quinta-feira, 24 de julho de 2008

Civilizações Antigas 8. Índia Antiga.


História da Índia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Este artigo apresenta as linhas gerais da história da Índia, que tem início com o registro arqueológico da presença do homo sapiens há cerca de 34 000 anos. Uma civilização da Idade do Bronze emergiu em época aproximadamente contemporânea às civilizações do Oriente Médio. Como regra, a história da Índia abrange todo o subcontinente indiano, correspondente aos atuais República da Índia, Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka, Nepal e Butão.

A civilização do Vale do Indo surgiu no século XXXII a.C. e atingiu a maturidade a partir do século XXV a.C. Seguiu-se-lhe a civilização védica. A origem dos indo-arianos é um ponto de relativa controvérsia. A maioria dos estudiosos acredita em algum tipo de hipótese de migração indo-ariana, segundo a qual os arianos, um povo semi-nômade possivelmente da Ásia Central ou do norte do Irã, teriam migrado para o noroeste do subcontinente entre 2000 e 1500 a.C. A natureza de tal migração, o local de origem, e até mesmo a própria existência dos arianos como povo distinto, são fortemente discutidos. A fusão da cultura védica com as culturas dravídicas que lhe eram anteriores (presumivelmente os descendentes da civilização do Vale do Indo) aparentemente resultou na cultura indiana clássica, embora os detalhes específicos do processo são controversos. Alguns entendem, por outro lado, que a civilização do Vale do Indo era essencialmente védica e que se teria espalhado para partes da Europa entre o sexto e o segundo milênio a.C. Os nascimentos de Mahavira e de Buda no século VI a.C. marcam o começo da fase mais bem registrada da história indiana. Pelos 1500 anos seguintes, a Índia produziu a sua civilização clássica e, segundo alguns historiadores, a maior economia do mundo antigo entre os séculos I e XV d.C., ao controlar entre um-terço e um-quarto da riqueza mundial até a época mogol, após o quê declinou rapidamente sob domínio britânico.

Às incursões por exércitos árabes e centro-asiáticos nos séculos VIII e XIII seguiram-se as de comerciantes da Europa, a partir do final do século XV. A Companhia Inglesa das Índias Orientais foi fundada em 1600 e iniciou, desde 1757, a colonização de partes da Índia. Na altura de 1858, após derrotar uma confederação sique no Panjabe em 1849, a coroa britânica assumira o controle político de virtualmente todo o subcontinente. Tropas indianas no exército britânico desempenharam um papel vital em ambas as guerras mundiais. A resistência não-violenta ao colonialismo britânico, chefiada por Mahatma Gandhi, Vallabhbhai Patel e Jawaharlal Nehru, levou à independência frente ao Reino Unido em 1947. O subcontinente foi partilhado entre a República da Índia, secular e democrática, e a República Islâmica do Paquistão. Como resultado de uma guerra entre aqueles dois países em 1971, o Paquistão Oriental tornou-se o Estado independente de Bangladesh. No século XXI, a Índia tem obtido ganhos expressivos em investimento e produção econômicos, constituindo-se na maior democracia do mundo, com uma população de mais de 1 bilhão de pessoas, e na quarta maior economia do planeta (critério PPP).

Fora do sul da Ásia, a história, a cultura e a política da Índia freqüentemente se sobrepõem aos países vizinhos. A cultura, economia e política indianas exerceram influência ao longo de milênios na história e na cultura de países no sudeste asiático, no leste e no centro da Ásia, como Indonésia, Cambodja, Tailândia, China, Tibete, Afeganistão, Irã e Turquestão. Após incursões árabes na Índia no início do segundo milênio d.C., missões semelhantes em busca da lendária riqueza indiana influenciaram fortemente a história da Europa medieval, a partir da chegada de Vasco da Gama. Cristóvão Colombo descobriu a América quando procurava uma nova rota para a Índia, e o Império Britânico obteve grande parte de seus recursos após a incorporação da Índia (a "Jóia da Coroa") do final do século XVIII até 1947.

Para a história da Índia após a independência em 1947, ver História da República da Índia.


Idade da Pedra

A cultura da Idade da Pedra no subcontinente indiano coincidiu com o início da colonização pelo homem e progrediu para a agricultura e o desenvolvimento de ferramentas derivadas de objetos naturais ou criados a partir de matérias-primas. A comunidade Mehrgarh constitui-se no estágio preliminar da agricultura no subcontinente e levou ao surgimento da civilização do Vale do Indo, pertencente à Idade do Bronze.

Idade do Bronze

As civilizações da Idade do Bronze no subcontinente indiano lançaram as bases da moderna cultura indiana, inclusive o surgimento de assentamentos urbanos e o desenvolvimento das crenças védicas que formam o núcleo do hinduísmo.

Civilização do Vale do Indo

Selos com a escrita índica.
Selos com a escrita índica.
Ver artigo principal: Civilização do Vale do Indo

A irrigação do Vale do Indo, que fornecia recursos suficentes para sustentar grandes centros urbanos como Harappa e Mohenjo-daro em cerca de 2500 a.C., marcou o início da civilização harappa. Aquele período testemunhou o nascimento da primeira sociedade urbana na Índia, conhecida como a civilização do Vale do Indo (ou civilização harappa), que floresceu entre 2500 e 1900 a.C. Concentrava-se em volta do rio Indo e seus tributários e estendia-se ao doab Ganges-Yamuna, ao Guzarate e ao norte do atual Afeganistão.

Esta civilização caracterizava-se por suas cidades construídas com tijolos, por sistemas de águas pluviais e por casas com vários andares. Quando comparada a civilizações contemporâneas como o Egito e a Suméria, a cultura do Indo dispunha de técnicas de planejamento urbano singulares, cobria uma área geográfica mais extensa e pode ter formado um Estado unificado, como sugere a extraordinária uniformidade de seus sistemas de medida. As referências históricas mais antigas à Índia talvez sejam as relativas a "Meluhha", em registros sumérios, que poderia ser a civilização do Vale do Indo.

As ruínas de Mohenjo-daro constituíam o centro daquela antiga sociedade. Os assentamentos da civilização do Indo disseminaram-se até as modernas Bombaim, ao sul, Délhi, a leste, e a fronteira iraniana, a oeste, limitando com os Himalaias a norte. Os principais centros urbanos eram Harappa e Mohenjo-daro, bem como Dholavira, Ganweriwala, Lothal, Kalibanga e Rakhigarhi. No seu zênite, como crêem alguns arqueólogos, a civilização do Indo talvez contivesse uma população de mais de cinco milhões de habitantes. Até o presente, mais de 2 500 antigas cidades e assentamentos foram identificados, em geral na região a leste do rio Indo no atual Paquistão. Alguns acreditam que perturbações geológicas e mudanças climáticas, responsáveis por um desmatamento gradual, teriam contribuído para a queda daquela civilização. Em meados do II milênio a.C., a região da bacia do rio Indo, que inclui cerca de dois-terços dos sítios atualmente conhecidos, secou, levando a população a abandonar os assentamentos.

Civilização Védica

A civilização védica é a cultura indo-ariana associada com o povo que compôs os Vedas no subcontinente indiano. Incluía o atual Panjabe, na Índia e Paquistão, e a maior parte da Índia setentrional. A relação exata entre a gênese desta civilização e a cultura do Vale do Indo, por um lado, e uma possível imigração indo-ariana, por outro, é motivo de controvérsia.

A maioria dos estudiosos entende que esta civilização floresceu entre os II e I milênio a.C. O uso do sânscrito védico continuou até o século VI a.C., quando a cultura começou a transformar-se nas formas clássicas do hinduísmo. Esta fase da história da Índia é conhecida como o período védico ou era védica. Sua fase primitiva testemunhou a formação de diversos reinos da Índia antiga; em sua fase tardia (a partir de cerca de 700 a.C.), surgiram os Mahajanapadas, dezesseis grandes reinos no norte e no noroeste da Índia. Seguiram-se-lhe a idade de ouro do hinduísmo e da literatura em sânscrito clássico, o Império Maurya (a partir de cerca de 320 a.C.) e os reinos médios da Índia (a partir do século II a.C.).

Ademais dos principais textos do hinduísmo (os Vedas), os grandes épicos indianos (Ramáiana e Maabárata), inclusive as famosas histórias de Rama e Krishna, teriam sua origem neste período, a partir de uma tradição oral. O Bhagavad Gita, outro bem-conhecido texto primário do hinduísmo, está contido no Maabárata.

Dataria desta época a organização da sociedade indiana em quatro varnas (castas).

Os 16 Mahajanapadas da Idade do Ferro

Os dezesseis Mahajanapadas da Idade do Ferro no subcontinente indiano, estendendo-se principalmente ao longo da planície gangética.
Os dezesseis Mahajanapadas da Idade do Ferro no subcontinente indiano, estendendo-se principalmente ao longo da planície gangética.

Durante a Idade do Ferro, que começou na Índia em torno de 1000 a.C., diversos pequenos reinos e cidades-Estado cobriram o subcontinente, muitos mencionados na literatura védica a partir de 1000 a.C. Em torno de 500 a.C., dezesseis monarquias e "repúblicas", conhecidas como Mahajanapadas, estendiam-se através das planícies indo-gangéticas, desde o que é hoje o Afeganistão até Bangladesh: Kasi, Kosala, Anga, Magadha, Vajji (ou Vriji), Malla, Chedi, Vatsa (ou Vamsa), Kuru, Panchala, Machcha (ou Matsya), Surasena, Assaka, Avanti, Gandhara e Kamboja. Os maiores dentre aqueles países eram Magadha, Kosala, Kuru e Gandhara. A língua cultasânscrito, enquanto que os dialetos da população em geral do norte da Índia eram conhecidos como prácritos.

Os rituais hindus da época eram complicados e conduzidos pela classe sacerdotal. Os Upanixades, textos védicos tardios que lidavam principalmente com filosofia, teriam sido compostos no início daquele período e seriam portanto contemporâneos ao desenvolvimento do budismo e do jainismo, o que indicaria uma idade do ouro filosófica naquele momento, semelhante ao que ocorreu na Grécia antiga. Em 537 a.C., Gautama Buda atingiu a iluminação e fundou o budismo, inicialmente visto como um complemento ao darma védico. No mesmo período, em meados do século VI a.C., Mahavira fundou o jainismo. Ambas as religiões tinham uma doutrina simples e eram pregadas em prácrito, o que ajudava a disseminá-las entre as massas. Embora o impacto geográfico do jainismo tenha sido limitado, freiras e monges budistas levaram os ensinamentos de Buda à Ásia Central e Oriental, Tibete, Sri Lanka e Sudeste asiático.

Os Mahajanapadas eram, grosso modo, o equivalente às cidades-Estado gregas do mesmo período no Mediterrâneo, e produziam uma filosofia que viria a formar a base de grande parte das crenças do mundo oriental, da mesma maneira que a Grécia antiga produziria uma filosofia que embasaria grande parte das crenças do mundo ocidental. O período encerrou-se com as invasões persa e grega e a ascensão subseqüente de um único império indiano a partir do reino de Magadha.


Invasões persa e grega

Na altura do século V a.C., o norte do subcontinente indiano foi invadido pelo Império Aquemênida e, no final do século IV a.C., pelos gregos do exército de Alexandre, o Grande. Ambos os eventos repercutiram fortemente na civilização indiana, pois os sistemas políticos dos persas viriam a influenciar a filosofia política indiana, inclusive a administração da dinastia maurya, e formou-se um cadinho das culturas indiana, persa, centro-asiática e grega no que é hoje o Afeganistão, de modo a produzir uma singular cultura híbrida.

Império aquemênida

Grande parte do noroeste do subcontinente indiano (atualmente o leste do Afeganistão e quase todo o Paquistão) foi governada pelo Império Persa aquemênida a partir de cerca de 520 a.C. (durante o reinado de Dario, o Grande) até a sua conquista por Alexandre, o Grande. Os aquemênidas, cujo controle sobre a região durou 186 anos, usavam a escrita aramaica para a língua persa. Com o fim da dinastia, a escrita grega passou a ser mais comum.

O império de Alexandre

A interação entre a Grécia helenística e o budismo teve início com a conquista da Ásia Menor e do Império Aquemênida por Alexandre, o Grande. Em seu avanço, o monarca macedônio atingiu as fronteiras noroeste do subcontinente indiano em 334 a.C. Ali, derrotou o Rei Poro na batalha de Hidaspes (próximo à atual Jhelum[1], Paquistão) e apoderou-se da maior parte do atual Panjabe. Entretanto, as tropas de Alexandre recusaram-se a prosseguir além do Hifasis (rio Beas), próximo à atual Jalandhar, Índia. O monarca atravessou então o curso d´água e mandou erguer altares para marcar o extremo oriental de seu império.

Alexandre criou guarnições para suas tropas nos novos territórios e fundou diversas cidades nas regiões do Oxus, Aracósia e Báctria, bem como assentamentos macedônios/gregos em GandharaPasso Khyber (ao sul dos Himalaias e do Hindu Kuch) e um outro passo que ligavam Drangiana, Aracósia e outros reinos persas e centro-asiáticos à planície do Indo. Foi através daquelas áreas que a maior parte da interação entre o sul da Ásia e a Ásia Central ocorreu, com trocas comerciais e culturais. e no Panjabe. Tais regiões incluíam o

O território correspondente aos atuais Panjabe, o rio Indo desde a fronteira de Gandhara até o Mar Arábico, e outras porções da planície índica tornou-se uma satrapia do império de Alexandre. Segundo Heródoto, esta era a mais populosa e rica dentre as vinte satrapias.

Império Magadha

Originalmente, Magadha era um dos dezesseis Mahajanapadas indo-arianos da Índia Antiga. O reino emergiu como uma grande potência após subjugar dois Estados vizinhos, e era dono de um exército incomparável na região.

Em 326 a.C., o exército de Alexandre, o Grande, aproximou-se das fronteiras do Império Magadha. As tropas, exaustas e receosas de enfrentar mais um gigantesco exército indiano no rio Ganges, amotinaram-se no rio Hifasis e recusaram-se a prosseguir em direção a leste. Naquelas condições, Alexandre decidiu avançar na direção sul, seguindo o Indo até o Oceano.

Pouco depois, Chandragupta, fundador da dinastia maurya, subiu ao poder em Magadha. O Império Maurya atingiu o zênite no reinado de Açoca Maurya, um dos mais lendários imperadores da Índia, quando incluía a maior parte do sul da Ásia. Posteriormente, Magadha também foi o cerne do poderoso Império Gupta.

Dinastia Maurya

Mapa do subcontinente indiano com a localização do Império Maurya em seu momento de maior extensão (azul escuro) e seus aliados (azul claro).
Mapa do subcontinente indiano com a localização do Império Maurya em seu momento de maior extensão (azul escuro) e seus aliados (azul claro).

Em 321 a.C., o general exilado Chandragupta Maurya fundou a dinastia maurya após derrubar o Rei Dhana Nanda de Magadha. A dinastia maurya lograria, com o tempo, reunir sob seu governo, pela primeira vez na história da Índia, a maior parte do subcontinente, formando o chamado Império Maurya. Ao aproveitar a oportunidade oferecida pela desestabilização da Índia setentrional devida às invasões persa e grega, Chandragupta conquistou não apenas quase todo o subcontinente mas também expandiu suas fronteiras para a Pérsia e a Ásia Central, conquistando a região de Gandhara. Convertido ao jainismo, Chandragupta Maurya promoveu o proselitismo daquela religião no sul da Índia.

Sucedeu-o seu filho Bindusara, que expandiu o império até abarcar um território correspondente a quase toda a atual Índia, à exceção de Kalinga e dos extremos sul e leste, que talvez fossem tributários. A Índia moderna é uma imagem da Mauryana, que uniu todos os povos e culturas dos reinos indianos até então separados sob uma mesma bandeira, e previu um destino comum para todos os indianos (naquela época, quase todos hindus e budistas). A tradição foi retomada posteriormente pelo Império Mogol e pela Índia britânica, que formaram Estados semelhantes.

Açoca, o Grande, sucedeu seu pai Bindusara e procurou expandir ainda mais o império. Como conseqüência da carnificina causada pela invasão de Kalinga, terminou por renunciar ao derramamento de sangue e adotou uma política de não-violência (ou ahimsa) após converter-se ao budismo. Os Editos de Açoca, os documentos históricos preservados mais antigos da Índia, permitem a datação das dinastias a partir de sua época. Com Açoca, a dinastia maurya foi responsável pela divulgação dos ideais budistas através de toda a Ásia Oriental e o sudeste asiático, de maneira a alterar fundamentalmente a história e o desenvolvimento da Ásia como um todo. Açoca, o Grande, foi descrito como um dos maiores soberanos que o mundo já conheceu.

Dinastia Sunga

A dinastia sunga[2] foi estabelecida em 185 a.C. quando o último soberano maurya foi assassinado pelo então comandante-em-chefe das forças mauryas, Pusyamitra Sunga. O subseqüente Império Sunga, com capital em Pataliputra, controlou o nordeste da Índia (a planície gangética) até c. 73 a.C.

Reinos médios primitivos - a Idade de Ouro

Os chamados reinos médios da Índia foram entidades políticas existentes no período histórico entre o declínio do Império Maurya, no século II a.C. - e a correspondente ascensão dos andaras[3] (ou satavahanas) -, até a queda do Império Vijaynagar, no século XIII, com a correlata invasão muçulmana da Índia. Pode ser dividido em dois períodos, o primitivo e o tardio, separados pela queda do Império Gupta (século VII). A dinastia gupta costuma ser apontada como a Idade de Ouro da cultura indiana.

O período dos reinos médios foi caracterizado por ondas de invasões provenientes da Pérsia e da Ásia Central, começou com a expansão do budismo a partir da Índia e terminou com a conquista islâmica do subcontinente indiano.

Invasões de noroeste

Na esteira da desintegração do Império Maurya, durante o século II a.C., o sul da Ásia tornou-se uma colcha de retalhos de potências regionais com fronteiras sobrepostas. O Vale do Indo e as planícies gangéticas atraíram uma série de invasões entre 200 a.C. e 300 d.C. Tanto os andaras quanto, posteriormente, o Império Gupta, tentaram conter as invasões sucessivas, terminando, ambos, por entrar em colapso devido às pressões exercidas por tais guerras.

O budismo floresceu tanto sob o governo dos invasores, que adotaram aquela religião, quanto sob os andaras e os guptas, passando a representar uma ponte cultural entre as duas culturas que levou os invasores a tornar-se "indianizados". O período foi marcado por feitos intelectuais e artísticos inspirados pela difusão e pelo sincretismo culturais ocorridos em novos reinos localizados na Rota da Seda.

Dentre os invasores do período, destacam-se, sucessiva ou simultaneamente:

  • os indo-gregos (secessionistas do Reino Greco-Bactriano, este, por sua vez, secessionista do Império Selêucida): representantes do helenismo, ocuparam o território correspondente aos atuais Paquistão, sul do Afeganistão e noroeste da Índia. Governaram entre 180 a.C.10 d.C.; até cerca de
  • os sacas[4] ou indo-citas: um ramo dos citas, estabeleceram-se no sul do Afeganistão e expandiram-se em direção a Gandhara, Caxemira e o noroeste da Índia, conquistando progressivamente território indo-grego. Seu predomínio na região durou do século II a.C. ao século I a.C.;
  • os indo-partos: após a conquista dos indo-citas pelos partos, um chefe parto declarou-se independente da Pártia e estabeleceu um reino separado que incluía o território correspondente aos atuais Afeganistão, Paquistão e norte da Índia no século I. O reino durou até 75, quando foi conquistado pelos kuchanos;
  • as satrapias ocidentais: de origem saca, controlaram, entre 35 e 405, boa parte das regiões central e ocidental da Índia (correspondentes aos atuais Guzarate, Maharashtra, Rajastão e Madhya Pradesh). Talvez fossem originalmente vassalos dos kuchanos ou dos partos. Eram contemporâneos dos kuchanos (com cujo império limitavam ao norte) e dos andaras (no centro da Índia); e
  • os kuchanos[5].

Império Kuchano

Resultado de mais uma dentre as invasões de noroeste, o Império Kuchano (séculos I a III) foi um Estado que, em seu zênite (c. 105-250), estendia-se do atual Tadjiquistão ao Mar Cáspio, dali até o atual Afeganistão, e na direção sul até o vale do rio Ganges. O império foi criado por tocáriosTurquestão Oriental, na China, e manteve-se por séculos no centro das trocas entre o Oriente e o Ocidente, e seu controle sobre parte importante da Rota da Seda tornou-o um entreposto comercial entre indianos, persas, chineses e romanos. O mais conhecido soberano kuchano, Kanishka, reinou no início do século II e, convertido ao budismo, convocou um concílio budista na Caxemira. Ademais da literatura sânscrita, os kuchanos patrocinavam um estilo artístico que refletia uma síntese entre padrões gregos e indianos.

Perderam território na Ásia Central, devido a conflitos com o Império Sassânida, e na planície gangética, em favor do Império Gupta. O restante do território foi usurpado por um vassalo que estabeleceu o Reino Kidarita.

Andaras

Os andaras (ou satavahanas) eram uma dinastia vassala do Império Maurya e, portanto, nativa da Índia, mas declararam independência logo após a morte de Açoca (232 a.C.). A partir de então, formaram um império que controlou o centro e o sul da Índia (o Decão), mantendo a ordem naquela porção do subcontinente em especial após o fim dos mauryas e em face das sucessivas ondas de invasores vindos do noroeste.

Os andaras competiam pela supremacia na planície gangética com o Império Sunga, que controlava o nordeste da Índia entre c. 185 a.C. e 73 a.C.

Bateram-se ao longo do tempo contra os indo-gregos, os sátrapas ocidentais (indo-citas) e os indo-partos (partos). Embora pudessem resistir aos avanços dos seu inimigos (os andaras dispunham talvez das forças armadas mais poderosas da época na Ásia), os conflitos com os impérios constituídos pelos invasores de noroeste terminaram por enfraquecê-los até que, em cerca de 220, a dinastia extinguiu-se.

Império Gupta

Mapa do subcontinente indiano com a localização do Império Gupta (azul).
Mapa do subcontinente indiano com a localização do Império Gupta (azul).

Da mesma forma que os andaras, os guptas foram uma dinastia nativa da Índia que se opôs aos invasores de noroeste. Nos séculos IV e V, a dinastia gupta unificou a Índia setentrional. Naquele período, conhecido como a Idade do Ouro indiana, a cultura, a política e a administração hindus atingiram patamares sem precedentes. Com o colapso do império no século VI, a Índia voltou a ser governada por diversos reinos regionais.

Suas origens são, em grande medida, desconhecidas. O viajante chinês I-tsing fornece a mais antiga prova da existência de um reino gupta em Magadha. Acredita-se que os puranas védicos foram redigidos naquela época; deve-se ao Império Gupta, também, a invenção dos conceitos de zero e infinito e os símbolos para o que viria a ser conhecido como os algarismos arábicos (1-9). O império chegou ao fim com o ataque dos hunos brancos provenientes da Ásia Central. Uma linhagem menor do clã gupta, que continuou a reinar em Magadha após a desintegração do império, foi finalmente destronada pelo Harshavardhana, que reunificou o norte do subcontinente na primeira metade do século VII.

Invasão dos hunos brancos

Os hunos brancos aparentemente integravam o grupo heftalita que se estabeleceu no território correspondente ao Afeganistão na primeira metade do século V, com capital em Bamiyan. Foram os responsáveis pela queda do Império Gupta, encerrando o que os historiadores consideram uma Idade do Ouro da Índia setentrional. Entretanto, grande parte do Decão e a Índia meridional mantiveram-se ao largo dos sobresaltos ocorridos ao norte.

O imperador gupta Skandagupta repeliu uma invasão huna em 455, mas os hunos brancos continuaram a pressionar a fronteira noroeste (atual Paquistão) e terminaram por penetrar o norte da Índia no final do século V, de maneira a acelerar a desintegração do Império Gupta. Após o século VI, há poucos registros na Índia acerca dos hunos. Seu destino é incerto: alguns estudiosos pensam que os invasores foram assimilados pela população local; outros sugeriram que os hunos seriam os ancestrais dos rajaputros[6].

Reinos médios tardios - a era clássica

Esta fase histórica pode ser definida como o período entre a queda do Império Gupta e as conquistas de Harshavardhana, por um lado, e o surgimento dos primeiros sultanatos islâmicosséculo XIII, por outro. Naquela fase destacaram-se o Reino Chola, no território correspondente ao norte de Tâmil Nadu, e o Reino Chera, no que é hoje Kerala. Os portos da Índia meridional dedicavam-se então ao comércio do Oceano Índico, especialmente de especiarias, com o Império Romano a oeste e o sudeste da Ásia a leste. No norte, estabeleceu-se o primeiro dos Rajaputros, uma série de reinos que sobreviveria em certa medida por quase um milênio até a independência indiana frente aos britânicos. O período assistiu uma produção artística considerada a epítome do desenvolvimento clássico; os principais sistemas espirituais e filosóficos locais continuaram a ser o hinduísmo, o budismo e o jainismo. na Índia com o correlato declínio do Império meridional Vijaynagar, no

No norte, sucederam o império formado por Harshavardhana as dinastias Pratihara, de Malwa (no atual Rajastão), Pala, de Bengala, e Rashtrakuta, do Decão, entre os séculos VII e IX. No sul e no centro, surgiram o Império Chalukya, de Badami (no atual Karnataka), e Pallavi, de Kanchipuram (no atual Tâmil Nadu), entre os séculos VI e VIII.

Dinastia Chola

Os cholas emergiram como o império mais poderoso do subcontinente no século IX e mantiveram seu domínio até o século XII. Como uma dinastia de origem tâmil, seu centro de poder localizava-se no sul da península indiana. Seu zênite ocorreu durante os séculos X, XI e XII, quando governavam um território que incluía o sul do subcontinente, as ilhas Maldivas e parte do Ceilão, chegando em certo momento até o Ganges, ao norte, e ao Arquipélago Malaio, ademais de certos pontos ao longo do Golfo de Bengala.

Enquanto os cholas dominavam o sul, ao norte três reinos disputavam a supremacia: os pratiharas, no atual Rajastão, o Império Pala, nos atuais Bihar e Bengala, e os rashtrakutas, no Decão.

Rajaputros

A história registra os primeiros reinos rajaputros no Rajastão a partir do século VII, mas foi nos séculos IX a XI que passaram a participar ativamente os acontecimentos no subcontinente. As diversas dinastias rajaputras posteriormente governaram boa parte da Índia setentrional. Como regra geral, os rajaputros, devido a sua localização no norte do subcontinente indiano, foram os que mais enfrentaram as invasões islâmicas e a subseqüente expansão dos sultanatos muçulmanos. Em período histórico posterior, cooperaram com o Império Mogol.

Invasão islâmica

A invasão do subcontinente indiano por tribos e impérios estrangeiros foi freqüente ao longo da história, e costumava terminar com o invasor absorvido pelo cadinho sócio-cultural indiano. A diferença, na fase histórica em apreço, é que os Estados muçulmanos invasores - em geral, de origem turcomana - mantiveram, uma vez instalados no subcontinente, seu caráter islâmico, com repercussões até os dias de hoje.

A primeira incursão muçulmana (árabe omíada) de monta ocorreu no século VIII, contra o Baluchistão, Sind e o Panjabe, resultando em Estados islâmicos sobre os quais o controle do Califado era muito tênue. No início do século XI, a dinastia ghaznávida (de Ghazni, cidade do atual Afeganistão), de origem turcomana, avançou sobre o oeste e o norte da Índia, conquistando o Panjabe; a Caxemira, o Rajastão e Guzerate permaneceram sob controle dos rajaputros. No século XII, os ghóridas, uma dinastia também turcomana e originalmente do Afeganistão, venceram o império ghaznávida e alguns rajás do norte da Índia e lograram conquistar Délhi, ali fundando (já no século XIII) o Sultanato de Délhi.

Sultanato de Délhi

O Sultanato de Délhi (1206-1526) expandiu-se rapidamente até incluir a maior parte da Índia setentrional, do passo Khyber até Bengala. Posteriormente, conquistou o Guzerate e Malwa e voltou-se para o sul, chegando até o atual Tâmil Nadu. A expansão para o sul continuou pelas mãos do Sultanato Bahmani, que se separara de Délhi, e dos cinco sultanatos independentes do Decão, sucessores de Bahmani após 1518. O reino hindu de Vijayanagar uniu o sul da Índia e bloqueou o avanço muçulmano até cair frente aos sultanatos decanis, em 1565.

Talvez a contribuição mais importante do Sultanato tenha sido seu sucesso temporário em isolar o subcontinente da potencial devastação provocada pela invasão mongol da Ásia Central no século XIII. O Sultanato de Délhi foi absorvido em 1526 pelo Império Mogol.

Império Mogol

Mapa do subcontinente indiano com o Império Mogol em destaque.
Mapa do subcontinente indiano com o Império Mogol em destaque.
O Taj Mahal, construído pelo Grão-Mogol Shah Jahan.
O Taj Mahal, construído pelo Grão-Mogol Shah Jahan.

Em 1526, um descendente de Tamerlão chamado Babur, de origem turco-perso-mongol, atravessou o Passo Khyber, invadiu o subcontinente e estabeleceu o que viria a ser o Império Mogol, que perduraria por mais de dois séculos e cobriria um território ainda maior do que o do Império Maurya[7]. Por volta de 1600, a dinastia mogol já controlava a maior parte do subcontinente; entrou em declínio após 1707 e foi finalmente defenestrada pelos britânicos em 1857, após a revolta dos sipais. Este período foi marcado por grandes mudanças sociais, ocorridas numa sociedade de maioria hindu governada por grão-mogóis (imperadores) muçulmanos que, alguns, adotavam uma postura de tolerância religiosa, outros, destruíam templos hindus e cobravam impostos dos não-muçulmanos.

Da mesma maneira pela qual os conquistadores mongóis da China e da Pérsia haviam adotado a cultura local, os mogóis professavam uma política de integração com a cultura indiana que contribui para explicar o seu sucesso em comparação com o Sultanato de Délhi. Os grão-mogóis casaram-se com a realeza local, aliaram-se com marajás e procuraram fundir a sua cultura turco-persa com as tradições indianas.

Era pós-mogol

Império Marata

O Império Marata[8] (posteriormente conhecido como Confederação Marata) foi um Estado hindu que existiu entre 1674 e 1818 e que esteve freqüentemente em guerra com o Império Mogol muçulmano, contribuindo para o declínio deste último. Foi a força predominante no subcontinente durante a maior parte do século XVIII e logrou conter o avanço dos colonizadores britânicos. Disputas internas e três guerras anglo-maratas (final do século XVIII e início do século XIX) puseram fim ao império, cujo território foi em grande medida anexado ao Império Britânico, embora algumas regiões se tenham mantido nominalmente independentes como Estados principescos vinculados à Índia britânica.

Panjabe

Entre 1716 e 1799, o Panjabe foi governado por um conjunto de Estados siques[9] de médio porte conhecido como Confederação Sique. Embora em termos políticos a confederação fosse descentralizada, os Estados integrantes eram unidos em torno de uma cultura e religião comuns, representados pela religião sique. As duas guerras anglo-siques (1845 a 1849) resultaram na absorção do Panjabe pela Índia britânica.

Era colonial

A descoberta da rota marítima para a Índia em 1498, por Vasco da Gama, sinalizou o início do estabelecimento de territórios controlados pelas potências européias no subcontinente. Os portugueses constituíram bases em Goa, Damão, Diu e Bombaim, dentre outras. Seguiram-se os franceses e os neerlandeses no século XVII.

Índia britânica

Ver artigo principal: Índia britânica

A Companhia Inglesa das Índias Orientais estabeleceu uma primeira base em Bengala, em 1757. Na altura dos anos 1850, os britânicos já controlavam quase todo o subcontinente, inclusive o território correspondente aos atuais Paquistão e Bangladesh. A revolta dos sipais, de 1857, forçou a companhia a transferir a administração da Índia para a coroa britânica.

Movimento de independência

Oganizações sociais fundadas no final do século XIX e início do século XX para defender os interesses indianos junto ao governo da Índia britânica transformaram-se em movimentos de massa contra a presença britânica no subcontinente, agindo por meio de ações parlamentares e resistência não-violenta. Após a partilha do antigo Raj britânico entre a República da Índia e o Paquistão, em agosto de 1947, o mundo testemunhou a maior migração maciça da história, quando um total de 12 milhões de hindus, siques e muçulmanos cruzaram a fronteira indo-paquistanesa.

Para a história da Índia após a independência em 1947, ver História da República da Índia e História do Paquistão.

Ver também

Referências

Notas

  1. O dicionário Onomástico Etimológico de J.P. Machado registra as formas Hidaspes e Djelam em língua portuguesa, ambas no verbete "Hidaspes".
  2. Talvez sejam os singas a que se refere o dicionário Houaiss no verbete "singa". Cabe uma pesquisa mais detalhada de fontes em português.
  3. Dicionário Houaiss, verbete "andara".
  4. O adjetivo e substantivo de dois gêneros saca, referente ao ramo do povo cita, é registrado no dicionário Houaiss e no dicionário de J.P. Machado.
  5. Não parece haver uma harmonia entre as fontes quanto à forma em língua portuguesa deste etnônimo, recebido do estrangeiro: kushana, kushano etc.
  6. Dicionário Houaiss, verbetes rajaputro e raiputo, ambos como substantivo e adjetivo. O dicionário Onomástico Etimológico de J.P. Machado registra ainda a forma reisbuto.
  7. O termo mogol, uma variante de mongol, é usado para diferenciar o império estabelecido por Babur no subcontinente indiano dos demais Estados formados a partir das invasões mongóis do século XIII.
  8. O etnônimo e gentílico marata está lexicografado (dicionários Houaiss e Aurélio).
  9. Os termos sique e siquismo são lexicografados (dicionários Houaiss e Aurélio).

Bandeira da Índia Índia
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Abaixo um vídeo documentário sobre a Índia. Está em 5 partes, que você acessa através do menu.
E no próximo Civilizações Antigas 9, falaremos sobre Grécia Antiga.

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quarta-feira, 23 de julho de 2008

Brasil fica em 16º na Olimpíada Internacional de Matemática .23/07/2008 13h02

http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi/2008/07/23/040262E0B93327.jhtm?brasil-fica-em-16-na-olimpada-internacional-de-matemtica-040262E0B93327


A equipe brasileira ficou na 16ª posição na Olimpíada Internacional de Matemática, realizada em Madri, e que contava com a participação de mais de 550 jovens de 97 países.

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Para que arte-educação?

paulatalbuquerque

Experiências de vídeo dos alunos da disciplina edc173- Metodologia e Prática do Ensino de Desenho e Plástica I - FACED/UFBA. Prof. Ana Paula Albuquerque.

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I Bienal de Arte Infantil.

tmspana

Abertura da I Bienal de Arte Infantil, ocorrida na Casa do Lago da Unicamp, em 01/outubro/2007. Entrevista com a organizadora do evento, Teresinha Klain Moreira, e crianças que participaram de diversas escolas.

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PLANO DE AULA. Modelo de fichas de Planos de Aulas. (Meus Artigos)


PLANO DE AULA


I - Identificação
U. E.: ________________________________________...
Aluno Estagiário : ________________________________________...
Série: _____ Período: _____ Disciplina: Língua Portuguesa______________________________
Nível de Ensino: Número de alunos: _______ Data: _______________


II – Habilidades e Conteúdo
Habilidades: ao final da aula o aluno será capaz de: ______________________________________
______________________________________...
______________________________________...
Conteúdo: ______________________________ ...
______________________________________...




III - Atividades de Ensino:



IV - Recursos:



V – Avaliação e/ou Fixação do Conteúdo:



VI - Cronograma:



VII – Bibliografia:

______________________________________...
______________________________________...
______________________________________...
______________________________________...
______________________________________...




Ass: _____________________________

Este modelo foi elaborado seguindo as orientações do curso de pedagogia , modulo 5.
Nas aulas de Organização do Trabalho Docente nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Com as professoras: Sandra dos Reis Rampazzo e Edilaine Vagula.

Alguns outros modelos de fichas de leitura e de lista de presença. E um artigo.



Fábrica de fotografia/Sambaphoto

Fábrica de fotografia/Sambaphoto

Mesmo para um professor experiente, é impossível entrar em classe sem antes planejar a aula. É por isso que os profissionais que entendem bastante de didática insistem na idéia de planejamento como algo que requer horário, discussão, esquematização e certa formalidade. Agindo assim, tem-se uma garantia de que as aulas vão ganhar qualidade e eficiência. "O professor fica mais seguro e logo percebe a diferença na aprendizagem e até na disciplina", afirma Cecília Mate Hanna, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

Veja todos os planos de aula que estão on-line no site de NOVA ESCOLA, clicando aqui.

Tecnicamente, plano de aula é a previsão dos conteúdos e atividades de uma ou de várias aulas que compõem uma unidade de estudo. Ele trata também de assuntos aparentemente miúdos, como a apresentação da tarefa e o material que precisa estar à mão. "Esses detalhes fazem toda a diferença e garantem 90% do aprendizado dos alunos", diz Patrícia Diaz, coordenadora pedagógica do programa Escola que Vale, do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac), em São Paulo.

O plano de aula se articula com o planejamento - a definição do que vai ser ensinado num determinado período, de que modo isso ocorrerá e como será a avaliação. O planejamento, por sua vez, se baseia na proposta pedagógica, que determina a atuação da escola na comunidade: linha educacional, objetivos gerais etc. (leia reportagem sobre o tema na edição 181, de abril).

Portanto, o plano de aula se encontra na ponta de uma seqüência de trabalhos. Esse encadeamento torna possível uma prática coerente e homogênea, além de bem fundamentada.

Tema, objetivo e avaliação devem ser definidos

Antes de partir para o plano de aula, é preciso dividir em etapas o planejamento de um determinado período (bimestre ou quadrimestre, por exemplo). Com uma idéia do todo, fica mais fácil preparar o plano conforme o tempo disponível. Não há modelos certos ou errados. Os planos de aula variam segundo as prioridades do planejamento, os objetivos do professor e a resposta dos estudantes. Mesmo assim, é possível indicar os itens que provavelmente constarão de um plano de aula proveitoso.

Um dos primeiros tópicos da lista deve ser o próprio assunto a ser tratado. Logo em seguida vêm os objetivos da atividade e que conteúdos serão desenvolvidos para alcançá-los. As possíveis intervenções do professor (como perguntas a fazer), o material que será utilizado e o tempo previsto para cada etapa são outros itens básicos.

Finalmente, é preciso verificar a eficiência da atividade. A única forma de fazer isso é avaliar o aluno. O critério de avaliação também é flexível. "Avaliar apenas com base na expectativa definida lá no começo pode tornar o trabalho superficial", adverte Patrícia. Da avaliação dependem os ajustes a serem feitos no processo. Eles são fundamentais para que a aula dê certo. "Ela não pode ser muito fácil nem muito difícil, mas um desafio real para o aluno."

Planejar dá mais experiência para antecipar o que pode acontecer. Com base nisso, o professor se prepara para os possíveis caminhos que a atividade vai tomar. Não é desejável prever cada minuto da aula. Os planos vão se construindo a cada etapa, dependendo do que foi percebido na etapa anterior. Se o plano de aula não prevê tempo e espaço para os alunos se manifestarem, a possibilidade de indisciplina é grande - e de aprendizado problemático também. "O plano de aula dá abertura para lidar com o imprevisível sem perder o pé", diz Cecília Hanna. "É um fio condutor para onde sempre se volta."

Os alunos não são os únicos modificados pelo aprendizado. Reservando um tempo depois da aula para refletir sobre o que foi feito, você tem oportunidade de rever sua prática pedagógica. Se o trabalho for acompanhado por um orientador ou coordenador pedagógico, tem-se um dos melhores meios de formação em serviço. Portanto, o plano de aula é uma bússola para que você conduza da melhor forma seu dia-a-dia profissional.

Um plano de aula colocado em prática

Entre as atividades do programa Escola que Vale (parceria entre o Cedac, a Companhia Vale do Rio Doce e prefeituras municipais) está a formação docente. Jacymere Chaves Barbosa, professora da 1a série da Unidade Escolar Anjo da Guarda, em São Luís, participou do programa, que ensina, entre outras coisas, a criar um plano de aula.

Com as colegas da mesma série, ela fez um plano para um projeto sobre contos de fadas. O objetivo era levar os alunos a escolher histórias para serem recontadas a crianças de uma classe de Educação Infantil. Na primeira aula, a professora propôs a atividade e selecionou livros com os alunos. Veja, a seguir, o plano da segunda aula.

Objetivos das práticas de leitura: despertar interesse de ler e ouvir contos; promover a confiança dos estudantes como leitores; manipular os livros para criar expectativas; e coordenar informações de texto e de ilustrações.

Objetivos das práticas de escrita: listar títulos e personagens e relacionar novas palavras às já conhecidas.

Livros a utilizar: separar os que só contêm um conto dos que reúnem vários e os que exigem maior e menor habilidade de leitura.

Orientações didáticas e possíveis intervenções: no primeiro momento, os alunos lêem os títulos dos livros para identificar os que ainda não conhecem. A tarefa é feita com os estudantes sentados em roda, manipulando e trocando os livros colocados no centro. Depois, eles são organizados em grupos de três, para trocar impressões e brincar com os livros. Caso as crianças fiquem atentas demais às ilustrações, peça que elas leiam o índice e elabore algumas questões. No segundo momento, faça um ditado dos títulos dos contos.

A aula foi filmada e depois debatida com Jacymere e os demais professores da 1a série, que também aplicaram o plano. O grupo discutiu questões como: que recursos os alunos utilizaram para ler? Que intervenções ajudaram as crianças a avançar nos conhecimentos?

Jacymere fez uma autocrítica. Notou que poderia ter planejado melhor o uso do espaço da sala, que não foi muito funcional. Os professores perceberam ainda que não tinham pensado em adequar o desafio da atividade ao nível de alfabetização de cada aluno. As conclusões foram levadas em conta nos planos das aulas seguintes. "Passei a planejar as tarefas com base no que o aluno já sabe para poder avançar", diz Jacymere.

Quer saber mais?

UNIDADE ESCOLAR ANJO DA GUARDA, R. Guadalupe, Quadra 49A, s/n, 65085-000, São Luís, MA, tel. (98) 3242-1865

Bibliografia

A ORGANIZAÇÃO DO CURRÍCULO POR PROJETOS DE TRABALHO, Fernando Hernández e Montserrat Ventura, 200 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 48 reais

UMA ESCOLA COM PROJETO PRÓPRIO, José Bautista Vallejo, 96 págs., Ed. DP&A, tel. (21) 2232-1768, 15 reais

Internet

No site http://www.escolaquevale.org.br/, você encontra projetos de formação em torno de planos de aula, entre outros temas.

http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0184/aberto/mt_84718.shtml

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Voltas às aulas Pedagogia Unopar Virtual. Aula Atividade Fundamentos e Metodologias do Ensino de Artes. Unidade Campinas 2.



A você que estuda na Unopar Virtual, e faz o curso de pedagogia módulo 6 noturno . Hoje é dia de aula.
Estamos no penúltimo semestre.



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Antonio Carbonari Netto - Empresário, fundador da Anhanguera Educacional.


São Paulo, 25 de junho de 2008 - Professor de matemática em cursinhos nos anos de 1970, o empresário *Antonio Carbonari Netto hoje comanda a Anhanguera Educacional, uma das principais organizações do País com 140 mil alunos. Em 1994, quando fundou a instituição, eram apenas 10 mil estudantes em Valinhos (SP). Para ganhar musculatura, a Anhanguera já fez duas ofertas públicas de ações na Bolsa.

Entrevista concedida a Edilson Coelho

São Paulo, 25 de junho de 2008 - Professor de matemática em cursinhos nos anos de 1970, o empresário Antonio Carbonari Netto hoje comanda a Anhanguera Educacional, uma das principais organizações do País com 140 mil alunos. Em 1994, quando fundou a instituição, eram apenas 10 mil estudantes em Valinhos (SP). Para ganhar musculatura, a Anhanguera já fez duas ofertas públicas de ações na Bolsa. Captou R$ 860 milhões, dinheiro que tem sido usado para treinamento de professores e, principalmente, para aquisições.
Desde a abertura de capital, em janeiro do ano passado, a Anhanguera já adquiriu 17 instituições. Os planos para os próximos dois anos também são ambiciosos. “O projeto é comprar mais 25 organizações”, vislumbra o presidente. Este ano já foram compradas três faculdades e outras três estão em negociação neste momento. “O mercado hoje é vendedor, pois há muita gente saindo do ramo”, garante Netto.

Aos 57 anos, o empresário acredita que o mercado educacional vai se concentrar em torno de 20 grupos. E, pelo seu cálculo, a Anhanguera poderá ser a maior a delas — no Brasil ou no mundo. “Queremos ter 350 mil alunos”. Segundo ele, a maior organização educacional do mundo é a norte-americana Apollo, com 350 mil estudantes. Pode ser que seu projeto seja adiado. Na semana passada, o grupo Apollo fez uma oferta R$ 2,5 bilhões para comprar a Unip (Universidade Paulista), controlada pelo empresário João Carlos Di Gênio.

Gazeta Mercantil – Como o senhor vê a expansão do setor de educação no Brasil?

Antonio Carbonari Netto – A educação está em expansão porque só temos 12% da faixa de 18 a 24 anos, segundo o IBGE, matriculados nas escolas superiores. A Argentina hoje tem 40%, o Chile, 60%, e os países desenvolvidos estão na faixa de 70% a 90% de matriculados na universidade. Essa quantidade de estudantes universitários no Brasil é muito pouco em relação ao resto do mundo.

GZM – E qual a implicação dessa situação no futuro?

Antonio Carbonari Netto – Vai haver importação de profissionais e não conseguiremos suprir a mão-de-obra até o final da década. Vai faltar gente especializada no País.

GZM – Quais profissões poderão faltar?

Antonio Carbonari Netto – As áreas de engenharia retomaram as matrículas com bastante abundância e os cursos de tecnólogos estão crescendo muito. O movimento hoje é muito maior do que era há 15 anos. A empregabilidade estará em alta no futuro próximo para essas áreas. Minha geração está se aposentando, então temos de imaginar que pelo menos uns três milhões de empregos serão preenchidos nos próximos anos por pessoas de alta experiência.

GZM – Qual a posição da Anhanguera Educacional nesse mercado?

Antonio Carbonari Netto – O foco da Anhanguera sempre foi o trabalhador jovem que estuda à noite. É evidente que temos cursos de medicina, farmácia, veterinária, direito e administração diurnos, mas 85% dos nossos estudantes estudam de noite e trabalha de dia. Com esse foco conseguimos ampliar as matrículas em dez anos numa média de 100% ao ano. É um número absurdo, mas é real. Se contarmos os 14 anos de existência da Anhanguera, podemos falar numa média de 65% de crescimento ao ano no número de matriculas. A organização tem currículo altamente profissionalizado, voltado para o mercado e à sociedade. Os jovens acreditam nisso e depois de formados são muito bem colocados no mercado de trabalho.

GZM – Esse pessoal já sai empregado da universidade?

Antonio Carbonari Netto – Dos alunos que estudam à noite, 80% já estão empregados. Eles vêm em busca de aperfeiçoamento, capacitação e de um diploma que melhore sua vida profissional, seu projeto de vida. Temos pesquisas da Fundação Getúlio Vargas mostrando que um diploma superior amplia o salário em acrescenta 2,7% ao ano, nos cinco primeiros anos como profissional. Então o diploma superior é uma forma de ascensão social.

GZM – E como o grupo foi preparado para receber esses alunos que melhoraram de vida?

Antonio Carbonari Netto – A grande vantagem é que pensamos nisso na década de 90. Montamos os currículos e o treinamento de professores para este tipo de clientela. Nascemos em 1994 pensando nesse público, enquanto outros criaram escola para as elites. Com a ascensão dos trabalhadores, estamos muito na frente.

GZM – Mas esses alunos chegam a universidade com falhas do ensino básico. Em que a Anhanguera contribui para melhorar essa questão social?

Antonio Carbonari Netto – Em todos os cursos da Anhanguera, temos um projeto de nivelamento. As primeiras três ou quatro semanas são dedicadas à revisão dos conceitos da escola base. Temos livros-texto para isso, cadernos de atividade que ajudam muito a reduzir a deficiência que a escola média brasileira traz, problema que é secular. Os melhores alunos da escola básica estão na escola privada e depois vão para a universidade pública. O aluno da escola pública, que estudou à noite vem para as faculdades privadas. Então assumimos uma correção dessa deficiência, coisa que as públicas não fazem.

GZM – A Anhanguera também tem programas sociais?

Antonio Carbonari Netto – Temos mais de três mil crianças estudando conosco leitura dirigida, produção de texto, gratuitamente, num horário vago da nossa biblioteca. É um projeto social de longo alcance. Na região de Campinas há um programa nosso chamado Jovem.com, em que estamos formando mais de mil alunos por ano das escolas de periferia na área de informática básica, gratuitamente.

GZM – No mercado há críticas em relação ao crescimento educacional privado por causa da perda de qualidade. Como o senhor vê essa questão?

Antonio Carbonari Netto – A Anhanguera tem hoje 147 mil alunos distribuídos em 44 campi, principalmente no interior do País. São faculdades de dois mil a quatro mil alunos. Há dois vetores para falar da questão da qualidade. O primeiro é a qualidade percebida. Para calcular isso, temos um programa de avaliação que aplicamos aos alunos todo ano, em maio e outubro, para observar o corpo docente, laboratórios, sala de aula. Além disso, existe a certificação de qualidade do Ministério da Educação (MEC) feita a cada três anos, com avaliações da área pedagógica, corpo docente e infra-estrutura. Em 2007, 78% dos estudantes do Anhanguera avaliaram positivamente nossos coordenadores; 83% aprovaram os professores e 78% mostraram-se satisfeitos com os laboratórios.

GZM – E os resultados do MEC?

Antonio Carbonari Netto – Nos últimos três anos, os resultados do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) nos levaram a 76% de notas acima de três. Estamos bem acima da média nacional que é 50%. Os 24% dos cursos que tiveram média 2 estão em recuperação interna, com coordenadores e professores sendo reciclados.

GZM – Qual a estratégia para equacionar qualidade e preço?

Antonio Carbonari Netto – Todos os professores e coordenadores são treinados e capacitados para desenvolver projetos de qualidade. Quanto à questão do preço, nossos currículos sempre foram desenvolvidos profissionalmente com vista ao mercado. Não temos disciplinas supérfluas, como metodologia científica, que hoje é dada em nossas bibliotecas, por meio de um programa informatizado. Em contrapartida, o aluno na Anhanguera é obrigado a discutir desenvolvimento econômico e organismos internacionais, como BID, FMI, Banco Mundial, ONU. Ele estuda economia no contexto da globalização.
Minha geração não estudou isso.

GZM – A Anhanguera captou R$ 860 milhões no mercado de capitais e gastou em torno de R$ 160 milhões. Com dinheiro em caixa, quais negócios estão na mira daqui para frente?

Antonio Carbonari Netto – A partir do instante que abrimos a captação em bolsa aprendemos o seguinte: nossa empresa é uma instituição pública. Também aprendemos a trabalhar com metas que têm de ser cumpridas. Os novos recursos chegaram para qualificação dos professores, gastamos com processo de avaliação interno e externo, estruturação da escala e treinamento de diretores. Temos aqui a única escola no País de formação de diretores universitários. É uma escola de executivos, que prepara em média de 20 a 25 coordenadores de curso todo ano para assumir a direção. O grande problema no médio e longo prazo é formar pessoas que tenham a cultura da Anhanguera, uma cultura bem enxuta, racional, sem desperdício.

GZM – Quantas empresas vocês já compraram?

Antonio Carbonari Netto – Nós já fizemos 15 aquisições nestes 14 meses e a previsão é dobrar de tamanho, ou seja, mais 14 este ano e mais 14 em 2009. Nossa idéia é virar o ano com 200 mil alunos e, provavelmente, 350 mil em 2010.

GZM – O projeto é ser a maior instituição educacional do Brasil?

Antonio Carbonari Netto – Hoje o maior grupo internacional de educação do mundo é o Apollo Group, de Phoenix, Arizona (EUA). Eles têm aproximadamente 380 mil alunos. O segundo grupo internacional de graduação é o Laureate Education, dono da Anhembi Morumbi. Não vejo muita dificuldade em ultrapassá-los facilmente em três anos. O que significa que a Anhanguera será a maior instituição educacional do mundo até 2010.

GZM – O grupo atua hoje em seis estados. Qual é a estratégia de expansão?

Antonio Carbonari Netto – A educação a distância já está em 24 estados. Com o curso presencial a intenção é ir do Centro-Oeste para a região Sul e consolidar a Anhanguera. Seguimos a política de expansão do Wal-Mart, começando pelas cidades pequenas em que você é o único e não cabem dois, quando ficamos fortes começamos a disputar espaço com os concorrentes. Entramos em São Paulo, por exemplo, no ano passado.

GZM – Quais cursos que ainda faltam à instituição?

Antonio Carbonari Netto – Na realidade temos todos os tipos de curso, o que estamos fazendo são diligências em várias instituições de amigos que querem sair do ramo. Gestão e currículos antigos estão levando muitos mantenedores à falência. Hoje o mercado educacional é vendedor. Além das aquisições, nossa expansão pode ser feita organicamente. Temos aberto uma média de dez campi por ano com autorização do MEC. Os recursos que entraram do mercado de capitais servirão para qualificação, preparação para o futuro e aquisições.

GZM – A universidade Estácio de Sá, recentemente, saiu do Nível 2 da Bolsa de Valores de São Paulo para o Novo Mercado, onde estão as empresas com alto nível de governança corporativa. A Anhanguera seguirá o mesmo caminho?

Antonio Carbonari Netto – Quando abrimos o capital íamos entrar no Novo Mercado. Não o fizemos porque há uma legislação restritiva que está em curso no Congresso Nacional sobre a reforma universitária e preferimos trabalhar com 'unit' no Nível 2, com uma ação ordinária para cada seis preferenciais. Com isso você não perde o controle acionário da instituição.

GZM – Como surgiu a idéia de ir para o mercado de capitais?

Antonio Carbonari Netto – Tínhamos uma instituição basicamente familiar. Em 2003, transformamos a empresa educacional em S/A e precisávamos investir para crescer. Estávamos com 10 mil alunos e naquela fase surgiu a dúvida: vamos colocar dinheiro para crescer ou parar ali mesmo? Em conversas com amigos concluímos que teríamos de ter sócios para dar um salto na área educacional. Conseguimos alguns investidores, assessorados pelo Banco Pátria, e no curso dessa transformação eles se interessaram em montar o Fundo da Educação para o Brasil para investir no negócio. A partir daí, saímos de 10 mil alunos para 45 mil alunos com ampliação orgânica e pequenas aquisições e depois para 140 mil estudantes. Tínhamos várias hipóteses: continuar crescendo organicamente, buscar dinheiro para ampliação e até passar essa instituição para uma instituição maior. Optamos por abrir o capital.

GZM – Para uma instituição como a Anhanguera é possível se alinhar a centros educacionais internacionais?

Antonio Carbonari Netto – Sempre é possível. Hoje qualquer universidade norte-americana está aberta a convênio bilateral. A Universidade de São Paulo, por intermédio da Escola Politécnica tem duplo diploma com Paris. Lá na França não tem problema, nosso diploma é aceito. O problema está aqui, pois nossos órgãos regulatórios não aceitam com bom gosto o diploma estrangeiro. No MEC é uma dificuldade convalidar o título de mestrado. Já para o título de doutorado tem de ser convalidado por uma universidade que tenha o mesmo curso credenciado pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), e quando é graduação, só pode ser convalidado numa universidade pública. Essa regularização demora de dois a quatro anos. É um acinte o que se faz no Brasil com o diploma de estudantes brasileiros obtidos no estrangeiro.

GZM – Quantos professores trabalham no grupo?

Antonio Carbonari Netto – Hoje são quase seis mil professores e outros 4 mil funcionários técnicos que trabalham na área administrativa.

GZM – Qual o salário pago pela instituição aos professores?

Antonio Carbonari Netto – Calculamos sempre em função de horas, que variam de 20 a 50, ou seja, um salário de tempo integral varia de R$ 3 mil a R$ 10 mil. Creio que seja o dobro ou triplo do que pagam as públicas. Do efetivo, 15% dos professores trabalham em tempo integral. Os coordenadores e diretores recebem de dois a três salários anuais por produtividade. Os critérios de avaliação de gestão já têm pelo menos três anos.

GZM – Quais são os principais acionistas hoje dentro do grupo?

Antonio Carbonari Netto – Temos uma série de investimentos estrangeiros, são fundos de investimentos da Alemanha, do Sindicato dos Funcionários Públicos de Chicago e uma série de fundos de pensão que fazem aplicações de médio e longo prazo, o que nos dá estabilidade. Com a oferta pública de ações, tivemos pelo menos 15 mil CPFs adquirindo ações da Anhanguera, entre eles professores, alunos e funcionários. Além disso, de 80 a 100 fundos estrangeiros acreditaram no projeto.

GZM – Com a concentração do mercado, quantas organizações o senhor acredita que restarão?

Antonio Carbonari Netto – Atualmente somos quatro organizações públicas na bolsa e mais quatro grandes que ainda não abriram o capital. Acho que essa concentração deverá manter em torno de 20 instituições. Entendo que organizações de porte são aquelas acima 20 mil alunos. Agora os grupos pequenos e médios vão continuar tocando o empreendimento, geralmente familiar, e com as dificuldades naturais de empréstimo, de crédito, de conta garantida. Hoje é bastante difícil montar uma faculdade ou universidade numa cidade com menos de 150 mil habitantes, por isso que a educação a distância entrará nas pequenas cidades com 20 mil, 30 mil habitantes.
*Antonio Carbonari Netto









http://www.gazetamercantil.com.br/integraNoticia.aspx?Param=25%2C0%2C+%2C1907959%2CUIOU



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MANUTENÇÃO (ma.nu.ten.ção). Palavra do Dia.

Palavra do Dia:


MANUTENÇÃO (ma.nu.ten.ção)



Na última segunda-feira, 21/07, o site “orkut’, o mais popular site de relacionamentos do país, ficou cerca de 8 horas inativo devido a uma manutenção em seu sistema, o que causou muita irritação entre seus usuários.

A palavra “manutenção” tem origem no termo latino medieval ‘manutentio, onis’. Uma das variações desse termo é o verbo ‘manutenere’, que originou a palavra “manter”.

E o significado de “manutenção” é exatamente a ação ou resultado de se manter algo, consertar, fazer voltar ao estado original. Além disso, um conjunto de ações para se manter o bom estado de algo também pode ser chamado de “manutenção”.

--> Definição do dicionário Aulete Digital

MANUTENÇÃO (ma.nu.ten.ção)


Substantivo feminino.

1 Ação ou resultado de manter(-se).

2 Medida ou conjunto de medidas regulares e de ordem técnica para manter algo em bom estado de funcionamento e de conservação: Preocupava-se com a manutenção de seu carro.

3 Aquilo que dá apoio, sustento: A estacas fincadas faziam a manutenção da árvore.

4 Despesas de subsistência (de uma pessoa, família etc.): O avô rico representava a manutenção da família.

5 Conjunto de cuidados periódicos para manter alguém em bom estado de saúde.

6 Jur. Ato judicial que determina que permaneça em poder de indivíduo aquilo que lhe pertence ou cabe por direito



[Plural.: -ções.]



[Formação: Do latim medieval. “manutentio, onis.”]

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Civilizações Antigas 7. China Antiga.


A Antiga China.
Entre as grandes civilizações antigas, não podemos deixar de citar a China. Um dos mais antigos centros de organização humana, a China aparece desde cedo na história das civilizações humanas. Possivelmente a mais de um milhão de anos atrás, a China já era habitada pelos Homo Erectus. A mais famosa evidência desse fato é o chamado “Homem de Pequim”, datado entre 250.000-400.000 anos atrás. Acredita-se que os Homo Sapiens povoaram a China aproximadamente 65000 anos atrás. Evidências arqueológicas indicam que por volta de 6000 a.C., se estabelecia uma cultura agrícola de grãos na região. Com a agricultura, foi possível o desenvolvimento da população, assim como da organização social e política da região. No período neolítico (5000-4000 a.C.), o vale Huang He se estabeleceu como centro cultural e político da China, onde os primeiros vilarejos surgiram. A civilização chinesa foi também uma das poucas a inventar a escrita de forma independente (por volta de 2000 a.C.), assim como os egípcios, os sumérios, os ários na Índia e os Maias na América. Entretanto, não havia ainda uma organização centralizada de poder. Este processo ocorreu a partir de sucessivas dinastias até se estabelecer o primeiro grande estado centralizado da China em 221 a.C., com a dinastia Qin. Estabelecer a história da China Antiga é uma tarefa complicada, pois as narrativas e os registros feitos que buscam descrever os eventos ocorridos séculos antes pelo povo chinês diferem em alguns pontos das evidências arqueológicas. Amanhã, veremos um pouco sobre a narrativa política da Antiga China.

As Dinastias ChinesasA partir da obra “Registros do Historiador”, escrito entre 109 e 91 a.C. por Sima Qian, temos uma descrição sistemática da história chinesa, desde o mítico Imperador Amarelo até a época do próprio Sima Qian. Segundo ele, a Dinastia Xia (entre 2070 a.C. a 1600 a.C.) é a primeira dinastia na história tradicional chinesa. Sima Qian descreve que os lendários “Três Augustos” e os “Cinco Imperadores” são antecessores da dinastia Xia, que posteriormente foi sucedida pela Dinastia Shang. A partir dos achados arqueológicos, procura-se separar a narrativa mítica dos fatos acerca da existência da dinastia Xia. Até recentemente, muitos historiadores consideravam que a Dinastia Xia era uma lenda e por isso não era dado credito à sua existência. A partir de vestígios encontrados em um sítio arqueológico localizado em Erlitou, na província de Henan, em 1959, muitos arqueólogos chineses identificaram esta cultura Erlitou como correspondente a Dinastia Xia. Entretanto, a maioria dos arqueólogos ocidentais continua não convencida da conexão entre a cultura Erlitou e a dinastia. Apesar da polêmica, é possível afirmar que o período do tempo relativo a Dinastia Xia marca a passagem técnica das culturas neolíticas para a civilização tradicional chinesa encontrada na Dinastia Shang. Considerada como a primeira dinastia historicamente aceita, a Dinastia Shang se estabeleceu no período de 1600-1046 a.C ao longo do rio Huang He, que desemboca no Mar Amarelo, onde está localizada hoje a capital da China, Beijing. Os registros escritos mais antigos sobre China remetem a esta dinastia, encontrados na forma de gravações divinas feitas em ossos de animais (também chamados de ossos oraculares). Ao fim do segundo milênio a.C., a Dinastia Zhou surge na região do Vale do Rio Amarelo, sobrepujando a Dinastia Shang,. É a partir da Dinastia Zhou que surge o conceito de “Mandato dos Céus” para legitimar o poder. Durante o conhecido “Período de Primavera e Outono”, a partir de 800 a.C., muitos estados se tornaram independentes e a partir de guerras contínuas, o estado Zhou foi destituído como centro imperial e o poder tornou-se descentralizado. A partir dessas mudanças, a China era formada por centenas de estados. É neste período que importantes escolas de pensamento surgiram, como o Confucionismo e o Taoísmo, forma de respostas às mudanças políticas. Por volta do século V a.C., sete Estados se destacam, entrando em conflito em busca do poder, dando origem ao “Período dos Estados Combatentes”. Em 214 a.C., estes estados foram novamente unificados pelo autoproclamado “Primeiro Imperador” Qin Shi Huangdi, estabelecendo a nova Dinastia Qin e formando o primeiro Grande Estado Chinês centralizado.



Os Três Soberanos e os Cinco ImperadoresSegundo a história tradicional chinesa, no início dos tempos existiram três indivíduos lendários, reis-deuses que usaram seus poderes mágicos para melhorar a vida das pessoas e ensinaram ao povo chinês a arte da civilização. Dependendo do documento que os apresenta, os Três Soberanos são colocados sob diferentes identidades. O famoso livro “Registros do Imperador” de Sima Qian apresenta os seguintes nomes: O Deus Celestial, que governou por 18.000 anos; O Deus Terreno, que governou por 11.000 anos; O Deus Humano, que governou por 45.600 anos. Além deles, durante o período precedente a Dinastia Xia – entre 2850 a.C. a 2205 a.C. – existiram os Cinco Imperadores, líderes mitológicos da China. Devido a sua grande virtude, eles teriam vivido até idade extremamente avançada, e governaram durante um período de grande paz e prosperidade. Os Cinco Imperadores são lendários reis-sábios de moral perfeita. De acordo com Registros do Historiador, eles foram: Hunag Di – O Imperador Amarelo Zhuanxu Ku Yao Shun Entretanto, os Três Soberanos e os Cinco Imperadores três heróis culturais são considerados, pelos historiadores ocidentais, como lendas culturais apenas. Mesmo assim, um deles possui grande destaque no desenvolvimento da medicina tradicional chinesa: Huang Di. Amanhã veremos um pouco mais sobre este assunto. Acima, vemos as representações de Yao (esquerda) e Shun (direita).



Huang Di – O Imperador AmareloConhecido como o Imperador Amarelo, Huang Di é um dos “Cinco Imperadores”, lendários reis sábios e moralmente perfeitos que teriam governado a China no período anterior à Dinastia Xia. Huang Di teria sido o unificador da China e reinado de 2.690 A 2.590 a.C, aproximadamente. Atualmente, sua existência é questionável. O período de seu reinado precede a história escrita na China por mais de 1000 anos e, por isso, os contos de suas conquistas podem ser facilmente exagero. Durante o seu reinado Huang Di demonstrou especial interesse pela saúde e pela condição humana, questionando os seus ministros-médicos sobre a tradição médica da época. A ele está relacionado o mais importante clássico da medicina tradicional chinesa, o Huang Di Nei Jing, também conhecido como “Tratado de Medicina Interna do Imperador Amarelo”. O mais antigo manuscrito preservado desta obra data de 720 a.C., no período Zhou, época marcada por grande florescimento cultural. Apesar de se atribuir sua autoria ao Imperador Amarelo, historiógrafos modernos geralmente consideram que seu conteúdo foi compilado por estudantes da época, pois até então, não havia registros históricos de sua passagem, apenas a tradição oral. O Huang Di Nei Jing é escrito na forma de diálogos, onde o Imperador Amarelo obtém informações de seu Ministro Chi Po a respeito de todas as questões ligadas à saúde; principalmente à arte de curar. O tratado é uma compilação em duas partes: - O Su Wen: (“Questões sobre a emergência da vida") expõe toda a doutrina, a fisiologia energética entre os zang fu, a teoria dos meridianos, as fases do diagnóstico e os estágios observáveis nas evoluções das doenças; maior ênfase na filosofia e princípios da medicina chinesa. - O Ling Shu ("Eixo dos espíritos"), que trata das condutas terapêuticas, dos preceitos práticos e modos de efetivar os tratamentos; mais focado em técnicas específicas de acupuntura, teoria dos meridianos e a descrição de varias agulhas de acupuntura. Considerado como primeiro registro escrito da Medicina Tradicional Chinesa e a primeira obra acadêmica medicinal da China, O “Huang Di Nei Jing” se apresenta como uma compilação sistemática dos conhecimentos acerca da Medicina Tradicional Chinesa e por isso, ainda hoje se mantém em uso e é considerado como um dos mais importantes livros da literatura médica chinesa. Na obra, o cérebro é descrito composto pela medula e é apontada sua ligação com os olhos. Entretanto, considera o coração “monarca de todas as estruturas” e sede da alma.
Fonte: http://fotolog.terra.com.br/fabianoscastro:2


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No Civilizações Antigas 8 falaremos sobre a Índia Antiga. Boa terça.



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terça-feira, 22 de julho de 2008

Educação da básica a universitária. Entre púbicas e privadas. Vejam os números.


Famílias de baixa renda procuram pelo ensino particular.

Notícia preocupante ! Mostra, de um lado o descrédito pelo qual passa o ensino público em termos de qualidade e significa, também, que as classes médias baixa e de baixa renda estão se tornando cada vez mais pobres ao empenhar seus poucos recursos e cortando outras despesas para a educação dos seus filhos, nas escolas particulares que, com raras exceções oferecem, como na maioria das escolas públicas, ensino de baixa qualidade, com a ilusão de que, assim, irão aumentar as chances de garantir o futuro de seus filhos.

fontes: Rede Anhanguera de Comunicação (6.01.2008); Revista Scielo, Revista Veja.

Uma auxiliar de cobrança que perdeu o emprego recentemente e seu marido, motorista. Juntos, ganham menos de R$ 1,1 mil por mês e batalham há algum tempo para concluir a reforma da casa. Ainda assim, matricularam seu filho, de 7 anos, numa escola particular, comprometendo nada mais do que 20% da renda do casal. São cerca de 1 milhão de famílias brasileiras de baixa renda — com salários entre R$ 500,00 e R$ 1,5 mil mensais — que investem pelo menos 9% do orçamento familiar para manter os filhos matriculados em instituições de ensino particulares. No País, quase 5% das mães e pais da classe E gastam, anualmente, R$ 1 mil para custear as mensalidades escolares, enquanto as famílias da classe D destinam R$ 2 mil.

Estes dados foram recentemente divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) São Paulo e Instituto Brasil, escalonadas por economistas da Universidade de São Paulo (USP) —, e mostra mo ilustra a preocupação dos pais em propiciar aos filhos a educação de qualidade que o ensino público, muitas vezes, deixa a desejar.

“Ainda que tenha de abrir mão de muitas coisas, quero que meu filho tenha uma educação melhor do que a que eu tive. E boas oportunidades”, diz uma das mães, que concluiu o Ensino Médio e estudou somente em escolas públicas ao longo da vida. Seu filho está está matriculado no 3º ano do Ensino Fundamental em um colégio particular do interior de São Paulo: “Ele é excelente aluno, muito interessado. As professoras se preocuparam, inclusive, com a adaptação do Walter aos novos coleguinhas. Fico mais tranqüila porque sei que ele terá uma boa formação, principalmente nessa fase, que vai ser a base dele”, aposta a mãe, que não pleiteou vaga para o filho em escola pública considerada “modelo” em bairro próximo a sua residência.

Ela conta que o marido, inicialmente, relutou em concordar que boa parte da renda da família ficasse comprometida com o colégio do filho: “Como estudamos a vida toda em escolas públicas, eler não achava necessário que gastássemos com isso”, conta. Até pouco tempo atrás, ela ajudava o marido, motorista, a equilibrar as contas da casa: mensalmente, a família gasta R$ 120,00 com a mensalidade e outros R$ 90,00 com o transporte escolar: investimento que chega a quase 20% da renda.

“Na época, imaginei que esse gasto comprometeria as despesas com a prestação da casa e outras contas, que somam R$ 400,00. Isso não aconteceu, mas tivemos que cortar muitas despesas, viver com o básico. Hoje, acho que foi uma boa decisão e espero ter condições de manter meu filho no ensino particular”, planeja o pai, que ainda não concluiu o Ensino Médio.

Desigualdade

Embora as despesas com educação figurem como o segundo item de maior desigualdade entre ricos e pobres — as classes A e B gastam 30 vezes mais com a formação dos filhos, mas comprometem apenas 2,5% da renda com mensalidades escolares — o investimento em educação foi o item que mais cresceu no orçamento das famílias brasileiras entre 1988 e 2003, passando de 3,2% a 5,5%.

Essas estatísticas integram o estudo Os Determinantes da Freqüência à Rede Particular de Ensino e dos Gastos com Educação no Brasil, realizado recentemente pelo Ibmec-São Paulo e Instituto Brasil em parceria com a Fundação Lemann e o Instituto Gerdau. O levantamento, produzido pelo professor de economia da Universidade de São Paulo (FEA-USP) Naércio Menezes Filho e pela também economista Andréa Curi, consultora da Tendências Consultoria Integrada, analisou o mercado de escolas particulares do País com base em dados atualizados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e Pesquisa de Orçamentos Familiares (Pof), ambos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além do Censo Escolar, feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão de pesquisa ligado ao Ministério da Educação (MEC).

Um dos dados que mais surpreendeu os economistas da USP foi justamente a constatação de que mesmo as famílias de baixa renda têm optado por matricular as crianças em colégios particulares. O estudo revela que, independentemente da renda, são os níveis de escolaridade da mãe que determinam quão precoce será o ingresso do filho em escolas particulares: quanto mais educada, maior a tendência de que a criança escape da rede de ensino pública.

A educadora Ângela Soligo, coordenadora do curso de pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), analisa os dados da pesquisa amparando-se na premissa de que as famílias brasileiras, sobretudo as de baixa renda, temem que os filhos tenham menores chances de conseguir bons empregos no futuro se estudarem em escolas públicas: “Para essas famílias, investir numa boa escola privada, desde o ensino básico, significa melhorar as condições de vida dos filhos. Cientes dos baixos níveis de qualidade que o ensino público oferece hoje, em comparação ao que era ofertado nas escolas do País tempos atrás, as famílias não vêem outra alternativa que não pagar pelo estudo dos filhos, por mais que tenham de se sacrificar”, pondera Ângela.

Insatisfação com qualidade determina escolha dos pais

“Quando decidi colocar meu filho no colégio particular, lembrei de quantas crianças saem da 4ª série da escola pública sem saber ler. Não queria isso para ele”, diz a citada mãe, desempregada. Esse temor traduz parte da insatisfação dos brasileiros em relação à qualidade do ensino público. “O fato é que saídas individuais, como matricular os filhos em escolas pagas, não resolvem o problema do ensino público no País, muito bem pago pelos cidadãos por meio dos impostos”, defende a educadora Ângela Soligo, da Unicamp. “Uma boa saída seria a mobilização, o controle social sobre a maneira como os recursos para a educação têm sido investidos”, avalia a educadora. “E, no caso das universidades, o que precisa ocorrer é ampliar-se o número de vagas sem prejudicar-se a qualidade do ensino”, pondera. (EA/AAN)

Apenas metade conclui o curso em faculdade paga

Apesar do esforço na hora de pagar a conta, mercado de trabalho também é obstáculo

“Esse é o problema neste País: pagamos caro para formar os filhos e, mesmo assim, muitos têm dificuldade para conseguir uma colocação”, desabafa um engenheiro civil. Ele acabara de matricular a filha, de 17 anos, no curso de administração com ênfase em comércio exterior, em uma universidade particular. “Vamos ter de cortar as regalias”, diz . “E eu vou procurar emprego”, complementa a filha.

Na mesma fila de matrícula, outra mãe, afirmou: “Vamos dar um jeito de pagar a mensalidade da minha filha”, disse enquanto fazia as contas de quanto o orçamento familiar ficará comprometido com a mensalidade da filha de 17 anos, que ingressa na Faculdade de Psicologia, curso em período integral. Ela e o marido ganham menos de R$ 2,5 mil e terão de desembolsar mais de 50% da renda mensal para manter afilha na universidade: “Vale a pena.” A filha faz planos: “Estudei a vida toda em escola pública e estou feliz de ter ingressado numa universidade. Espero conseguir completar o curso”, afirma.

O levantamento do Ibmec-São Paulo, entretanto, não traz equações muito otimistas em relação ao número de universitários de faculdades particulares que concluem a graduação: apenas 50%, enquanto 76% saem com diploma das faculdades públicas. (EA/AAN)

Ensino básico do País está entre os piores do mundo

Na América do Sul, Brasil só supera Bolívia na alfabetização, aponta dados do IBGE

O pífio desempenho dos estudantes brasileiros nas avaliações educacionais de 2007 reforça que, embora o Ensino Superior tenha avançado — de acordo com o IBGE, houve crescimento de 13,5% de alunos matriculados em universidades entre 2005 e 2006 —, o ensino básico ainda engatinha. Em avaliação de 57 países feita pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), os alunos brasileiros ficaram com as últimas posições. Na avaliação de leitura, por exemplo, que envolveu 56 países, os brasileiros ficaram em 48º lugar. Segundo dados do IBGE divulgados em setembro, na América do Sul, o percentual de brasileiros que não sabem ler e escrever é inferior apenas ao da Bolívia, onde a taxa de analfabetismo foi de 11,7% em 2005.

Relatório da OCDE apontou uma possível explicação para esse contraponto. O Brasil gasta, em média, US$ 9.019,00 anuais por aluno de Ensino Superior — valor próximo dos US$ 11,1 mil gastos, em média, pelos países analisados. Já para os estudantes de Ensino Fundamental, o investimento é de US$ 1.159,00, enquanto os outros países participantes do levantamento — além dos membros da OCDE, em sua maioria desenvolvidos, participaram Brasil, Chile, Estônia, Israel, Rússia e Eslovênia) — gastaram, também em média, US$ 5.832,00.

O Ministério da Educação lançou, no último dia 12 de dezembro, as novas ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que ainda priorizam os ensinos Médio e Superior. Segundo o MEC, dos cerca de R$ 1,5 bilhão adicionais do PDE destinados à educação em 2008, R$ 600 milhões serão para transporte e merenda escolar, R$ 140 milhões para assistência estudantil e R$ 200 milhões para que estados e municípios apresentem projetos de estruturação do Ensino Médio integrado à educação profissional, R$ 70 milhões para bolsas de iniciação à docência, R$ 80 milhões destinados a programas de pós-doutorados, R$ 400 milhões para equipar escolas públicas com computadores e internet e R$ 70 milhões para implementar cursos a distância na educação técnica de nível médio. (EA/AAN)

Um em cada cinco estudantes está em escolas privadas

Mais de 70% deles são universitários, dado que expõe os paradoxos do sistema educacional

A rede privada recebe um em cada cinco estudantes do País, a maioria (72%) universitários. Os estados mais ricos, que têm redes públicas de ensino mais estruturadas — e onde os alunos têm melhor desempenho, de acordo com as avaliações do MEC —, fazem com que a procura pelo ensino privado tenda a diminuir, como acontece em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Rio de Janeiro e Distrito Federal lideram o ranking de alunos matriculados em instituições de ensino particulares: 30% do total de seus estudantes pagam para estudar.

As escolas mais caras de ensino básico estão em São Paulo e no Distrito Federal, regiões em que o custo de vida é mais alto. Levantamento feito por economistas da USP aponta que há 1,5 milhão de alunos matriculados nas pré-escolas brasileiras — número que vem crescendo nos últimos quatro anos. Já nos ensinos Fundamental e Médio, desde 2004, observa-se declínio das matrículas na rede particular, que continua concentrando estudantes oriundos de famílias ricas. “Os dados reforçam a idéia de que quem estuda nas universidades públicas são pessoas que estudaram na rede privada durante o ensino básico”, afirma o economista Naércio Menezes Filho, um dos autores do estudo.

De fato, as universidades particulares — muito em função do limitado número de vagas ofertadas pelas instituições públicas e crescimento das instituições privadas — têm recebido cada vez mais alunos: cerca de 3,2 milhões ingressaram na rede privada e 1,5 milhão na rede pública. Em 2005, por exemplo, 54% dos concluintes do Ensino Médio ingressaram em faculdades pagas e 14% em faculdades públicas.

Ainda de acordo com o estudo Os Determinantes da Freqüência à Rede Particular de Ensino e dos Gastos com Educação no Brasil, do Ibmec-São Paulo, é principalmente no Ensino Superior que as famílias de baixa renda tentam compensar as deficiências educacionais adquiridas durante o ensino básico: “Mesmo intuitivamente, esses pais sabem que filhos graduados terão salários até três vezes maiores do que se não tiverem diploma. Então, preferem investir”, avalia Menezes Filho.

Outra pesquisa, realizada pela Fundação Getúlio Vargas a pedido da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), reforça essa teoria e aponta: as famílias brasileiras gastam mais que o dobro para pagar uma universidade privada do que para custear a educação fundamental dos filhos. Dos 10,7 milhões de domicílios brasileiros que têm ao menos um morador matriculado na rede privada, 4 milhões estudam em universidades pagas. (EA/AAN).

O quadro apresentado é estarrecedor! Mas será que colocar o seu filho em uma escola particular é garantia que o mesmo terá sucesso futuro – em termos de sua colocação no mercado de trabalho, status etc. ?

Até que ponto o ensino oferecido pelas escolas particulares são realmente melhores que as tão difamadas escolas públicas ? Este é um ponto importante – não se pode esperar que todas que todas escolas particulares apresentem um mesmo padrão de qualidade. Este é o perigo ! Famílias de baixa renda vão colocar seus filhos vão matricular seus filhos nas chamadas “escolas privadas populares” que são iguais ou piores que as escolas públicas. Diversos estudos e artigos já foram publicados pela mídia mostrando este fato. Em 2004, o articulista Antônio Góis,da Folha de São Paulo publicou artigo com o título “Só 1/3 do ensino particular é adequado (Folha de São Paulo - Cotidiano - 28/6/2004).Em resumo, Góis afirma que “ diagnóstico do quadro precário da educação brasileira costuma ser feito olhando-se só para as escolas públicas. No entanto dados tabulados a pedido da Folha pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), do MEC, mostram que a situação dos alunos de escolas privadas no ensino básico também não é satisfatória” . Em outra matéria, com o título “ Ranking confirma desempenho ruim (Folha de São Paulo - Cotidiano - 28/6/2004) mostra que “dados de um ranking de escolas elaborado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) com base no desempenho dos colégios em seu vestibular confirmam a tese de que estudar numa escola privada não significa, necessariamente, que o aluno terá uma educação melhor do que a que receberia na rede pública. O professor Pedro Demo, da Universidade de Brasília, em seu altamente recomendado trabalho “Escola pública e escola particular: semelhanças de dois imbróglios educacionais ” afirma que “A distância entre escola pública e particular no Brasil é considerável, em favor da escola particular. Entretanto, notam-se sinais de crise também na escola particular, cujo desempenho tem caído nos últimos anos, em especial em 2005. O que mais chama a atenção é que esta queda é maior em regiões mais desenvolvidas e em matemática.

O blog Educafórum publicou um interessante artigo, onde é citada matéria do articulista Gustavo Ioschpe, publicada na revista Veja, em 7.12.2007, com referência à qualidade da escola particular brasileira. Nas palavras do autor: “não há ilhas de excelência no mar de lodo. Estudos apontam que o desempenho escolar dos 25% mais ricos do Brasil é menor do que a média dos 25% mais pobres dos países desenvolvidos. Trocando em miúdos, os alunos da nossa elite têm desempenho educacional pior do que os mais pobres dentre os países desenvolvidos”.

Outros estudos mostram que 80% da diferença no desempenho dos alunos das escolas privadas brasileiras, em comparação com aqueles da rede pública, são devidos à condição sócio-econômica, que proporciona maior bagagem cultural, acesso a livros, boa alimentação etc., ou seja, os pais estariam pagando por um diferencial que vem deles mesmos! Mais 10% desse diferencial viriam do contato com os colegas de estudo e, finalmente, apenas 10% da diferença no desempenho dos alunos poderia ser creditada à qualidade da escola...

O texto traz mais dados interessantes, como, por exemplo, a informação de que 70 a 80% dos professores brasileiros estudaram em escolas públicas, deduzindo-se disso que mesmo a escola mais bem organizada não consegue fazer um mau professor dar uma boa aula. Por esse motivo, os pais que preferem matricular seus filhos na rede particular deveriam se preocupar também com a qualidade da escola pública, pois, afinal, é de lá que saem os professores que vão educá-los...


Atualmente, apenas 13% dos alunos do ensino básico estudam na rede privada, enquanto os restantes 87% estão matriculados na pública. MATRICULADOS, mas a metade evade ou não consegue se formar no ensino médio. E quando ex-alunos da rede pública entram na escola do crime e cutucam as janelas dos carros com seus revólveres, já não adianta gritar. Muito inteligente a colocação do autor do artigo: Em todos os países do mundo, educação é um projeto público e nacional. Ou todos vão bem, ou o país vai mal. Infelizmente, os pais de alunos da rede particular só costumam enxergar a gravidade da situação quando são obrigados a colocar seus próprios filhos atrás de grades domésticas, nesse apartheid que o Brasil está vivendo.

fonte:
http://e-educador.com/index.php/artigos-mainmenu-100/505-famas-de-baixa-renda-procuram-pelo-ensino-particular

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Pódio (pó-di-o). Palavrado Dia.


Palavra do Dia:



Pódio (pó.di:o)




No último domingo, 20/07, os pilotos brasileiros de Fórmula 1 Nelsinho Piquet e Felipe Massa conquistaram, respectivamente, a segunda e a terceira colocação no Grande Prêmio da Alemanha, no autódromo de Hockenheim. Com este resultado, Nelsinho, que estreou neste ano na categoria, conseguiu o seu primeiro pódio. A palavra “pódio” tem origem no latim ‘podium’ e designa a plataforma, geralmente em três níveis, onde sobem os primeiros colocados em determinada competição e ali são premiados. O termo serve ainda para indicar a conquista, como na frase “estou muito feliz com o pódio”.




--> Definição do dicionário




Aulete Digital:PÓDIO (pó.di:o)Substantivo masculino.




1 Esp. Plataforma, geralmente em três níveis (correspondentes à primeira, segunda e terceira colocações), na qual os vencedores de uma competição sobem para ser premiados


2 Arq. Base quadrangular destinada a suportar pilastras


3 Ant. Na Roma antiga, muro baixo em torno da arena dos anfiteatros


4 Ant. Local sobre esse muro onde ficavam alojados os imperadores e os ilustres da sociedade romana[Formação: Do latim ‘podium, ii']_____Aulete Digital: O primeiro dicionário livre, gratuito e interativo do Brasil. A palavra é sua!www.auletedigital.com.brGostaria de sugerir uma palavra? Envie um e-mail para http://br.mc376.mail.yahoo.com/mc/compose?to=palavradodia@auletedigital.com.br _____A Palavra do Dia é um serviço oferecido gratuitamente aos usuários cadastrados do Aulete Digital.




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Como tirar parafuso quebrado - Dica Jogo Rápido

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