida, e dentro de seus conhecimentos buscou acrescentar a espiritualidade aos ensinamentos filosóficos (Chaves, 1998, p.30).
Platão (427-347 a. C) também possui uma grande afinidade pelas coisas não materiais acreditando na existência de um mundo de idéias onde o nosso conhecimento sobre a realidade seria apenas uma cópia da verdade sobre as coisas. Nós estamos apenas percebendo as sombras das coisas e não o real que seria a idéia das coisas.O conhecer seria apenas um reconhecimento já que estamos sempre reencarnando.
A transcendência da alma criada pelos filósofos idealistas, de certo modo cria uma maneira de ver a vida que influenciava diretamente sobre a inferioridade do corpo. Este corpo esta a serviço da alma submisso a interesses divinos e, sobretudo deverá passar por várias vidas mundanas para alcançar e purificação necessária à evolução espiritual.
A dicotomia alma/corpo perdura com vários outros filósofos da antiguidade em todas as partes do mundo mostrando a dificuldade de aceitar o corpo como situação e necessidade de manter contato com a realidade, e definir suas percepções e subjetividades dentro das relações entre homens e natureza.
Bibliografia
CHAVES, José dos Reis. A reencarnação segundo a bíblia e a ciência. São Paulo, Martin Claret, 1998.
TELES, Antônio Xavier. Introdução ao estudo de filosofia. São Paulo, Ática 8a ed, 1972.
MEDEIROS, Simone Doglio. Apostila de filosofia. 2000.Obrigado por sua visita, volte sempre.
O que é Paradigma?
Paradigma
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Paradigma (do grego Parádeigma) literalmente modelo, é a representação de um padrão a ser seguido. É um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realização científica com métodos e valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.
Estendendo o conceito
Thomas Kuhn, (1922 - 1996) físico americano celebre por suas contribuições à história e filosofia da ciência em especial do processo (revoluções) que leva a evolução do desenvolvimento científico, designou como paradigmáticas as realizações científicas que geram modelos que, por período mais ou menos longo e de modo mais ou menos explícito, orientam o desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na busca da solução para os problemas por elas suscitados.
Em seu livro “A estrutura das Revoluções Científicas” apresenta a concepção de que “um paradigma, é aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma”, p. 219 e define “o estudo dos paradigmas como o que prepara basicamente o estudante para ser membro da comunidade científica na qual atuará mais tarde”, p. 31.
Hoisel autor de um interessante ensaio ficcional, que aborda como a ciência de 1998(?) haveria de se encontrar em 2008, chama atenção para o aspecto relativo da definição de paradigma, observando que enquanto uma constelação de pressupostos e crenças, escalas de valores, técnicas e conceitos compartilhados pelos membros de uma determinada comunidade científica num determinado momento histórico, é simultaneamente um conjunto dos procedimentos consagrados, capazes de condenar e excluir indivíduos de suas comunidades de pares. Nos mostra como este pode ser compreendido como um conjunto de vícios de pensamento e bloqueios lógico-metafísicos que obrigam os cientistas de uma determinada época a permanecer confinados ao âmbito do que definiram como seu universo de estudo e seu respectivo espectro de conclusões adredemente admitidas como plausíveis.
Na comunicação 3 de seu livro “Anais de um simpósio imaginário” Hoisel destaca ainda que uma outra conseqüência da adoção irrestrita de um paradigma é o estabelecimento de formas específicas de questionar a natureza, limitando e condicionando previamente as respostas que esta nos fornecerá um alerta já nos foi dado pelo físico Heisenberg quando mostrou que, nos experimentos científicos o que vemos não é a natureza em si, mas a natureza submetida ao nosso modo peculiar de interrogá-la.
Índice |
A comunidade científica
Segundo Kuhn uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma e esta “...ao adquirir um paradigma, adquire igualmente um critério para a escolha de problemas que, enquanto o paradigma for aceito, poderemos considerar como dotados de uma solução possível”, p. 60.
Uma investigação atinente à comunidade científica “de uma determinada especialidade, num determinado momento, revela um conjunto de ilustrações recorrentes e quase padronizadas de diferentes teorias nas suas aplicações conceituais, instrumentais e na observação”, (p. 67). Tais ilustrações são “os paradigmas da comunidade, revelados nos seus manuais, conferências e exercícios de laboratórios”, (p. 68)
Ao longo da história pesquisas e observações são realizadas e muitas vezes como se observa, não se adequam (produzem contradições) ao paradigma vigente e dão origem a um novo. O novo paradigma se forma quando a comunidade científica renuncia simultaneamente à maioria dos livros e artigos que corporificam o antigo, deixando de considerá-los como objeto adequado ao escrutínio científico (p. 209).
Denomina-se interacionismo simbólico a metodologia com que se estuda as distintas comunidades científicas e suas relações, autores como Sazz e Goffman por exemplo pesquisaram como o saber psiquiátrico constituiu-se como as relações interpessoais vivenciadas em instituições. A materialidade e o capital investido nas hierarquias das instituições científicas possuem um poder não menos superior à lógica que orienta as pesquisas científicas e referendam os aspectos ideológicos referidos por Marx nas relações desta (a superestrutura) com a infraestrutura econômica que organiza as sociedades.
Essa metodologia das ciências sociais instalou um modo de ser quase paranóico em relação as comunidades de políticos e intelectuais mas não se pode ignorar a fogueira que queimou Giordano Bruno nem os milhões de dólares que se pode adquirir através dos poderosos meios de comunicação de massa difusores das fantasias que orientam o consumo de bens industriais envolvendo desde o consumo de supérfluos até os produtos e serviços médicos.
Filosofia
Na filosofia grega, paradigma era considerado a fluência (fluxo) de um pensamento, pois através de vários pensamentos do mesmo assunto é que se concluía a idéia, seja ela intelectual ou material. Após a realização dessa idéia surgiam outras idéias, até que se chegasse a uma conclusão final ou o seu caminho desde a intuição, à representação sensível até a representação intelectual. Pensar que a idéia inicial, tanto a intelecta com o que de fato ocorre, pois não conta com a inspiração e os diversos fluxos de pensamento.
O pensamento por sua vez é um componente da Alma. Para Aristóteles as faculdades da alma são: a Faculdade Nutritiva, a Faculdade Sensitiva e a Faculdade Intelectiva.
Alma Intelectiva (Intelecto). Dessa faculdade intelectiva, somente o Homem é dotado, pois somente ele tem a capacidade de conhecer. Aristóteles, quanto a isso, escreve na sua obra Metafísica: “Todos os homens, por natureza, desejam conhecer” Para Aristóteles “há na sensação algo de conhecimento de tal modo que se pode dizer que a apreensão sensível tem algo de intelectual” .
Na tradição aristotélico-tomista, distingue-se o “Intelecto ativo” a faculdade cognitiva pela qual as impressões recebidas pelos sentidos se tornam inteligíveis, capazes de ser apropriadas ao intelecto passivo do “intelecto passivo” onde são plenamente conhecidas. Resumindo, paradigma são referências a serem seguidas, em Platão, é clara a idéia de modelo.
Linguística
Em Linguística, Ferdinand de Saussure define como paradigma (paradigmáticas) o conjunto de elementos similares que se associam na memória e que assim formam conjuntos relacionados ao significado (semântico). Distinguindo-se do encadeamento sintagmático de elementos, ou seja, relacionados sintagma enquanto rede de significantes (sintático).
Bibliografia
Kuhn Thomas Estrutura das revoluções científicas SP, Perspectiva, 1978
Szaz, Thomas S. A fabricação da loucura. RJ, Zahar, 1976.
Goffman Prisões manicômios e conventos. SP, Perspectiva, 1999
Malufe, José Roberto. A retórica da ciência, uma leitura de Goffman. SP, Educ, 1992
Angell, Márcia. A verdade sobre os laboratórios faramacêuticos - como somos enganados e o que podemos fazer à respeito. SP, Record, 2007
Landmann A ética médica sem mascara. RJ, Guanabara Dois, 1985
Hoisel Beto, Anais de um simpósio imaginário. SP Palas Atenas, 1999 http://www.simposio2008.hoisel.com.br/primeira.html ,Comunicação 3 A treliça dimensional de suporte à totalidade Weisskopf, Kether
Foucault M. Arqueologia do saber. RJ, Forense Universitária, 1997.
Latour, Bruno; Woolgar, Steve. A Vida de Laboratório, a produção dos fatos científicos. RJ Relume-Dumará, 1997
Ver também
Paradigmas podem ser considerados regulamentos ou regras que dizem duas coisas: • quais são os limites, as fronteiras da problemática com a qual se está trabalhando e • como ter sucesso resolvendo questões dentro destes limites.
Obrigado por sua visita, volte sempre.
Objeto de aprendizagem
Objeto de aprendizagem
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Objeto de aprendizagem (OA) é uma unidade de instrução/ensino que é reutilizável. De acordo com o Learning Objects Metadata Workgroup, Objetos de Aprendizagem (Learning Objects) podem ser definidos por "qualquer entidade, digital ou não digital, que possa ser utilizada, reutilizada ou referenciada durante o aprendizado suportado por tecnologias". Um exemplo brasileiro de construção de Objetos de Aprendizagem para a Educação Básica (Ensino Médio) é a Fábrica Virtual do RIVED ( [1] ).
Um objeto de aprendizagem pode ser usado em diferentes contextos e em diferentes ambientes virtuais de aprendizagem, para atender a esta característica, cada objeto tem sua parte visual, que interage com o aprendiz separada dos dados sobre o conteúdo e os dados instrucionais do mesmo. A principal características dos objetos de aprendizagem é sua reusabilidade, que é posta em prática através de repositórios, que armazenam os objetos logicamente, permitindo serem localizados a partir da busca por temas, por nível de dificuldade, por autor ou por relação com outros objetos. Nos países de língua inglesa existe um vasto número de repositórios disponíveis, utilizados e reutilizados em contextos diversos.
Para que um objeto de aprendizagem possa ser recuperado e reutilizado, é preciso que esse objeto seja devidamente indexado (preenchimento dos metadados) e armazenado em um repositório. Contudo o preenchimento de metadados ainda é o gargalo no desenvolvimento dos OAs e um fator desestimulante de sua criação. Isto porque a indexação é um processo muito trabalhoso e que demanda muito tempo. Além disso, muitos criadores de OAs e indexadores têm dúvidas sobre com que valores preencher os metadados ou há interpretações diferentes sobre os valores a serem fornecidos. Os resultados são metadados incompletos, com valores ambíguos ou semanticamente inconsistentes, o que acaba por prejudicar a recuperação e, consequentemente, a reutilização dos OAs.
Histórico
Embora seja fruto de confluências sociais, a tecnologia também pode se caracterizar como agente de mudança, e algumas vezes, quando incorporada de forma significativa, as inovações tecnológicas podem resultar em uma revolucionária quebra de paradigmas educacionais. A rede mundial de computadores, mais conhecida como Internet, é uma dessas inovações. Após influenciar a forma como as pessoas se comunicam e fazem negócios, a Internet também vem influenciando significativamente a forma como as pessoas aprendem. Conseqüentemente, a maior mudança poderá ser também a forma como os recursos educacionais serão projetados, desenvolvidos e integrados para serem utilizados e disponibilizados no ensino, bem como também nas comunidades virtuais. Tal cenário tem motivado a elaboração de pesquisas relacionadas à tecnologia educacional no sentido de desenvolver estudos de novas formas da utilização da tecnologia da informação e das comunicações (TIC) como um suporte efetivo ao processo de ensino-aprendizagem, sobretudo em ambientes virtuais de aprendizagem.
Na última década do século XX, a utilização destes recursos, mesmo que de forma ainda elementar e primária, permitiu o acesso muito eficiente a partir de qualquer lugar e a qualquer momento (anywhere anytime), a conteúdos educacionais, consolidando, em um primeiro momento, a aplicação mesmo que embrionária, destas tecnologias, aos processos educacionais. Entretanto já existem diversos enfoques apresentados por pesquisadores em tecnologia educacional, sendo que a maioria compartilha um enfoque comum de que a composição das partes dos cursos virtuais, total ou parcial, deve ser pequena, digital e com capacidade para a reutilização, para que efetivamente possa ser um recurso educacional.
Existem vários autores que nomeiam este recursos educacionais que são citados a seguir: componentes de software educacional; conteúdos de objetos compartilháveis (ADL, 2001); objetos de conhecimento (Merril, 2001); objetos educacionais (Sphorer, 2001); e objetos de aprendizagem (IEEE/LTSC, 2000).
Estes recursos educacionais podem ser chamados, genericamente, de objetos de aprendizagem, de acordo com a terminologia adotada pelo Learning Technology Standards Committee (LTSC) do Institute of Electrical and Electonics Engineers (IEEE), "Objetos de aprendizagem são definidos como uma entidade, digital ou não digital, que pode ser usada e reutilizada ou referenciada durante um processo de suporte tecnológico ao ensino e aprendizagem. Exemplos de tecnologia de suporte ao processo de ensino e aprendizagem incluem aprendizagem interativa, sistemas instrucionais assitido por computadores inteligentes, sistemas de educação à distância, e ambientes de aprendizagem colaborativa. Exemplos de objetos de aprendizagem incluem conteúdos de aplicações multimídia, conteúdos instrucionais, objetivos de aprendizagem, ferramentas de software e software instrucional, pessoas, organizações ou eventos referenciados durante o processo de suporte da tecnologia ao ensino e aprendizagem"(LOM,2000).
Ligações externas
- IEEE Learning Objects Metadata Workgroup
- Mecânica Vetorial - Exemplo de objeto
- Rei da Derivada - Exemplo de objeto interativo
- RIVED
- UNESCO - Educational Open Resources - DIY
- Projeto FLOCUS - Free Learning and Open Contents - Universal Shareable - Inovação em Objetos de Aprendizagem
- LabVirt - Laboratório Didático Virtual - Escola do Futuro-USP
- Mídias Educativas
Obrigado por sua visita, volte sempre.
Como tirar parafuso quebrado - Dica Jogo Rápido
Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou Slideshare está com erro entre em contato.
-
Bhagavad-gītā 2.23 nainaṁ chindanti śastrāṇi nainaṁ dahati pāvakaḥ na cainaṁ kledayanty āpo na śoṣayati mārutaḥ Sinônimos na — nunca; e...
-
Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou slidshre está com erro entre em contato.
-
O Kali-Santarana Upanishad (sânscrito: कलिसन्तरणोपनिषद्, IAST: Kali-Saṇṭāraṇa Upaniṣad), também chamado de Kalisantaraṇopaniṣad , é u...
-
Administração De Marketing A Edição Do Novo Milênio (Philip Kotler ; tradução Bazán Tecnologia e Lingüística ; revisão técnica Arão Sapiro. ...
-
Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou Slideshare está com erro entre em contato.
-
TDAH - Entrevista completa com Dr. Paulo Mattos - Programa do Jô - 18/08/03 Vamos entender um pouco mais deste, problema que atinge de 3 ...
-
Staal observa que embora o nome Yajnavalkya seja derivado de yajna , que conota ritual, Yajnavalkya é referido como "um pensador, não...