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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Carl Gustav Jung
PERFIL
Carl
Gustav Jung nasceu em Kesswil, cantão da Turgóvia, região
às margens do lago Constança, Suíça, no dia
26 de julho de 1875. Filho de Johann Paul Jung, pastor protestante da igreja
reformada e de Emile Preiswerk. Sua mãe era uma dona de casa instruída
e culta que o incentivou à leitura do Fausto
de
Goethe na adolescência.
A
infância foi vivida no campo, em contato com a natureza e entre os
livros da silenciosa biblioteca de seu pai, onde leu textos de filosofia
e teologia.
Quando
chegou à Universidade de Basiléia para estudar medicina,
Jung detinha razoável conhecimento de filosofia, nutrindo especial
interesse pelas idéias de Kant e Goethe. O seu entusiasmo filosófico
leva-lo-ia, ainda, às idéias de Schopenhauer e às
de Nietzsche, que exerceriam significativa influência na construção
de sua teoria psicológica.
Concluído
o curso de medicina, Jung dedicou-se à psiquiatria, como assistente
do professor Eugene Bleuler no Burgholzi Psychiatric Hospital, da Universidade
de Zurich, interessando-se preponderamente pela esquizofrenia.
O
contato com a obra de Freud ocorreu através do livro A interpretação
dos sonhos, cuja leitura por Jung deu-se em dois momentos. No primeiro,
a obra não lhe causou impacto nem despertou interesse. Em
segunda leitura, percebeu a extensão e a profundidade
com que Freud tratou a questão dos sonhos. Essa leitura aproximou
os dois maiores estudiosos do inconsciente numa amizade, fecunda e tumultuada,
que durou cerca de sete anos.
Nos
primórdios de sua relação com Freud, Jung permaneceu
receptivo à teoria da sexualidade infantil. Todavia, ao longo do
tempo em que estudou e praticou a psicanálise freudiana, não
conseguiu encontrar, nos seus fundamentos teóricos, elementos que
dessem conta dos fenômenos com os quais se defrontava no tratamento
de psicóticos, principalmente esquizofrênicos. Nesses pacientes,
a doença decorria de grave dissociação da mente, não
apresentando traços de uma etiologia sexual.
A
partir desse impasse, Jung desenvolveu estudos de alquimia,
mitos e lendas na busca de elementos que contribuíssem para a elucidação
das questões levantadas pela clínica da psicose. Foram principalmente
essas questões que o fizeram demandar outras perspectivas de análise,
tais como a abordagem simbólica e a hermenêutica. Com o instrumental
teórico oferecido por esses métodos, identifica nos mitos,
lendas e processos alquímicos a estrutura e a dinâmica psíquica
por ele encontrados na clínica da psicose.
A
partir dessa constatação, são fundados os pilares
em cima dos quais Jung afima que essa estrutura, enquanto forma, seria
um componente da psique, presente em todos os indivíduos desde o
nascimento, chegando então à sua hipótese mais refinada
- a da existência de um substrato desconhecido na mente humana, responsável
pelo lado obscuro da psique, que ele denominou de inconsciente coletivo
que
configura a dimensão objetiva da psique e contém o aprendizado
resultante da experiência humana em todos os tempos, herdado pelo
indivíduo como disposições ou virtualidades psíquicas.
O
inconsciente
coletivo, dotado de propósito ou intencionalidade, cuja
força energética repousa em elementos primordiais ou arcaicos
denominados arquétipos, é determinante dos fatos psíquicos.
Jung considera que é a psique coletiva, no seu embate com o ambiente
externo e suas exigências, que gera o que ele denominou de inconsciente
pessoal, e não as vicissitudes da pulsão como postula
a teoria freudiana.
Galileu,
ao abandonar o finalismo e quaisquer considerações qualitativas
no exame da realidade, marcou o início da ciência moderna:
a física passa a apoiar-se exclusivamente em relações
quantitativas e mensuráveis. Esse modelo, influenciado pelo
racionalismo cartesiano, consolida-se com Isaac Newton, cujo método
de investigação centra-se nas relações de movimento,
base de quaisquer fenômenos encontrados na natureza.
A
mecânica newtoniana vê o espaço e o tempo como entidades
dotadas de grandeza absoluta. As relações de movimento existentes
num universo dominado pelo espaço e pelo tempo constituem os pilares
da física, paradigma da ciência moderna, modelo que
foi extrapolado para as ciências biológicas, humanas e sociais.
Na
procura de respostas fora do quadro teórico da ciência moderna,
Jung contrapõe-se ao modelo científico dominante, buscando
sustentação teórica na perspectiva finalista, abolida
da ciência desde Galileu e, desse modo, expõe-se à
crítica da comunidade científica, diante da qual tem o seu
status de pesquisador questionado, sendo-lhe atribuída atitude mística
na condução dos estudos psicológicos.
Adotando
postura empirista, Jung encaminha-se para uma abordagem fenomenológica
do fato psíquico, com sustentação no método
hermenêutico. Wilhelm Dilthey, filósofo neokantiano,
que se preocupou fundamentalmente com as diferenças entre a metodologia
das ciências naturais e a dos estudos humanos, aponta esse método
como o mais adequado para as ciências humanas. A hermenêutica
é a ciência da compreensão e da interpretação
que constituem a especificidade das ciências do espírito.
Como
a dimensão inconsciente da psique é inacessível a
um exame direto, o modo possível de investigação da
realidade psíquica estaria fundado no exame e na interpretação
dos seus produtos. Freud e Jung usam, ambos, o método interpretativo
como caminho de aproximação da realidade psíquica.
Na perspectiva freudiana essa interpretação é analítica,
causal e reducionista. Enquanto do ponto de vista junguiano é amplificadora,
finalista, prospectiva e sintética.
O
fato de Jung ter-se definido pelo finalismo não significa que tenha
assumido algum tipo de irracionalidade em seu trabalho científico.
O seu racionalismo não é de ordem cartesiana, mas sustenta-se
na estrutura interpretativa, com metodologia fenomenológica. No
corpo de sua obra, encontram-se referências em que ele opõe-se
à interpretação metafísica ou sobrenatural
da realidade psíquica, argumentando que o dado empírico
ou fenomenológico é o único que conta e que pode ser
examinado pelo estudioso da psicologia humana.
J.J.
Clarke1 diz que Jung estaria mais à
vontade no ambiente científico contemporâneo, que parece romper
com a linearidade do modelo newtoniano. De fato, o paradigma emergente
sinaliza que a realidade escapa ao enquadramento linear, causal e mecanicista
proposto pela ciência moderna.
Para
Jung a ciência é projeção psíquica dos
cientistas e os modelos teóricos aproximações e não
retratos fiéis da realidade. Nessa perspectiva, o conhecimento científico
está mais perto de uma metáfora por meio da qual o mundo
é interpretado que de um conjunto de dados articulados enunciadores
de uma verdade confirmada. Para ele, cada teoria, como criação
da mente, está subordinada à interioridade do cientista
que a formulou, cuja realidade psíquica é projetada
no mundo exterior na forma de teoria científica. Jung via a ciência
como um mito destinado a explicar o universo cuja natureza íntima,
para ele, permaneceria para sempre incognoscível.
Essa visão é um dos pilares em que se assenta
o quadro epistemológico do modelo científico emergente.
Carl
Gustav Jung faleceu em 06 de junho de 1961. Criador da psicologia analítica
e reconhecido como um dos sábios do século, deixou significativas
contribuições científicas para o estudo e compreensão
da alma humana. Sua obra reflete profundo interesse pelas questões
espirituais, enquanto fenômenos psíquicos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
(1) EM BUSCA DE JUNG
- J. J. Clarke
Rio de Janeiro: Ediouro, 1993 - p. 45
- "FRASES
- À medida em que uma criatura se torna consciente desta sua perfeição, ela perde por completo seu caráter de criatura, sua índole de ser criado, sua qüididade, sua ipseidade." - O Eu e o Inconsciente, Obras completas vol. VII/2, Editora Vozes.
- "Só aquilo que somos realmente tem o poder de nos curar." - O Eu e o Inconsciente, Obras Completas vol. VII/2, Editora Vozes.
- "Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana." [carece de fontes]
- "Aquilo que na vida tem sentido, mesmo sendo qualquer coisa de mínimo, prima sobre algo de grande, porém isento de sentido."
- "Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der."
- "Só aquilo que somos realmente tem o poder de curar-nos."
- "Onde reina o amor, não há vontade de poder, e onde domina o poder, falta o amor. Um é a sombra do outro."
- "Ao que nos compete discernir, o único propósito da existência humana é jogar um pouco de luz nas trevas do mero ser."
- "Persona é a máscara usada pelo indivíduo em resposta às convenções e tradições sociais..."
- "A psicologia do indivíduo corresponde à psicologia das nações. As nações fazem exatamente o que cada um faz individualmente; e do modo como o indivíduo age a nação também agirá.
Somente com a transformação da atitude do indivíduo é que começara a
transformar-se a psicologia da nação. Até hoje, os grandes problemas da
humanidade nunca foram resolvidos por decretos coletivos, mas somente pela renovação da atitude do indivíduo."
- Psicologia do Inconsciente, prefácio à primeira edição.
- "O indivíduo não realiza o sentido da sua vida se não conseguir colocar o seu "Eu" a serviço de uma ordem espiritual e sobre-humana."
- "A alma primitiva do homem confina com a vida da alma animal, da mesma forma que as grutas dos tempos primitivos foram freqüentemente habitadas por animais antes que os homens se apoderassem delas."
- "No fundo, não descobrimos no doente mental nada de novo ou desconhecido: encontramos nele as bases de nossa própria natureza."
- "A alma é muito mais complexa e inacessível do que o corpo. Poder-se-ia dizer que é essa metade do mundo não existente senão na medida em que dela se toma consciência. Assim, pois, a alma não é só um problema pessoal, mas um problema do mundo inteiro, e é a esse mundo inteiro que a psiquiatria deve se referir."
- "O psicoterapeuta não deve contentar-se em compreender o doente; é importante que ele também se compreenda a si mesmo."
- "De uma maneira ou outra somos partes de uma só mente que abarca a todos, um único 'grande homem'."
- - The Spiritual Problem of Modern Man, Collected Works 10: 175
- "Creio simplesmente que alguma parte do Eu ou da alma humana não está sujeita as leis do espaço e do tempo."
- "O mundo dos deuses e espíritos é 'nada mais' que o coletivo inconsciente dentro de mim."
- - Sobre 'The Tibetan Book of the Dead'
- "O sapato que se ajusta a um homem aperta o outro; não há nada para a vida que funcione em todos os casos."
- "O que se é, mediante uma intuição interior e o que o homem parece ser sub specie aeternitatis só pode ser expresso através de um mito. Este último é mais individual e exprime a vida mais exatamente do que faz a ciência, que trabalha com noções médias, genéricas demais para poder dar uma idéia justa da riqueza múltipla e subjetiva de uma vida individual."
- - Memórias, sonhos e reflexões.
- "O homem necessita de uma vida simbólica... Mas não temos vida simbólica. Acaso vocês dispõem de um canto em algum lugar de suas casas onde realizam ritos, como acontece na Índia? Mesmo as casas mais simples daquele país têm pelo menos um canto fechado por uma cortina no qual os membros da família podem viver a vida simbólica, podem fazer seus novos votos ou meditar. Nós não temos isso. Não temos tempo, nem lugar. Só a vida simbólica pode exprimir a necessidade do espírito - a necessidade diária do espírito, não se esqueçam! E como não dispõem disso, as pessoas jamais podem libertar-se desse moinho - dessa vida angustiante, esmagadora e banal em que as pessoas são 'nada senão'."
- - Ego e Arquétipo.
- "Não sei dizer como é um homem que desfrute de completa auto-realização porque nunca vi nenhum. Antes de buscar a perfeição, devemos viver o homem comum, sem automutilação."
- "Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda."
- "Nós não podemos mudar nada sem que primeiro a aceitemos."
- "Que eu faça um mendigo sentar-se à minha mesa, que eu perdoe aquele que me ofende e me esforce por amar, inclusive o meu inimigo, em nome de Cristo, tudo isto, naturalmente, não deixa de ser uma grande virtude. O que faço ao menor dos meus irmãos é ao próprio Cristo que faço. Mas o que acontecerá, se descubro, porventura, que o menor, o mais miserável de todos, o mais pobre dos mendigos, o mais insolente dos meus caluniadores, o meu inimigo, reside dentro de mim, sou eu mesmo, e precisa da esmola da minha bondade, e que eu mesmo sou o inimigo que é necessário amar?"
- "Não preciso ‘acreditar’ em Deus; eu sei que ele existe". (Frases de Jung)
- "O que não enfrentamos em nós mesmos encontraremos como destino."
http://pt.wikiquote.org/wiki/Carl_Gustav_Jung
Obrigado pela visita, volte sempre.
Indicação de leitura do editor do blog Musique, Intelligence et Personnalité (Música Inteligência e Personalidade)
capa do livro que está em francês. |
Minh Dung Nghiem |
http://www.wook.pt/ficha/musique-personnalite-et-difficultes-scolaires/a/id/10894188
Depois que o professor Olavo indicou este livro, apareceu este comentário sobre o tema neste link. http://www.blogdobruno.com/2012/12/capital-inicial-e-musica-fatima.html
Obrigado pela visita, volte sempre.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Varejo
Varejo
Loja de bairro tradicional na cidade do Porto, Portugal. |
Retalho (português europeu) ou varejo (português brasileiro) é a venda de produtos ou a comercialização de serviços em pequenas quantidades, ao contrário do que acontece na venda por atacado.
É a venda a retalho, como por partes de um todo, direta ao comprador
final, consumidor do produto ou serviço, sem intermediários.
Segundo Kotler (2000, p. 540), todas as atividades de venda de bens
ou serviços diretamente aos consumidores finais são definidas como
varejo. O local onde os produtos ou serviços são vendidos (lojas, rua ou
residência do consumidor) não é importante. Da mesma forma, todas as
maneiras pela qual estes bens ou serviços são vendidos estão incluídas
no conceito de retalho, seja através de venda pessoal, correio, telefone ou máquina automática.
No marketing
da venda a retalho existem duas características específicas de grande
importância: o atendimento e a exposição. Estes dois fatores são tão
importantes e também há a teoria dos 10 P's, de Jorge Inafuco, sendo
dessa forma:
- Ponto
- Público-alvo
- Produtos
- Preços
- Promoção
- Apresentação
- Propaganda
- Posicionamento
- Pessoas
- Planejamento
Sendo que um fato para o sucesso do varejista é a escolha de um bom
ponto comercial, só mantendo um bom ponto ele pode ser uma pessoa
"comum" nos outros P's que se garante. O sucesso de um retalhista, seja
ele pequeno ou grande, depende principalmente do quanto ele incorpora o
conceito de venda a retalho. Este conceito é uma orientação de gestão
que faz o retalhista focar a determinação das necessidades dos seus
mercados-alvo e a satisfação das mesmas mais eficaz e eficientemente que
os seus concorrentes. Segundo Ruotolo & De Menezes (2001) ao
idealizar um conceito de loja o retalhista toma decisões sobre: nível de
serviço oferecido, linha de produtos comercializados, política de
preços, cobertura geográfica, acesso ao cliente, tamanho e localização
da loja.
O marketing da venda a retalho é uma ciência totalmente distinta do
marketing tradicional, que teve a sua formulação baseada na indústria de
bens de consumo. As suas principais características de diferenciação
são os tempos utilizados nos seus planos e ações, as formas de pesquisa
junto ao consumidor e a comunicação. Segundo Edson Zogbi, o retalho
atual ainda necessita desenvolver um sector de Investigação e
Desenvolvimento para competir com os novos meios de distribuição de
produtos do futuro.
A raiz da palavra varejo, utilizada no Brasil, vem do Português
arcaico, em que a "vara" era a medida para se fracionar peças de
tecidos, cordas, linhas, madeiras, etc. Ainda hoje, em algumas lojas de
tecidos usa-se uma régua de madeira com um metro de comprimento para
fracionar os produtos. O termo atualmente utilizado em Portugal é
retalho, que também denota claramente o fracionamento de produtos para
venda em pequenas porções ou quantidades. http://pt.wikipedia.org/wiki/Varejo
Obrigado pela visita, volte sempre.
ARTHUR SCHOPENHAUER
Arthur Schopenhauer
Filho de Heinrich Floris
Schopenhauer, comerciante da cidade de Dantzig, na Prússia, o filósofo Arthur
Schopenhauer estava destinado a seguir a profissão de seu pai. Por isso, a
família nunca se preocupou muito com sua educação intelectual e, quando contava
apenas doze anos de idade, em 1800, induziu-o a empreender uma série de viagens
importantes para um futuro comerciante. Schopenhauer percorreu a Alemanha, a
França, a Inglaterra, a Holanda, a Suíça, a Silésia e a Áustria. Mas seu
interesse não foi despertado por aquilo que seu pai mais desejava: o que fez de
mais importante, durante essas viagens, foi redigir uma série de considerações
melancólicas e pessimistas sobre a miséria da condição humana. Em 1805, a
família fixou-se em Hamburgo e o obrigou a cursar uma escola comercial. A morte
do pai (presumivelmente cometeu suicídio) permitiu-lhe, contudo, abandonar para
sempre os estudos comerciais e voltar-se para uma carreira universitária, como
era seu desejo. Assim, Schopenhauer passou a dedicar-se aos estudos
humanísticos, ingressando no Liceu de Weimar em 1807; dois anos depois,
encontrava-se na faculdade de medicina de Göttingen, onde adquiriu vastos
conhecimentos científicos.
Em 1811, na Universidade de
Berlim, assistiu aos cursos dos filósofos Schleiermacher (1768-1834) e Fichte
(1762-1814). Este último seria, mais tarde, acusado por Schopenhauer de ter
deliberadamente caricaturado a filosofia de Kant (1724-1804), tentando “envolver
o povo alemão com a neblina filosófica” (clique aqui e veja as criticas que Schopenhauer fazia na sua época). Em 1813, Schopenhauer doutourou-se pela
Universidade de Berlim com a tese Sobre a Quádrupla Raiz do Princípio de Razão
Suficiente.
Nessa época, sua mãe, Johanna
Schopenhauer, estabeleceu-se em Weimar, onde começou a obter progressivo sucesso
como novelista e passou a freqüentar os círculos mundanos que Schopenhauer
detestava e se esforçava por ridicularizar ao máximo. As relações entre os dois
deterioraram-se a ponto de Johanna declarar publicamente que a tese de seu filho
não passava de um tratado de farmácia; em contrapartida, Schopenhauer afirmava
ser incerto o futuro de sua mãe como romancista e que ela somente seria lembrada
no futuro pelo fato de ser sua progenitora.
Apesar dessas brigas,
Schopenhauer freqüentou durante algum tempo o salão de sua mãe. Ali torreou-se
amigo de Goethe (1749-1832), que reconhecia seu gênio filosófico e sugeriu-lhe
que trabalhasse numa teoria antinewtoniana da visão. A partir dessa sugestão,
Schopenhauer escreveu Sobre a Visão e as Cores, publicado em 1816.
Um filósofo sem público
Em 1814, Schopenhauer rompeu
definitivamente com a família e quatro anos depois concluiu sua principal obra,
O Mundo como Vontade e Representação. Em 1819, o livro foi
publicado, mas um ano e meio após haviam sido vendidos apenas cerca de 100
exemplares. A crítica também não foi favorável à obra.
Durante os anos de 1818 e
1819, Schopenhauer passou uma temporada na Itália: ao voltar, sua situação
econômica não era das melhores. Solicitou então um posto de monitor na
Universidade de Berlim, valendo-se de seu título de doutor e passando por uma
prova que consistia numa conferência. Admitido em 1820, encarregou-se de um
curso intitulado A Filosofia Inteira, ou O Ensino do Mundo e do Espírito Humano.
O título do curso devia-se, provavelmente, a Hegel (1770-1831), que na época era
um dos mais reputados professores da Universidade de Berlim. Tentando competir
com Hegel, Schopenhauer escolheu o mesmo horário utilizado pelo rival, mas a
tentativa redundou em fracasso completo: apenas quatro ouvintes assistiam a suas
aulas. Ao fim de um semestre, renunciou à universidade.
Em 1821, envolveu-se em um
acidente que teve desagradáveis conseqüências econômicas e, sobretudo, viria
causar-lhe periódica crise de depressão psicológica. Nessa época, o filósofo
residia numa pensão, cujos principais locatários, em sua grande maioria, eram
senhoritas de idade avançada. Essas pensionistas tinham o desagradável hábito de
espionar a chegada de supostas amantes, recebidas por Schopenhauer em seus
aposentos. Certa noite, quando uma costureira chamada Caroline-Louise Marquet
dedicava-se a esse mister, Schopenhauer, perdendo a paciência, atirou-a escada
abaixo. Como resultado, foi processado e acabou sendo condenado a pagar
trezentos thalers de despesas médicas. Além disso, ficava obrigado a pagar
sessenta thalers anuais, até a morte de Caroline, que somente veio a falecer
vinte anos depois. Durante todo esse tempo, Schopenhauer entrava em depressão
nervosa, uma vez por ano, todas as vezes que era obrigado a pagar a pensão. Sua
revolta dizia respeito menos à quantia desembolsada do que àquilo que sentia
como injustiça cometida pelas autoridades.
Entre 1826 e 1833,
Schopenhauer empreendeu freqüentes viagens, adoeceu por diversas vezes e tentou
uma segunda experiência como professor da Universidade de Berlim. Foi mais uma
tentativa fracassada, somente contrabalançada pela crítica elogiosa a seu
O Mundo como Vontade e Representação, publicada no periódico
Kleine Bücherschau.
Solidão e Glória
Em 1833, depois de muitas
hesitações, o filósofo resolveu fixar-se em Frankfurt-sobre-o-Meno, onde
permaneceria até sua morte em 1860. Durante os vinte e sete anos que passou em
Frankfurt, levou uma vida solitária, acompanhado por seu cão. Sua predileção por
animais era filosoficamente justificada; segundo Schopenhauer, entre os cães,
contrariamente ao que ocorre entre os homens, a vontade não é dissimulada pela
máscara do pensamento.
Dedicado exclusivamente à
reflexão filosófica, Schopenhauer trabalhou intensamente em Frankfurt, redigindo
e publicando diversos livros. Em 1836, veio a lume o ensaio Sobre a Vontade na
Natureza, que deveria completar o segundo livro de O Mundo como Vontade e
Representação. Na mesma época, redigiu também dois ensaios sobre moral.
O primeiro, escrito para concorrer a um concurso da Academia de Ciências de
Drontheim (Noruega), intitula-se Sobre a Liberdade da Vontade. O
segundo, O Fundamento da Moral, concorreu ao concurso da Academia
de Copenhague e continha verdadeiros insultos a Hegel e a Fichte, que provocaram
escândalo; embora fosse o único concorrente, o livro não foi premiado.
Posteriormente, os dois ensaios seriam reunidos sob o título de Os Dois
Problemas Fundamentais da Ética e publicados em 1841. Três anos depois,
surgiu a segunda edição de O Mundo como Vontade e Representação,
enriquecida com alguns suplementos. Apesar disso, não teve sucesso.
O mesmo não ocorreu com a
última obra escrita e publicada por Schopenhauer. Intitulava-se Parerga e
Paralipomena e continha pequenos ensaios sobre os mais diversos temas:
política, moral, literatura, filosofia, estilo e metafísica, entre outros. A
obra alcançou inesperado sucesso, logo depois de ser publicada em 1851. A partir
daí, a notoriedade do autor espalhou-se pela Alemanha e depois pela Europa. Um
artigo de Oxenford, publicado na Inglaterra, deu início à grande difusão de sua
filosofia. Na França, muitos filósofos e escritores viajaram até Frankfurt para
visitá-lo. Na Alemanha, a filosofia de Hegel entrou em declínio e Schopenhauer
surgiu como ídolo das novas gerações.
Assim, os últimos anos da
vida de Schopenhauer proporcionaram-lhe um reconhecimento que ele sempre buscou.
Artigos críticos surgiram em grande quantidade nos principais periódicos da
época. A Universidade de Breslau dedicou cursos à análise de sua obra e a
Academia Real de Ciências de Berlim propôs-lhe o título de membro, em 1858, que
ele recusou.
Dois anos depois, a 21 de
setembro de 1860, Arthur Schopenhauer, que Nietzsche (1844 – 1900) chamaria "o
cavaleiro solitário", faleceu, vítima de pneumonia. Contava, então, 72 anos de
idade.
Um mundo cego e irracional
O ponto de partida do
pensamento de Schopenhauer encontra-se na filosofia kantiana. Immanuel Kant
(1724 – 1804) estabelecera distinção entre os fenômenos e a coisa-em-si (que
chamou noumenon), isto é, entre o que nos aparece e o que
existiria em si mesmo. A coisa-em-si (noumenon) não poderia,
segundo Kant, ser objeto de conhecimento científico, como até então pretendera a
metafísica clássica. A ciência restringir-se-ia, assim, ao mundo dos fenômenos,
e seria constituída pelas formas a priori da sensibilidade (espaço e tempo) e
pelas categorias do entendimento. Dessas distinções, Schopenhauer concluiu que o
mundo não seria mais do que representações, entendi das por ele, num primeiro
momento, como síntese entre o subjetivo e o objetivo, entre a realidade exterior
e a consciência humana. Como afirma em O Mundo como Vontade e
Representação, “por mais maciço e imenso que seja este mundo, sua
existência depende, em qualquer momento, apenas de um fio único e delgadíssimo:
a consciência em que aparece”. Em outra passagem de sua principal obra,
Schopenhauer deixa mais clara essa idéia: “O mundo como representação, isto é;
unicamente do ponto de vista de que o consideramos aqui, tem duas metades
essenciais, necessárias e inseparáveis. Uma é o objeto; suas formas são o espaço
e o tempo, donde a pluralidade. A outra metade é o sujeto; não se encontra
colocada no tempo e no espaço, porque existe inteira e indivisa em todo ser que
percebe: daí resulta que um só desses seres junto ao objeto completa o mundo
como representação, tão perfeitamente quanto todos os milhões de seres
semelhantes que existem: mas, também, se esse ser desaparece, o mundo como
representação não mais existe”.
Não se pode dizer que essas
idéias expressem exatamente o pensamento kantiano, mas, seja como for,
Schopenhauer chegou a essas conclusões, partindo do mestre que tanto admirava.
Schopenhauer, contudo, separa-se, explicitamente, de Kant em um ponto essencial
e, a partir daí, constrói uma filosofia original. Para Kant, a coisa-em-si é
inacessível ao conhecimento humano, pois encontra-se além dos limites das
estruturas do próprio ato cognitivo, entendido como síntese dos dados da
intuição sensível, síntese essa realizada pelas categorias a priori do
entendimento. Schopenhauer, ao contrário, pretendeu abordar a própria
coisa-em-si. Essa coisa-em-si, raiz metafísica de toda a realidade, seria a
Vontade.
Segundo o autor de O
Mundo como Vontade e Representação, a experiência interna do indivíduo
assegura-lhe mais do que o simples fato de ele ser “um objeto entre outros”. A
experiência interna também revela ao indivíduo que ele é um ser que se move a si
mesmo, um ser ativo cujo comportamento manifesto expressa diretamente sua
vontade. Essa consciência interior que cada um possui de si mesmo como vontade
seria primitiva e irredutível: A vontade revelar-se-ia imediatamente a todas as
pessoas como o em-si e a percepção que as pessoas têm de si mesmas como vontades
seria distinta da percepção que as mesmas têm como corpo. Mas isso não significa
que Schopenhauer tinha esposado a tese de que as ações corporais e as ações da
vontade constituem duas séries de fatos, entendidas as primeiras como causadoras
das segundas. Para Schopenhauer, o corpo humano é apenas objetivação da vontade,
tal como aparece sob as condições da percepção externa. Em outros termos, o que
se quer e o que se faz são uma e a mesma coisa, vistos, porém, de perspectivas
diferentes.
Da mesma forma como nos
homens, a vontade seria o princípio fundamental da natureza. Para Schopenhauer,
na queda de uma pedra, no crescimento de uma planta ou no puro comportamento
instintivo de um animal afirmam-se tendências, em cuja objetivação se constituem
os corpos. Essas diversas tendências não passariam de disfarces sob os quais se
oculta uma vontade única, superior, de caráter metafísico e presente igualmente
na planta que nasce e cresce, e nas complexas ações humanas. Essa vontade, para
Schopenhauer, é independente da representação e, portanto, não se submete às
leis da razão. Ao contrário de Hegel, para quem o real é racional, a filosofia
de Schopenhauer sustenta que o real é em si mesmo cego e irracional, enquanto
vontade. As formas racionais da consciência não passariam de ilusórias
aparências e a essência de todas as coisas seria alheia à razão: "A consciência
é a mera superfície de nossa mente, da qual, como da terra, não conhecemos o
interior, mas apenas a crosta". o inconsciente representa, assim, papel
fundamental na filosofia de Schopenhauer. Sob esse aspecto, o autor de O
Mundo como Vontade e Representação antecipou-se a alguns dos conceitos
mais importantes da psicanálise fundada por Sigmund Freud (1856-1939).
O próprio Freud reconheceu a
importância das idéias de Schopenhauer; em um de seus escritos afirma que certas
considerações sobre a loucura, encontradas no Mundo como Vontade e
Representação, poderiam "rigorosamente, sobrepor-se à doutrina da repressão".
Viver é sofrer
No sistema de Schopenhauer, a
vontade é a raiz metafísica do mundo e da conduta humana; ao mesmo tempo, e a
fonte de todos os sofrimentos. Sua filosofia é, assim, profundamente pessimista,
pois a vontade é concebida em seu sistema como algo sem nenhuma meta ou
finalidade, um querer irracional e inconsciente. Sendo um mal inerente à
existência do homem, ela gera a dor, necessária e inevitavelmente, aquilo que se
conhece como felicidade seria apenas a interrupção temporária de um processo de
infelicidade e somente a lembrança de um sofrimento passado criaria a ilusão de
um bem presente. Para Schopenhauer, o prazer é momento fugaz de ausência de dor
e não existe satisfação durável. Todo prazer é ponto de partida de novas
aspirações, sempre obstadas e sempre em luta por sua realização: “Viver e
sofrer”.
Mas, apesar de todo seu
profundo pessimismo, a filosofia de Schopenhauer aponta algumas vias para a
suspensão da dor. Num primeiro momento, o caminho para a supressão da dor
encontra-se na contemplação artística. A contemplação desinteressada das idéias
seria um ato de intuição artística e permitiria a contemplação da vontade em si
mesma, o que, por sua vez, conduziria ao domínio da própria vontade. Na arte, a
relação entre a vontade e a representação inverte-se, a inteligência passa a uma
posição superior e assiste à história de sua própria vontade; em outros termos,
a inteligência deixa de ser atriz para ser espectadora. A atividade artística
revelaria as idéias eternas através de diversos graus, passando sucessivamente
pela arquitetura, escultura, pintura, poesia lírica, poesia trágica, e,
finalmente, pela música. Em Schopenhauer, pela primeira vez na história da
filosofia, a música ocupa o primeiro lugar entre todas as artes. Liberta de toda
referência específica aos diversos objetos da vontade, a música poderia exprimir
a Vontade em sua essência geral e indiferenciada, constituindo um meio capaz de
propor a libertação do homem, em face dos diferentes aspectos assumidos pela
Vontade.
No Nada, a salvação
A libertação proporcionada
pela arte, segundo Schopenhauer, não é, contudo, total e completa. A arte
significa apenas um distanciamento relativamente passageiro e não a supressão da
Vontade. Para que atinja a libertação, é necessário que o homem ascenda ao nível
da conduta ética, a qual representa uma etapa superior no processo de superação
das "dores do mundo". A ética de Schopenhauer não está, contudo, presa à noção
de "dever"; Schopenhauer rejeita as formas imperativas de filosofia que são,
para ele, formas de coerção.
Sua ética não se apóia em
mandamentos, antes na noção de que a contemplação da verdade é o caminho de
acesso ao bem. Para Schopenhauer, o egoísmo, que faz do homem o inimigo do
homem, advém da ilusão de vontades independentes que afirmam seus ímpetos
individuais. A superação do egoísmo somente seria possível mediante o
conhecimento da natureza única universal da Vontade. Como conseqüência moral do
desaparecimento de sua individualidade, o homem pode tornar-se bom; ao espírito
de luta contra os semelhantes segue-se o espírito de simpatia. Libertado, pela
etapa ética, o homem atinge o princípio que é o fundamento de toda verdade
moral: "Não prejudiques pessoa alguma, sê bom com todos".
Essa ética da piedade e da
comiseração, segundo Schopenhauer, encontrou sua mais acabada expressão nos
evangelhos, onde "ama a teu próximo como a ti mesmo" constitui o princípio
fundamental da conduta. Mas nem mesmo a ética da piedade possibilitaria ao homem
atingir a felicidade última. Para Schopenhauer, a mais completa forma de
salvação para o homem somente pode ser encontrada na renúncia quietista ao mundo
e a todas as suas solicitações, na mortificação dos instintos, na auto-anulação
da vontade e na fuga para o Nada: "...desviemos um instante os olhos de nossa
própria indigência e de nosso limitado horizonte; levemo-lo sobre esses homens
que venceram o mundo nos quais a vontade, atingindo a perfeita consciência de
si, se reconheceu em tudo que existe e livremente renunciou a si mesma...
Então, em vez desse tumulto
de aspirações sem fim, em vez dessas passagens constantes do desejo ao medo, da
alegria ao sofrimento, em vez dessas esperanças sempre inalcançadas e sempre
renascentes, que fazem da vida humana, enquanto animada pela vontade, um sonho
interrompido, não perceberemos mais do que esta paz, mais preciosa que todos os
tesouros da razão, a calma absoluta do espírito, esta serenidade imperturbável,
tal como Rafael e Corregio a pintaram nas figuras de seus santos e cujo brilho
deve ser para nós a mais completa e verídica anunciação da boa nova: a vontade
desapareceu; subsiste apenas o conhecimento".
Cronologia
1788 – Arthur Schopenhauer nasce em Dantzig, a
22 de fevereiro.
1789 – A 14 de julho, eclode a Revolução
Francesa.
1794 – Fichte publica Os Princípios Fundamentais
da Doutrina da Ciência.
1807 – Schopenhauer ingressa no Liceu de Weimar.
Publicaçao da Fenomenologia do Espirito, de Hegel.
1813 – Schopenhauer doutora-se pela Universidade
de Berlim com a tese Sobre a Quádrupla Raiz do Princípio de Razão Suficiente.
Nasce Sören Kierkegaard.
1816 – Schopenhauer publica Sobre a Visão e as
Cores.
1818 – Nasce Karl Marx.
1819 – Publicação de O Mundo como Vontade e
Representação, de Schopenhauer.
1831 – Comte inicia a publicação de seu Curso de
Filosofia Positiva. Morte de Hegel.
1832 – Morte de Goethe.
1835 – Nasce Johannes Brahms. Tocqueville
publica a primeira parte de A Democracia na América.
1840 – Proudhon publica O que é a Propriedade?
1841 – Editam-se Os Dois Problemas Fundamentais
da Ética, de Schopenhauer.
1844 – Nasce Friedrich Wilhelm Nietzsche.
1851 – Schopenhauer publica Parerga e
Paralipomena.
1860 – Morre a 27 de setembro, em
Frankfurt-sobre-o-Meno.
FRASES DE ARTHUR SCHOPENHAUER
Veja também Pensamentos de Arthur Schpenhauer Quanto menos inteligente um homem é,menos misteriosa lhe parece a existência.( Frases e Pensamentos de Arthur Schopenhauer) Mensagem sobre Pensamentos
A glória é tanto mais tardia quanto mais duradoura há de ser,porque todo fruto delicioso amadurece lentamente.
( ARTHUR SCHOPENHAUER ) Mensagem sobre Problemas
A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais.
( ARTHUR SCHOPENHAUER ) Mensagem sobre solidão
A arte é uma flor nascida no caminho da nossa vida, e que se desenvolve para suavizá-la.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A glória é tanto mais tardia quanto mais duradoura há de ser, porque todo fruto delicioso amadurece lentamente.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A honra cavalheiresca é filha da arrogância e da tolice.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A honra é, objetivamente, a opinião dos outros acerca do nosso valor, e, subjetivamente, o nosso medo dessa opinião.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A ignorância só degrada o homem quando se encontra em companhia da riqueza.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A mulher é um efeito deslumbrante da natureza.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos bolsos.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A riqueza influencia-nos como a água do mar. Quanto mais bebemos, mais sede temos..
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A serenidade e a vitalidade da nossa juventude baseiam-se em parte no fato de que nós, ao subirmos a montanha, não vermos a morte, pois ela encontra-se do outro lado da encosta.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A solidão é o destino de todos os espíritos eminentes.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
A virtude não se ensina, como tão pouco o génio.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Arquitetura é música congelada.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
As causas não determinam o caráter da pessoa, mas apenas a manifestação desse caráter, ou seja, as ações.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
As pessoas comuns pensam apenas como passar o tempo. Uma pessoa inteligente tenta usar o tempo.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
As religiões, assim como as luzes, necessitam de escuridão para brilhar.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Casar-se significa duplicar as suas obrigações e reduzir a metade dos seus direitos.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Certamente a vida não existe para ser aproveitada, mas para ser suportada e despachada... De fato, é um conforto na velhice ter o trabalho da vida por trás de si.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Da árvore do silêncio pende seu fruto, a paz.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Em geral, nove décimos da nossa felicidade baseiam-se exclusivamente na saúde. Com ela, tudo se transforma em fonte de prazer.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Erguer um monumento a quem está vivo significa declarar que não se pode confiar nos seus pósteros.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Ler quer dizer pensar com uma cabeça alheia, em lugar da própria.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Na verdade, só existe prazer no uso e no sentimento das próprias forças, e a maior dor é a reconhecida falta de forças onde elas seriam necessárias.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Nas pessoas de capacidade limitada, a modéstia não passa de mera honestidade, mas em quem possui grande talento, é hipocrisia.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Ninguém é realmente digno de inveja, e tantos são dignos de lástima!
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Não devemos mostrar a nossa cólera ou o nosso ódio senão por meio de atos. Os animais de sangue frio são os únicos que têm veneno.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Não ir ao teatro é como fazer a toilette sem espelho.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
O amor é a compensação da morte.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
O bom humor é a única qualidade divina do homem.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
O destino baralha as cartas, e nós jogamos.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
O destino é cruel e os homens são dignos de compaixão.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
O dinheiro é a coisa mais importante do mundo. Representa: saúde, força, honra, generosidade e beleza, do mesmo modo que a falta dele representa: doença, fraqueza, desgraça, maldade e fealdade.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
O dinheiro é uma felicidade humana abstracta; por isso aquele que já não é capaz de apreciar a verdadeira felicidade humana, dedica-se completamente a ele.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
O homem é propriamente falando, um animal que agride.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
O maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
O que temos dentro de nós é o essencial para a felicidade humana.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Os eruditos são aqueles que leram nos livros; mas os pensadores, os génios, os iluminadores do mundo e os promotores do género humano são aqueles que leram diretamente no livro do mundo.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Para muitas pessoas, os filósofos são noctívagos inoportunos que as perturbam durante o sono.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Por sabedoria entendo a arte de tornar a vida mais agradável e feliz possível.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Quando a felicidade se apresenta devemos abrir-lhe todas as portas porque jamais foi considerada inoportuna.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Quanto mais elevado é o espírito mais ele sofre.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa a existência lhe parece.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Se na hora de uma necessidade os amigos são poucos? Ao contrário! Basta fazer uma amizade com alguém para que, logo que este se encontre numa dificuldade, pedir dinheiro emprestado..
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Sentimos a dor mas não a sua ausência.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Toda a nação troça das outras e todas têm razão.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
Vista pelos jovens, a vida é um futuro infinitamente longo; vista pelos velhos, um passado muito breve.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
O que a história conta não passa do longo sonho, do pesadelo espesso e confuso da humanidade.
( ARTHUR SCHOPENHAUER )
fontes
http://www.culturabrasil.pro.br/schopenhauer.htm
http://www.frases.mensagens.nom.br/frases-autor-a7-arthurschopenhauer.html
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Indicação de leitura do editor do Blog. Como Vencer um Debate sem Precisar Ter Razão. Comentários à "Dialética Erística" de Arthur Schopenhauer.
Aprenda a vencer um debate sem precisar ter razão!!!
Arthur Schopenhauer (1788-1860) deixou inconcluso este livro breve e perturbador com que desmascara os esquemas da argumentação maliciosa e falsa. Por mais de um século a ‘Dialética Erística’ ficou praticamente ignorada, até que o renascimento dos estudos sobre retórica e persuasão viesse tirá-la do esquecimento, mostrando seu potencial explosivo. Nesta edição, o texto é enriquecido por extensos comentários e acréscimos do filósofo brasileiro Olavo de Carvalho, que seu ‘O imbecil coletivo’ consagrou como um expert no desmascaramento da pseudo-argumentação.
Arthur Schopenhauer (1788-1860) deixou inconcluso este livro breve e perturbador com que desmascara os esquemas da argumentação maliciosa e falsa. Por mais de um século a ‘Dialética Erística’ ficou praticamente ignorada, até que o renascimento dos estudos sobre retórica e persuasão viesse tirá-la do esquecimento, mostrando seu potencial explosivo. Nesta edição, o texto é enriquecido por extensos comentários e acréscimos do filósofo brasileiro Olavo de Carvalho, que seu ‘O imbecil coletivo’ consagrou como um expert no desmascaramento da pseudo-argumentação.
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Sri Caitanya-caritamrta Madhya-lila, 7,109
O Senhor Sri Caitanya Mahaprabhu não manifestou Suas potências espirituais em Navadvipa, porém, manifestou-as no sul da Índia e liberou todas as pessoas de lá.
Significado - Naquela época, havia muitos smartas (seguidores não devotos de rituais védicos) na terra santa de Navadvipa, a qual era também a terra natal do Senhor Sri Caitanya Mahaprabhu. Chamam-se smartas os seguidores do smrti-sastra. A maioria deles não são devotos, e a principal função deles é seguir estritamente os princípios bramínicos. Contudo, eles não são iluminados com serviço devocional. Em Navadvipa, todos os acadêmicos eruditos são seguidores do smriti-sastra, e o Senhor Sri Caitanya Mahaprabhu não tentou converte-los. Portanto, o autor observa que a potência espiritual não manifesta pelo Senhor Sri Caitanya Mahaprabhu em Navadhuipa manifestou-se, por sua graça, no sul da Índia. Assim, todos ali tornaram-se Vaisnavas. Com isso, deve-se entender que as pessoas na realidade interessam-se em pregar numa situação favorável. Se os candidatos à conversão perturbam demais, pode ser que o pregador não tente divulgar a consciência de Krishna entre eles. É melhor ir para onde a situação seja mais favorável. A princípio tentou-se introduzir este movimento para a consciência de Krishna na Índia, mas o povo da Índia, estando absorto em pensamentos políticos, não o adotou. Estavam fascinados pelos líderes políticos. Por isso, preferimos vir ao Ocidente, seguindo a ordem de nosso mestre espiritual, e, pela graça do Senhor Caitanya Mahaprabhu, este movimento tem sido bem sucedido.
Sri Caitanya-caritamrta Madhya-lila, 7,109
coleção do Sri Caitanya Caritamrta. |
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terça-feira, 25 de dezembro de 2012
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
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