domingo, 15 de setembro de 2024

Professor João Maria, vale à pena fazer licenciatura em sociologia.

10 cursos superiores que mais causam arrependimento em quem se forma — Viva Anápolis

23/08/2023

Projetar a vida profissional e escolher qual carreira seguir não é uma tarefa fácil. São muitas questões a se levar em conta, como retorno financeiro e interesses pessoais na hora de ingressar em um curso superior.

A profissão escolhida pode não dar um grande retorno financeiro ou ser um trabalho desvalorizado. Isso faz com que muita gente se arrependa da sua escolha.

Uma pesquisa realizada pelo “The College Payoff” e publicada pela Universidade de Georgetown revelou quais cursos têm alta taxa de insatisfação global.

Confira:

10º e 9º lugar: Letras e Biologia

Em décimo lugar estão empatados os cursos de letras e biologia com 52%. As profissões permitem que os graduados deem aulas de português, línguas e biologia, entre outras possibilidades para quem opte pelo bacharel. A reclamação é que a remuneração para o trabalho é baixa.

8º lugar:  Ciências Políticas

Cerca de 56% dos cientistas políticos estão insatisfeitos com a sua profissão. Esses profissionais podem dar aula e também ser contratados por partidos políticos e institutos de pesquisas. Os graduados ressaltam que além de terem um salário baixo, ocorrem poucas contratações na área.

7º lugar: Assistência Médica

Neste curso, 58% dos profissionais estão arrependidos da sua escolha, mas ele não existe no Brasil.

6º lugar: Marketing

Com mais de 60% dos profissionais insatisfeitos, o profissional de marketing pode exercer diferentes funções, definindo preços, ajudando na distribuição e também desenvolvendo produtos. Contudo, esta profissão costuma ter uma baixa remuneração.

5º lugar: Educação

O quinto lugar vai para a área da  educação, que no Brasil pode ser considerada como pedagogia. Estes profissionais trabalham dando aula para crianças. Neste curso, a insatisfação é de 61% devido às muitas horas de trabalho e o baixo salário.

4º lugar: Comunicação

O curso de comunicação conta 64% de arrependimento. Nele, o profissional pode trabalhar com veículos de comunicação, cinema, publicidade e também em instituições de ensino e pesquisa. Apesar de ser uma área bastante ampla, a remuneração é bem baixa.

3º e 2º lugares: Artes e Sociologia

Nestes cursos, 72% dos profissionais estão insatisfeitos. Em ambas as áreas é permitido trabalhar dando aula ou com instituições de pesquisa. No entanto, além de ser uma profissão muito desvalorizada, o salário também costuma ser pouco.

1º lugar: Jornalismo

O curso que mais conta com profissionais arrependidos é o de jornalismo, onde 87% dos profissionais se arrependem. O jornalista pode trabalhar na televisão, rádio, jornal, site e assessoria de imprensa. O curso em questão possui poucas oportunidades de trabalho.

fonte; vivaanapolis.com.br/cursos-superiores-que-mais-causam-arrependimento/



Oito em cada dez professores já pensaram em desistir da carreira

Alunos em sala de aula. Foto: Sam Balye/Unsplash

Publicado em 08/05/2024 - 07:02 Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Oito em cada dez professores da educação básica já pensaram em desistir da carreira. Entre os motivos estão o baixo retorno financeiro, a falta de reconhecimento profissional, a carga horária excessiva e a falta de interesse dos alunos. Os dados são da pesquisa inédita Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil, divulgada nesta quarta-feira (8), pelo Instituto Semesp.

A pesquisa foi realizada entre 18 e 31 de março de 2024, com 444 docentes das redes pública e privada, do ensino infantil ao médio, de todas as regiões do país. Os dados mostram que 79,4% dos professores entrevistados já pensaram em desistir da carreira de docente. Em relação ao futuro profissional, 67,6% se sentem inseguros, desanimados e frustrados.

Entre os principais desafios citados pelos professores estão: falta de valorização e estímulo da carreira (74,8%), falta de disciplina e interesse dos alunos (62,8%), falta de apoio e reconhecimento da sociedade (61,3%) e falta de envolvimento e participação das famílias dos alunos (59%).

Segundo os dados da pesquisa, mais da metade dos respondentes (52,3%) diz já ter passado por algum tipo de violência enquanto desempenhava sua atividade como professor. As violências mais relatadas são agressão verbal (46,2%), intimidação (23,1%) e assédio moral (17,1%). São citados também racismo e injúria racial, violência de gênero e até mesmo ameaças de agressão e de morte. A violência é praticada principalmente por alunos (44,3%), alunos e responsáveis (23%) e funcionários da escola (16,1%).

Apesar disso, a pesquisa mostra que a maioria (53,6%) dos professores da educação básica está satisfeita ou muito satisfeita com a carreira. Os professores apontam como motivos para continuar nas salas de aula, principalmente, o interesse em ensinar e compartilhar conhecimento (59,7%), a satisfação de ver o progresso dos alunos (35,4%) e a própria vocação (30,9%).

“Apesar de todos os problemas é o que eu gosto de fazer e tenho maior capacidade”, diz um dos professores entrevistados, cujo nome não foi revelado. “A paixão pelo processo de ensinar e aprender, contribuindo para a evolução das pessoas”, aponta outro, que também não foi identificado.

Para Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, esses dados são importantes porque mostram o que motiva os professores. “Ele fala da sua vocação. Fala do interesse em ensinar, da satisfação de ver o progresso do aluno. São fatores que estão interligados. Tanto a vocação como o interesse em compartilhar o conhecimento e a satisfação de ver o progresso do aluno. Esse é um dado muito importante em termos do perfil daquele que escolhe ser professor”, destaca

Licenciaturas

A pesquisa Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil faz parte da 14ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, que reúne dados oficiais e coletados pelo Instituto Semesp para traçar o cenário atual do setor educacional no país. Esta edição tem como foco principal Cursos de Licenciaturas: Cenários e Perspectivas.

De acordo com a publicação, o Brasil tem 9,44 milhões de estudantes matriculados no ensino superior. A maioria deles está em instituições privadas (78%). Por lei, pelo Plano Nacional de Educação (PNE), até 2024, o país deveria ter 33% dos jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior. Até 2022, essa taxa era 18,9%.

Atualmente, 17% dos alunos do ensino superior cursam alguma licenciatura, o que equivale 1,67 milhões de universitários. Pedagogia aparece como 17° curso com mais estudantes nos cursos presenciais diurnos e como o primeiro curso com mais estudantes em ensino a distância (EAD).

Apesar do grande número de estudantes, os dados mostram que as desistências nesses cursos são altas. Cerca de 60% dos estudantes de licenciaturas na rede privada e 40% dos estudantes da rede pública desistem da formação. Entre os mais jovens, apenas 6,6% dos entrevistados pelo Instituto Semesp têm interesse em cursar cursos da área de educação.

“Nós pensamos que é necessário repensar também o modelo de oferta dos cursos de licenciatura, com essa campanha que estamos fazendo para atrair os jovens para os cursos de licenciatura. Os currículos têm que ter mais prática e mais capacitação para esse uso de tecnologia, a necessidade de financiamento das mensalidades, porque a maioria dos que vão para o curso de licenciatura é de uma classe social mais baixa e, por isso, a necessidade de uma bolsa permanência para o aluno não evadir e não precisar trabalhar”, defende Lúcia Teixeira.

Formação a distância

Recentemente, as altas taxas de matrícula em cursos a distância e a preocupação com a qualidade da formação dos estudantes, especialmente dos futuros professores, levaram o Ministério da Educação (MEC) a buscar uma revisão do marco regulatório da modalidade.

Para o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, a formação presencial pode não ser a única solução. Ele defende uma revisão da avaliação dos cursos. Ainda que seja na modalidade a distância, ele ressalta que os cursos de formação de professores preveem uma carga horária presencial, em estágios, por exemplo.

“Eu acho que o que precisa é melhorar a avaliação dessa presencialidade. Se eu tenho obrigatoriedade de estágios e esses estágios não são cumpridos ou são muito ruins, aí eu tenho um problema. Se é ruim e eu só aumento a carga [horária presencial], eu só vou aumentar a ruindade. Então, eu acho que, primeiro, antes de discutir mais carga presencial ou menos carga presencial, não estou falando que a gente defende ou não defende, mas eu acho que é preciso melhorar esse monitoramento do presencial”, diz.

A pesquisa feita com os docentes pelo Instituto Semesp mostra que 50,1% dos respondentes discordam parcial ou totalmente da afirmação de que o ensino a distância não é adequado. Além disso, para 55,7% dos entrevistados, os cursos de licenciatura devem ser ofertados apenas na modalidade presencial.

Edição: Juliana Andrade




Realidade das escolas públicas impede execução do Novo Ensino Médio

Sala de aula do Ensino Médio em Pernambuco - Alyne Pinheiro/Secretaria de Educação de Pernambuco
Sala de aula do Ensino Médio em Pernambuco Imagem: Alyne Pinheiro/Secretaria de Educação de Pernambuco

Márcia Jacomini*

15/03/2023 04h00

Hoje, 15 de março, estudantes de ensino médio de todo o país realizam manifestações pela revogação de reforma do ensino médio (#RevogaNEM). Os atos foram convocados pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e apoiados por centenas de entidades sindicais e acadêmicas.

Embora os sindicatos e as associações científicas já tenham se manifestado contra a reforma por motivos amplamente divulgados em artigos científicos, livros e nos diferentes meios de comunicação, o posicionamento do movimento estudantil pela revogação da Lei n. 13.415/2017 é recente. Isso ocorre porque, à medida que a implementação do "Novo Ensino Médio" (NEM) avança nas redes estaduais de ensino, os estudantes e seus familiares passam a compreender o significado da reforma para a sua formação e o seu futuro acadêmico e profissional.

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A pesquisa "Mudanças curriculares e melhoria do ensino público", financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e com o objetivo de acompanhar a implementação do NEM em sete escolas da rede estadual paulista, tem revelado a inviabilidade pedagógica e educacional do novo modelo.

No regulamento, os estudantes da rede estadual paulista podem "escolher" entre 11 itinerários formativos vinculados a quatro áreas do conhecimento: linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas, além de percursos de formação técnica e profissional. Na realidade, não podem, como mostrou uma pesquisa da Rede Escola Pública Universidade (Repu), que comparou os dados da oferta de itinerários em 2022 na rede paulista com as escolhas efetivas dos estudantes.

Em tese, a reforma do ensino médio foi concebida para modernizar uma escola supostamente "inchada" por conteúdos de 13 disciplinas. Na prática, porém, os novos itinerários chegam a aumentar exponencialmente o número de disciplinas nas redes estaduais. Em São Paulo, por exemplo, são 66 novas unidades curriculares com inacreditáveis 276 componentes curriculares, sem que tenham sido sequer contratados professores para assumir essas aulas.

Para os estudantes do primeiro ano não houve mudanças significativas, pois ao currículo existente foram acrescentadas duas aulas semanais de "Projeto de Vida", duas aulas semanais de disciplinas eletivas (incluindo componentes esdrúxulos como "Mundo pet") e uma aula de "Tecnologia", totalizando 30 horas semanais de "Formação Geral Básica". Para o segundo ano, são 20 aulas semanais da formação básica e dez aulas dos itinerários. No terceiro ano, apenas dez aulas de formação geral e 20 de itinerários formativos. Soma-se a isso a oferta de cinco aulas semanais de "expansão" no contraturno escolar, embora a realização dessas aulas tenha se mostrado um problema tanto para os estudantes, que não podem frequentá-las porque trabalham, quanto para as escolas, que não têm espaços sobrando para receber mais estudantes. A "solução" encontrada por São Paulo e outros estados é a mais barata possível: ensino a distância nos moldes precários da pandemia.

Na maior rede do país, cada escola deve ofertar no mínimo dois itinerários. Os estudantes do terceiro ano que escolheram o itinerário formativo "Corpo, Saúde e Linguagem", por exemplo, perderam aulas de História, Filosofia, Sociologia e Geografia. Já quem optou pelo itinerário formativo "Cultura em Movimento" não terá aulas de Biologia, Química, Física no último ano do ensino médio.

Diante da intensa propaganda dos governos Temer e Bolsonaro, que atribuiu ao NEM um caráter inovador e flexível, com amplas possibilidades de escolha, os verdadeiros atingidos pela reforma - os estudantes e suas famílias - não puderam antever os efeitos da reforma na formação e as limitações objetivas impostas pelo NEM à continuidade dos estudos em nível universitário.

Com a implementação da reforma, os estudantes perceberam que o abismo entre as escolas públicas e privadas aumentou, visto que as particulares organizam seus itinerários de modo a garantir o estudo da Física, Química, História, Geografia, Filosofia, Artes, Sociologia e Inglês para todos os estudantes. Por óbvio, as classes médias e elites pagantes de mensalidades compreendem que essas disciplinas são tão importantes para a formação humanística e científica das novas gerações quanto para a aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e nos vestibulares tradicionais.

Nas redes públicas, as mudanças estão sendo implementadas sem que as escolas tenham recebido os recursos para as necessárias adequações ao novo currículo. Tampouco houve formação dos professores para que possam ministrar a profusão de novas unidades e componentes curriculares. Diante da drástica redução das aulas das disciplinas escolares clássicas, muitos professores tiveram que assumir aulas para as quais se sentem (ou para as quais de fato são) despreparados.

Solidários, muitos estudantes estão pedindo que seus professores esqueçam os itinerários e ministrem as aulas das disciplinas para as quais se formaram, pois consideram esses conteúdos mais relevantes do que a pletora de microdisciplinas que ninguém sabe para que servem. Já é comum vermos professores ministrando mais de oito componentes curriculares diferentes, e sendo obrigados (por conta do aumento brutal do volume de trabalho) a reproduzir conteúdos de apostilas rasas e chinfrins elaboradas por institutos e fundações empresariais - os apoiadores de primeira hora da reforma desde o governo de Michel Temer.

Não surpreende, assim, que os estudantes concluam que não se aprende nada de interessante nas aulas dos itinerários formativos, a ponto de muitos considerarem o itinerário como "não aula". As salas dos diretores escolares estão repletas de familiares reclamando que seus filhos não estão tendo as aulas das disciplinas fundamentais à sua formação. Mais uma vez, recai sobre a escola a responsabilidade por negligenciar tais conteúdos. A mesma escola que, acusada de ser antiquada e desestimulante, serviu de bode expiatório para a reforma educacional que está dizimando o ensino médio brasileiro e dificultando o acesso ao conhecimento a estudantes para quem o ensino público é a única escolha possível.

É enorme a indignação com a reforma do ensino médio dentro das escolas públicas deste país. Um governo que se elegeu com a bandeira do combate aos retrocessos democráticos dos últimos sete anos não pode negligenciar a demanda social pelo conhecimento. Chegou a hora de, como sociedade, nos juntarmos aos estudantes e exigirmos em alto e bom som que o governo Lula apoie a revogação da nefasta reforma do ensino médio.

*Márcia Aparecida Jacomini é doutora em Educação pela USP e professora da Unifesp. Integra a Rede Escola Pública e Universidade (REPU) e o Grupo Escola Pública e Democracia (Gepud). É membro da diretoria da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (Fineduca).

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL


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