quinta-feira, 29 de maio de 2008

Psicomotricidade. Desenvolvimento Motor. (parte1 de11).


DESENVOLVIMENTO MOTOR
O desenvolvimento motor é o resultado da maturação de certos tecidos nervosos, aumento em tamanho e complexidade do sistema nervoso central, crescimento dos ossos e músculos. São portanto comportamentos não aprendidos que surgem espontaneamente desde que a criança tenha condições adequadas para exercitar-se. Esses comportamentos não se desenvolverão caso haja algum tipo de distúrbio ou doença. Podemos notar que crianças que vivem em creches e que ficam presas em seus berços sem qualquer estimulação não desenvolverão o comportamento de sentar, andar na época adequada que futuramente apresentarão problemas de coordenação e motricidadeAs principais funções psicomotoras é um bom desenvolvimento da estruturação do esquema corporal que mostre a evolução da apresentação da imagem do corpo e o reconhecimento do próprio corpo, evolução de preensão e da coordenação óculo-manual que nos proporciona a fixação ocular e prensão e olhar e desenvolvimento da função tônico e da postura em pé e reflexos arcaicos da estruturação espaço-temporal (tempo, espaço, distância e retina)Um perfeito desenvolvimento de nosso corpo ocorre não somente mecanicamente, mas sim que são aprendidos e vivenciados junto a família, onde a criança aprende a formar a base da noção de seu 'eu corporal'.Não podemos esquecer de citar a importância dos sentimentos da criança na fase do conhecimento de seu próprio corpo, pois um esquema corporal mal estruturado pode determinar na criança um certo desajeitamento e falta de coordenação, se sentindo insegura e isso poderá desencadear uma série de reações negativas como: agressividade, mal humor, apatia que às vezes parece ser algo tão simples poderá originar sérios problemas de motricidade que serão manifestados através do comportamento.
O QUE É PSICOMOTRICIDADE?
A Psicomotricidade se preocupa com o desenvolvimento neuro-muscular, que mais tarde a inteligência e a motricidade se tornam independentes rompendo sua simbiose, que só reaparecerá nos casos de retardo mental.Esquema corporal é estudado pela Psicomotricidade a onde representa ser a imagem do corpo um intuitivo que a criança tem de seu próprio corpo. Dentro do esquema corporal a psicomotricidade estuda o surgimento de alguns distúrbios como a asquematia que é a perda da percepção topologica do corpo; parasquematia é a confusão de diferentes r desenvolvimento neuro-muscular que mais tarde a inteligência e a motricidade se tornam independentes rompendo sua simbiose, que só reaparecerá nos casos de retardo mental.Esquema corporal é estudado pela Psicomotricidade a onde representa ser a imagem do corpo um intuitivo que a criança tem de seu próprio corpo. Dentro do esquema corporal a psicomotricidade estuda o surgimento de alguns distúrbios como a asquematia que é a perda da percepção topologica do corpo; parasquematia é a confusão de diferentes regiões do corpo ou a representação de partes do corpo que não existem.O esquema postural para a psicomotricidade é a imagem tridimensional do nosso corpo e a imagem do corpo humano é a imagem do nosso próprio corpo que formamos em nosso espírito, que por outras palavras é o modo como o nosso corpo se apresenta a nós mesmos.A psicomotricidade interessa-se pelo movimento que certo comportamento tônico subentende, quanto pela relação, a diminuição do tono trará a descontração muscular.As manifestações emocionais que implicam a problemática da emoção pertencem a uma ordem de preocupações muito antiga da Psicologia Clássica. Toda e qualquer emoção tem sua origem no domínio postural "exemplo": como para uma criança de 6 anos receber um grito de um adulto, fará com que ocorra um aumento da tensão, por conseguinte desencadeará reações emocionais que são traduzidas como mal-estar ou com sentir-se meio mole, sem coordenação nas pernas.A comunicação é uma função essencial na reeducação psicomotora, uma vez que a psicomotricidade leva em conta o aspecto comunicativo do ser humano, do corpo, da gestualidade ela resiste a ser uma educação mecânica do corpo. Assim graças a língua, o homem vive num mundo de significações, os gestos querem dizer alguma coisa, o corpo tem um sentido que ele pode sempre interpretar e traduzir.Existem os comportamentos inatos que a criança manifesta, pois variadas formas desde o seu nascimento por exemplo, o grito pode ser interpretado como dor que pode também não ser de sofrimento. Exemplo bocejo, espirro, salivação que são manifestações primitivas, também de emoções que devem ser orientadas e educadas no sentido de controle das próprias modalidades do meio-familiar e social da criança.Comportamentos aprendidos são comportamentos que aprendemos no decurso das aprendizagens básicas como higiene pessoal, alimentação, essa aquisição formará toda a nossa personalidade. O corpo dá a ler, coloca em cena tanto a personalidade como o meio que ela foi educada.Perturbação da Comunicação na reeducação Psicomotora que é caracterizada pelos distúrbios vocais, defeitos de pronúncia e a troca de S por CH, etc.; gestos: cacoetes.O corpo traduz as nossas palavras para traduzir os nossos desejos. O desenvolvimento (psicomotor) da criança é de fundamental importância para a psicomotricidade. É preciso que a criança possa integrar cada um de seus progressos antes de adquirir um novo. A lateralidade é um problema também estudado pela psicomotricidade, é um elemento importante da adaptação psicomotora. Segundo Jean Claude: o hemisfério esquerdo é quem governa o braço direito de um destro, e não é habitual que possa mudar essa constituição cerebral.Importante sabermos que se o indivíduo amputar o braço direito, se for destro, continuará falando e escrevendo com o cérebro esquerdo.A destralidade verdadeira é a dominância cerebral que está a esquerda, sendo que todas as matrizes são determinadas a direita (o hemisfério esquerdo comandará o hemicorpo direito que leva o indivíduo a uma utilização preferencial desse hemicorpo na realização prática. A falsa sinistralidade. Trata-se de um acidente sendo o sinitrismo (também chamado de mananismo conseqüente de uma paralisia, de uma amputação, que tornou impossível a utilização do braço direito, para o indivíduo destro foi originalmente impedido de ser, para Jean Claude indivíduo canhoto - principais comandos hemisfério direito. Dominância lateral ocorre a partes do momento em que os movimentos se combinam e se organizam numa intenção motora é que se impõe e justifica a presença de um lado predominante que irá ajustar a motricidade.Reconhecimento direita-esquerda decorre da assimetria direita-esquerda e constitui uma primeira etapa na orientação espacial é precedida pela distinção frente-atrás (conscientização do eixo corporal - 6 anos). Evolução da lateralidade: a partir dos 7 anos a criança será capaz de projetar em outra pessoa a partir de seu próprio corpo a direita e a esquerda já não dependem somente uma da outra, mas sim do ponto de vista da pessoa que as considera. A lateralização participa em todos os níveis de desenvolvimento da criança.O objetivo da reeducação Psicomotora - Ë uma técnica que constitui em torno de técnicas que têm por objetivo eliminar no indivíduo mecanismos e hábitos, cuja aquisição deu lugar à perturbações que o conduziram a reeducação.Devemos salientar a diferença entre os termos:Psicocinética - reservamos aquelas atividades que utilizam o corpo humano como sua principal fonte de material. E seu objetivo prioritário é o desenvolvimento e o aprimoramento de mediadores, ou seja, elementos básicos que significamente influem na vida intelectual da criança e que se encontram subjacente ao aprendizado da leitura e da escrita.Psicomotricidade tem como objetivo desenvolver o aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo aperfeiçoando o seu equilíbrio.
AS ÁREAS DA PSICOMOTRICIDADE
Para fins didáticos subdividiremos a psicomotricidade em áreas que, embora citadas isoladamente, agirão quase sempre vinculadas umas às outras; entenderemos por "Prática Psicomotora" todas as atividades que visam estimular as várias áreas que mencionaremos a seguir:
ÁREAS PSICOMOTORAS
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
A linguagem é função de expressão e comunicação do pensamento e função de socialização. Permite ao indivíduo trocar experiências e atuar - verbal e gestualmente - no mundo. Por ser a linguagem verbal intimamente dependente da articulação e da respiração, incluem-se nesta área os exercícios fono articulatórios e respiratórios.
PERCEPÇÃO
Percepção é a capacidade de reconhecer e compreender estímulos recebidos. A percepção está ligada à atenção, à consciência e a memória.Os estímulos que chegam até nós provocam uma sensação que possibilita a percepção e a discriminação. Primeiramente sentimos, através dos sentidos: tato, visão, audição, olfato e degustação. Em seguida, percebemos, realizamos uma mediação entre o sentir e o pensar. E, por fim, discriminamos - reconhecemos as diferenças e semelhanças entre estímulos e percepções. A discriminação é que nos permite saber, por exemplo, o que é verde e o que é azul, e a diferença entre o 1 e o 7.As atividades propostas para esta área devem auxiliar o desenvolvimento da percepção e da discriminação.
COORDENAÇÃO
A coordenação motora é mais ou menos instintiva e ligada ao desenvolvimento físico. Entendida como a união harmoniosa de movimentos, a coordenação supõe integridade e maturação do sistema nervoso.Subdividiremos a coordenação motora em coordenação dinâmica global ou geral, visomanual ou fina e visual.A coordenação dinâmica global envolve movimentos amplos com todo o corpo (cabeça, ombros, braços, pernas, pés, tornozelos, quadris etc.) e desse modo 'coloca grupos musculares diferentes em ação simultânea, com vistas à execução de movimentos voluntários mais ou menos complexos".A coordenação visomanual engloba movimentos dos pequenos músculos em harmonia, na execução de atividades utilizando dedos, mãos e pulsos. A coordenação visual refere-se a movimentos específicos com os olhos nas mais variadas direções. As atividades psicomotoras propostas para a área de coordenação estão subdivididas nessas três áreas.
ORIENTAÇÃO
A orientação ou estruturação espacial/temporal é importante no processo de adaptação do indivíduo ao ambiente, já que todo corpo, animado ou inanimado, ocupa necessariamente um espaço em um dado momento.A orientação espacial e temporal corresponde à organização intelectual do meio e está ligada à consciência, à memória a às experiências vivenciadas pelo indivíduo.
CONHECIMENTO CORPORAL E LATERALIDADE
A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo ocupa um espaço no ambiente em função do tempo, capta imagens, recebe sons, sente cheiros e sabores, dor e calor, movimenta-se. A entidade corpo é centro, o referencial. A noção do corpo está no centro do sentimento de mais ou menos disponibilidade e adaptação que temos de nosso corpo e está no centro da relação entre o vivido e o universo. É nosso espelho afetivo-somático ante uma imagem de nós mesmos, do outro e dos objetos. O esquema corporal, da maneira como se constrói e se elabora no decorrer da evolução da criança, não tem nada a ver com uma tomada de consciência sucessiva de elementos distintos, os quais, como num quebra-cabeça, iriam pouco a pouco encaixar-se uns aos outros para compor um corpo completo a partir de um corpo desmembrado. O esquema corporal revela-se gradativamente à criança da mesma forma que uma fotografia revelada na câmara escura mostra-se pouco a pouco para o observador, tomando contorno, forma e coloração cada vez mais nítidos. A elaboração e o estabelecimento deste esquema parecem ocorrer relativamente cedo, uma vez que a evolução está praticamente terminada por volta dos quatro ou cinco anos. Isto é, ao lado da construção de um corpo 'objetivo', estruturado e representado como um objeto físico, cujos limites podem ser traçados a qualquer momento, existe uma experiência precoce, global e inconsciente do esquema corporal, que vai pesar muito no desenvolvimento ulterior da imagem e da representação de si. O conceito corporal, que é o conhecimento intelectual sobre partes e funções; e o esquema corporal, que em nossa mente regula a posição dos músculos e partes do corpo. O esquema corporal é inconsciente e se modifica com o tempo. Quando tratamos de conhecimento corporal, inserimos a lateralidade, já que é a bússola de nosso corpo e assim possibilita nossa situação no ambiente. A lateralidade diz respeito à percepção dos lados direito e esquerdo e da atividade desigual de cada um desses lados visto que sua distinção será manifestada ao longo do desenvolvimento da experiência. Perceber que o corpo possui dois lados e que um é mais utilizado do que o outro é o início da discriminação entre a esquerda e direita. De início, a criança não distingue os dois lados do corpo; num segundo momento, ela compreende que os dois braços encontram-se um em cada lado de seu corpo, embora ignore que sejam "direito" e "esquerdo". Aos cinco anos, aprende a diferenciar uma mão da outra e um pé do outro. Em seguida, passa a distinguir um olho do outro. Aos seis anos, a criança tem noção de suas extremidades direita e esquerda e noção dos órgãos pares, apontando sua localização em cada lado de seu corpo (ouvidos, sobrancelhas, mamilos, etc.). Aos sete anos, sabe com precisão quais são as partes direita e esquerda de seu corpo.As atividades psicomotoras auxiliam a criança a adquirir boa noção de espaço e lateralidade e boa orientação com relação a seu corpo, aos objetos, às pessoas e aos sinais gráficos.Alguns estudiosos preferem tratar a questão da lateralidade como parte da orientação espacial e não como parte do conhecimento corporal.
HABILIDADES CONCEITUAIS
A matemática pode ser considerada uma linguagem cuja função é expressar relações de quantidade, espaço, tamanho, ordem, distância, etc. A medida em que brinca com formas, quebra-cabeças, caixas ou panelas, a criança adquire uma visão dos conceitos pré-simbólicos de tamanho, número e forma. Ela enfia contas no barbante ou coloca figuras em quadros e aprende sobre seqüência e ordem; aprende frases: acabou, não mais, muito, o que amplia suas idéias de quantidade.A criança progride na medida do conhecimento lógico-matemático, pela coordenação das relações que anteriormente estabeleceu entre os objetos. Para que se construa o conhecimento físico (referente a cor, peso, etc.), a criança necessita ter um sistema de referência lógico-matemático que lhe possibilite relacionar novas observações com o conhecimento já existente; por exemplo: para perceber que um peixe é vermelho, ela necessita um esquema classificatório para distinguir o vermelho de todas as outras cores e outro esquema classificatório para distinguir o peixe de todos os demais objetos que conhece.
HABILIDADES PSICOMOTORAS E PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
As habilidades psicomotoras são essenciais ao bom desempenho no processo de alfabetização. A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades tais como:• dominância manual já estabelecida (área de lateralidade);• conhecimento numérico suficiente para saber, por exemplo, quantas voltas existem nas letras m e n, ou quantas sílabas formam uma palavra (área de habilidades conceituais); • movimentação dos olhos da esquerda para a direita, domínio de movimentos delicados adequados à escrita, acompanhamento das linhas de uma página com os olhos ou os dedos, preensão adequada para segurar lápis e papel e para folhear (área de coordenação visual e manual);• discriminação de sons (área de percepção auditiva);• adequação da escrita às dimensões do papel, reconhecimento das diferenças dos pares b/d, q/d, p/q etc., orientação da leitura e da escrita da esquerda para a direita, manutenção da proporção de altura e largura das letras, manutenção de espaço entre as palavras e escrita orientada pelas pautas (áreas de percepção visual, orientação espacial, lateralidade, habilidades conceituais);• pronúncia adequada de vogais, consoantes, sílabas, palavras (área de comunicação e expressão);• noção de linearidade da disposição sucessiva de letras, sílabas e palavras (área de orientação têmporo-espacial);• capacidade de decompor palavras em sílabas e letras (análise);• possibilidade de reunir letras e sílabas para formar novas palavras (síntese).


Todas as informações relacionadas à Psicomotricidade contidas nas páginas seguintes fazem parte de uma pesquisa realizada por Alexssandra Godoy, Ronaldo de Oliveira Pierre, Fabiana Lopes Monteiro, Eliana Stodolnik dos Santos, Adriana Madalena dos Santos e Andréia Costa, em 1996, então alunos do 4º semestre do curso de Psicologia na Universidade Guarulhos.
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http://www.geocities.com/psicoweb/psicomotricidade.html


Estema psicomotricidade está dividido em 11 partes. Nos próximos dias públicares as outras partes.
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O papel e o valor do ensino da geografia.

O papel e o valor do ensino da geografia
Pierre Monbeig
Concordamos todos que, se a maior parte do público culto tem uma idéia mais ou menos exata do que são a biologia, a geologia, a economia ou a sociologia, o mesmo público não acompanha o progresso das ciências geográficas, quando não ignora sua existência. Para uns a geografia é confundida com narrativas de viajantes; um geógrafo é um explorador, a rigor um cartógrafo; traz de suas viagens narrativas agradáveis de ouvir-se, sobretudo se tem a habilidade de ilustrá-las com belas imagens. Para outros, talvez mais numerosos, a geografia é uma lembrança extremamente penosa de sua infância. Seu nome evoca listas indigestas de nomes de lugares ou dados numéricos, lições atrozes que somente os menos inteligentes e os mais obstinados de nossos condiscípulos chegavam a recitar razoavelmente. Os espíritos brilhantes, ao contrário, mostravam-se rebeldes. E ficamos satisfeitos quando nossos filhos recebem uma nota má porque não souberam de cor a lista das estações da Central do Brasil entre Rio e São Paulo, ou as altitudes exatas dos vulcões andinos; a fraqueza em geografia é uma espécie de teste de inteligência!
Portanto, na melhor das hipóteses, a geografia é tida como a irmã intelectual do turismo. Na pior elas hipóteses, a geografia é uma tortura gratuita imposta às crianças e pergunta-se como seres sensatos puderam tornar-se geógrafos! Se são corretos esses dois modos de ver, é claro que a geografia é inútil, quando não perigosa; é um absurdo ensiná-la, mais ainda praticá-la, e torna-se urgente fechar também os departamentos de geografia das faculdades de filosofia e instituições como o Conselho Nacional de Geografia! A menos que consigamos mostrar que a geografia contribui para o enriquecimento das mentes jovens e a sua formação. A menos também que possamos provar a sua utilidade num mundo onde toda e qualquer ciência é também uma técnica, onde toda pesquisa leva a dar um instrumento útil à coletividade. É mister, portanto, estabelecer o valor a geografia no ensino e determinar sua utilidade como moderno instrumento de trabalho.
Comecemos fixando a posição exata da geografia moderna, diante da importância quase exclusiva que atualmente se dá à memorização no ensino. Geógrafo algum deixará de condenar esta pseudo-geografia. Todavia, convém lembrar que a verdadeira pedagogia não deixa de recorrer às funções da memória. Estas só se desenvolvem na medida em que passaram por um treino inteligente, assim como acontece com todas as outras atividades psicológicas ou físicas. Também não se trata de oposição sistemática a qualquer ensino de memória, mas de oposição radical ao ensino exclusivamente baseado na memória e que a atravanca com um trambolho inútil. Nada se pode aprender sem esforço de memória e sem a aquisição de uma nomenclatura, por mínima que seja. 0 exercício de matemática pressupõe o conhecimento de certas fórmulas e, nesta aprendizagem, memória e inteligência foram ambas treinadas e desenvolvidas. 0 conhecimento da literatura exige que o aluno retenha não somente nomes de autores e de obras, mas dados cronológicos, sem os quais seria total a confusão. Assim como não se pode ter conhecimentos históricos sem adquirir uma sólida bagagem de datas e de fatos, não se poderia ter bom conhecimento geográfico sem uma base de nomenclatura. É apenas um ponte de partida, mas indispensável. Por fim, ainda no âmbito das preocupações utilitárias, não esqueçamos que a vida corrente requer de cada um de nós esse conhecimento mínimo de nomenclatura geográfica, que é, para a ciência geográfica, o que a tabuada de multiplicação é para a matemática: nomes de cidades, de rios, de montanhas, de produtos nacionais e estrangeiros, aquisições de nossa memória infantil de tal modo integradas em nós mesmos, que já nem nos lembramos de quando as adquirimos.
Um bom ensino de geografia, portanto, como qualquer outro ensino, não pode deixar de recorrer à memória. É necesssário reduzir sem medo a massa de nomes insípidos e de pormenores sem valor; é necessário, sobretudo, reduzi-la a proporções mais justas. Impõe-se uma escolha ao professor, a quem cabe a difícil tarefa de exercitar com inteligência a memória dos alunos. E assim ergue-se diante de nós o problema do preparo do professor de geografia, ao qual teremos que voltar. Mas, mesmo reconhecendo até que ponto a maior parte dos professores de geografia foram pouco ou mal preparados para seu trabalho, ainda assim causa espécie que educadores, e mesmo simplesmente homens normais dotados de bom senso, mostrem-se tão obstinados em transformar a geografia em instrumento de tortura para crianças. Qual a fonte desse erro fundamental que faz confundir ensino da geografia com memorização?
Há o desconhecimento total da geografia e a convicção de boa fé, mas errônea, que um nome, um dado, são "fatos geográficos" e que, a partir deles se elabora a ciência geográfica Ora a geografia não é uma ciência de fatos isolados simples, passíveis de serem conhecidos por si e em si. Neste mesmo erro incorrem os que acreditam ensinar uma história científica porque ensinam "fatos" históricos, acontecimentos e datas. Para melhor me tornar compreendido permitam-me usar a palavra irônica dum historiador da Idade Média, Marc Bloch, que, tomando como exemplo a queda dum grande ministério da III República Francesa, o ministério Jules Ferry, parte para a pesquisa do fato histórico preciso, concernente a este evento político.
Qual o fato e em que momento ocorreu? Surgem as diversas hipóteses possíveis: o momento em que o presidente da Câmara de Deputados proclama o resultado do escrutínio fatal? O momento exato (pois um historiador "científico" deve fazer empenho em ser exato) no qual um deputado, desconhecido, seja dito de passagem, depositou na urna o voto que fez pender para um lado o prato da balança parlamentar? Não seria pre­ferível fazer referência à visita constitucional que o presidente do Conselho, em minoria, fez ao presidente da República para entregar-lhe a demissão ou mais precisamente, e ainda mais cientificamente, ao minuto em que o chefe de Estado aceitou a renúncia do seu ministro? Pode-se ainda hesitar e, desejando-se precisão histórica e jurídica ao mesmo tempo, poder-se-ia admitir que, historicamente, a queda do gabinete Ferry se situa no momento em que saiu das rotativas o número do jornal oficial da República Francesa, no qual estava impresso o texto oficial da demissão.
Desculpem-me por esta digressão pouco séria pelo terreno dos historiadores. Mas a lição que Marc Bloch daí extraiu é clara: o fato histórico não se reduz a uma simples data; o verdadeiro historiador não se esgotará numa investigação, de aspecto po­licial, das aparências do fato, pois sabe que o interesse histórico não reside nas minúcias cronológicas mas sim na seqüência comple­xa das causas e conseqüências da queda do ministério Ferry. 0 bom professor de história procurará tornar compreensível esta seqüência complexa constituída por múltiplos e pequenos fatos cronológicos, cuja reunião constitui um fato histórico. A história é diferente da cronologia.

Transfira-se o exemplo do historiador para o campo da geografia e chegaremos às mesmas conclusões. É erro comum e persistente pretender tomar e ensinar fatos geográficos isolados e atomizados. Não é a altitude das Agulhas Negras que é um fato geográfico, mas o conjunto do maciço, constituído por certas categorias de rochas, situado num determinado conjunto orográfico, submetido a certas condições climáticas que determinam certa distribuição de vegetação, possibilitando certos modos de ocupação do solo pelo homem e tornando possíveis certos produtos. Se quisermos um exemplo de geografia humana, pode­mos encontra-lo na estação D. Pedro II da Central do Brasil. A estação, em si, não é um fato geográfico; o fato geográfico é o movimento dos trens, dos viajantes, das mercadorias, a sua pro­veniência, o seu destino; fato geográfico serão também as con­seqüências da presença dessa estação na paisagem do bairro da capital onde se encontra, a circulação urbana e seu ritmo cotidiano e estacional, uma determinada localização dos ramos de comércio ligados a estação da estrada de ferro, etc.. Dizer­ que as Agulhas Negras tem x metros de altitude ou que a estação D. Pedro II está situada em tal rua do Rio de Janeiro, não satisfará o geógrafo, embora sejam duas afirmativas indispensáveis, mas que são apenas a sombra enganadora do fato geográfico. O geógrafo procurará o conjunto de fenômenos, como os que acima enumeramos rapidamente, e os laços que os unem e fazem deles um todo vivo.
Portanto, a noção de fato geográfico tal como é correntemente admitida é errônea e deve ser corrigida. Se ligarmos a noção de fato à idéia de irredutibilidade, de precisão rigorosa e de valor intrínseco, poderemos quase dizer que não existe fato geográfico e que o geógrafo não se preocupa em estudar "fato" desta ordem. A pesquisa geográfica trata dos complexos de fatos e são esses complexos que, por sua localização no globo, são verdadeiros "fatos" geográficos. Cabe ao geógrafo explicar esta localização, procurar-lhe as conseqüências, examinando as relações, ações e interações que unem uns aos outros os elementos constitutivos do complexo geográfico. Complexo geográfico, sim, porque se localiza e porque implica em ações recíprocas mutáveis do meio natural e do meio humano. A variedade dos componentes do complexo geográfico é tanto maior quanto mais elevado é o grau de civilização técnica alcançado pelo grupo humano, existente há séculos, se não milênios, e muito numeroso. 0 complexo geográfico constituído pela zona açucareira do Nordeste é, provavelmente, de estudo mais delicado que o complexo geográfico amazônico, mas sua análise recorre menos, aparentemente, as disciplinas irmãs da geografia, que não seriam exigidas pelo estudo do complexo geográfico "Rio de Janeiro".
A título de exemplo e de maneira muito esquemática, gostaria de indicar o possível ponto de vista do geógrafo diante de um complexo geográfico industrial. É sabido que a Lorena, região francesa, encerra no seu subsolo enormes reservas de minério de ferro e importantes jazidas de hulha, isto é, as bases de poderosa indústria metalúrgica. Não possuindo esse carvão a qualidade exigida para a fabricação do coque, os metalurgistas lorenos compravam sistematicamente o coque fabricado na Alemanha, mais precisamente no Ruhr. Há quatro ou cinco anos atrás, os técnicos franceses conseguiram novos processos que permitem tratar o carvão loreno e obter assim a moinha de coque, utilizável in loco. Trata-se de uma invenção técnica cujos pormenores não interessam a geografia, mas que começa a ter conseqüências de ordem geográfica pois, a partir desses processos novos, desenvolve-se e complica-se o antigo complexo geográfico loreno. Em primeiro lugar dá-se o desenvolvimento das indústrias metalúrgicas pesadas, que arrasta o das indústrias mecânicas mais leves. Esse desenvolvimento industrial pressupõe um afluxo de mão-de-obra, operários, em­pregados de escritório, engenheiros, diretores, acompanhados ou não de suas famílias. Paralelamente, assiste-se a abertura de novas usinas, ao aumento da população urbana composta de elementos heteróclitos (inclusive numerosos operários norte­africanos). Parece que essas novas atividades industriais atraem uma parte dos trabalhadores rurais e, em conseqüência, a produção agrícola reduz-se ou é orientada para novos produtos. Ao mesmo tempo, as indústrias novas fornecem adubos químicos que, mais numerosos, mais variados, menos custosos, determinarão uma evolução das culturas, dos sistemas agrários, dos rendimentos e, portanto, dos níveis de vida dos agricultores. Encontramo-nos em presença de uni conjunto de fenômenos estreitamente ligados entre si e reagindo uns sobre os outros. Seria ainda necessário ressaltar que, para serem compreendidos, deve-se conhecer a estrutura do solo onde se situam as minas de ferro e de carvão, a hidrografia de superfície ou subter­rânea que condiciona a alimentação dos homens e boa parte do trabalho industrial, e a circulação por via aquática, rios e canais. Igualmente, a rede de vias de comunicação deverá ser ampliada a fim de permitir não somente a saída da produção mas também a chegada dos materiais de construção e produtos de alimentação necessários à enorme população que se reúne a volta das minas, e junto aos escritórios, serviços públicos, etc.. Esta é a razão, entre outras, por que se projeta para breve a execução dos trabalhos do Mosela e a eletrificação da via férrea que une a Lorena à região industrial e agrícola do norte da França. A possibilidade de utilizar o carvão loreno reduzirá as compras de coque proveniente do Ruhr, determinando a modificação das correntes de tráfego. Prevê-se desde logo que esta nova situação econômica, indiretamente dependente da presença da hulha e do ferro em determinada região, facilmente localizável, não deixará de trazer conseqüências que atingirão mais longe que o quadro regional, sairão do domínio econômico e ecoarão no terreno internacional. Por fim o aperfeiçoamento de novos processos técnicos é oneroso (as pesquisas de laboratórios também o foram); não pode ser realizado por empresas medianas, mas por associações novas, financiadas por grandes empreendimentos metalúrgicos. Isto significa que a estrutura econômica das empresas lorenas evolui para unia concentração cada vez mais acentuada. Por sua vez. a estrutura financeira, fortemente concentrada, vai agir como fator geográfico, pois acarreta a concentração espacial. Centros mais modestos de indústria metalúrgica dificilmente poderão resistir á concorrência da poderosa indústria lorena, também apoiada nos recursos naturais, dotada de equipamento moderno e escorada por forte organização financeira. Já se assiste a migrações de indústrias promovidas pelas grandes empresas e a redistribuição regional dos diferentes ramos da produção.
Este é o complexo geográfico, em vias de organização, a partir de aperfeiçoamentos técnicos. Fomos forçados a simplificar e resumir a exposição dum processo infinitamente mais complicado do que aparece aqui. Mais uma prova da delicadeza do complexo geográfico. Este se exprime antes de tudo na paisagem, a qual, formada una e indissoluvelmente pelos elementos naturais e pelos trabalhos dos homens, é a representação concreta do complexo geográfico. Por esta razão o estudo da paisagem constiui a essência da pesquisa geográfica. Mas é absolutamente indispensável que o geógrafo não se limite á análise do cenário, à apreensão do concreto. A paisagem não exterioriza todos os elementos constituintes do complexo. Nem sempre nela se encontrarão expressos com clareza os modos de pensar, as estruturas financeiras que são, entretanto, parcelas apreciáveis do complexo geográfico. Outro perigo: a limitação do campo de estudo geográfico à paisagem ameaça levar o pesquisador ao recurso exclusivo da descrição. Este olha, observa minuciosamente e com perfeito espírito científico, mas tende a esquecer o essencial, que é a explicação. Satisfaz-se com ser uma excelente máquina fotográfica e, nesse jogo atraente, pren­de-se menos à análise dos processos do que à sua descrição. Passa ao lado dos problemas, pois, submerso pela massa dos fa­tos observados, já não pode distingui-los com clareza. A paisagem é um ponto de partida, mas não um fim. Resulta do complexo geográfico, sem confundir-se com ele.




http://www.geocritica.com.br/texto09.htm

Transversalidade no currículo escolar.Slides

Transversalidade
From liabruini, 6

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quarta-feira, 28 de maio de 2008

Google Maps, busca de endereços.

Gadget by LabPixies.com


Procure aqui seus endereços. basta digitá-los.
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Emilio Santiago - Saigon

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Adolescencia, español

Adolescencia
From orengomoises


Este artigo está em espanhol. Mas da para entender. Pluraridade cultural.
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Flavio Venturini e Beto Guedes

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Flávio Venturini- Nascente

http://youtube.com/user/jotafran2007

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IVAN LINS - Vitoriosa

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Djavan - Pétala

http://youtube.com/user/nandyrj

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Estimulação precoce.


OS BEBÊS PODEM APRENDER A LER?

Julia Manglano

Não só podem como devem aproveitar a melhor fase para o aprendizado da leitura.

Todo bebê tem uma vontade ilimitada de aprender. Gosta de conhecer coisas novas e interessantes, é muito curioso e, portanto gosta de ver palavras, ou seja, gosta de aprender a ler.

É divertido e muito fácil, porque ele aprende a ler exatamente como aprende a falar.

A função do cérebro é a mesma para a audição ou para a visão: na primeira, o som entra pelo ouvido e é entendido no cérebro, enquanto que na segunda, a palavra escrita entra pelos olhos.

Assim como ele aprende de forma natural a linguagem oral, pode aprender a linguagem escrita.

Todo o bebê pode aprender a ler: para isto devemos apenas mostrar palavras, frases e livros com letras suficientemente grandes para sua maturidade visual, e, devemos motivá-lo para o sucesso.

Como motivar o bebê ou a criança para o sucesso?

O mais importante é não matar a curiosidade natural e a vontade de aprender da criança

• Nunca testar
• Nunca apontar seus erros

Segundo Glenn Doman, autor do livro: Como ensinar seu bebê a ler

“Testar é o contrário a motivar.

O propósito da resolução de problemas é dar à criança a oportunidade de demonstrar o que ela sabe, se ela assim desejar, já o propósito do teste é o de demonstrar o que a criança não sabe.”

“Uma pergunta feita apropriadamente cria uma irresistível oportunidade de resolução de problemas.” Glenn Doman


Quais são os princípios de sucesso no aprendizado da leitura?


• Oferecer estímulos visuais e atividades de leitura, sem forçar.

• Só fazer atividades quando o bebê quiser e estiver bem.

• Ser muito alegre e passar entusiasmo.

• Falar em voz alta, de maneira clara e correta.

• Dar sempre nova informação.

• Oferecer as atividades e mostrar as coisas como um privilégio.

• Sempre parar antes do bebê querer parar.

• Não projetar expectativas de desempenho.

• Confiar e acreditar no bebê.

• Brincar de resolver problemas.

• Fazer com que seu filho seja um vencedor ao resolver problemas.

• Sempre falar a verdade.

• Sempre cumprir as promessas.

• Alegria, alegria e alegria!

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Julia Manglano é Pós-graduada em estimulação infantil pela Escola Européia de Educação, Diretora da Fundação Internacional da Família no Brasil e membro da equipe Pedagógica da Escola AeD.

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Publicado no Portal da Família em 26/05/2008



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