quarta-feira, 5 de maio de 2010

Raio (meteorologia)

Raio (meteorologia)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Raios das nuvens para o mar em Miramare di Rimini, Itália.
Raios em Toulouse na França.
Um raio é uma descarga elétrica que se produz entre o contato de nuvens de chuva e a terra. A descarga é visível a olho nu, com trajetórias sinuosas e de ramificações irregulares às vezes com muitos quilômetros de distância até o solo. Quando essa descarga ocorre entre núvens é chamado de relâmpago. Ocorre também uma onda sonora chamada trovão.

 Histórico

Raios atingindo a Torre Eiffel no ano de 1902
Alguns afirmam que foram os raios que, ao causar incêndios tiraram os primatas das árvores e mais tarde mostraram aos primeiros humanos a importância do fogo.
Desde a antiguidade os raios encantam e assombram a humanidade com seu aspecto ameaçador e ao mesmo tempo intrigante, que acabou por ser incorporado nos mitos e lendas como elemento de demonstração da existência de deuses poderosos como o grego Zeus, por exemplo.
Benjamin Franklin comprovou a hipótese da origem elétrica dos raios concebendo os pára-raios com a finalidade de proteger as edificações da ação dos raios.
Foi no século XVIII praticamente o início do estudo sistemático da eletricidade. Naquela época não se conhecia uma teoria que explicasse o fenômeno das tempestades e os raios que nelas se manifestavam.

 Definição

Um raio é um fenômeno em que para acontecer é preciso que existam cargas opostas entre uma nuvem e o chão, quando isso acontece, a atração é muito forte, então temos uma enorme descarga elétrica.
Existem três tipos de raios classificados pela sua origem, também menos comumente chamados descargas iônicas ou atmosféricas:
  • Da nuvem para o solo.
  • Do solo para a nuvem.
  • Entre nuvens.
A descarga ocorre no momento em que as cargas elétricas (Quantidade de íons: cátions ou ânions) atingem energia suficiente para superar a rigidez dielétrica do ar, de forma explosiva, luminosa e violenta.
O processo ainda não se encontra totalmente esclarecido, havendo controvérsias sobre seu mecanismo de formação, mas sabe-se que, na maioria dos casos, a descarga ocorre após uma concentração de cargas, no qual pode-se falar em centros de concentração, e prossegue em duas fases distintas:
Distribuição da ocorrência de descargas elétrica no planeta
  • Na primeira libertam-se da nuvem várias descargas menores a partir do ar ionizado, criando o precursor da descarga: uma corrente iônica tanto maior quanto mais se aproxima do solo, favorecendo assim o trajeto do raio em formação. O precursor pode ser predominantemente ascendente ou descendente, pois, depende da natureza dos íons que formam a nuvem iônica. Ao ocorrer de um precursor aproximar-se do outro centro de cargas, este induzirá uma formação de um precursor oposto.
  • Quando o precursor completa o contato entre os centros de cargas, ocorre no sentido inverso ao longo daquele trajeto uma corrente aniônica, ou catiônica, dependendo da carga. É esta segunda descarga que vemos e ouvimos, e que irá contribuir para equilibrar as cargas iônicas da nuvem e do solo.
É comum de ocorrer mais de uma descarga através de um mesmo canal, no qual o ar encontra-se parcialmente ionizado. Estas descargas subseqüentes são usualmente mais fracas que a primeira descarga.
Em geral, as descargas verticais normalmente predominam na frente de uma tempestade, tomando-se por base o sentido de seu deslocamento.[carece de fontes?]
Os raios horizontais se formam na parte de trás, também levando-se em conta o sentido de deslocamento das massas de ar. Estas estão sempre presentes em qualquer trovoada, e aquecem localmente o ar até temperaturas muito elevadas.
O aquecimento do ar causa a expansão explosiva dos gases atmosféricos ao longo da descarga eléctrica, resultando numa violenta onda de choque (ou de pressão), composta de compressão e rarefacção, que interpretados como "trovão".
Uma tempestade (Em algumas regiões, dá-se a nomenclatura "trovoada") típica produz três ou quatro descargas por minuto, em média.

 Dimensões de um raio

Raios em Oradea na Romênia
O canal de descarga possui um diâmetro estimado de 2 a 5 cm e é capaz de aquecer o ar até 30.000 °C em alguns milisegundos[1]. Apenas 1% da energia do raio é convertida em ruído (trovão) sendo o resto libertado sob a forma de luz. O raio é uma manifestação de plasma, no qual sua condutividade permite o escoamento da eletricidade entre os centros de carga.
Um raio completamente formado pode conduzir correntes em torno de 10 a 80 kA, mas existem registros em torno de 250 kA[2], sendo que um raio trabalha com uma tensão elétrica da ordem de 15 kV. A forma da corrente é unidirecional, sendo de polaridade negativa na maioria das ocorrências. A corrente de um impulso atinge seu máximo em s, em média, tendo uma duração total do impulso em torno de 100μs. A duração total da descarga varia entre 0.1 a 1000 ms. Uma descarga pode liberar entre 1 a 40 C de carga elétrica e podendo dissipar uma potência elétrica de até 100 MW.

 Formação das descargas

A etapa de acúmulo de cargas que alimentam a descarga é pouco conhecido e de difícil medição, devido ao próprio fenômeno interferir violentamente em qualquer instrumento. Mas o princípio básico é relativamente conhecido[3]:
Na formação da nuvem, ocorrem ciclos de estado da água, que ascende até o topo da nuvem, passa para forma de gelo (incluindo neve e granizo), caindo e voltando para o estado líquido. Neste ciclo ocorre a troca de cargas entre as partículas de água, havendo desequilíbrio e concentrações. Notavelmente observa-se um centro de cargas negativas na parte inferior da nuvem, seguido por um centro de cargas positivas na parte central.
Animação mostrando a interação de cargas elétricas que formam um raio.
Em um limiar de concentração de cargas, e consequentemente a concentração de campo elétrico, ocorre o efeito de avalanche de Townsend, no qual cargas elétricas são liberadas, chocando-se com outras partículas, realizando um encadeamento do processo que irá ionizar o ar. Juntamente com a avalanche, o meio é ionizado pela própria radiação que emite (fotoionização), no qual alimentará a formação de núcleos que formarão o canal da descarga.
A ionização propaga-se em direção ao solo, tendo o nome de precursor descendente. Eventualmente, as cargas elétricas do solo serão induzidas, no qual formarão um processo similar de ionização, chamado de precursor ascendente.
A formação do canal assume um caminho tortuoso, pois é altamente probabilístico (pequenas variações de partículas e cargas no ar), além de assumir ramificações.
Eventualmente os precursores ascendente e descendente se encontrarão, fechando desta forma um circuito elétrico entre nuvem e solo. Neste instante ocorre a fase intensa da descarga, no qual o canal será violentamente aquecido, transformando-se em plasma, elevando desta forma sua condutividade elétrica e possibilitando sustentar a corrente elétrica.
Após a condução parcial da carga elétrica da nuvem, na forma de um impulso rápido, o canal conduzirá uma corrente menos intensa, chamada corrente de continuidade. A seguir, canal se resfriará, finalizando o primeiro impulso.
É comum a ocorrência de novos impulsos pelo mesmo canal de descarga, após um intervalo da ordem de 10 ms. A duração total da descarga, entre impulsos e intervalos, pode chegar a 1 s.
Parte da energia dos raios é consumida na formação do ozônio, na qual 3 moléculas de oxigênio se unem para formar duas de ozônio. Basicamente toda camada de ozônio existente em volta do planeta foi formada utilizando-se da energia dos raios (plasma)[carece de fontes?].

 Trovão

Multiplos raios em Swifts Creek, Austrália.
As ondas sonoras geradas pelo movimento das cargas elétricas na atmosfera são denominadas trovões. O trovão é resultado da rápida expansão do ar em virtude do aumento da temperatura do ar por onde o raio passa.

 Formação

O trovão é uma onda sonora provocada pelo aquecimento do canal principal durante a subida da descarga de retorno. Devido a alta variação de temperatura no canal, e a subseqüente variação da pressão a sua volta, o ar aquecido se expande e gera duas ondas: a primeira é uma violenta onda de choque supersônica, com velocidade várias vezes maior que a velocidade do som no ar e que nas proximidades do local da queda é um som inaudível para o ouvido humano; a segunda é uma onda sonora de grande intensidade a distâncias maiores. Essa constitui o trovão audível.

 Características

Os meios de propagação dos trovões são o solo e o ar. A freqüência dessa onda sonora, medida em Hertz, varia de acordo com esses meios, sendo maiores no solo. A velocidade do trovão também varia com o local onde se propaga. O trovão ocorre sempre após o relâmpago, já que a velocidade da luz é bem maior que a do som no ar. O que escutamos é a combinação de três momentos da propagação da descarga no ar: primeiro, um estalo curto (um som agudo ensurdecedor) gerado pelo movimento da descarga de retorno no ar. Depois, um som intenso e de maior duração que o primeiro estalo, resultado da entrada ou saída da descarga no solo e por último, a expansão de sons graves pela atmosfera ao redor do canal do relâmpago. Podemos ter uma percepção do som diferente, mas essa ordem é a mesma.
Logo, é muito perigoso ficar próximo ao local de queda de um relâmpago. A energia acústica ou energia sonora gasta para provocar esses estrondos é proporcional a freqüência do som. A maior parte dela, cerca de 2/3 do total, gera os trovões no solo e o restante (1/3) provoca som do trovão no ar. Mesmo assim, eles costumam ser bem violentos, como podemos perceber. Por causa da freqüência, os trovões no ar são mais graves (como batidas de bumbo). Aqueles estalos característicos dos trovões, os sons bastante agudos, além de dependerem da nossa distância à fonte, se relacionam com as deformações do canal e de suas ramificações. Quanto mais ramificado o canal, maior o número de estalos no trovão. Se o observador estiver próximo do relâmpago (a menos de 100 metros, por exemplo) o estalo será parecido a de uma chicotada. Isso está associado a onda de choque que antecede a onda sonora.

 Duração

A duração dos trovões é calculada com base na diferença entre as distâncias do ponto mais próximo e do ponto mais afastado do canal do relâmpago ao observador. Por causa dessa variação de caminhos, o som chega aos nossos ouvidos em instantes diferentes. Em média, eles podem durar entre 5 e 20 segundos.

 Segurança

Os abrigos devem ser procurados em caso indícios de tempestades. Deve ser evitada proximidade com a água e objetos altos, metálicos e eletrodomésticos, mesmo dentro de casa. Ao ar livre, o lugar mais seguro para ficar em caso de raios é dentro de um objeto metálico fechado, como um carro ou avião [4].

 Brasil

Raios durante uma tempestadeLapa, em São Paulo. na
O Brasil é o país no qual mais se registra o acontecimento de raios em todo o mundo[5]. Por ano, cerca de 50 milhões de raios atingem o território brasileiro, estima o Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. É o dobro da incidência nos Estados Unidos, por exemplo. Cada descarga representa um prejuízo de R$ 10 para o setor de energia. Ao todo, os raios causam um prejuízo de R$ 1 bilhão anual à economia do Brasil, apurou o Elat. O setor elétrico é o que acumula mais perdas, com cerca de R$ 600 milhões por ano. Depois seguem os serviços de telecomunicações, com prejuízo de cerca de R$ 100 milhões por ano. Também são atingidos os setores de seguro, eletroeletrônicos, construção civil, aviação, agricultura e até pecuária. Os raios também foram responsáveis por 75 mortes no Brasil em 2008 – o recorde da década.
Segundo o Elat, de 2000 a 2009, 1.321 pessoas morreram atingidas por raios no Brasil. O estudo aponta para a média de 132 mortes por ano. O Sudeste foi a região onde mais pessoas morreram (29%), seguido pelo Centro-Oeste (19%), Norte (18%), Nordeste (18%) e Sul (17%). A maior parte das mortes ocorre na zona rural (61%), contra 26% na zona urbana, 8% no litoral e 5% em rodovias [4].
Uma explicação para essa grande quantidade de raios deve-se ao tamanho do território, condições climáticas e a ausência de grandes elevações no seu relevo.
O aquecimento global pode levar ao aumento na incidência de raios. Nas estações quentes, a incidência dos raios também aumenta [4].
A cidade brasileira que mais recebe descargas eletricas é Teresina, capital do Piauí — chegando a ser a terceira cidade do mundo onde mais acontecem seqüências de descargas elétricas[6]. Por esta razão, a região recebe a curiosa denominação de "Chapada do Corisco".

Referências

  1. McGraw-Hill Encyclopedia of Science and Technology. McGraw Hill, 1997: 74
  2. Berger, K., et al. "Parameters of Lightning Flashes", Electra, 80: 23-37, 1975.
  3. Uman, M. A. The Lightning Discharge, Dover, 2001
  4. a b c Raios matam 1,3 mil pessoas em dez anos - G1, 2 de março de 2010 (visitado em 2-3-2010).
  5. Estudo mostra que Brasil é campeão mundial em incidência de raios (HTML). JB Online. 1 de abril de 2009. Página visitada em 1 de abril de 2009.
  6. Teresina Panorâmica - Panoramic Teresina - www.teresinapanoramica.com. Página visitada em 2 de Abril de 2010.

 Ver também

Commons
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 Ligações externas


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PEI: Uma nova proposta de intervenção na Dislexia e Síndrome de Irlen

PEI: Uma nova proposta de intervenção na Dislexia e Síndrome de Irlen


Ler é mais difícil que falar. Enquanto a fala é aprendida naturalmente pelo homem, a leitura é ensinada por meio de um código de criação humana altamente complexo. O bom leitor é aquele que desenvolve as habilidades de decodificação desses códigos de maneira eficiente. Daí a necessidade de conceituarmos a dislexia como uma dificuldade que está relacionada com a percepção do texto escrito. A percepção visual do texto relaciona-se com os movimentos sacádicos e com as fixações do olho. Para Shaywitz, a leitura está relacionada com a percepção visual que é a capacidade de retirar informações e conhecimento do mundo visível. (Shaywitz, 2006). Por outro lado, numa abordagem psicolingüística, a dislexia é uma dificuldade na aprendizagem da leitura relacionada ao reconhecimento da correspondência entre os símbolos gráficos (grafema), o fonema e a transformação dos símbolos gráficos em linguagem verbal. 
A descoberta da Síndrome de Irlen, cujo foco está no               processamento visual e na sensibilidade à luz, disponibilizou aos profissionais uma ferramenta que ameniza as dificuldades. Estas ferramentas são os chamados “overlays” ou lâminas de contraste e os filtros espectrais que proporcionam conforto na leitura e mais concentração a esses pacientes. O ganho com esse novo método nos faz entusiastas desse recurso, mas, de alguma forma, nos leva a outra inquietação: o que mais podemos fazer para melhorar as dificuldades de aprendizagem relacionadas à leitura e escrita dessas pessoas?
“Não sabe se organizar”, “é desatento”, “começa e não termina uma tarefa”, “é impulsivo”, “tem boas idéias, mas não consegue colocá-las no papel”, “estuda, mas não consegue tirar boas notas na escola”, “não compreende o que lê” isso sem falar na auto estima comprometida. Essa é uma realidade que encontramos quando se trata de pessoas com dificuldades de aprendizagem.
Na experiência do consultório atendo pacientes com dificuldades de aprendizagem e outros que usam os filtros espectrais e apresentam dislexia. Os filtros liberam essa pessoa do esforço e do desconforto tornando-as mais atentas e menos estressadas no que se refere ao visual. Já o PEI (Programa de Enriquecimento Instrumental), criado pelo Prof Dr. Reuven Feuerstein, desenvolve e aprimora as operações mentais que estão deficientes e que impedem um bom desempenho acadêmico ou profissional. São elas: o trabalho com mais de uma fonte de informação, análise e síntese, percepção visual, orientação espaço-temporal, dentre muitas outras (Gomes, 2002). E a mais importante delas: o sentimento de competência.
“O uso dos filtros e o PEI modificaram minha vida, agora não tenho medo de enfrentar desafios... em pouco tempo, já consegui ler dois livros com um nível de compreensão que não tinha antes!”, é o que afirma a paciente Erica Werber de 24 anos.
Já Rafael Horta, 16 anos, que utiliza os filtros espectrais há quase um ano e está passando pelo PEI, a sensação é de mais segurança na escola, além da leitura ter se tornado um prazer e as notas terem melhorado. A diferença já é perceptível pela família e pela escola.
As pessoas que passam ou passaram pelo programa (tendo dislexia ou não) tornaram-se conscientes de suas dificuldades e de seus processos e passaram a criar novas estratégias para melhorar seu conhecimento e elevar seu sentimento de competência muitas vezes comprometido pelo fracasso escolar/profissional ou por uma dificuldade no processamento visual.
Nas palavras do Prof. Feuerstein: “Educar é uma aposta no outro”. Por isso, o PEI precisa ser conhecido nas escolas e clínicas para que a educação ganhe um novo olhar sobre o processo de aprendizagem e a hora de começar é agora!

Suely Mesquita Psicopedagoga Clínica e Institucional do Hospital de Olhos Mediadora do PEI pelo ICELP – Israel e Professora Universitária.

Fonte: http://www.dislexiadeleitura.com.br/artigos.php?codigo=42


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AS CONVERGÊNCIAS E SUAS APLICAÇÕES NA CLÍNICA PSICOPEDAGÓGICA: ESTUDO DE CASO CLÍNICO



AS CONVERGÊNCIAS E SUAS APLICAÇÕES NA CLÍNICA PSICOPEDAGÓGICA: ESTUDO DE CASO CLÍNICO 

Marta Carolina dos Santos

RESUMO
O objetivo do trabalho é apresentar documentação do processo de intervenção psicopedagógica, permitindo a socialização e contribuição das constatações científicas frente às sessões realizadas durante dois anos consecutivos e sua aplicabilidade para crianças portadoras de deficiência mental. Trata-se de explicitar as técnicas e clínicas e psicopedagógicas nas intervenções realizadas durante três anos consecutivos. Busca através de pesquisa abordar a experiência clínica na abordagem a partir da Epistemologia Convergente e os métodos de procedimento para a alfabetização! de criança portadora de Síndrome de Down. Os resultados mais evidentes estão relacionados com as relações interpessoais, sociais e na leitura/escrita podendo também observar avanços na decodificação de palavras para escrever e ler, além da lógica para narrar fatos de seu cotidiano. Durante as vivências nas sessões, pode-se concluir que a relação vincular estabelecida entre paciente e terapeuta fundamentada na Epistemologia Convergente e na superaprendizagem de conceitos da leitura e escrita; contribuirão para uma prática clínica e educativa na atuação de profissionais.

1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho apresentar-se-á um estudo de caso clínico a partir de convergências baseadas na Epistemologia Convergente de Jorge Visca. O trabalho clínico com queixa escolar de uma criança portadora de necessidades especiais estimulou a oferecer a abordagem convergente conforme os estudos de VISCA, documentando as técnicas e métodos desenvolvidos a partir das necessidades levantadas no decorrer das vivências nas sessões.O registro desta experiência clínica revela a objetividade e abrangência possível nas investigações e intervenções psicopedagógicas nos casos especiais.
Para ilustrar do que consiste o exposto trabalho, buscou-se a afirmação do psicanalista LEVIN (2001), sobre a clínica “quando propõe que para o diagnóstico, é necessário que o terapeuta envolva-se plenamente no labirinto com a criança, nesse excesso, para se encontrar na fase e no verso do espelho, junto a ela, mas sem se confundir com sua imagem, marcando seu contorno, mas deixando por vezes, que se transborde o incipiente labirinto que ela irá construindo à medida que se desenvolve na cena do cenário infantil”.
Segundo LEVIN (2001) o discurso científico da modernidade apresenta-nos uma nova variável que, por sua vez, se transforma em parâmetro e critério de avaliação, isto é, tempo.A criança da modernidade está atravessada pela urgência temporal; mal começa a andar improvisando os primeiros passos, já o adulto está pensando em quando ela vai poder falar e basta-a articular e formar os fonemas iniciais, que já o adulto está pensando em quando ela vai conseguir escrever, mal consegue soletrar, é colocada para ler direito, e assim por diante, sem pausa.Quanto mais conhecimento ela acumular e mais rapidamente, melhor condição terá para adequar-se às novas regras e competências do mercado.
Nesta busca desenfreada ao conhecimento, onde situa a criança que apresenta deficiência mental?Quantas expectativas, angústias e incertezas sobre sua inclusão no mercado de trabalho e na vida social ao se tornar adulto?
Aprender a lidar com o tempo desta criança é o desafio da sociedade, da família, especialistas e educadores.
Diante do desafio de adequara sociedade para a inclusãosocial, a começar na educação, torna-se necessário que profissionais especialistas possam acompanhar e orientarcom técnicas específicas o desenvolvimento de competências e habilidades, além de informar o perfil da criança atendida, sendo comunicada aos educadores da escola, pelo qual, está inclusa.
É imprescindível que os profissionais envolvidos tenham perspectivas claras e concretas sobre o que buscar nas intervenções, como intervir e para que encaminhar a outros especialistas, porque a singularidade da diferença humana estende a cada sujeito independente de seu estilo de adquirir e expressar conhecimento e sentimentos, é preciso desenvolver um olhar especial naqueles que lidam diretamente com as especialidades das síndromes, das debilidades, dos déficits, das limitações físicas e sensoriais.
Portanto, as leituras discorridas neste trabalho tem por finalidade, comprovar a eficiência e veracidade da intervenção psicopedagógica baseada na Epistemologia Convergente e no Tateamento Experimental para a construção da leitura/escrita.
A metodologia adotada para realizar a documentação das intervenções realizadas entre os anos de 2003 a 2004, é observacional em situação de intervenção e sendo os delineamentos da pesquisa pré-experimentais, comparando situações de competências e habilidades antes e durante as intervenções/avaliações e posteriormente as novas intervenções e apropriações adquiridas pelo sujeito.
Para compreender a metodologia adotada busca-se apresentar a definição desta abordagem e relato das primeiras sessões.
Segundo Fasce (apud VISCA, 1987) a Epistemologia Convergente é definida como sendo uma conceituação da aprendizagem e suas dificuldades numa relação integrada, onde as contribuições das abordagens psicanalíticas, piagetianas e da psicologia social são pertinentes às sessões.Mediante esta forma de conceituação pode-se compreender a participação dos aspectos afetivos, cognitivos e sociais, que influenciam no aprender do sujeito.A parir desta conceituação discorreremos a relação entre avaliação, diagnóstico e intervenção a partir das convergências.
A criança ao ser encaminhada para o atendimento psicopedagógico é avaliada junto a família e a escola, a forma com que relaciona com os adultos e com as demais crianças, as observações do terapeuta e relatos dos envolvidos configuram os aspectos inter e intrapessoais, o papel que exerce nos diferentes cenários da vida cotidiana e sua relação com o aprender.As relações sociais que são estabelecidas ao longo da história pessoal de cada indivíduo determinam algumas formas de compreensão, ação e reação frente à construção do real.
Conforme SANTOS (1999) é nesta busca de adequação ao grupo, visto que o “ eu” tende a ter intimamente um sentimento de pertença a um determinado grupo, o indivíduo auto-afirma valores, adquire um nível de aspiração, seu índice de realização e rendimento que dependem de fatores sociais e situacionais.
No caso da abordagem neste campo de estudo se utiliza a técnica de trabalho de grupos operativos compondo o ECRO (Esquema Referencial e Operativo) que tem fundamento no método dialético do psicólogo social Pichón Riviére.Na clínica, foi reproduzida através de cenário e personagens (fantoches) situação de operatividade, pelo qual, a criança e o terapeuta delegam papéis e organizam uma situação constituindo as três dimensões básicas do grupo operativo: a mútua representação interna, os papéis e a tarefa.Esta técnica foi muito utilizada nos momentos de resistência da criança frente aos desafios das atividades de estimulação sensorial e principalmente visomotor, além de extrair a problemática enfrentada péla escola, quando a criança resistia os tempos e espaços estabelecidos pela instituição, bem como sua relação com a professora e seus colegas.
Nestas sessões, eram simuladas as relações com os membros da família, ora com os colegas da escola, as representações lúdicas do real permitiram compreender a dinâmica das relações sociais da criança avaliando e intervindo.Nesta abordagem buscou-se para melhor compreensão do trabalho o cone invertido abrangendo os elementos da teoria do grupo operativo, através de seus vetores:
a) Filiação: o terapeuta buscou junto á criança criar um elo de identidade a partir de conversas e criação de cenário comum a vida familiar da criança, com o objetivo de motivá-la a se tornar “ parte da família fictícia”.
b) Pertença: o terapeuta permite que a criança crie os nomes e funções dos personagens na cena, identificando cada um com seus aspectos emocionais e de personalidade.
c) Cooperação: a criança estabelece regras e condutas a serem cumpridas pelos participantes a fim de que cada um contribua para a realização da tarefa.
d) Pertinência: neste momento, quando “ o grupo” está envolvido com a tarefa, emerge os conflitos da criança através da projeção nos demais personagens, narrando assim os momentos de que se sente limitado, diferente e incapaz, mas estes sentimentos são relatados com clareza, afinal, para o analisando tais sentimentos e condutas não pertence a ele, mas ao personagem a criança toma para si o papel de dominador, de líder entre os demais, o que realmente consegue realizar as tarefas propostas. Pertence ao grupo, mas para obter este sentimento necessita sobressair-se, o que não ocorre no real, porque na escola resiste às propostas coletivas na sala de aula, se sentindo incapaz para realizar as tarefas comparando suas produções com as dos colegas.
e) Comunicação: a criança e o terapeuta dão vida aos personagens e numa dinâmica dialética constroem uma situação, com o objetivo de extrair da criança um universo de idéias criativas e coerentes.Neste momento há presença da verbalização das ações e relatos de situações do real moldurando a cultura e informações que a criança vivencia em seu grupo social.
f) Aprendizagem: a criança ao idealizar-se num personagem sem dificuldades para escrever ou ler, adapta com maior facilidade as informações e habilidades que serão estimuladas durante o momento da tarefa, busca memorizar solicitando a repetição da leitura ou escrita pela terapeuta, driblando a deficiência mental para obter conhecimento.Nestes momentos a terapeuta observou o estilo de aprendizagem e o tipo de aprendizagem estabelecido pela criança.
g) Telé: Com o clima grupal organizado neste cenário, a criança reage manifestando suas ansiedades, a terapeuta avalia e interfere.

Além das contribuições da psicologia social, a psicanálise infantil contribuiu para o trabalho com a afetividade da criança, nas avaliações e intervenções realizadas com a criança, utilizou-se a abordagem kleiniana por ser baseada no brincar.Através desta técnica se permitiu observar e interagir com a criança percebendo o seu conteúdo consciente e inconsciente nas fantasias surgidas nas brincadeiras, como foi apresentado anteriormente a simulação do cenário, ora da escola, ora da família, de acordo com a necessidade da criança de reconstruir o real do social, através do grupo operativo imaginário.
Mas, nos momentos que brincou livremente com outros brinquedos, a terapeuta pode analisar os elementos do brincar como expulsão, o brincar e as projeções e brincar para obter prazer.Nos momentos das brincadeiras conforme Klein (1926) as crianças possuem uma compreensão inconsciente muito maior que seus próprios problemas e é capaz de conscientizar-se de seus conflitos internos com a ajuda do terapeuta.Com a finalidade de avaliar e identificar os aspectos sócio-afetivos e cognitivos da criança utilizou-se o formulário de avaliação/intervenção denominado: “ Entrevista Operativa Centrada no Brinquedo” – EOCB, pelo qual se analisa o tempo que a criança interage com determinado brinquedo ou brincadeira, verbalização da ação, inanimismo, atenção, planejamento para o brincar, reprodução cultural, projeção de atitudes e sentimentos, relação com o objeto/objetos e aspectos transferenciais.
Para que o trabalho de avaliação/diagnóstico e intervenção psicopedagógicas tenha informações objetivas sobre a inteligência da criança e como funciona sua estrutura cognitiva, para adquirir conhecimento, aperfeiçoar suas habilidades e competências é imprescindível uma abordagem específica nestes aspectos, os estudos piagetianos contribuíram para que o eixo da intervenção psicopedagógica fosse aplicado para emergir o sujeito escondido nas metodologias de ensino, através das investidas do próprio sujeito para apropriar de um novo objeto do conhecimento, fazendo-o apoiar-se em sua própria construção para buscar novas apreensões.No caso da criança em tratamento na clínica, durante a fase da vida em que vivenciou a função semiótica seu desenvolvimento nas condutas representativas (imitação diferida, jogo simbólico, imagem mental, desenho e linguagem) foram superestimuladas, o que favoreceu suas possibilidades de avanços.Porém, quanto ao desenho ao desenho e a linguagem, estas apresentaram num ritmo lento para aprimoramento, o que implicou na disgrafia acentuada e as resistências à priori para desenhar.
De acordo com as provas piagetianas aplicas ao longo das sessões, esta criança está em fase de transição entre o pré-operatório e operatório concreto.Para melhor entendimento desta afirmação buscou-se os estudos da doutora em Educação, a pedagoga RANGEL (1992) quando descreve o período pré-operatório como sendo o aspecto figurativo do pensamento representativo tendo domínio sobre o aspecto operativo.(...) Piaget caracteriza como raciocínio transdutivo esta forma de raciocinar, presa aos aspectos figurativos do pensamento representativo característico das crianças de dois a sete anos de idade, aproximadamente. É importante destacar conforme SANTOS (1999) que no período de transição entre a fase pré-operatório a e operatório-concreto, a criança que se apropria da linguagem escrita, apresenta noções de conservação, seriação, classificação, número, utilizando variáveis em relação à construção da escrita. No caso da criança analisada, atualmente para ler, ela se apóia do soletramento seriando verbalmente cada letra, evocando os fonemas para depois pronunciar a palavra ou frase.
Nas sessões que se seguiram, as intervenções puderam ser realizadas a partir dos conceitos da teoria piagetiana, quando a terapeuta pode desenvolver técnicas a partir das condutas do pensamento representativo, buscando auxiliar a criança na apropriação de conceitos, competências e habilidades que se apresenta no Programa de desenvolvimento de Competências e habilidades discorridas a posteriori.
A técnica utilizada no desenvolvimento da leitura e escrita foi de vital importância para dar continuidade ao trabalho: Tateamento Experimental na aquisição da leitura/escrita na deficiência mental e as estratégias a partir das convergências psicopedagógicas.
 O termo “tateamento experimental” foi utilizado nas abordagens de Sampaio 1989 em sua obra: FREINET: Evolução Histórica e Atualidades, onde define o tateamento experimental como sendo a aptidão para manipular, observar, relacionar, emitir hipóteses, verificá-las, aplicar leis e códigos, compreender informações cada vez mais complexas. É uma atitude particular que deve ser desenvolvida pouco a pouco, assim os conhecimentos vão sendo adquiridos pela criança e se enraízam profundamente nela, permanecendo, entretanto, revisáveis e relativos, quando aparecem novos fatos ou quando são feitos novas experiências.
Segundo FREINET (1978) uma experiência feliz no decorrer da tentativa cria como que uma camada de força e tende a reproduzir-se mecanicamente para se transformar em regra de vida. Esta afirmação evidencia a valorização de cada tentativa realizada pela criança em manipular objetos da escrita, tentar grafar, desenhar, garatujar, experimentar diferentes movimentos e materiais de produção gráfica são vivências fundamentais para a aquisição da auto-afirmação, auto-estima, iniciativa e autonomia nos contatos com a linguagem escrita.
De acordo com as pesquisas sobre a Educação FREINET e a Psicologia Experimental a veracidade e aplicabilidade do tateamento experimental na intervenção psicopedagógica são eficazes e evidentes.Com especial relevância neste caso que se configura o quadro de deficiência mental, disgrafia acentuada e lentidão para a escrita. Observou-se nas tentativas experimentais para o desenvolvimento desta habilidade, a busca da criança pelo domínio da leitura procurando memorizar visual e auditivamente as letras, sílabas, fonemas, palavras e frases construídas a partir de experiências vividas em seu universo familiar e escolar. Observou-se também que a tentativa experimental, além de buscar recursos do universo do sujeito, possibilitou as manifestações afetivas, expressando suas emoções na escrita e na leitura com intuito de adquirir a aceitação, o reconhecimento, a afetividade, o acolhimento, o pertencimento para adaptar os novos conhecimentos nesta área do saber.
O tateamento experimental foi utilizada pela criança para compreender a dinâmica de regras sociais, reproduzindo na EOCB as relações familiares e reprodução cultural do contexto em que vive, fator importante para o desenvolvimento do pensamento lógico podendo a partir dos recursos do brinquedo projetar suas hipóteses sobre o mundo, sobre si mesmo em relação aos outros e como os outros o vêem e o percebem no cotidiano familiar. A cada momento que reproduzia uma mesma situação compreendia e aliviava seus conflitos internos. Assim, o tateamento experimental estava presente nas técnicas projetivas, de modo que convergiam dimensões do processo de aprendizagem: metacognitivo e psicanalítico.
Durante as sessões que se seguiram a escrita e a leitura estiveram sempre presentes ora manipulando jogos, tentando fazer traçados mais aprimorados ou lendo e relendo novas e antigas palavras estudadas. Ao manipular jogos e brinquedos, pode-se intervir em questões ligadas à lógica do pensamento. Através de entrevistas informais organizadas sob forma de temas: causa/conseqüência, tempo, quantidade, negação, afirmação, argumentação, seriação, classificação, puderam ser experimentadas em diferentes situações e sendo realizadas muitas tentativas que contribuíram para um melhor desempenho na comunicação, expressando com coerência e organização suas idéias verbalmente (apesar da gagueira); firmando as convergências dos aspectos epistemológicos.
Contudo, enfocando a tentativa experimental na aquisição da leitura e escrita organizou-se durante as pesquisas e aplicação da técnica uma programação de atividades nas sessões que foram fundamentais para que a experiência maciça de conceitos na estruturação da leitura e escrita pudesse apresentar resultados positivos.
Segue abaixo os passos para uma abordagem da linguagem escrita através da tentativa experimental:
1°Leitura do nome da criança e soletramento. Visualização do nome escrita em diferentes tamanhos e tipos de papel, nome escrito na palma da mão. Tentativa de escrita, soletrando e lendo letra por letra simultaneamente;
2°Tentativa da escrita do nome a partir de pontos verticais, horizontais e circulares;
3°Paródia com as letras e sílabas do nome;
4°Leitura digital do nome e de outras letras;
5°Sons da música, identificação de palavra com significado central e análise-sintaxe da palavra.
6°Escrita de palavra com maior significado a partir de pontos verticais e horizontais.
7°Construção e desconstrução da palavra de maior significado, seqüência lógica dos fonemas que organizam a pronúncia;
8°Pronúncia espontânea de palavras com mesmo som inicial da palavra estudada, construção de novas palavras.
9°Reconstrução da situação que originou a palavra estudada, cenário e personagens, ações repetidas muitas vezes;
10°Leitura de novas palavras construídas a partir da primeira estudada, reconhecimento das novas palavras e identificação da mesma paródia com a palavra nova, leitura da demais palavras com modelo, depois nova tentativa de escrita, soletrando sem modelo, escrita espontânea.
11°Tentativas com a escrita de palavras de músicas repetitivas e curtas através de pontos verticais/horizontais e circulares;
12°Nome dos personagens das cenas criadas pela terapeuta na abordagem com fantoches, a criança expressa sentimentos e emoções, cria elo de afeto e cumplicidade com os bonecos a partir dos objetos afetivos cria-se nomes e escreve seus nomes, leitura dos nomes do personagem, identificação da primeira letra do nome de cada um. Cada personagem é estudado em muitas algumas sessões, estudando e recriando situações a criança escolhe o nome que irá escrever;
13°Resistência à escrita: tentativas para a criança escrever através da EOCB. Recurso positivo escreve e projeta suas resistências para os bonecos;
14°Análise e sintaxe de palavra do cotidiano escolhida pela criança, expressão verbal da experiência com a palavra, escrita da palavra, memorização auditiva e visual da palavra através de técnicas lúdicas;
15°Tentativa de escrita de palavras com fonemas iniciais iguais, identificação de palavras com sons finais ou iniciais iguais, construção da palavra com fonemas na ordem lógica. Memorização dos fonemas que constroem as palavras/memorização das palavras estudadas conforme a escolha da criança.
16°Releitura de palavras já estudadas, EOCB e entrevista informal registrando a fala da criança, perguntas e relatos verbais feitos pela criança;
17°Digitação e gravação do que a criança relatou no computador;
18°Escrita de cartas para os membros da família, algumas sessões com a escrita da data e frase que ele memorizou;
19°Escrita espontânea e observação de desenhos, durante algumas sessões seguidas;
20°Iniciativa espontânea ao desenho, criação de histórias e rimas espontâneas.
Criou-se também uma tabela de procedimentos para as sessões a fim de buscar-se metas e ações bem definidas para as intervenções, o PDCHC – Programa de desenvolvimento de Competências e Habilidades Convergentes.

P. D.C.H.C. PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES CONVERGENTES

 
Bases Multidisciplinares do Processo de Inclusão e Educação

Observa-se nos aspectos relevantes da deficiência mental no processo de intervenção/inclusão que educadores e terapeutas que iniciam a primeira experiência com crianças deficientes mentais, se angustiam de não alcançarem respostas aos trabalhos de intervenção e reeducação em curto prazo.
Diante dos conflitos pertinentes a esta abordagem deve-se considerar que cada progresso adquirido pela criança pode acontecer lentamente, o que significa para os profissionais envolvidos e a família uma postura emocional de paciência e persistência em insistir durante muito tempo em alguns conceitos e competências através do que será discorrido mais adiante “A superaprendizagem”. Esse tempo e ritmo para os casos de deficiência mental poderão durar de meses a anos.
Com o objetivo de contribuir para um entendimento e ações qualitativas e coerentes na abordagem de casos dessa ordem, pelo qual, diferentes conhecimentos e técnicas envolvem profissionais de diferentes áreas do saber, é necessário que estes estejam discutindo entre si suas investigações sobre a criança em tratamento. É importante que se reflita nas informações coletadas na busca de adquirir uma visão do todo que constitui a criança analisada
A inclusão de P.N.E. deve ser fato a ser discutido não apenas no momento do ingresso a escola regular. Mas, a inclusão se inicia ao nascer quando a família é orientada pelo médico sobre a deficiência, informada e acompanhada por profissionais que lhes darão condições sócio-emocionais para se adaptarem à nova realidade.
Portanto é de fundamental importância o ingresso da criança a educação infantil, nestes espaços e tempos institucionalizados encontrará oportunidades de interações fora da família, o que a estimulará a socialização e autonomia (mesmo que necessite de monitoramento de apoio). “A creche ou berçário é o contexto ideal para a integração da criança na rede comum de ensino, sendo que a maior vantagem está na exposição precoce à linguagem de crianças mais avançadas”. (DUESCHEL, p172, 2003)...”Além de permitir que as crianças praticassem mais prontamente o desenvolvimento da competência social”. (Ibidem, p174, 2003).
Posteriormente, ao ingressar na escola de ensino fundamental, professores envolvidos diretamente com o aluno deverão ter acesso a todas as informações sobre o caso específico por profissionais que o atendem individualmente, conforme Pueschel 2003 afirma que a prática intensa produz um fenômeno resultante do princípio da teoria da aprendizagem denominado “superaprendizagem” ou “domínio do conceito”, porém o ensino oferecido unicamente no ambiente natural não assegura a ocorrência da superaprendizagem. Mesmo se uma criança tiver uma habilidade, essa experiência pode não ser concentrada o suficiente para a criança adquirir a habilidade tão rapidamente como seria o caso se fosse utilizada uma combinação de prática intensiva e reforço no ambiente natural.
Para que estes ambientes possam oferecer uma inclusão de qualidade, é necessário que profissionais especializados possam orientar educadores adequadamente dando-lhes suporte teórico e técnico para atuarem no trabalho pedagógico.
O educador diretamente envolvido com a criança deve conhecer, através dos profissionais da saúde e educação especializada o tipo de deficiência mental, o nível da deficiência, o estilo da aprendizagem, os aspectos emocionais e de personalidade, as relações parentais e o ritmo de aprendizagem.
Para o deficiente mental, os anos de freqüência na escola de ensino fundamental visam, além do envolvimento social (regras/interações culturais), autonomia/independência e a aquisição da linguagem escrita, conforme pesquisadora COSTA (1997) afirma que o ensino da linguagem escrita para o deficiente mental treinável não é um fim em si mesmo, mas um meio de possibilitar modificações mais amplas no seu repertório comportamental, contribuindo ao mesmo tempo para que melhore sua auto-estima e para que o mesmo também tenha acesso ao conhecimento.
De acordo com COSTA (1997) a criança ao dominar a linguagem escrita, obviamente conforme suas possibilidades, o deficiente mental, além de ter acesso ao conhecimento também pode participar mais ativamente do meio em que vive. Isto produz conseqüências surpreendentes: o mesmo passa a se ver de outra forma, com conseqüente melhora da sua auto-estima.
A escola a partir dessas informações poderá estabelecer um currículo transversal de modo que a criança poderá ter condições de atingir objetivos da educação possíveis de serem alcançados por ela, ampliando alternativas de observação no processo de aprendizagem, conforme Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N°9.94/96 sobre a Educação Especial, Art.59 inciso I currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades.
A criança D.M. por apresentar limites na linguagem escrita e aritmética, poderá Ter melhor desempenho em competências sociais e pessoais, tais como: ir ao banheiro, vestir-se, lanchar com independência, brincar e conversar com outras crianças e adultos, respeitar horários e regras sociais para atividades recreativas e as tarefas sem classe; ler, identificar nomes, criar critérios para classificação e seriação. É importante que a sociedade possa buscar oferecer espaços e oportunidades de inclusão do deficiente mental até sua vida adulta inserindo-a no universo do trabalho, do lazer, da cultura e do bem estar social.

CONCLUSÃO
A experiência com a criança especial é um processo incessante de aperfeiçoamento que abrange desde a afetividade na relação com o ser que aprende, bem como com o que se conhece e se busca durante as intervenções. Acredito que a pesquisa realizada neste estudo de caso possa contribuir com trabalhos de demais colegas e possa servir de novas bases para investigações e aperfeiçoamento.
A partir das vivências realizadas na clínica e o conhecimento das potencialidades da criança analisada, será possível utilizar suas criações para a realização de um novo projeto de vida: a conclusão e edição de seu primeiro livro, poderíamos utilizar seus desenhos que sem contaminação dos estereótipos da educação sistemática, podem valorizar o ambiente e a arte infantil.
Muitas de suas produções poderão ser vistas com dignidade, a inclusão requer valorização daquele que muitas vezes é posto à prova no cenário da vida, levando-nos a aprender que o impossível pode ser infinitamente cheio de possibilidades, é preciso encontrar o ponto de partida para conhecê-las e repensá-las.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, Maria Piedade Resende da. Alfabetização para Deficientes Mentais. 3ª edição revista e ampliada. São Paulo: EDICAN, 1997.
PUESCHEL, Siegfried. Síndrome de Down: guia para pais e educadores. 8ªedição.Papirus Editora. 2003.Campinas.
SANTOS, Marta Carolina dos Santos. Estudo de Caso: análise clínica a partir da Epistemologia Convergente. Porto Alegre.Itajaí, Jan-1999.Monografia – UNIVALI
VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica: epistemologia convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
DE MAMANN, Cleussi de Fátima. Avaliação e Diagnóstico Psicopedagógico (apostila, 1998).
www.secretariaestadualdaeducação.sc.gov.br: Legislação: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
NUNES SOBRINHO, Francisco de Paulo. e NAUJARKS, Maria Inês. Pesquisa em Educação Especial: o desafio da qualificação – EDUSC. Bauru. .2001.
LEVIN, Esteban. A Função do Filho: espelhos e labirintos da infância. Editora Vozes.Petrópolis. 2001.
Publicado em 11/04/2005 16:58:00

Marta Carolina dos Santos - Pedagoga e Psicopedagoga Clínica. Clínica Flor e Ser Psicologia, Educação e Treinamento Ltda.

Fonte: http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=662

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 Fonte: http://www.somatematica.com.br/livrosdidaticos/?niv=G

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terça-feira, 4 de maio de 2010

Uma nova linguagem acadêmica













Uma nova linguagem acadêmica
Pressionadas pelos avanços tecnológicos, as universidades começam a aceitar a defesa de teses em diversas plataformas; a questão é como fazer um bom uso desse processo

Adriana Natali


Se antes a imagem que a academia projetava era a de um rosto sisudo e quase autoritário, com distintos senhores confabulando a respeito de seus saberes, hoje é possível dizer que essa representação passa perto de uma pessoa jovem e conectada. Com a democratização do acesso ao ensino superior e a proliferação das novas tecnologias, era quase inevitável: a linguagem acadêmica está mudando.Para conhecer a consequência desse processo, entretanto, ainda é preciso tempo, mas a representação máxima do conhecimento, ou seja, a formulação de teses acadêmicas, tem se beneficiado dessas novas possibilidades. Ao mesmo tempo que estudam o fenômeno social, as universidades se colocam na vanguarda de seus experimentos, com a permissão para que seus alunos apresentem dissertações em forma de blogs, livros, vídeos digitais ou via skype.
Tanto em pesquisas como no próprio ensino, é possível verificar, cada vez mais, a incorporação dessas novas tecnologias. Um dos exemplos concretos é o aumento na oferta de cursos a distância, mas, uma vez que os alunos chamados "nativos digitais" (nascidos depois dos anos 80) dominam as novidades tecnológicas, a academia passa a ser parte integrante desse processo, inserindo, crítica e reflexivamente, a apropriação e utilização destas novas linguagens no cotidiano do ensino, da pesquisa e da extensão.
Hoje é possível assistir a apresentações finais de TCCs, teses e dissertações por meio de vídeos digitais, fotografias, power point e até skype, por exemplo. Além disso, a grande maioria dos trabalhos é disponibilizada na internet. "Isso significa uma acessibilidade sem limites, incomparável com o formato tradicional do exemplar impresso nas mãos de poucos professores e na estante de uma biblioteca", afirma Paulo Cesar Duque Estrada, pró-reitor de pós-graduação e pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Apesar disso, segundo ele, acessibilidade não significa garantia imediata de maior entendimento do público em geral. "Quem recebe a informação terá de possuir capacidade para processá-las, ou seja, ainda não se inventou uma tecnologia que substitua o processo de formação acadêmica por meio do qual se adquire a necessária capacidade de pensar com rigor e, assim, se tornar um pesquisador ou pesquisadora", avalia.
Neste contexto, há duas linhas a serem pensadas, de acordo com a coordenadora do curso de letras da PUC de Minas Gerais (PUC-MG), Juliana Alves de Assis. O primeiro é que o uso de recursos tecnológicos pode, sim, tornar a apresentação mais dinâmica e interativa. O segundo é que há pesquisas que tomam a tecnologia e as práticas discursivas em que ela é empregada como objeto de estudo. Neste caso, o uso da tecnologia em questão pode ser imprescindível à compreensão do próprio objeto de pesquisa. "As tecnologias fazem parte de nosso cotidiano, das práticas sociais das quais participamos. Nessa medida, são importantes tanto como ferramentas para os eventos de interação do domínio acadêmico quanto como objetos de estudo", explica a professora.
O pesquisador é um dos que mais utilizam novas formas de tecnologia em seus trabalhos. Os sites e programas ligados à internet, os mecanismos para armazenamento e trabalho com dados coletados, tudo isso passa a ser mais rápido. "A depender da área do conhecimento, são indispensáveis recursos como imagens, vídeos, arquivos de som. Desse modo, a utilização de tecnologia poderia não apenas facilitar as apresentações, mas, principalmente, proporcionar-lhes maior qualidade de reprodução", afirma Mauro Dunder, doutorando em letras pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Bandeirante (Uniban). "Mas no que diz respeito a apresentações de trabalhos, a academia não se livrará tão cedo do apego que tem a determinadas tradições", completa.

A consultora Márcia Petrone: é preciso contextualizar cada instituição
Pedro Jacobi, professor da Faculdade de Educação e do programa de pós-graduação em ciência ambiental (Procam) da USP, concorda. Para ele, utilizar novas tecnologias não é tão simples, já que existe um ritual a se cumprir e um tempo disponível para apresentação. Mas ele se diz favorável a todo tipo de experimentação que possa complementar, de forma criativa, uma apresentação, assim como a transmissão online das defesas, o que abre espaço para um público muito mais amplo. "Tive a oportunidade de ver um orientando meu utilizar, na sua defesa, material em vídeo. O mais importante é analisar a qualidade do produto final. A academia ainda tem uma ritualística muito pouco criativa que dialoga quase nada com as novas mídias digitais", afirma.Muitos docentes acreditam que as tecnologias devem servir ao conteúdo e não o contrário. Uma excelente ideia, por exemplo, não pode se tornar coadjuvante para um espetáculo de recursos tecnológicos ou que esse espetáculo esconda um vazio teórico. É necessário saber empregar a melhor linguagem tecnológica para que o conceito seja bem compreendido e a aprendizagem, favorecida. "O investimento em uma apresentação performática do ponto de vista tecnológico deve ser usado como ferramenta a serviço da elucidação dos tópicos centrais do trabalho. Esse deve ser o aspecto central a ser levado em consideração pelo aluno", defende Paulo Gomes Cardim, reitor do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. "Às vezes, até um power point atrapalha. Já vi muitas apresentações pirotécnicas inúteis e dispersivas. Em muitos casos, nada supera um bom debate", completa André Azevedo da Fonseca, coordenador do curso de comunicação social da Universidade de Uberaba (Uniube), em Minas Gerais.
Ele defende a ideia de que todos os trabalhos devem ser publicados na internet, o que tende a inspirar uma responsabilidade crescente nos alunos. "Por um lado, os estudantes se sentem mais motivados, pois, em vez de serem engavetadas, as suas produções intelectuais são publicadas e podem contribuir para a visibilidade profissional. Por outro lado, a publicação na web faz com que os alunos evitem o "copy/paste" [copia e cola] ou a simples má vontade, pois a visibilidade do trabalho facilita a denúncia", diz o professor.
Esse processo pode ainda ser facilitador do trabalho dos professores e alunos, na medida em que propicia a participação de um número maior de pessoas, sem restrição de tempo, espaço ou recursos e dá mais agilidade na busca de informação, com mais pessoas pesquisando conjuntamente. Além disso, podem ser replicadas indefinidamente. "A simulação ou a gravação de experiências, por exemplo, diminui a necessidade de laboratórios, materiais, professores e alunos presentes para realizar e/ou observar o que se está estudando", diz a professora do departamento de letras da PUC do Rio de Janeiro, Violeta Quental, para quem a tecnologia sempre auxilia o pesquisador, seja ela o lápis ou o computador, já que surge da pesquisa, muitas vezes dentro da própria academia. "Nesse sentido, o pesquisador é totalmente aberto ao uso da tecnologia. No entanto, ainda há muito a pensar em relação a uma nova linguagem na academia, a uma substituição completa da linguagem verbal por outras linguagens", afirma.
Consultora de educação a distância, a professora Márcia Augusta Marinho Petrone acredita que, se houverem aulas com boas questões, material contextualizado, desafios interessantes e criativos, a manutenção da mesma lógica "tecnoeducacional" nos projetos de conclusão de curso será natural. "Os recursos podem tornar mais dinâmicos os processos, mais profundas as buscas de informação, mas o que dará a efetividade no processo educativo é a qualidade de como é desenvolvido o programa, de como o professor conduz os problemas, os temas escolhidos de interesse, a participação diversificada dos alunos, a busca das soluções criativas e importantes para a comunidade", explica a professora, para quem ainda é muito tímido o uso dessas tecnologias dentro das instituições. "Nos locais nos quais se formam professores, por exemplo, dificilmente vê-se o uso de tecnologias. Logo, não é de se espantar que os alunos usem muita tecnologia, mas fora da sala de aula. Certamente temos muitas experiências de sucesso e precisamos continuar a estudar, pesquisar, participar e promover a entrada de novos conhecimentos na escola", diz.
Para ela, o contexto de cada instituição de ensino, de seu corpo discente e até do docente, apresenta diferentes realidades, e isso precisa ser considerado. "Eu diria que nos cursos de pós será efetivamente mais fácil utilizar a tecnologia para exames, teses e bancas finais. A videoconferência suportaria facilmente essa situação e certamente os alunos não teriam dificuldades", diz.
Estimular o uso desses recursos durante todo o processo educativo do curso também é importante. Na PUC do Rio Grande do Sul, diferentes unidades acadêmicas dispõem de espaços educativos equipados para permitir o acesso e a inserção dos futuros profissionais na 'realidade tecnológica'. "Por conta disso, as apresentações dos trabalhos acadêmicos, em qualquer curso, podem envolver desde as tecnologias de suporte convencionais ao trabalho de sala de aula, como projetores multimídia e computador com acesso à internet, até a utilização de sofisticados recursos computacionais de simulação, ou mesmo a inserção de contatos virtuais síncronos, também via internet (skype) e/ou outras ferramentas de EAD, com professores ou especialistas, ou, ainda, integrantes de bancas examinadoras que não se façam presentes no campus, no momento das defesas", explica a diretora da Faculdade de Educação da PUC-RS, Marília Costa Morosini.
Quando os canais de acesso à informação são chancelados pela universidade, amplia-se o alcance da produção desses conhecimentos e as condições para a sua compreensão e entendimento por um maior número de receptores, não só da área acadêmica. "O papel da academia é também produzir ciência e tecnologia, estendendo à sociedade os frutos do seu trabalho, e não apenas disseminar o conhecimento historicamente acumulado pela humanidade no espaço restrito da sala de aula", diz Morosini.
Embora experiências como essas estejam sendo realizadas, o professor de sociolinguística da USP Luiz Antonio da Silva acredita que o acesso a esses recursos pelas instituições ainda é pequeno, principalmente nas universidades públicas. "Ainda assim, creio que a academia não deva ficar alheia às inovações tecnológicas, tomando o devido cuidado para não usar sem uma finalidade definida, isto é, apenas para parecer moderno", diz o professor, que orienta o aluno Artarxerxes Tiago Tácito Modesto, doutorando em letras pela USP, "um dos alunos que possuem experiências mais inovadoras com relação ao uso de novas tecnologias em apresentações finais de trabalhos", descreve.
Em sua dissertação de doutorado, ainda em curso, Modesto pretende utilizar conversas realizadas online e, como apoio, apresentar data show para exibir gráficos e emoticons (figuras usadas em ferramentas de bate-papo), entre outros elementos discursivos, além de, "quem sabe", fazer uma demonstração em tempo real dos fenômenos analisados na pesquisa, através da interação eletrônica. "Não acredito que os trabalhos tradicionais estejam com os dias contados. Afinal, as novas tecnologias não vieram substituir a episteme, mas sim conferir novas maneiras de se chegar até ela. Acredito numa simbiose natural entre os meios de divulgação tradicionais e os inovadores. Não há melhor ou pior, apenas maneiras diferentes de divulgar os resultados da investigação", diz o aluno.
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Fonte: http://revistaensinosuperior.uol.com.br/revista.asp

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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Conversas sobre Didática,