sábado, 21 de setembro de 2024

A Origem da Fé e Suas Implicações dentro da Religião Bhagavata

08 I (artigo - teologia) A Origem da Fé e Suas Implicações dentro da Religião Bhagavata (2)

Autoria: Marco Antonio de Lara
Coautoria: Elisa Franca e Ferreira

Neste presente trabalho, discutiremos a origem e o desenvolvimento da fé (shraddha) dentro dos limites da religião bhagavata, descrita como a ocupação real e natural da alma e estabelecida nos milenares textos védicos, tais como o Bhagavad-gita, o Srimad-Bhagavatam e o Vedanta-sutra, os cânones da religião assim chamada hindu, os quais perfazem a conclusão de todos os Vedas.

Dessa forma, quando falamos de bhagavata-dharmanitya-dharma ou bhakti-yoga, referimo-nos à potência intrínseca e inadulterável da alma, a essência ontológica do ser a qual se relaciona com Deus e O ama.

Quando visitamos locais como Juazeiro do Norte, Meca, Jerusalém e Mayapur, podemos observar grandes estruturas e artefatos históricos esperando receber uma grande massa de pessoas diariamente. Dentro de tais alvoroços, os indivíduos, em sua maioria, estão sendo levados por uma intuição sutil, uma convicção sublime em algo superior e causal com o qual tudo se relaciona e a partir do qual tudo se origina como fenômeno, o que é mundialmente conhecido como fé.

Será a fé mero dispositivo de segurança desenvolvido por aquelas pessoas menos sóbrias e pouco racionais na esperança de agarrarem-se a um evanescente conforto diante das fatalidades da vida? Ou será a fé uma espécie de intuição espontânea que equipa homens de índole nobre e piedosa, sendo um dos principais instrumentos a conduzir aqueles que estão dispostos a rasgar todas as camadas de ilusão e desvelar a verdadeira faceta do Ser?

Antes de analisarmos propriamente o conceito de fé e suas propriedades dentro da religião bhagavata, temos que primeiro limpar o terreno das ervas daninhas e demais pragas que se depositaram no terreno fértil da religião e da filosofia, as quais cresceram nos últimos quase 400 anos de especulação no Ocidente.

A primeira questão é a de entender se a fé é algo inato, ou seja, algo que já está impregnado dentro de cada indivíduo, sendo, portanto, de caráter universal, ou se a fé manifesta-se em apenas um grupo de pessoas, sendo dessa forma particular.

Compreendemos que a fé é um recurso usual do ser humano em quase todas as circunstâncias e esferas de vida, pois ninguém consegue viver se abrigando em um ceticismo radical, duvidando de todas as coisas em todos os momentos. Podemos perceber que, em muitas das atividades cotidianas, as pessoas dão um voto de confiança antes de agirem, mas quase sempre não existe um controle seguro ou uma previsão exata sobre os resultados de tais ações. Por exemplo, quando alguém consegue um emprego novo, tal pessoa age com a fé de que aquele patrão é idôneo e vai pagar o seu salário no dia e na quantia correta, mas qual é a garantia disso? Ou, no advento de um casamento, o esposo jura fidelidade à sua esposa e, em troca, recebe juras de amor e a palavra de fidelidade da outra pessoa, mas qual é a garantia em ambas as partes? Ambos fazem um contrato sutil baseado em fé.

Assim, podemos citar muitos outros exemplos, como o de alguém que vai fazer uma ultrapassagem com seu carro em uma estrada, ou de um aluno que se esforça para estudar para o exame vestibular, ou do aluno na graduação que espera seu diploma no final do curso – qual é a garantia segura e exata do resultado esperado de tais ações?

Quando levamos a cabo uma análise mais apurada e um tanto cética da realidade, podemos entender que não existe garantia, como apontou Hume, nem mesmo para a suposição de que o Sol vai nascer amanhã. Dessa forma, a fé não é um item exclusivo e apropriado pela religião, senão que, em última instância, ela é universal e equipa o coração de todos; caso contrário, sem esse voto de confiança nas coisas e nas pessoas, qualquer tipo de interação com o mundo e atividades futuras entrariam em colapso, reduzindo-se a uma incerteza e a uma desconfiança intransponíveis a eclipsarem qualquer projeto humano.

Outra crítica moderna em relação à fé é a de que ela é produto da infância intelectual daqueles indivíduos que são menos desenvolvidos. Quando chegarem à maturidade racional, emancipados, esse dispositivo de segurança se tornará dispensável a tais indivíduos, então esclarecidos e senhores de si.

Se fizermos uma análise entre alguns dos grandes pensadores da história ocidental, encontramos muitos casos de alguns deles supostamente serem teístas, ou seja, tais cérebros brilhantes trabalhavam com a confiança em Deus, com a fé. Podemos apontar o caso de pensadores teístas como Isac Newton, Blaze Pascal, Gottfried Leibniz, Immanuel Kant, Albert Einstein etc., assim como podemos encontrar mentes aguçadas com uma propensão para o ateísmo, podendo ser citados Thomas Hobbes, Francis Bacon, Feaurbach, Sigmund Freud e Nietzsche.

Dessa maneira, é arbitrária a caracterização de que a fé é mero produto da ignorância, de homens iletrados e simplórios, pois a fé se manifesta em grandes gênios como um elemento essencial para se compreender a estrutura e a fonte de toda a realidade.

Outra questão a ser tratada em relação à fé que servirá de fio condutor para este trabalho é o da imparcialidade de Deus. Se o que separam ateístas e teístas, sukritinas de duskritinas, é exatamente o elemento da fé, sendo que os fiéis a possuem e, portanto, poderiam avançar e purificar a consciência e a existência, enquanto os infiéis, desprovidos de fé, se afundariam em atividades contrárias à lei de Deus, por que Ele dotaria alguns com fé e outros não? Ou seja, nosso principal questionamento seria: De onde surge a fé? Qual seria a sua gênese primeira ou o primeiro aparecimento em detrimento da escassez daqueles que não a têm?

Desenvolvimento

O conceito de fé (shraddha) é estabelecido no Chaitanya-charitamrita da seguinte maneira, ’shraddha’-shabde—vishvasa kahe sudridha nishcaya krishne bhakti kaile sarva-karma krita haya: “Quem presta transcendental serviço amoroso a Krishna (o Deus Supremo) automaticamente realiza todas as atividades subsidiárias. Esta fé firme e inabalável, favorável ao desempenho do serviço devocional, chama-se shraddha” (Chaitanya-charitamritaMadhya 62.22).

No capítulo 22 do Chaitanya-charitamrita, Sri Chaitanya Mahaprabhu está explicando o processo do serviço devocional a Srila Rupa Gosvami. Explica-se como em tal processo, apesar de ser tão científico e lógico, como é descrito nas páginas dos Vedas, se torna indispensável a utilização da fé para o desenvolvimento do amor a Deus dentro de tal método, ou ainda, o processo do amor a Deus tem seu início com o despertar da fé como primeiro estágio, e todo o seu desenvolvimento, até chegar à etapa mais elevada de amor puro a Deus (prema), caracteriza-se por um desenvolvimento dessa fé.

Podemos observar no Bhagavad-gita (7.15-16) que, dependendo da mentalidade do indivíduo, ele pode ter sua fé depositada nas coisas sensíveis ou em seu próprio esforço, sendo enquadrado em uma das quatro classes de duskritinas (malfeitores ou materialistas grosseiros), ou então desenvolveram sua fé em algo supremo e Absoluto, como é o caso das quatro classes de sukritinas (piedosos). Nessas duas vias de fé desperta por esses grupos distintos, uns têm fé nos empreendimentos e prazeres fenomênicos e outros depositam todas as suas convicções e esforços em algo sublime e metafísico. Qual dessas seria a fé original, ou a que mais se aproxima de seu estado puro, a qual habita o coração da entidade viva?

Bhaktivinoda Thakura, um grande santo, reformador religioso e magistrado do séc. XIX, responde tal pergunta citando um verso do Amnaya-sutra (57), shraddha tv anyopaya-varjam bhakty-unmukhi chitta-vritti-visheshah: Shraddha é a função característica do coração que se esforça apenas para bhakti [devoção inadulterável], a qual está totalmente desprovida de karma [ação motivada materialmente] jnana [conhecimento especulativo] e que nada deseja além do prazer exclusivo de Krishna [o Deus Supremo]”.

Ter fé em bhakti é a natureza do coração em seu puro estado constitucional, assim como é da natureza da mente (que se situa no coração) em seu estado puro fluir para Krishna, sempre pensar em Krishna. Sarvopadhi-vinirmuktam tat-paratvena nirmalam hrishikena hrishikesha sevanam bhaktir ucyate: “Bhakti ou serviço devocional significa ocupar todos os sentidos a serviço do Senhor, a Suprema Personalidade de Deus, o mestre de todos os sentidos. Quando a alma espiritual rende serviço ao Supremo, dois tipos de efeitos ocorrem. Ela se livra de todas as designações corpóreas, e os seus sentidos se purificam simplesmente por serem empregados a serviço do Senhor”. (Bhakti-rasamrita-sindhu 1.1.12)

Então, a fé é um dos elementos primários e indispensáveis no processo de bhakti, a qual marca seu início e sem a qual o sadhaka (o praticante de serviço devocional) jamais alcançará o seu sadhya (meta por se praticar tal serviço), como é confirmado no Bhagavad-gita (9.2): “Este conhecimento é o rei da educação, o mais secreto de todos os segredos. É o conhecimento mais puro e, por conceder uma percepção direta do eu, é a perfeição da religião. Ele é eterno e é agradável praticá-lo”. Este verso descreve as qualidades do processo do serviço devocional, mas o verso seguinte (9.3) explica o que acontece se o praticante não tem fé nesse processo, ashraddadhanah purusha dharmasyasya parantapa aprapya mam nivartante mrityu-samsara-vartmani: “Aqueles que não são fiéis neste serviço devocional não podem Me alcançar, ó subjugador dos inimigos. Por isso, voltam a trilhar o caminho de nascimentos e mortes neste mundo material”. De acordo com a literatura revelada e com os praticantes que conseguem a devida ascensão, os acharyas, se o praticante não desenvolver uma fé firme nos aspectos desse processo, ele não conseguirá se livrar do ciclo de nascimentos e mortes e alcançar seu objetivo último de conhecer Deus.

Todo conhecimento científico é caracterizado pelo seu rigor investigativo e descritivo, como exigiu Descartes em seu Discurso do Método (1637). Descartes enfatizou o rigor do método, discursando sobre alguns preceitos da lógica que lhe eram mais importantes. Ele não aceitaria algo sem que o conhecesse e não se precipitaria, admitindo somente o que se apresentasse de maneira clara e distinta e passasse pelo crivo da dúvida; dividiria cada uma das dificuldades que examinasse em quantas parcelas fossem possíveis e necessárias para resolvê-las; conduziria os pensamentos dos objetos mais simples aos mais complexos; faria enumerações completas até ter certeza de que não omitira nada. Em suma, seu método consistia em rejeitar como absolutamente falso tudo o que deixasse a menor dúvida e aceitar somente o que fosse totalmente indubitável. Logo, segundo Descartes, todo objeto de pesquisa deve ser avaliado de maneira clara e distinta, não só como um todo, mas esmiuçado também em partes. Assim, por meio dessas prerrogativas, a obra de Srila Rupa Gosvami (Bhakti-rasamritasindhu) satisfaz tais quesitos, pois ela nomeia, analisa e identifica cada estágio hierárquico do processo de bhakti de forma organizada e sistemática.

Rupa Gosvami diz, adau shraddha tatah sadhu-sango ‘tha bhajana-kriya tato ‘nartha-nivrittih syat tato nishtha ruchis tatah athasaktis tato bhavas tatah premabhyudanchati sadhakanam ayam premnah pradurbhave bhavet kramah: “No começo, deve-se ter um desejo preliminar de autorrealização. Com isto, o indivíduo se sentirá inclinado a associar-se com pessoas espiritualmente elevadas. Na fase seguinte, ele é iniciado pelo mestre espiritual elevado e, sob sua instrução, o devoto neófito começa o processo do serviço devocional. Pela execução do serviço devocional sob a orientação do mestre espiritual, ele se livra de todo apego material, alcança firmeza na autorrealização e adquire gosto por ouvir sobre a Absoluta Personalidade de Deus, Krishna. Esse gosto continua propiciando o seu avanço, e ele então desenvolve apego à consciência de Krishna, que, ao amadurecer, manifesta-se como bhava, ou a fase preliminar do transcendental amor a Deus. O verdadeiro amor por Deus chama-se prema, a mais elevada etapa de perfeição da vida”. (Bhakti-rasamritasindhu 1.4.15-16).

Como o Srimad-Bhagavatam, o amala purana, é a principal obra que embasa, não só teologicamente, mas filosófica, escatológica, psicológica, cosmológica e sociologicamente, todo o movimento de sankirtana de Sri Chaitanya Mahaprabhu, sendo o texto que personifica a própria personalidade de Deus nesta era de Kali, como se declara em tal Purana (1.3.43), ele é a principal fonte de instrução e fundamentação para os seus seguidores do vaishnavismo gaudiya.

Os Seis Gosvamis de Vrindavana, sendo apóstolos diretos de Mahaprabhu, têm em seus escritos ou comentários expansões diretas dos significados de tal obra. Desse modo, o verso de Rupa Gosvami (adau shraddha tatah sadhu-sango) citado acima encontra sua ramificação em versos do próprio Srimad-Bhagavatam, como o verso 3.25.25, ou na sequência dos versos 1.2.16 ao 1.2.20. Tais versos expõem de maneira lógica e sistemática todo o desenvolvimento do amor a Deus pela entidade viva da seguinte maneira:

“Ó sábios duas vezes nascidos, servindo àqueles devotos que estão completamente livres de todos os vícios, presta-se um grande serviço. Através de tal serviço, obtém-se afinidade por ouvir as mensagens de Vasudeva (1.2.16). Sri Krishna, a Personalidade de Deus, que é o Paramatma [Superalma] no coração de todos e o benfeitor do devoto veraz, purifica do desejo de gozo material o coração do devoto que desenvolve o desejo ardente de ouvir Suas mensagens, que são por si mesmas virtuosas quando adequadamente ouvidas e cantadas (1.2.17). Assistindo regularmente às aulas sobre o Srimad-Bhagavatam e prestando serviço ao devoto puro, tudo que é molesto ao coração é quase completamente destruído, e o serviço amoroso à Personalidade de Deus, a quem se louva com canções transcendentais, se estabelece como um fato irrevogável (1.2.18). Tão logo o irrevogável serviço amoroso seja estabelecido no coração, os efeitos dos modos naturais de paixão e ignorância, tais como luxúria, desejo e ânsia, desaparecem do coração. Então, o devoto se estabelece na bondade e torna-se completamente feliz (1.2.19). Assim estabelecido no modo de bondade pura, o homem cuja mente é vivificada pelo contato com o serviço devocional ao Senhor obtém conhecimento científico e positivo da Personalidade de Deus, no estágio em que se liberta de todo contato com a matéria (1.2.20)”.

Agora, compararemos no gráfico abaixo os versos expostos no Bhagavatam e sua respectiva síntese exposta por Rupa Gosvami em seu Bhakti-rasamritasindhu 1.4.15-16.

08 I (artigo - teologia) A Origem da Fé e Suas Implicações dentro da Religião Bhagavata (1)

Srimad-Bhagavatam demonstra como essa fé se desenvolve até chegar ao estágio de amor puro a Deus, mas ainda nossa indagação persiste: Como surge a fé?

Srila Bhaktivinoda Thakura explica em seu Sri Hari Nama-cintamani que “sukriti, ou atividade piedosa, tem três variedades: 1) karmonmukhi, ou piedade derivada de atividades fruitivas; 2) jnanonmukhi, ou piedade derivada do cultivo de conhecimento, e 3) bhakti-unmukhi, ou piedade derivada de serviço devocional. Os dois primeiros resultam em desfrute dos frutos da ação e em libertação, respectivamente. Entretanto, bhakti-unmukhi envolve fé no serviço devocional puro e apreciação do mesmo. Tal piedade elevada é obtida por realizar, sem conhecimento de causa ou dos benefícios, alguma espécie de serviço devocional puro, sem conhecimento espiritual (ajnata-sukriti). Bhakti-unmukhi é o tipo mais importante de sukriti, e leva o jiva a encontrar um devoto puro, santificado”. (BHAKTIVINODA, 2012, ?).

A partir dessa declaração de Bhaktivinoda, podemos inferir que é através de sukriti que atrairemos bhakti, ou seja, realizando ações piedosas. Como é apontado por Krishna no Bhagavad-gita (7.28), yesham tv anta-gatam papam jananam punya-karmanam te dvandva-moha-nirmukta bhajante mam dridha-vratah: “Aqueles que agiram piedosamente tanto nesta vida quanto em vidas passadas e cujas ações pecaminosas se erradicaram por completo livram-se da ilusão manifesta sob a forma de dualidades e ocupam-se em servir-Me com determinação”.

Tal atividade piedosa (punya-karmanam) pode ser interpretada como sendo uma das atividades cármicas ordinárias, as quais são descritas na sessão karma-kanda dos Vedas em processos como a caridade, as austeridades, as penitências ou o estudo das escrituras. Sendo assim, será que bhakti estaria sujeita a karma?

Esse ponto controverso é trabalhado pela própria Suprema Personalidade de Deus, que dirime tal dúvida no Srimad-Bhagavatam (11.12.9), yam na yogena sankhyena dana-vrata-tapo-‘dhvaraihvyakhya-svadhyaya-sannyasaih prapnuyad yatnavan api: “Embora alguém se ocupe com grande esforço no sistema de yoga místico, especulação filosófica, caridade, votos, penitências, sacrifícios ritualísticos, ensino de mantras védicos aos outros, estudo pessoal dos Vedas ou a ordem de vida renunciada, ainda assim ele não pode Me alcançar”.

Um verso chave que vem jorrar luz e conclusão nessa questão do surgimento da fé é citado por Chaitanya Mahaprabhu no Chaitanya-charitamrita (Madhya 19.151), brahmanda bhramite kona bhagyavan jiva, guru-krishna-prasade paya bhakti-lata-bija. Tal verso explica os caminhos errantes do jiva que está a vagar por todo o universo, nascendo desde os planetas superiores aos planetas infernaisvida após vida.

Tal martírio só pode ser extinto quando a alma afortunada encontra um uttama-adhikari, um devoto puro do Senhorque plantará no coração da entidade viva a semente do amor puro a Deus.

Considerações Finais

Concluímos nosso presente trabalho apontando para o fato de que somente bhakti pode atrair bhakti. A bhakti que está no coração do devoto puro é exatamente como a chama que entra em contato com a lenha seca, como explica Srila Visvanatha Chakravarti Thakura na introdução de seu Madhurya Kadambini (Capítulo 1):

“A parcialidade do madhyama-adhikari é aceita como sua característica natural (Srimad-Bhagavatam 11.2.46). O Senhor, sendo subserviente a Seu devoto (sva-bhakta-vatsalya), permite que Sua misericórdia siga a misericórdia de Seu devoto. Portanto, essa proposta não é de forma alguma irregular. Porém, mesmo aceitando a misericórdia do devoto como a causa de bhakti, ainda assim a causa dessa misericórdia é a própria bhakti residente em seu coração. Sem que o devoto tenha bhakti, não há possibilidade de que ele dê misericórdia aos outros. Bhakti causa a misericórdia do devoto, que causa bhakti em outra pessoa. Bhakti causa bhakti. Portanto, concluímos assim a natureza automanifestante e independente de bhakti”.

Portanto, a natureza independente e autossuficiente de bhakti causa bhakti nas outras entidades vivas, utilizando o bhakta como veículo e missionário que contagia tal disposição nos corações de todos, isentando completamente a Suprema Personalidade de Deus de qualquer parcialidade ou desfavorecimento, quem simplesmente segue a misericórdia de Seu devoto que foi estimulado pela própria bhakti.

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Referências Bibliográficas

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______. Srimad-BhagavatamCom texto original em sânscrito, sua transliteração latina, sinônimos, tradução e significados. São Paulo: Bhaktivedanta Book Trust, 1995.
BHAKTIVINODA, Thakura. Jaiva Dharma: a Ciência da Alma. São Paulo: Ed. Gouranga Publicações, 2010.
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HUME, David. Tratado da Natureza Humana. Tradução de Serafim da Silva Fontes. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2002.
REALE, Giovanni. História da Filosofia / Giovanni Reale, Dario Antiseri, Vol. 2 – São Paulo: Paulus, 1991.
VISVANATHA, Cakravarti. Madhurya Kadambini. In. Bhaktivedanta VedaBase, 16 Writings of Past Acaryas, 2008-2011. Translated by Sarvabhavana dasa. 2012. Arquives. CD-ROM.
KNAPP, Stephen. The Heart of Hinduism. Vrindaban: Rasbihari Lal & Sons, 2006.
RUPA, Gosvami. Bhakti-Rasamrita-Sindhu. Translated by Bhanu Svami. Chennai: Sri Vaikuntha Enterprises, 2006.

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Modelo pernambucana é eleita Miss Universo Brasil 2024 e é 1ª representante do Brasil casada e mãe de um menino de 6 ano

Luana Cavalcante, de 25 anos, será a primeira mãe na história a representar o país no concurso internacional. — Foto: Reprodução/Instagram/luacfarsoni

1 de 2 Luana Cavalcante, de 25 anos, será a primeira mãe na história a representar o país no concurso internacional. — Foto: Reprodução/Instagram/luacfarsoni

Nascida em Recife, Luana é a primeira pernambucana a vencer o título nacional. Ela também é a primeira Miss Universo Brasil casada e mãe de um filho de seis anos.

A edição nacional contou com 27 candidatas, que representaram os estados brasileiros e o Distrito Federal. Na final, Luana Cavalcante desbancou Gabriele Marinho, de Alagoas, que ficou com a 2ª colocação, e Maria Fabiana Mata, do Rio de Janeiro, terceira colocada.

A modelo pernambucana Luana Cavalcante, eleita na noite desta quinta-feira (19) a Miss Universo Brasil de 2024. — Foto: Reprodução/Instagram/Sarahmoraisfoto
2 de 2 A modelo pernambucana Luana Cavalcante, eleita na noite desta quinta-feira (19) a Miss Universo Brasil de 2024. — Foto: Reprodução/Instagram/Sarahmoraisfoto

A modelo pernambucana Luana Cavalcante, eleita na noite desta quinta-feira (19) a Miss Universo Brasil de 2024. — Foto: Reprodução/Instagram/Sarahmoraisfoto

Luana será a primeira mãe na história a representar o país no concurso internacional.

“Hoje, graças à uma mulher visionária que revolucionou o mundo miss e a organização do @missuniverse que implantou regras inovadoras e inclusivas, pude finalmente retornar ao Brasil para tirar do papel aquele projeto de ser miss”, escreveu a nova Miss Universo Brasil nas redes sociais.

“Sou feliz por viver tudo isso e poder provar através do exemplo para outras mulheres que nós não precisamos nos limitar. Podemos ser e construir tudo aquilo que nos faz feliz. E para você meu filho, quero te agradecer por me mostrar que a vida é linda. Quero que você saiba o quanto você é amado por mim e pela sua família, e que você é muito mais do que eu sonhava”, disse ela ao filho Pedro.

A competição mundial de Miss Universo acontece em 16 de novembro, no México. Após a vitória em São Paulo, Luana Cavalcante afirmou que “segue em preparação, para representar Pernambuco no @missuniversebrasiloficial e fazer minha luz brilhar no Universe”.


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STF: Ministros divergem sobre termos inclusivos em formulário do SUS -



STF: Ministros divergem sobre termos inclusivos em formulário do SUS - Migalhas

Pares não chegaram a um consenso se a DNV - declaração de nascido vivo deve conter categorias tradicionais de "mãe e pai" junto a termos mais inclusivos como "parturiente e responsável legal".

Da Redação

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Atualizado às 19:35

Nesta quarta-feira, 18, em sessão plenária, ministros do STF discutiram quais termos devem constar na DNV - Declaração de Nascido Vivo do SUS, considerando que as categorias "mãe" e "pai" excluem homens trans gestantes.

Os pares retomaram a análise de ADPF previamente julgada no plenário virtual. Naquela ocasião, haviam decidido pela procedência do pedido principal da ação, determinando que o ministério da Saúde tomasse medidas para garantir o pleno acesso de pessoas trans às políticas públicas de saúde e consultas médicas, independentemente do sexo biológico registrado.

No entanto, com relação ao segundo pedido, que tratava do uso discriminatório das terminologias "mãe" e "pai" na DNV, não houve consenso entre os ministros.

O relator, ministro Gilmar Mendes, ainda no ambiente virtual, havia votado pela perda do objeto, pois, após o ajuizamento da ação, houve alteração administrativa que substituiu os termos "mãe" e "pai" por "parturiente" e "responsável legal" nas DNVs.

Por outro lado, ministro Edson Fachin defendeu que o pedido ainda deve ser analisado pela Corte, visando a consolidação do entendimento, já que a mudança foi feita via decisão administrativa, a qual poder ser revertida em futuras gestões.

Mãe ou parturiente?

Nesta tarde, ministros André MendonçaNunes Marques, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, defenderam que os termos "mãe" e "pai" sejam também contemplados da DNV. 

Embora Mendonça tenha reconhecido que "parturiente" atende à ideia de inclusão, ponderou acerca da necessidade de garantir que aqueles que preferem as designações tradicionais também sejam respeitados.

"Aqueles que querem uma designação mais genérica, como parturiente, têm todo o direito, mas há outras pessoas que querem uma designação que consideram mais pertinente, como maternidade ou paternidade."

S. Exa., então, sugeriu a inclusão das opções "pai" e "mãe" ao lado de "parturiente", para atender às diferentes convicções pessoais, citando que a própria CF faz essa referência em casos de nacionalidade.

Ministro Nunes Marques, por sua vez, defendeu que o objetivo do STF sempre foi assegurar o direito à igualdade sem discriminação.

"Nossa preocupação no Supremo é trazer abaixo o direito à igualdade sem nenhuma discriminação."

Argumentou que a inclusão do termo "parturiente" deve harmonizar, e não dividir, a sociedade brasileira, sendo fundamental preservar o direito das mães de serem reconhecidas como tal.

"As mães brasileiras também têm o direito subjetivo de serem reconhecidas como mães."

O ministro enfatizou que a sociedade deve ter a opção de escolher a designação que melhor reflete suas convicções, sem que isso resulte em um conflito de direitos.

Ainda, destacou que, independentemente da língua ou da cultura, a palavra "mãe" é uma das mais constantes em seu significado e escrita ao redor do mundo:

"Talvez seja uma das expressões no planeta Terra que mais se escreve de forma idêntica. Mãe, no inglês, no francês, no espanhol, em russo."

Chamou o argumento de "apelo romântico", como tentativa de sensibilizar os demais ministros para a importância cultural e simbólica da palavra.

Veja o debate:

Terminologia para minorias

Em sentido diverso, ministro Edson Fachin, posicionou-se em defesa dos direitos das minorias, destacando o papel do Supremo em defender grupos historicamente discriminados.

S. Exa. explicou que o uso do termo "parturiente" foi uma tentativa de criar denominação inclusiva, que abarcasse tanto as mulheres cisgênero quanto os homens trans gestantes, sem impor carga discriminatória.

"O vocábulo parturiente compreende, evidentemente, a mãe, como também o homem trans que vai ao parto e que, embora não se reconheça como mãe, biologicamente é parturiente."

Fachin propôs, alternativamente, a inclusão dos termos "genitora" e "genitor", evitando conotações culturais e religiosas associadas às designações tradicionais.

Tecnicamente incorreto

Ministro Flávio Dino, de forma descontraída, ilustrou a complexidade da questão com um relato pessoal.

"Hoje é aniversário da minha mãe, e se eu ligar para ela e disser 'feliz aniversário, minha parturiente', ela vai brigar comigo."

Dino defendeu que a solução ideal talvez fosse delegar à autoridade administrativa a criação de um formulário inclusivo e a escolha das terminologias adequadas. No entanto, alertou que o termo "responsável legal" seria tecnicamente incorreto.

O julgamento foi novamente suspenso, após pedido do relator, ministro Gilmar Mendes. Os ministros devem decidir, oportunamente, se o formulário deve manter os termos "parturiente" e "responsável legal" ou se cabe mudança para "parturiente/mãe" e "responsável legal/pai".

O caso

A ADPF foi ajuizada pelo PT, denunciando dificuldades enfrentadas por pessoas transgênero e travestis para acessar as políticas públicas de saúde e consultas médicas no SUS, considerando que, em muitos casos, a fisiologia não corresponde à identidade de gênero.

Além disso, o partido questionou a vinculação do sexo biológico à categoria "mãe" nas  DNV - Declarações de Nascido Vivo, mesmo em casos envolvendo homens trans gestantes.

STF formou maioria, no plenário virtual, para determinar que ministério da Saúde garanta acesso de pessoas trans a especialidades condizentes com suas necessidades biológicas no SUS. 

O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, confirmou liminar na qual havia determinado que o ministério da Saúde alterasse sistemas de informação, para garantir que marcações de consultas e de exames sejam realizadas independentemente do registro do sexo biológico.

Até o momento seguiram o relator, ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski (atualmente aposentado) e ministra Rosa Weber (atualmente aposentada). 

Ministro Edson Fachin votou pela procedência da ADPF, acompanhando o ministro Gilmar Mendes quanto à garantia de acesso das pessoas trans às políticas de saúde. No entanto, divergiu parcialmente ao julgar procedente o pedido de adaptação da Declaração de Nascido Vivo para que os nomes dos genitores sejam preenchidos conforme a identidade de gênero, adotando o modelo de layout que substitui "mãe" por "parturiente" e "pai" por "responsável legal".

Caso

O PT acionou o Supremo para questionar atos do ministério da Saúde relativos à atenção de saúde primária de pessoas transexuais e travestis. Segundo argumenta, entraves no âmbito do SUS impedem o acesso desse grupo ao atendimento de saúde condizente com suas necessidades.

O partido alega que pessoas trans, que alteraram o nome no registro, não têm tido acesso a serviços de saúde que dizem respeito ao sexo biológico. Ou seja, homens transexuais com nome já retificado, mas que conservam o aparelho reprodutor feminino, não conseguem consultas e tratamentos com ginecologistas e obstetras, enquanto mulheres transexuais e travestis também têm negado o acesso a especialidades médicas como urologia e proctologia.

 (Imagem: Freepik)
STF forma maioria para que pessoas trans possam acessar especialidades no SUS segundo necessidades biológicas.(Imagem: Freepik)

Voto do relator

Em seu voto, ministro Gilmar Mendes afirmou que o SUS deve adaptar seus sistemas para garantir atendimento adequado a pessoas transexuais e travestis, respeitando suas especificidades e necessidades biológicas.

S. Exa. ressaltou que direitos fundamentais, como a dignidade da pessoa humana, igualdade e saúde, justificam a proteção via ADPF. Destacou que a falta de acesso adequado às políticas de saúde pública para pessoas trans configura um "estado de coisas inconstitucional", apto a ensejar o controle de constitucionalidade.

O ministro enfatizou a função contramajoritária do controle de constitucionalidade, que protege os direitos fundamentais das minorias contra eventuais abusos da maioria. Mencionou precedentes do STF, como o reconhecimento da união estável homoafetiva e a criminalização da homofobia e transfobia, que reforçam a necessidade de proteger os direitos da população LGBTQIA+.

Também abordou a necessidade de adaptação dos sistemas do SUS para permitir o agendamento de consultas e exames segundo as especificidades biológicas das pessoas trans, independentemente do sexo registrado no nascimento. Mencionou a implementação de medidas técnicas e administrativas para remover barreiras burocráticas que causam constrangimento e discriminação.

Além disso, o ministro ressaltou os direitos sexuais e reprodutivos da população transexual, destacando que o SUS deve garantir acesso igualitário a programas de saúde que incluam assistência à concepção, contracepção, pré-natal, parto, puerpério e controle de doenças sexualmente transmissíveis e cânceres.

Ao final, votou para:

"i. determinar que o Ministério da Saúde proceda a todas as alterações necessárias nos sistemas de informação do SUS, em especial para que marcações de consultas e de exames de todas as especialidades médicas sejam realizadas independentemente do registro do sexo biológico, evitando procedimentos burocráticos que possam causar constrangimento ou dificuldade de acesso as pessoas transexuais;

ii. esclarecer que as alterações referidas no item anterior se referem a todos os sistemas informacionais do SUS, não se restringindo ao agendamento de consultas e exames, de modo a propiciar à população trans o acesso pleno, em condições de igualdade, às ações e serviços de saúde do SUS;

iii. ordenar ao Ministério da Saúde que informe às secretarias estaduais e municipais de saúde, bem como a todos os demais órgãos ou instituições que integram o Sistema Único de Saúde, os ajustes operados nos sistemas informacionais do SUS, bem como preste o suporte que se fizer necessário para a migração ou adaptação dos sistemas locais, tendo em vista a estrutura hierarquizada e unificada do SUS nos planos nacional (União), regional (Estados) e local (Municípios)."

Divergência

Ministro Fachin acompanhou o relator no que diz respeito à necessidade de providências para garantir o acesso das pessoas trans às políticas de saúde.

No entanto, divergiu ao afirmar que não houve perda superveniente de objeto em relação à adaptação da DNV - Declaração de Nascido Vivo. Fachin argumentou que, embora o ministério da Saúde tenha implementado alterações nos formulários e sistemas do SUS, essas ações não eliminam a necessidade de um julgamento de mérito para garantir que as adaptações sejam permanentes e eficazes.

Veja o voto de Fachin.

O PT ingressou no STF para questionar atos do ministério da Saúde relativos à atenção de saúde primária de pessoas transexuais e travestis. Segundo argumenta, entraves no âmbito do SUS impedem o acesso desse grupo ao atendimento de saúde condizente com suas necessidades. A ação foi distribuída ao ministro Gilmar Mendes.

Segundo o PT, pessoas trans que alteraram o nome no registro civil para refletir a sua identidade de gênero não têm tido acesso a serviços de saúde que dizem respeito ao sexo biológico. Ou seja, homens transexuais e pessoas transmasculinas com nome já retificado, mas que conservam o aparelho reprodutor feminino, não conseguem consultas e tratamentos com ginecologistas e obstetras, enquanto mulheres transexuais e travestis também têm negado o acesso a especialidades médicas como urologia e proctologia.

 (Imagem: Pixabay)
(Imagem: Pixabay)

O partido argumenta, ainda, que, na Declaração de Nascido Vivo, as categorias "pai" e "mãe" são limitantes, pois a filiação pode ser composta de duas mães, e têm sido preenchidas de forma inadequada, com a errônea vinculação das categorias de "pai" e "mãe" ao sexo atribuído ao nascer.

Para a legenda, os obstáculos impostos às pessoas trans, a despeito da garantia do direito à retificação do registro civil reconhecido pelo Supremo (ADIn 4.275), violam o direito à vida, à saúde, à dignidade da pessoa humana, à igualdade e à não-discriminação.

A ação traz pedido de concessão da liminar para determinar que o ministério da Saúde garanta às pessoas trans acesso às especialidades médicas em conformidade com suas necessidades biológicas e que os sistemas do SUS e da Declaração de Nascido Vivo sejam adequados, com o reconhecimento da identidade de gênero declarada pelo cidadão.

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Informações: STF.

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Ronaldo Tovani

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Sinceramente cheguei a pensar que Bolsonaro pudesse me indicar para uma das vagas de ministro do STF, principalmente depois que o ex-juiz Sérgio Moro, honradamente, optou por deixar o governo. Essa primeira vaga, então, que seria de Moro, passou a ser por mim cogitada, mas saiu dentre meus dedos quando, francamente, disse a Bolsonaro que não havia votado nele e sim em Ciro Gomes no primeiro turno e em Hadadd no segundo turno. E adiantei-lhe também que, se candidato à reeleição, também não receberia meu voto. Restava-me, portanto, a segunda vaga, com a aposentadoria de Marco Aurélio - aquele ministro que mandou soltar o mega traficante André do Rapp. Substituir Marco Aurélio não seria difícil, pois, tal como ele, eu tenho uma filha advogada, jovem, e que na mesma linha da filha de Marco Aurélio, poderia ser encaminhada, pelo meu prestígio, ao elevado cargo de desembargadora federal. No entanto, vem agora essa de que a segunda vaga no Supremo será ocupada por alguém "terrivelmente evangélico". Novamente complicou para o meu lado. SOU ATEU; NADA DE DEUS, DE JESUS COMO FILHO DE DEUS, SANTOS E SANTAS, VIDA APÓS A MORTE, REENCARNAÇÃO, CÉU E INFERNO, LIMBO, NADA DE NADA; NASCEU, VIVEU, MORREU, ACABOU... Então, presidente, se for para me indicar ministro do Supremo é agora ou nunca mais, porque, mortos, eu e V. Exa., acabou a oportunidade de eu livrar sua cara, lá no STF, nas "cagadas" que V.Exa., dizendo que aquela belezura da Maria do Rosário não "merece" ser estuprada e o Bonemer - que se apresenta como Bonner - é um canalha...
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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Portal TRF5 - Imprensa - Diploma de graduação pode substituir certificado de conclusão de Ensino Médio, decide TRF5



Diploma de graduação pode substituir certificado de conclusão de Ensino Médio, decide TRF5
Última atualização: 10/03/2023 às 12:05:00

Por unanimidade, a Sétima Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF5 determinou que a Universidade Federal de Alagoas (UFAL) efetue imediatamente a matrícula de um estudante no curso de Letras – Língua Brasileira de Sinais (Libras): Licenciatura. A instituição havia recusado a documentação comprobatória de conclusão do Ensino Médio do estudante, embora ele tivesse um diploma de Ensino Superior concedido pela própria UFAL. A decisão da Turma confirma o que já havia decidido a 3ª Vara da Justiça Federal em Alagoas, em antecipação de tutela.

No recurso, a UFAL alegou não ser possível efetuar a matrícula sem a apresentação do certificado de conclusão de curso e histórico escolar do Ensino Médio – condição indispensável para cursar o ensino superior. Disse, ainda, que a Constituição concedeu às universidades a autonomia para regular suas atividades, não se podendo admitir a interferência judicial na esfera administrativa da instituição de ensino.

O desembargador federal Leonardo Coutinho, relator do processo, votou contra a exigência, apontando que o estudante havia apresentado não apenas a declaração do colégio onde cursou o supletivo do Ensino Médio, acompanhado do respectivo certificado de conclusão, como também o diploma de graduação em Pedagogia emitido pela própria UFAL, onde o autor da ação já havia estudado.

Em seu voto, Coutinho reiterou as ponderações feitas na decisão de primeiro grau, ressaltando que não é razoável que a mesma universidade que já havia recebido e aceito o certificado de conclusão de Ensino Médio do estudante – tanto que ele concluiu o curso de Pedagogia na UFAL – agora indefira sua matrícula no curso de Letras, por entender que a documentação apresentada não é suficiente.

“Ainda que houvesse alguma irregularidade na documentação apresentada em relação à conclusão do Ensino Médio, esta estaria absolutamente suprida pela apresentação de diploma de nível superior, pois o autor efetivamente demonstrou ter nível de escolaridade superior ao exigido pelo artigo 44, II da Lei nº 9.394/96, para ingresso no Ensino Superior”, diz a decisão.

Processo nº 0813087-42.2022.4.05.0000

Por: Divisão de Comunicação Social do TRF5
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quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Amjad Taha, um estrategista político e analista dos Emirados Árabes Unidos, escreveu:


"Vocês ousaram atacar um povo sábio e corajoso em 7 de outubro — cometendo genocídio, sequestrando seus filhos e violando suas mulheres. Vocês pensaram que eles cairiam, mas eles se levantaram novamente. Após 11 meses, eles retornaram para corrigir o que brevemente escorregou — sua inteligência. Agora, eles vão mandar vocês de volta 1.000 anos, para uma era sem tecnologia, onde um telefone tocando parece uma sentença de morte e um bipe é um pesadelo. Vocês serão assombrados por sua própria sombra, com muito medo de usar qualquer tecnologia, isolados do mundo avançado. Eles vão derrotar você — não com balas ou tanques, mas com a vontade inquebrável de pessoas corajosas e inteligentes. Com uma simples xícara de café, com um clique decisivo, eles vão selar seu destino e o de qualquer um que ouse machucar seus filhos. Esta é uma nação que o mundo respeita. Líbano — Os ataques de bipe ao Hezbollah e o ataque V82 de hoje não são apenas vitórias militares; eles representam um triunfo do Oriente Médio sobre o radicalismo — uma vitória não apenas para Israel, mas para todos os que se opõem ao terror."


Amjad Taha - Project Nemesis


Amjad Taha



Visão geral:

Amjad Taha é uma das figuras centrais nas tentativas de diplomacia pública de Israel visando o público árabe , especificamente no que diz respeito à normalização das relações entre o reino do Bahrein e Israel.

Taha também é o Diretor Regional do pouco conhecido Centro de Estudos e Pesquisas do Oriente Médio .
Logotipo do Centro de Estudos e Pesquisa do Oriente Médio

Taha é autor do livro “The Deception of the Arab Spring” (O engano da Primavera Árabe), no qual acusa a Primavera Árabe de 2011 de ter sido arquitetada pelo Irã.


Ele é um dos fundadores do Instituto Sharaka, pró-Israel , que faz lobby pelo reconhecimento do regime sionista entre os estados árabes.


Após o acordo de “normalização” de 2020 entre os Emirados Árabes Unidos e Israel, Taha viajou para Israel e se encontrou com várias figuras importantes em Israel. A viagem foi patrocinada pela instituição Sharaka.


Taha é de origem iraniana-bareinita e atualmente reside na Inglaterra.
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CitaçõesApelo à Luta Civil entre os Palestinos

“Esperamos ver uma revolução entre os palestinos contra a Autoridade Palestina . A liderança palestina não tem outra escolha senão voltar à guerra para tentar obter qualquer apoio ou retornar a qualquer forma de negociação com Israel. Esperamos que Israel não negocie novamente com terroristas. Precisamos retornar ao princípio de não negociar com terroristas.”Branqueamento de crimes cometidos pelas IDF contra civis

“Presumo que as organizações palestinas [terroristas] tentarão atacar alvos civis em Israel com mísseis. Mas o apoio a elas e à OLP no mundo árabe está diminuindo. Muitos palestinos nos Emirados e outros estados do Golfo estão pedindo a queda da Autoridade Palestina por causa da corrupção nela e sua incapacidade de alcançar qualquer coisa para os palestinos.”A “gota d’água” para os palestinos

“Vemos o Hamas usando crianças, escolas, hospitais, para disparar mísseis [contra Israel]. Quando os palestinos lamentaram o assassinato de [ex-general iraniano] Qassem Soleimani, um comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã – e o indivíduo mais odiado no Iraque, Síria e Estados do Golfo – foi a gota d’água da nossa perspectiva . Eles chamaram esse homem de 'mártir de Jerusalém'. Esse foi o ponto de ruptura no apoio árabe a eles,”
Documentos relacionados
Taha para i24NEWS sobre o lançamento de foguetes em Gaza
“É realmente triste ouvir que o Hamas lançou seus foguetes em direção a Ashdod — todos nós condenamos isso e esperamos que Israel retalie firmemente contra esses terroristas”
Amjad Taha ao lado do príncipe herdeiro do Emirado de Abu Dhabi, Mohammed Bin Zayed
Amjad Taha com o Rei Salman da Arábia Saudita
Amjad Taha com o governante de Dubai, Mohammed Bin Rashid Al Maktoum
Tweet de Benjamin Netanyahu com um vídeo de Amjad Taha e seu colega do Instituto Sharaka, Majid Al-Sarrah .
Ele escreveu “Paz real…Paz para todos” e marcou a instituição Sharaka.
Um exemplo das atividades promocionais de Taha para o regime de apartheid israelense.
Taha participando de uma reunião na instituição Sharaka
Taha visitando Hananya Naftali , uma blogueira israelense e influenciadora da normalização. Taha também apoiou a presença militar de Israel nas colinas de Golã e chamou os grupos militares palestinos de “um bando de terroristas”. 1
Taha: “Em alguns minutos, o voo GF972 chegará do Bahrein para Israel.”
Taha se encontra com o ex-embaixador israelense na ONU, Dore Gold
Amjad Taha reunido com outros agentes de defesa do regime sionista, Majid al-Sarrah (L), Lorena Khateeb (2º L)


Taha posando ao lado de outros membros do Sharaka no aeroporto Ben-Gurion


Taha ao lado de outros membros do Sharaka em Israel

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1. Tiranos E Tiranófilos: por C. S. Xavier






Três são as lições históricas que os vários tiranos e suas tiranias nos legaram de nosso passado e que algumas delas são essenciais em qualquer regime despótico que já existiu, de tal forma que se repetem em quase todas ditaduras e regimes de exceção presentes ou vindouros, sejam os que nascem com crescente autoritarismo e progressivas anomias lingüística, cultural, jurídica, social até o estabelecimento da tirania, ou sejam os que surgem por uma brutal tomada do poder pela força de um grupo revolucionário despótico.

A primeira lição é que para um tirano se estabelecer no poder é necessário que uma rede de cúmplices e coniventes dentro das esferas de poder o favoreçam, independente se por associação, permissão ou omissão, estes asseguram que a escalada do tirano ou grupo de tiranos ao poder aconteça. Uma corja, um contingente mínimo, mas critico, de juízes, políticos, procuradores, policiais, jornalistas, intelectuais, artistas, militares precisam ajudar para que uma tirania se estabeleça ao apoiarem, negligenciarem, defenderem, amenizarem, reforçarem suas ações e decisões ao longo da escalada do tirano ou do grupo de tiranos. A segunda lição é que, em especial nas tiranias atingidas por crescentes autoritarismos e progressivas anomias lingüística, cultural, jurídica, social até o seu estabelecimento, é necessário que uma parcela minimamente significativa da população esteja constituída de tiranófilos, de canalhas portadores de mau-caráter e que endossam, aprovam, defendem, amenizam ou ocultam as injustiças, perseguições, censuras, maldades e absurdos do tirano em ascensão. E são estes que, entre nós, aplaudem os atos vis, injustos, absurdos cometidos contra quem odeiam e despersonalizam como humanos por simplesmente se oporem a eles ou discordarem deles. A terceira e última lição essencial das tiranias históricas é que de forma disruptiva, quando o tirano (ou grupo tirânico) finalmente cai, como num passe de mágica, este contingente de cúmplices, coniventes, apoiadores, bajuladores e defensores dele fingem que não o apoiaram — inclusive com alguns percebendo já os momentos que ele está em queda já o criticando e o atacando —, e grande parte apagando seus apoios ou reiventando suas biografias do período para justificarem seus suportes detectados, com pouquíssimos destes crápulas, delatores, aduladores e traidores fazendo "mea culpa". Com atenuantes ou não, todos são escória das escórias.
Não é essencial, mas em alguns casos, muitos dos detectados apoiadores da tirania, principalmente os das elites, foram ferozmente perseguidos pelas novas elites chegadas ao poder pós-tirania e que resistiram ou que foram mesmo vítimas da tirania. O mesmo acontecendo entre os tiranófilos comuns, rábulas e alcaguetes convivendo entre nós, pelo número enorme de vítimas ordinárias, as vítimas populares do regime derrubado.

2.

Os Tiranos Hibernando Entre Nós

C. S. Xavier

1

Sombras Saindo da Hibernação nas Sociedades

Para se estabelecer uma tirania (inclusive a militarmente imposta) é necessário, além de um pequeno bloco despótico dirigente, uma oposição anti-tirânica sem capacidade, coragem e inteligência suficiente à empreitada, um número crítico de cumpridores de ordens dentro do próprio aparato estatal e paraestatal conivente (mídia, imprensa, universidades, sindicatos, categorias de classe, centros culturais, entre outros), e, cada vez mais, é mister contar com colaboradores — tanto dos que esperam alguma vantagem (material, financeira, social, política) quanto dos que são voluntários por pura simpatia ou adesão ideológica — no seio da sociedade, começando pelos já citados integrantes do aparato estatal que, seja para não perderem suas regalias e postos ou seja porque realmente se alinham às ideologias e práticas dos tiranos, cumprem ordens injustas, vis, e até desumanas de um bando de grandes canalhas, covardes e psicopatas que mandam neles, além, é óbvio, de uma massa amorfa e abjeta de sarnas humanas, que reverberam as loucuras e vilezas ditatoriais dos luciferianos, que acabam se amplificando através das ações destes incontáveis e difusos canalhas, covardes e psicopatas, de várias matizes, e que vivem entre nós, mas que despertaram de seus sonos de aparentes pessoas de bem e decentes para cooperarem servil, abjeta e diabolicamente com os patocratas, seja por vaidade, inveja, recalque, ódio, cobiça ou por pura maldade mesmo que só era inibida pela normalidade e harmonia da ordem, justiça e liberdade que deixaram de dominar em determinada nação.

Não seria possível um grupo estabelecer uma ditadura sem um número mínimo de canalhas, covardes e de psicopatas em cumplicidade, desde só os milhares caras-crachás obedecendo ordens de dentro do aparato estatal até, o que é pior, aos milhões de desgraçados que aderem a elas de peito aberto: uma massa crítica nefanda de maliciosos e inescrupulosos colaboradores e alcaguetes dentro da sociedade. E vimos que depois do engodo pandêmico provocado a partir de 2020, um número suficiente de juízes arbitrariando, de procuradores perseguindo, de policiais prendendo, de burocratas chancelando, além de um monte de pulgas dedurando, engrossando as injustiças, cooperando sadicamente com a ditadura emergida, brotaram das fendas da nossa sociedade e boa parte desses espectros conviviam conosco, fazendo compras nos mesmo mercados que a gente, prestando serviço ou usufruindo dos nossos, circulando pelas calçadas, trabalhando conosco, morando em nossas vizinhanças, habitando em nossos condomínios, ou tendo nossos próprios sangues correndo em suas malditas veias.

“Se as pessoas, em situações individuais, não cooperassem, oferecendo resistência com base moral, o sistema não poderia manter-se. Onde isso não acontece, temos precisamente a condição de degeneração moral”.

Hoje, mais do que nunca, com o nível tecnológico que integra e encurta as distâncias entre todo o mundo, com cada ser qualquer podendo ter, passar e repassar informações — sem barreiras de distância e tempo — no alcance de um celular na palma de cada mão, fica mais claramente sombrio que os totalitarismos atuais se estabelecem pelos milhares de comissariozinhos da salvação pública, de tchekinhos, de gestapinhos, de stasisinhos, de securitatezinhos espalhados pelas ruas, esquinas e multiplicados pelos nossos sistemas de desensino, catalisados pelos centros de formação de imbecis e militantes das descolas e monoversidades, e amplificados pela máfia jornazista de mitômanos; denunciando com regozijo quem está cometendo “crimidéia”, ou quem busca se livrar de censura tirânica abjeta, ou quem combate a corja cínica, hipócrita, covarde e maligna que quer subjugar seu próprio povo. Mas tudo em nome da “Democracia”, da “Ciência”, da “Paz”, da “Saúde”, do “Respeito”, da “Natureza”, do “Estado Democrático de Direito”, e, pasma com o nível de cretinice, em nome da “Liberdade”…

Desta forma, a sociedade deve estar antes bem adoecida — espiritual, intelectual, lingüística e moralmente — para, primeiramente, estar propícia a receber um ditador no poder (vil, psicopata, mentiroso, inapto, estúpido, hipócrita e brutalmente canalha) com sua turba de asseclas — e muitas vezes, com dezenas de milhões deliberadamente votando neles. E deve ainda estar estragada e impregnada por uma quantidade mínima — e crônica — de psicopatas, canalhas e de gente que não presta nem para dar “Bom dia!” para que isso possa ocorrer (que, mesmo sendo complexo descobrir percentualmente o valor de corrompidos e decaídos necessários a isso, seria interessante pelo menos se estimar qual seria esta proporção mínima de crápulas entre nós).

Logo nos primeiros tópicos do indispensável livro “Em Busca de Sentido” do médico neuropsiquiatra, psicólogo e professor austríaco, Viktor Frankl (1905–1997), escrito em 1945 e que conta com dezenas de edições em mais de 19 idiomas, ele descreve seus objetivos e nos apresenta a abjeta figura do capo nos campos de concentração nazistas, que eram inicialmente prisioneiros comuns, iguais aos outros, e que por seleção passaram a dispor de privilégios e de algum poder de fiscalização e polícia sobre os demais; todos eles também judeus.

“As experiências aqui relatadas não se relacionam tanto com acontecimentos nos campos de concentração grandes e famosos, mas com os que ocorreram em suas famigeradas filiais menores. É fato notório que justamente esses campos mais reduzidos eram autênticos locais de extermínio. Em pauta estarão aqui não a paixão e morte dos grandes heróis e mártires, mas das “pequenas” vítimas, a “pequena” morte da grande massa. Não vamos nos ocupar com aquilo que o “capo”, nem este ou aquele prisioneiro renomado sofreu ou tem para contar, mas vamos tratar da paixão do prisioneiro comum e desconhecido. Este último não usava o distintivo em forma de braçadeira e era desprezado pelos “capos”. Enquanto ele passava fome até morrer de inanição, os “capos” não passavam mal. Houve até alguns que nunca se alimentaram tão bem em sua vida. Do ponto de vista psicológico e caracterológico, esse tipo de pessoas deve ser encarado antes como os SS ou os guardas do campo de concentração. Os “capos” tinham se assemelhado a esses, psicológica e sociologicamente, e com eles colaboravam. Muitas vezes, eram mais rigorosos que a guarda do campo de concentração e eram os piores algozes do prisioneiro comum, chegando, por exemplo, a bater com mais violência que a própria SS. Afinal, de antemão somente eram escolhidos para “capos” aqueles prisioneiros que se prestavam a esse tipo de procedimento; e caso não fizessem jus ao que deles se esperava, eram imediatamente depostos.”

Viktor Frankl

Muitos desses capos — selecionados pelos guardas nazistas a se tornarem capatazes de seus próprios concidadãos judeus — eram canalhas, maus e até psicopatas e, muitas vezes, eram mais sádicos, vis e covardes que os próprios guardas nazistas. E tivemos uma amostra a partir de 2020 do números de “proto-capos” entre nós. Tivemos inúmeras provas que estamos permeados de capos hibernados nas nossas sociedades, só esperando o despertar de uma tirânica oportunidade para liberarem suas maldades a seus concidadãos: desconhecidos, vizinhos, colegas e até familiares.

Desde 2020, testemunhamos pessoas denunciando vizinhos — muitas delas que se conhecem há anos, décadas —, colegas de trabalho vibrando com demissões de gente que se recusou ser cobaia de escumalhas científicas, militantes disfarçados de jornalistas vibrando e normalizando decisões judiciais arbitrárias, clientes denunciando nas redes sociais funcionários (ou a seus chefes) — e que conhecem há anos — porque estavam com máscaras abaixadas trabalhando, funcionários de governo soldando lojas, fiscais fechando e multando comerciantes desesperados para cumprirem o crime insano dos lockdowns, policiais prendendo gente sozinha nas praias e praças porque os vermes estavam cumprindo ordens de dementes e bandidos, crianças sendo impedidas de brincar e de serem crianças, pulhas hostis a cristãos denunciando igrejas (às vezes, os próprios cristãos denunciando outros de outra denominação cristã). Tudo isso aconteceu avassaladoramente nestes anos tenebrosos. Ah, e como havia demônios humanóides vibrando com as injustiças que se abatiam sobre quem odiavam… (Mas, aos seus parceiros, nem a justiça escrita era justa quando os alcançavam…).

“Quando o que é ordenado por uma autoridade se opõe ao objetivo para o qual essa autoridade foi constituída, (…) a pessoa é obrigada a desobedecê-la, como fizeram os santos mártires que sofreram a morte em vez de obedecer às ordens ímpias de tiranos”.

Todas estas ordens de tiraninhos hibernavam entre nós: andavam entre nós, interagiam conosco, nos cumprimentavam, trabalhavam conosco, conviviam conosco e, em alguns casos, moravam conosco, e despertaram ao chamado das sombras às chamas que os aguardam. E vendo a quantidade de vadios e pulhas defendendo seres notoriamente e comprovadamente desprezíveis (autoritários, hipócritas, ladrões, mitômanos, psicopatas, assassinos, imorais, estúpidos, vulgares, iníquos), contribuindo e cooperando com seus despotismos e, em níveis obscenos, ajudando e regozijando com suas arbitrariedades, o sinal de alerta ao avizinhamento dos despotismos acendeu e está apitando in crescendo. Após tudo isto, a impressão que dá é que o nosso número crítico de amostras satânicas a uma barbárie, se já não ultrapassou, deve estar neste instante ou lá, ou muito próximo de se atingir este gatilho catastrófico.


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Hoje é dia do desaparecimento sagrado de Shri Narahari Sarkar Thakura dia 26/11/2024 terça-feira.

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