domingo, 15 de setembro de 2024

Quem Vem Primeiro: Vishnu ou Krishna?


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Satyaraja Dasa

Quando falo com estudantes ou professores universitários, uma questão em particular geralmente aparece: Quem vem primeiro, Vishnu ou Krishna? A maioria dos meus amigos de boa formação sabe que Vishnu e Krishna são nomes de duas diferentes manifestações da mesma Personalidade de Deus. Eles sabem também que Vishnu é geralmente visto como Deus enquanto Krishna é considerado Sua encarnação. A maioria dos dicionários se refere a Eles deste modo, com Vishnu tomando a primeira posição. Consequentemente, a tradição que considera Krishna e Vishnu como supremos normalmente é chamada de vaishnavismo, em oposição ao menos comum krishnaísmo.

Contudo, a própria questão de “quem veio primeiro” é problemática, já que Deus está além do tempo. Por esta razão, a lógica do ovo e da galinha simplesmente não se aplica. Vishnu e Krishna existem eternamente, embora possa ser dito que um é a fonte do outro, assim como o Sol e seus raios: o globo do Sol “vem primeiro”, no sentido de que os raios emanam dele e não o contrário. Porém, ambos existem simultaneamente: tão logo exista o Sol, há raios solares. A questão, então, se torna: No caso de Vishnu e Krishna, quem é o Sol e quem é os raios? (Embora tradicionalmente a analogia do Sol e seus raios seja usada com relação ao Supremo [Bhagavan] e as entidades vivas [jiva], ela também pode se aplicar aqui, no sentido de que estamos tentando discernir a fonte das várias manifestações de Deus).

Historicamente, faz sentido presumir que Vishnu venha primeiro. Afinal, as escrituras nos informam que Ele é a fonte da criação, ao passo que Krishna fez Seu advento na Terra há cerca de cinco mil anos. Além disso, Vishnu vive em opulência régia em Vaikuntha, invocando admiração e reverência — como se espera de Deus — enquanto Krishna aparece como um simples vaqueirinho em Vrindavana, envolto em doçura e simplicidade.

Embora Vishnu tenha vindo primeiro em termos de criação cósmica, a visibilidade no mundo manifesto não necessariamente corresponde à verdade ontológica (tattva). Darei um exemplo prático. Se você me conhecer antes de conhecer minha mãe, isto significa que eu sou anterior a ela? De fato, a mãe é sempre a origem; a pessoa não existiria aqui se não fosse por ela. Outro exemplo: se perguntar a uma criança de onde vem a água, ela pode responder que vem da torneira e vai provar abrindo a torneira. Conforme ela cresça, ela virá a saber que a água vem das nuvens na forma de chuva e aprenderá que há um reservatório, uma companhia de água municipal e um labirinto de canos que leva a água para as casas das pessoas. Ela entenderá o complexo processo através do estudo e do crescente conhecimento.

Similarmente, as escrituras afirmam que Krishna é a fonte de Vishnu, ainda que Vishnu apareça neste mundo antes de Krishna.

Monoteísmo Polimórfico

A confusão aparece parcialmente porque, ao contrário das religiões tradicionais, o vaishnavismo reconhece uma forma de monoteísmo polimórfico. Isto quer dizer que ele sustenta que há um Deus que aparece em inúmeras manifestações, cada uma delas distinta e única. Estas manifestações, além disso, são consideradas iguais e, ao mesmo tempo, hierárquicas. Elas são unas, mas, ainda assim, são diferentes.

De fato, pode-se dizer que todas as formas de Deus são uma, como na seguinte afirmação de Srila Prabhupada:

Na categoria de vishnu-tattva, não há perda de poder de uma expansão para a outra, assim como não há perda de iluminação quando uma vela acende outra. Milhares podem ser acesas por uma vela original, e todas terão o mesmo poder de iluminação. Deste modo, deve-se entender que, embora todos os vishnu-tattvas, de Krishna e Senhor Chaitanya a Rama, Narasimha, Varaha e assim por diante, apareçam com diferentes características em diferentes eras, todos são igualmente investidos de potência suprema. (Chaitanya-charitamrita, Adi-lila 3.71, significado).

A analogia da vela de Prabhupada se baseia em um exemplo encontrado na Brahma-samhita (5.46), que estabelece objetivamente Krishna como o supremo entre as manifestações do Senhor: “A luz de uma vela se comunicando com outras velas, embora queime separadamente nelas, é a mesma em qualidade. Adoro o primordial Senhor Govinda [Krishna], que Se mostra igualmente da mesma maneira móvel em Suas várias manifestações”.

Brahma afirma isto até mais diretamente em uma parte anterior dessa mesma obra (5.1): “Krishna, que é conhecido como Govinda, é o Deus Supremo. Ele tem um corpo espiritual bem-aventurado eterno. Ele é a origem de todos. Ele não tem outra origem e é a causa primeira de todas as causas”.

E, então, novamente (5.39): “Adoro Govinda, o Senhor primordial, que, através de Suas várias porções plenárias, apareceu neste mundo em diferentes formas e encarnações tais como Senhor Rama, mas que aparece pessoalmente em Sua forma suprema original como o Senhor Krishna”.

Brahma reitera este ponto no Srimad-Bhagavatam (10.14.14) após ver Krishna produzir incontáveis formas de Vishnu a partir de Seu corpo transcendental. Dirigindo-se a Krishna, Brahma diz: “És o Narayana original [Vishnu], ó controlador supremo, já que és a Alma de todos os seres corporificados e a testemunha eterna de todas as esferas criadas. De fato, o Senhor Narayana é Tua expansão e é chamado Narayana porque é a fonte geradora da água primordial do universo. Ele é real e não um produto da Tua maya, a energia ilusória”.

Então, embora as manifestações plenas de Deus sejam todas iguais, há um sentido de que uma vem da outra, com Krishna existindo no começo. Deste modo, Ele é conhecido como avatari — “a fonte de todas as encarnações” — em oposição a avatara. Krishna e Suas encarnações plenárias são a mesma Pessoa Suprema em diferentes roupagens para propósitos distintos, que vão de aceitar adoração régia de Seus servos no mundo espiritual a Se ocupar em trocas íntimas com Seus devotos confidenciais em Vrindavana.

Deus em Casa

As várias formas de Krishna acomodam perfeitamente Suas interações com Seus devotos. Isto pode ser entendido através de uma analogia: O presidente Obama, como chefe executivo da Casa Branca, tem um papel formal com deveres nacionais de peso. Mas, em casa, ele é pai de seus filhos, e sua esposa pode até brigar com ele por se atrasar para o jantar. Similarmente, Vishnu é Deus de um modo mais formal, enquanto Krishna é “Deus em casa”, como um amoroso menino vaqueiro que Se diverte em intimidade com Seus vários associados. Uma entidade viva comum, assim como o presidente, atua em seus diversos papéis usando apenas um corpo, mas Deus existe simultaneamente em inúmeras formas para cada propósito e ação.

De acordo com a tradição, a unidade das várias formas de Deus existe na esfera de tattva, ou verdade filosófica. Mas há um princípio mais elevado no vaishnavismo conhecido como rasa, ou as interações extáticas da esfera espiritual. E nesta última categoria de conhecimento, a distinção reina suprema.

É verdade que várias linhas vaishnavas, assim como a Sri Sampradaya, veem Vishnu, também conhecido como Narayana, como a mais elevada manifestação de Deus. Esta é a prerrogativa delas, e os devotos de Krishna, entendendo a identidade comum de Krishna e Vishnu, respeitam a devoção dos devotos de Vishnu. Quando Sri Chaitanya Mahaprabhu encontrou-Se com os membros desta linha, por exemplo, Ele ficou satisfeito em ver o quão devotados eles eram a Vishnu. Similarmente, no Brihad-bhagavatamrita (2.4.99-107), de Sanatana Goswami, vemos que os residentes de Vaikuntha, o majestoso reino de Deus, preferem Vishnu a Krishna. Sanatana Goswami revela que este é a bhava, ou emoção, particular deles e que agrada a Deus que Seus devotos em Vaikuntha O vejam desta maneira.

Mas aqueles que vêm na linha de Chaitanya Mahaprabhu, que revelou um lado esotérico da tradição vaishnava, veem Krishna como o supremo, conhecendo-O como a Personalidade de Deus original. Embora esse fosse certamente o bhava ensinado por Chaitanya Mahaprabhu, também pode ser demonstrado objetivamente em textos tais como o Srimad-Bhagavatam e a Brahma-samhita, conforme mencionados anteriormente.

É, de fato, o Bhagavatam que faz a declaração mais famosa sobre a posição primordial de Krishna:

ete chamsha-kalah pumsah
krishnas tu bhagavan svayam

“Todas as encarnações acima mencionadas são porções plenárias ou porções das porções plenárias do Senhor, mas o Senhor Sri Krishna é a Personalidade de Deus original”. (Srimad-Bhagavatam 1.3.28)

Na verdade, o terceiro capítulo inteiro do primeiro canto presta-se a provar este ponto: seus quatro primeiros versos glorificam os Vishnus que aparecem no início da criação e, então, lista um número de importantes encarnações, inclusive o próprio Krishna. É apenas no fim da lista que encontramos as palavras krishnas tu bhagavan svayam — ”Krishna é o próprio Deus” — palavras que soam mais alto para os comentadores tradicionais do Bhagavatam.

O comentário de Prabhupada neste texto é claro: “Neste verso em particular, o Senhor Sri Krishna, a personalidade de Deus, é diferenciada das outras encarnações”. E, depois, é dito no mesmo comentário: “Segundo a afirmação de Srila Jiva Goswami, de acordo com as fontes de autoridade, o Senhor Krishna é a fonte de todas as outras encarnações. Não é que o Senhor Krishna tenha alguma fonte de Sua encarnação”.

De acordo com Sri Jiva Goswami, um dos patriarcas da tradição do vaishnavismo gaudiya, este verso (krishnas tu bhagavan svayam) é o paribhasa-sutra de todo o Bhagavatam, composto de 18.000 versos. Um paribhasa-sutra declara o tema central de um trabalho literário. Em seu Krishna-sandarbha (Anuccheda 73), Sri Jiva elabora escrevendo que os vários versos do Bhagavatam podem ser comparados a um exército, sendo este verso o monarca que comanda o exército. Ele depois mostra que, de acordo com este verso e vários outros, Krishna é a forma original de Deus e o objeto ideal de serviço devocional puro.

Gita Govinda, de Jayadeva Goswami (por volta do século doze), também proclama a posição primordial do Senhor Krishna dentre as encarnações, reforçando o ensinamento do Bhagavatam. Após ouvir as dez encarnações proeminentes de Vishnu no primeiro capítulo do livro, Jayadeva conclui afirmando que Krishna é a fonte dElas. De fato, Jayadeva sugere a primazia de Krishna por todo o Gita Govinda e afirma isto explicitamente no Ato 1, verso 16 (dashakriti-krite krishnaya tubhyam namah): “Ó Krishna, ofereço minhas reverências a Ti, que assume estas dez formas espirituais”.

Qualidades Únicas de Krishna

No Bhakti-rasamrita-sindhu, Rupa Goswami enumera sessenta e quatro características ou qualidades exibidas pelas entidades vivas. Cinquenta destas, ele escreve, podem ser encontradas na alma ordinária (jiva) em proporções diminutas, enquanto o Senhor Brahma, Senhor Shiva e outros podem possuir até cinquenta e cinco. Vishnu, ele continua, exibe até sessenta destas qualidades. Mas as quatro restantes são encontradas apenas em Krishna, escapando a todas as outras manifestações do Supremo.

As quatro qualidades exclusivas de Krishna são: (1) lila-madhurya, Ele exibe numerosos passatempos maravilhosos para o prazer de Seus devotos; (2) bhakta-madhurya, Ele interage com Seus devotos amorosos de maneiras íntimas; (3) venu-madhurya, Ele toca Sua flauta divina, atraindo assim todas as almas; (4) rupa-madhurya, Sua bela forma é incomparável e inigualável em toda a existência.

Embutido nestas explicações escriturais sobre a posição suprema de Krishna, há algo mais fundamental: A supremacia de Krishna enfatiza a superioridade do amor sobre o poder, da doçura sobre a opulência.

Bhaktivinoda Thakura escreve no Navadvipa Bhava Taranga (118): “Tanto quanto meu Sri Krishna é dotado de extrema doçura [madhurya], similarmente meu Senhor de Vaikuntha é dotado de opulência absoluta e grandeza [aishvarya]. O Senhor Krishna, enquanto Vrajendra-nandana [o amado do rei de Vraja], nunca abandona esta mesma opulência, mas tais aspectos de Sua grandeza espiritual são considerados desimportantes por Seus devotos puros”.

Em outras palavras, enquanto Krishna às vezes revela um lado opulento que se compara ao de Vishnu, como, por exemplo, quando Ele executa Seus passatempos régios em Dwaraka, Vishnu nunca exibe a doçura associada com Krishna e Seus companheiros. Portanto, pode ser dito que Krishna tem algo que não se encontra em Vishnu — passatempos de amor íntimo, familiar.

A maioria dos conceitos de Deus, mesmo na tradição vaishnava, naturalmente evoca respeito e reverência, mas Krishna evoca intimidade e relacionamento pessoal amoroso. É isto, além de qualquer outra coisa, que O distingue dentre todas as manifestações do Supremo. E amor, como todos sabemos, é o mais elevado fenômeno em toda a existência. Afinal de contas, quando confrontado com uma escolha entre poder e amor, quem escolheria o poder?

Concluindo, a visão do vaishnavismo gaudiya do Divino é que todas as formas de Deus são iguais — já que há apenas um Deus — mas Krishna desfruta de uma posição especial como “a vela que acende as outras velas”. Além de Sua posição primordial ontológica como a fonte de todas as manifestações de Vishnu, Ele emana uma doçura e intimidade que eclipsa o poder e a majestade de outras formas divinas. De fato, Sua natureza todo-atrativa (Krishna significa “o todo-atrativo”) atrai até mesmo outras manifestações do Senhor. Srila Prabhupada explica que Krishna é conhecido como Madana-mohana porque Ele conquista a mente do Cupido (Madana). Quando Ele Se curva em três partes, Ele atrai todas as entidades vivas, inclusive os deuses. De fato, Ele atrai até a forma de Narayana que preside todo planeta Vaikuntha.

Srila Prabhupada escreve no capítulo dez de Os Ensinamentos do Senhor Chaitanya: ”Não há beleza que se compare à beleza de Krishna, que é a origem de Narayana e todas as outras encarnações, pois ninguém possui beleza igual ou maior do que a de Krishna. Não fosse assim, por que a deusa da fortuna, a companheira constante de Narayana, abandonaria Sua companhia e se ocuparia em penitência para ganhar a companhia de Krishna? Tal é a sobreexcelente beleza de Krishna, a mina perene de toda a beleza. É desta beleza que todas as outras belezas emanam”.

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Tradução de Kamalaksi Rupini Devi Dasi.

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Professor João Maria, vale à pena fazer licenciatura em sociologia.

10 cursos superiores que mais causam arrependimento em quem se forma — Viva Anápolis

23/08/2023

Projetar a vida profissional e escolher qual carreira seguir não é uma tarefa fácil. São muitas questões a se levar em conta, como retorno financeiro e interesses pessoais na hora de ingressar em um curso superior.

A profissão escolhida pode não dar um grande retorno financeiro ou ser um trabalho desvalorizado. Isso faz com que muita gente se arrependa da sua escolha.

Uma pesquisa realizada pelo “The College Payoff” e publicada pela Universidade de Georgetown revelou quais cursos têm alta taxa de insatisfação global.

Confira:

10º e 9º lugar: Letras e Biologia

Em décimo lugar estão empatados os cursos de letras e biologia com 52%. As profissões permitem que os graduados deem aulas de português, línguas e biologia, entre outras possibilidades para quem opte pelo bacharel. A reclamação é que a remuneração para o trabalho é baixa.

8º lugar:  Ciências Políticas

Cerca de 56% dos cientistas políticos estão insatisfeitos com a sua profissão. Esses profissionais podem dar aula e também ser contratados por partidos políticos e institutos de pesquisas. Os graduados ressaltam que além de terem um salário baixo, ocorrem poucas contratações na área.

7º lugar: Assistência Médica

Neste curso, 58% dos profissionais estão arrependidos da sua escolha, mas ele não existe no Brasil.

6º lugar: Marketing

Com mais de 60% dos profissionais insatisfeitos, o profissional de marketing pode exercer diferentes funções, definindo preços, ajudando na distribuição e também desenvolvendo produtos. Contudo, esta profissão costuma ter uma baixa remuneração.

5º lugar: Educação

O quinto lugar vai para a área da  educação, que no Brasil pode ser considerada como pedagogia. Estes profissionais trabalham dando aula para crianças. Neste curso, a insatisfação é de 61% devido às muitas horas de trabalho e o baixo salário.

4º lugar: Comunicação

O curso de comunicação conta 64% de arrependimento. Nele, o profissional pode trabalhar com veículos de comunicação, cinema, publicidade e também em instituições de ensino e pesquisa. Apesar de ser uma área bastante ampla, a remuneração é bem baixa.

3º e 2º lugares: Artes e Sociologia

Nestes cursos, 72% dos profissionais estão insatisfeitos. Em ambas as áreas é permitido trabalhar dando aula ou com instituições de pesquisa. No entanto, além de ser uma profissão muito desvalorizada, o salário também costuma ser pouco.

1º lugar: Jornalismo

O curso que mais conta com profissionais arrependidos é o de jornalismo, onde 87% dos profissionais se arrependem. O jornalista pode trabalhar na televisão, rádio, jornal, site e assessoria de imprensa. O curso em questão possui poucas oportunidades de trabalho.

fonte; vivaanapolis.com.br/cursos-superiores-que-mais-causam-arrependimento/

Áudio de sermão de Carlinhos Maia a Deolane viraliza: "Se você me fizer ...

A essência do conhecimento védico - Chandramukha Swami

Os Vedas são a fonte original de todo e qualquer conhecimento e sua origem é transcendental. Desse modo, não há ramo de conhecimento material ou espiritual que não esteja contido nos textos védicos originais. O conhecimento de uma pessoa sob a influência da energia material está sempre sujeito a quatro tipos de defeitos: sua mente e intelecto têm a forte tendência de se iludir, seu comportamento está sempre manchado de erros, seus sentidos de percepção são defeituosos e limitados e, para satisfazer seus interesses pessoais, ela é capaz de enganar as outras pessoas. Na verdade, é comum que uma pessoa na plataforma material manifeste um ou mais destes defeitos de uma só vez. No entanto, devemos compreender que o conhecimento védico não possui nenhum destes defeitos, pois foi transmitido pela Pessoa Suprema – uma fonte completamente transcendental. O receptor original deste conhecimento foi o primeiro ser vivo, o Senhor Brahmā, o qual existiu antes mesmo da criação material. Brahmājī foi dotado de poder pelo Senhor para criar este mundo com o propósito de dar uma nova oportunidade às almas condicionadas que não alcançaram a liberação na criação anterior. Depois de cumprir esta missão, Brahmā transmitiu este conhecimento védico ao sábio Nārada que, por sua vez, o transmitiu a seu discípulo Vyāsadeva que, com o propósito de preservá-lo, registrou-o na forma literária.

Uma vez que os Vedas têm como propósito último fornecer conhecimento sobre a autorrealização espiritual, os seus temas são compreendidos apenas por pessoas com excepcionais qualidades de bondade, e não podem compreendê-los as pessoas sob a influência da paixão e da ignorância. Por este motivo, no início da era de Kali, o grande sábio Vyāsa dividiu os Vedas em vários ramos, tornando-os acessíveis às pessoas menos inteligentes, situadas na paixão e na ignorância. Especialmente, o sábio Vyāsa preparou o Mahābhārata, uma compilação admirável repleta de histórias que prendem a atenção de qualquer tipo de pessoa, e, dentro do Mahābhārata, incluiu a essência do conhecimento védico na forma da Bhagavad-gītā. A realidade é que as pessoas comuns se interessam muito mais por histórias fascinantes do que por filosofia profunda. Assim, Vyāsadeva compôs o Mahābhārata, e prendeu a atenção dos leitores menos inteligentes com a incrível história da disputa pelo trono entre as dinastias Kaurava e Pāndava. O interessante é que no momento mais crítico da história, exatamente quando a Batalha de Kurukṣetra está por começar, Kṛṣṇa entra em cena e transmite Sua mensagem maravilhosa, ou seja, a Bhagavad-gītā. Na verdade, toda a trama política e envolvente do Mahābhārata não passa de um arranjo divino para prender a atenção dos leitores para que Kṛṣṇa possa derramar um oceano infinito de instruções sublimes sob a forma da Bhagavad-gītā, o resumo da verdadeira essência dos Vedas.

As próprias escrituras védicas não se cansam de glorificar as qualidades singulares da Bhagavad-gītā. Isto porque a Bhagavad-gītā emanou diretamente da boca da maior autoridade em conhecimento, Kṛṣṇa, o qual é glorificado em todos os Vedas como Mahāprabhu, “o Mestre Supremo”, e Puruṣottama, “a Personalidade Suprema”. Devemos ser entusiastas em estudar a Bhagavad-gītā e compreender que ele é a manifestação da ilimitada bondade do Senhor, que, em apenas setecentos versos, apresentou toda a essência do conhecimento contido em todos os Vedas.

Nesta era atual, as pessoas têm uma curta duração de vida e não são muito entusiastas e qualificadas para estudar a imensidão de textos védicos, tais como os Purāṇas, as Upaniṣads, o Vedānta-sūtra etc. Portanto, por estudar simplesmente a Bhagavad-gītā, qualquer indivíduo poderá se elevar ao estado de sabedoria e iluminação transcendental. Isso porque, assim como toda literatura védica, o conhecimento apresentado na Gītā é eterno e imaculado e se destina ao homem fiel que tem o desejo sincero de compreender o tema de como se livrar das garras da existência material e alcançar uma existência eterna e plena de felicidade. A Bhagavad-gītā é considerada o primeiro livro de valores espirituais. Sua função é credenciar seu estudante e prepará-lo para iniciar seu estudo da filosofia Vedānta para, finalmente, ingressar ao bhakti-yoga, ou seja, serviço devocional amoroso ao Senhor.

Segundo os Vedas, o cosmos material se manifesta em ciclos de quatro eras: Satya, Tretā, Dvāpara e Kali. A era de Satya é caracterizada pelas boas virtudes e todos os seres humanos que vivem na Terra são repletos de qualidades divinas. Na era de Tretā, há um declínio das virtudes e a Terra passa a abrigar ao mesmo tempo seres divinos e seres demoníacos. Na era de Dvāpara, o aumento da irreligião e da impiedade se acentua e o divino e o demoníaco passam a viver na mesma família. Finalmente, na era de Kali, ou era das trevas, há um predomínio total de irreligião, hipocrisia e desavenças, e a natureza divina e demoníaca habitam lado a lado no mesmo corpo.

Desse modo, foi há cinco mil anos, entre o final da era de Dvāpara e o começo da era de Kali, que a Pessoa Suprema, Bhagavān Kṛṣṇa, veio à Terra e transmitiu para Arjuna este conhecimento sublime da Bhagavad-gītā, removendo, assim, todas as suas dúvidas, ansiedades e lamentações. O cenário da Bhagavad-gītā foi o campo sagrado de Kurukṣetra, minutos antes da batalha mais violenta já registrada pela história dos últimos tempos. Naquela época, a Terra e seus habitantes estavam sendo atormentados pela influência perturbadora de indivíduos materialistas e cobiçosos e, como é confirmado no Capítulo Quatro da própria Bhagavad-gītā, em tais situações, o próprio Kṛṣṇa sempre desce a este ou qualquer outro planeta para eliminar os elementos indesejáveis e proteger diretamente as pessoas piedosas.

Sendo um companheiro eterno de Kṛṣṇa, o guerreiro Arjuna está sempre livre de qualquer classe de ilusão. Entretanto, ele foi colocado em ilusão pessoalmente por Kṛṣṇa, que desejava transmitir os ensinamentos da Bhagavad-gītā para as futuras gerações. Desse modo, representando o papel de uma pessoa absorta em sofrimento material, Arjuna pôde formular perguntas relevantes sobre os verdadeiros problemas da vida.

Devemos entender que Arjuna está representando a nossa posição, pois, quer compreendamos ou não, na existência material convivemos frequentemente com ansiedades e temores. Portanto, temos de primeiramente seguir o exemplo de Arjuna que admitiu sua incapacidade de, sozinho, solucionar os problemas que surgiram diante dele no Campo de Batalha de Kurukṣetra. Depois disso, temos de aceitar o abrigo de Kṛṣṇa e seguir Suas instruções divinas, independentemente do nível de educação ou inteligência que possamos ter. A realidade é que não temos a capacidade de encontrarmos as devidas soluções para os problemas que surgem na vida, pois, em nossa vida prática, é como se estivéssemos no Campo de Kurukṣetra, onde a batalha entre o bem e o mal acontece a todo momento. Arjuna mostrou-nos que, se quisermos vencer esta grande batalha interna, temos de nos armar com o conhecimento transcendental da Bhagavad-gītā, o qual não foi destinado apenas ao guerreiro. Na realidade, tais instruções sublimes não se aplicam apenas àquele momento ou lugar específico, mas servem para todos os tipos de pessoas, em todas as épocas e lugares. Isso significa que, ainda hoje, se uma pessoa for inteligente o bastante para compreender a Bhagavad-gītā do mesmo modo que Arjuna o compreendeu, ela será tão beneficiada como Arjuna, o qual estava na presença pessoal de Kṛṣṇa.

Faz parte do conhecimento transcendental compreender que, uma vez que Kṛṣṇa é absoluto, não existe diferença entre Ele e Suas instruções. Materialmente falando, a associação entre uma pessoa e outra depende do contato pessoal físico, mas na plataforma espiritual a situação é diferente. Na verdade, Kṛṣṇa transmitiu estes ensinamentos sublimes, os quais foram registrados pelo grande sábio Vyāsadeva, para que sempre tenhamos a oportunidade de estar recebendo instruções de Kṛṣṇa mesmo que Ele esteja fora de nossa visão material. Por si sós, nossos sentidos materiais limitados nunca nos darão acesso à compreensão do Senhor ilimitado. Entretanto, justamente por ser ilimitado, o Senhor Kṛṣṇa pode Se revelar mesmo àqueles que possuem sentidos limitados, pois, caso Ele não pudesse, Ele também seria limitado como um de nós. Kṛṣṇa possui poderes inconcebíveis. Desse modo, sendo uma das Suas energias, a energia material pode ser espiritualizada pelo Seu desejo transcendental. Desse modo, a representação de uma escritura como a Bhagavad-gītā é Sua representação sonora autêntica e é especialmente destinada à percepção sensorial que possuímos neste momento.

fonte; 

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Horários corretos do jejum sagrado de Sri Ekadasi. Respondendo à pergunta das internautas. João Maria andarilho.









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sábado, 14 de setembro de 2024

Os erros morais kantianos e dos kantianos: Blog Reflexões do Filósofo (de rua)

Quando é ilegal a eliminação do candidato? - Migalhas


 (Imagem: Arte Migalhas)
(Imagem: Arte Migalhas)

Não é nada fácil ser aprovado em outras etapas do concursos, mas não passar na avaliação médica. Desse modo, entenda agora as situações como rigor excessivo e ambiguidade que tornam ilegal a eliminação do candidato.

Muitas vezes, o candidato se esforça tanto para ter êxito na etapa da prova intelectual do concurso que acaba relaxando na hora das outras avaliações. Todavia, fique atento para não fazer o mesmo, pois todas as fases são importantes da mesma maneira.

Em razão disso, o candidato pode ser eliminado, mas você sabe quando é ilegal a eliminação do candidato? Se não sabe ainda, esse artigo é para você mesmo.

Confira em quais casos a eliminação do candidato na avaliação médica é ilegal.

É necessário ter em mente que a eliminação é ilegal quando o erro é proveniente da banca examinadora, junta médica ou edital. Porém, existem alguns casos pontuais que vou explicar detalhadamente logo abaixo.

Em outras palavras, se o erro for de responsabilidade única e exclusiva do candidato, ele sofrerá a eliminação por meios totalmente legais. Dessa forma, não há com o que, nem com quem reclamar.

Entretanto, se a causa de eliminação for proveniente de erros da administração pública, é importante recorrer a ações judiciais com auxílio de profissionais especialistas.

Veja agora 4 situações que tornam ilegal a eliminação do candidato na avaliação médica de um concurso público:

1. Exagero de rigor e avaliações em excesso

Em primeiro lugar deve-se ter em mente que a etapa de inspeção de saúde tem um simples e único objetivo: verificar se o candidato tem boa saúde física e psicológica para exercer suas futuras atividades advindas do cargo em questão.

Frente a isso, considera-se que todas as medidas que a junta médica responsável adota, devem se manter nesse limite padrão.

Porém, em muitas situações, acontece dos responsáveis ultrapassarem os limites. Isso acontece quando os profissionais priorizam um rigor extremamente formal e desnecessário, ao invés de lembrar do real propósito dos exames.

Em grande parte das vezes que isso ocorre, a banca responsável, bem como a junta médica, alegam que estão seguindo as regras do edital. Mesmo assim, voltamos a destacar que os rigores que o edital traz não devem ser a única referência de avaliação.

Isso porque, é de responsabilidade da própria administração considerar outros modos de avaliar, usando a proporção e especificidade de cada candidato.

Dessa forma, entende-se como ilegal a eliminação do candidato na avaliação médica em que não foi seguido a risca todas as regras do edital, pois foi comprovada a qualidade de saúde necessária para exercer o seu cargo.

Outra coisa que é bastante recorrente, é o caso da banca eliminar o candidato por falta de entrega de exames ou laudos. Isso se torna ilegal quando já é possível confirmar a aptidão ao cargo com os resultados que o candidato forneceu anteriormente.

Ainda, em outros casos, não é possível confirmar a aptidão, no entanto, o candidato não tem a oportunidade de complementar a listas dos laudos necessários, mesmo com o caráter específico dessa etapa.

2. Falta de confirmação da documentação entregue

Junto ao que falei acima, temos essa segunda situação na qual é ilegal a eliminação do candidato na avaliação médica que consiste na exclusão do candidato por falta de documentos.

É interessante saber que isso é ilegal quando acontece da banca organizadora não realizar a inspeção da documentação no momento de entrega, mas sim em um momento seguinte.

Em geral, a administração responsável pelo concurso alega que realmente houve a falta de documentos como argumento para eliminar o candidato. No entanto, a banca deve dar essa informação no momento de entrega e não depois de um certo período.

Isso porque se você não sabe dos problemas previamente, como é possível correr atrás dos documentos ou exames necessários para preencher essa lacuna? Lembrando que tudo deve ocorrer no prazo do edital.

Isso pode acontecer em razão do mau entendimento do edital, por conta da sua ambiguidade ou, até mesmo, erro de outras pessoas envolvidas.

Dessa forma, você só fica a par da situação quando publicam o resultado da eliminação por causa de pendências de exames, sendo realmente desanimador.

3. Informações ambíguas no edital tornam ilegal a eliminação do candidato na avaliação médica

Mais uma situação que faz com que seja ilegal a eliminação do candidato na avaliação médica é quando o edital apresenta informações dúbias sobre as instruções.

Em outras palavras, pode acontecer da escrita do edital entregar a possibilidade de dúvida ou dupla interpretação por parte dos participantes. Dessa forma, os candidatos podem supor que tudo está conforme às regras, mas a realidade é o contrário.

Nesse caso, torna-se ilegal a eliminação do candidato pela possibilidade de dupla interpretação das informações.

Vou dar um exemplo: você está prestes a iniciar a fase de avaliação médica e o edital dá margem para dupla interpretação no que se refere à necessidade de apresentar os exames com laudo ou não.

Dessa forma, você decide entregar seus exames sem laudo, porém, no momento da avaliação, depara-se com a necessidade dos laudos.

Nesse caso, você não pode ser eliminado, pois as orientações não estavam claras.

4. Prazo insuficiente para apresentar exames

Mais uma situação ilegal é quando os prazos para apresentação de exames e laudos médicos são insuficientes e não condizem com a realidade.

Esse caso coloca abaixo o princípio de razoabilidade, que diz respeito ao bom senso e proporcionalidade.

Acredite você ou não, mas existem casos de editais que concederam um prazo de 1 a 2 dias úteis para entregar os exames. Essa situação acontece com frequência em muitos certames do país.

Está claro que prazos como esses são absurdos e não condizem com a realidade dos serviços que os concorrentes encontram nos estabelecimentos.

Em razão disso, o candidato acaba não tendo o direito de assumir a posição que conquistou por mérito próprio.

E é por isso que se torne ilegal a eliminação do candidato na avaliação médica nos casos de prazos insuficientes e incoerentes com a realidade dos serviços.

Agnaldo Bastos

Agnaldo Bastos

Advogado atuante no Direito Administrativo, especialista em causas envolvendo concursos públicos e servidores públicos, Sócio Proprietário do escritório Agnaldo Bastos Advocacia Especializada.

Agnaldo Bastos Advocacia Especializada


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Concurso eliminação por erro em diploma isso pode? João Maria andarilho.

PORTARIA Nº 1.095, DE 25 DE OUTUBRO DE 2018 


Dispõe sobre a expedição e o registro de diplomas de cursos superiores de graduação no âmbito do sistema federal de ensino


Art. 28. As IES públicas e privadas terão o prazo de cento e oitenta dias para a adequação às normas desta Portaria, contado a partir da data de sua publicação 

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Hoje é o dia sagrado do jeum de Sri Parsva Ekadashi dia 14/09/2024 sábado



A História do Parsva Ekadashi – ISKCON Bahia

História do Parsva Ekadasi

Maharaja Yudhisthira perguntou ao Senhor Sri Krishna:
– Qual é o nome do Ekadasi que ocorre durante o quarto-crescente do mês Bhadrapada (agosto/setembro)? Qual é a Deidade adorável deste Ekadasi, e qual é o mérito que a pessoa alcança por observá-lo? Bondosamente revele tudo isto para mim.

O Senhor Supremo Sri Krishna respondeu:
– Ó Yudhisthira, este Ekadasi chama-se Vamana Ekadasi, e ele concede tanto um grande mérito quanto a liberação última do enredamento material. Portanto, devido ao fato de que ele remove todas as reações pecaminosas da pessoa, ele também é chamado de Jayanti Ekadasi. Simplesmente ouvir as suas glórias livra a pessoa de todos os seus maus feitos passados. Tão auspicioso é este jejum que observá-lo concede o mesmo mérito daquele obtido pela execução de um Asvamedha-yagna. Não há melhor Ekadasi do que este, porque ele concede a liberação tão facilmente. Assim, se alguém deseja realmente libertar-se do mundo material, ele deve jejuar no Vamana Ekadasi.
“Enquanto observa este jejum santo, o vaishnava deve amavelmente adorar o Senhor Supremo em Sua forma de Vamanadeva, a encarnação como um anão, cujos olhos são como pétalas de lótus. Por assim fazê-lo, ele adora todas as outras Deidades também, incluindo Brahma, Vishnu e Shiva, e na hora da morte ele indubitavelmente vai à morada do Senhor Hari. Em todos os três mundos não há jejum mais importante a ser observado. A razão de esse Ekadasi ser tão auspicioso é que ele comemora o dia em que o Senhor Vishnu, dormindo, muda para Seu outro lado. Assim, este dia de jejum também é conhecido como Parivartini Ekadasi.”

Maharaja Yudhisthira então perguntou ao Senhor:
– Ó Janardana, por favor, esclareça a minha dúvida. Como é que o Senhor Supremo dorme e então vira sobre o Seu lado? Ó Senhor, quando Você está dormindo, o que acontece com todas as outras entidades vivas? Por favor, também me diga como Você prendeu o rei dos demônios, Bali Maharaja, e também como alguém pode satisfazer os brahmanas. Como a pessoa deve observar o voto de Caturmasya? Bondosamente seja misericordioso comigo e responda estas perguntas.

A Suprema Personalidade de Deus respondeu:
– “Ó Yudhisthira, leão entre os homens, Eu narrarei com alegria para você um evento histórico que, simplesmente por ser ouvido, erradica todas as reações pecaminosas da pessoa”.

“Em tetra-yuga viveu um rei chamado Bali. Embora nascido em dinastia demoníaca, ele era muito devotado a Mim. Ele cantava muitos hinos védicos para Mim e executou um ritual Homa simplesmente para Minha satisfação. Ele respeitava os brahmanas duas vezes nascidos e ocupava-os na execução de sacrifícios diários. Entretanto, esta grande alma teve uma desavença com Indra e eventualmente venceu-o na batalha. Bali tomou todo o seu reino celestial, que Eu dei pessoalmente a Indra. Portanto, Indra e todos os outros semideuses, junto com muitos grandes sábios, aproximaram-se de Mim e queixaram-se de Bali Maharaja. Curvando suas cabeças ao chão e oferecendo orações sagradas dos vedas, eles Me adoraram junto com o mestre espiritual deles, Brihaspati. Assim, Eu concordei em aparecer para o benefício deles como o anão Vamanadeva, minha quinta encarnação”.

O rei Yudhisthira perguntou:
– Ó Senhor, como foi possível para Você com um corpo de anão vencer um demônio tão poderoso? Por favor, explique isto claramente, porque sou Seu devoto fiel.

O Senhor Supremo Sri Krishna respondeu:
– Embora fosse um anão, Eu era um brahmana e aproximei-Me de Bali Maharaja para pedir caridade em forma de terras. Eu disse:
– Ó Bali, por favor, dê- Me simplesmente três passos de terra em caridade. Para Mim tal pedaço pequeno de terra será tão bom quanto os três mundos.

“Bali concordou em satisfazer meu pedido sem mais considerações. Mas assim que ele Me deu a terra, Meu corpo começou a expandir-se em uma gigantesca forma transcendental. Eu cobri toda a terra com Meu pé, toda Bhurvaloka com Minhas coxas, o céu Svarga com Minha cintura, Maha-loka com Meu estômago, Jana-loka com Meu peito, Tapa-loka com Meu pescoço e Satya-loka com Minha cabeça e face. Eu cobri toda a criação material. Realmente, todos os planetas do universo, incluindo o sol e a lua, foram abrangidos pela Minha forma gigantesca”.
“Vendo este meu passatempo surpreendente todos os semideuses, incluindo Indra e Sesa, o rei das serpentes, começaram a cantar hinos Védicos e a oferecer orações para Mim”. Então peguei Bali pelas mãos e disse a ele.

– “Ó impecável, Eu cobri toda a terra com um passo e todos os planetas com o segundo passo. Agora, onde Eu irei pôr Meu pé para medir o terceiro passo de terra que você Me prometeu”?
Após ouvir isto, Bali Maharaja curvou-se e ofereceu-Me a sua cabeça.

Ó Yudhisthira, Eu coloquei o Meu pé em sua cabeça e mandei-o para Patala-loka. Vendo assim ele humilhado, Eu fiquei muito satisfeito e disse a Bali que dali em diante Eu iria residir permanentemente em seu palácio. Depois disso, no Parivartini Ekadasi, o qual ocorre durante o quarto-crescente do mês Bhadra, Bali, o filho de Viricana, instalou a forma de Minha Deidade em sua residência.

– “Ó rei, continuou o Senhor Sri Krishna, até o Haribodhini Ekadasi, o qual ocorre no Quarto-crescente do mês Kartika, Eu continuo dormindo no oceano de leite. O mérito que alguém acumula durante este período é particularmente poderoso. A pessoa, portanto deve observar o Parivartini Ekadasi cuidadosamente. Realmente, ele é especialmente purificador e, assim, limpa a pessoa de todas as reações pecaminosas. Neste dia, o devoto fiel deve adorar o Senhor Trivikrama, Vamanadeva, o qual é o supremo pai, porque neste dia Eu me viro para dormir do outro lado”.
Se possível neste dia alguém deve dar a uma pessoa qualificada algum iogurte misturado com arroz inflado, bem como alguma prata, e então permanecer desperto por toda a noite. Esta simples observância libertará a pessoa do condicionamento material. Aquele que observar este sagrado Parivartini Ekadasi da forma que Eu descrevi irá certamente obter todos os tipos de felicidade neste mundo e o reino de Deus depois daqui. Aquele que simplesmente ouve esta narração com devoção irá para a morada dos semideuses e brilhará ali como a própria lua, tão poderosa é a observação deste Ekadasi. De fato, esta observação é tão poderosa quanto a execução de mil Asvamedha-yagna.

* Assim acaba a narração das glórias do Parivartini Ekadasi, ou Vamana Ekadasi, também chamado de Parsva Ekadasi do Brahma-vaivarta Purana.


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