terça-feira, 24 de outubro de 2023

TUDO É UM GRANDE TEATRO E VOCÊ VIVE A FALSA ILUSÃO DE QUE É LIVRE (Artigo especial de segunda, 23 de outubro de 2023


O que muita gente não entende quando comenta sobre a guerra envolvendo Israel e o Hamas, deixarei resumido logo abaixo: - O Hamas, o Hezbollah, o Estado Islâmico, o Boko Haram, o grupo Wagner na Rússia, o MST no Brasil e vários outros que falsamente são chamados de 'militantes' ou de 'resistência' para esconder seu principal propósito (TERRORISTAS) são apenas o braço armado dos comunistas dos seus países e dos blocos internacionais; 

- Em última instância, TODOS esses grupos terroristas são patrocinados pelos GLOBALISTAS - os donos do dinheiro – que faturam TRILHÕES com as guerras, com a desordem, com o caos e com as mortes. Algumas dessas migalhas são distribuídas para um segundo grupo, chamado de comunistas. Entenda tudo agora, lendo esse artigo esclarecedor. ELES SABOTAM PESSOAS, FAMÍLIAS, GRUPOS E PAÍSES O dinheiro é o leme do mundo. 

Com ele é possível direcionar, controlar, manipular, coordenar, influenciar, comprar, consegue-se fazer TUDO. Por isso, as famílias de bilionários que conseguiram ser dono das principais empresas do mundo, IMPEDEM que outras pessoas, outros grupos, outras famílias, ameacem o seu legado familiar, assim eles usam práticas desonestas e desleais para IMPEDIR que outros países, pessoas, grupos ou famílias cresçam a ponto de serem uma ameaça para o futuro dos seus filhos e netos. E ainda pior: durante mais de 100 anos, esses grupos veem EXPLORANDO países cheios de riquezas naturais incalculáveis, como vários da África, da América do Sul (como Brasil e Venezuela), vários outros do Oriente. São esses grupos que IMPEDEM, SABOTAM, SUBORNAM e COMPRAM vários desses nossos políticos, mantendo TODO um país refém, enquanto alguns poucos vivem uma vida de luxúria. 03 FORÇAS DISPUTAM O CONTROLE E O DIRECIONAMENTO DO MUNDO Tudo é um grande teatro - no final do jogo - tudo se resume a PODER, CONTROLE e DOMÍNIO. Quem compete pelo controle, pelo comando e pelo direcionamento dos pensamentos, das crenças e das ações das pessoas no mundo? Três ‘forças’ competem entre si: os maiorais, donos realmente do jogo, chamados de Globalistas, que mandam absolutamente no ocidente. Em segundo lugar, a força islâmica que manda majoritariamente no 
ORIENTE. 

E você tem uma terceira força, que são os comunistas. Eles também podem ser divididos por características:

 1- Os globalistas são os controladores de todo o dinheiro em circulação do mundo. Eles comandam o sistema financeiro, o sistema alimentício, as indústrias bélicas, as indústrias farmacêuticas, parte das indústrias de petróleo, etc. São representados pelos EUA, Canadá, Inglaterra, União Europeia, Japão, Israel. 

2- O islamismo O islã não possui força bélica suficiente para causar medo real as demais potências mundiais, muito menos poder financeiro. No entanto, nenhuma delas possui um povo tão disposto a lutar e dar a sua vida em prol dos seus ideais religiosos. A Turquia ainda acredita que será capaz de implantar o califado islâmico no Oriente e em seguida no mundo, eliminando as demais religiões, especialmente os cristãos. 

3- O bloco comunista, formado pela Rússia, China e com braços no Irã, na Venezuela, Brasil, Argentina e vários outros países da América Latina. Sua força vem do poder BÉLICO e da capacidade de manipulação das relações humanas usando táticas de manipulação social. No próximo artigo vou trazer mais detalhes sobre as características de cada um desses grupos e como eles se relacionam entre si.
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22,9 mil
Diretor de Jornalismo e apresentador na Rádio e Televisão Irecê Ltda

Hoje é Dia Do Jejum Sagrado De Sri Pashankusha Ekadasi. Dia 25/10/2023 quarta-feira.




História do Vrata Pashankusha Ekadashi ou Papankusha

Yudhisthira Maharaja disse: “Ó Madhusudana qual o nome do Ekadashi que ocorre durante a quinzena luminosa do mês de Ashvina, (setembro/outubro)? Por favor, seja misericordioso e conte-me algo sobre isso”.

O Senhor Supremo, Sri Krishna respondeu: “O rei, por favor, escute enquanto te explico as glórias desse Ekadashi – Pashankusha Ekadashi que remove todos os pecados. Nesse dia deve-se adorar a Deidade de Padmanabha, o Senhor de umbigo de lótus, segundo as regras e regulações. Assim fazendo, se consegue quaisquer prazeres celestiais que se desejem nesse mundo e afinal se obtém liberação. Simplesmente por oferecer humildes reverências ao Senhor Vishnu, que cavalga Garuda, se pode obter o mesmo mérito que se consegue por realizar grandes penitências durante longo tempo com os sentidos completamente controlados. Embora uma pessoa possa ter cometido ilimitados pecados, ainda assim poderá escapar do inferno apenas por prestar suas reverências ao Senhor Hari, que remove todos os pecados”.

“Os méritos obtidos por realizar peregrinação a tirthas desse planeta terráqueo também podem ser obtidos simplesmente por cantar os santos nomes do Senhor Visnu (1). Quem cantar esses sagrados nomes – como Rama, Vishnu, Janardana ou Krishna – especialmente no Ekadashi, nunca vê a morada de Yamaraja. Tampouco aquele que jejua no Pashankusha, que Me é muito querido, verá essa morada”.

“Tanto o Vaishnava que critica o Senhor Shiva quanto o Shivaista que Me critica certamente vão para o inferno. O mérito obtido por realizar mil sacrifícios de cavalo e cem sacrifícios Rajasuya não se iguala nem mesmo a décima sexta parte do mérito que uma pessoa obtém por jejuar no Ekadashi. Não existe mérito superior que se possa alcançar, que esse obtido por jejuar no Ekadashi. De fato, nada nos três mundos é tão agradável ou tão capaz de purificar-nos do pecado como o Ekadashi, o dia do Senhor do umbigo de lótus Padmanabha”.

“Ó rei, até que a pessoa observe um jejum do dia do Senhor Padmanabha, (chamado de Papankusha Ekadashi), ela permanece pecaminosa, e as reações de suas atividades pecaminosas passadas nunca a deixam. Não há mérito nos três mundos que se iguale ao mérito obtido por observar jejum nesse Ekadashi. Quem quer que o observe fielmente, nunca tem de ver a morte personificada, o Senhor Yamaraja. Quem deseja liberação, o paraíso, boa saúde, lindas mulheres, fortuna e grãos alimentícios deve simplesmente jejuar nesse Ekadashi. Ó rei nem o Ganges, Gaya, Kashi, nem Pushkara, nem mesmo o sagrado local de Kurukshetra, podem conceder tanto mérito como Papankusha Ekadashi”.

“Ó Yudhisthira, protetor da terra, após observar Ekadashi durante o dia, o devoto deve permanecer acordado pela noite adentro, pois assim fazendo facilmente obtém a morada do Senhor Supremo, Sri Vishnu. Dez gerações de antepassados por parte da mãe, dez por parte do pai e dez por parte da esposa são todos liberados por uma só vez observar o jejum neste Ekadashi. Todos esses antepassados obtém suas formas originais transcendentais, de quatro braços. Portanto vestes amarelas e lindas guirlandas cavalgam ao mundo espiritual no dorso de Garuda, o inimigo das serpentes. Essa é a benção que meu devoto recebe simplesmente por observar um Papankusha Ekadashi devidamente”.

“Ó melhor dos reis, que sejamos crianças, jovens ou velhos, jejuar no Papankusha Ekadashi livra de pecados e torna imune ao sofrimento de renascer infernalmente. Quem observa um jejum neste Ekadashi se torna livre de todos seus pecados e retorna a morada do Senhor Hari. Quem doar ouro, sementes de gergelim, terra fértil, vacas, grãos, água potável, um guarda-chuva ou par de calçados nesse mais santificado dos dias nunca terá de visitar a morada de Yamaraja, que sempre pune pecadores. Porém se um habitante da terra deixa de realizar atos espirituais, especialmente observar um jejum em dias sagrados como Ekadashi, é dito que sua respiração não é melhor que o bafo do fole do ferreiro”.

“Ó melhor dos reis, especialmente no Papankusha Ekadashi, mesmo os pobres devem primeiro tomar banho e depois dar alguma caridade e realizar outras atividades auspiciosas de acordo com sua habilidade”.

“Quem quer que realize sacrifícios ou construa lagoas públicas, locais de descanso, jardins ou casas não sofrem as punições de Yamaraja. De fato deve-se compreender que tal pessoa deve ter realizado tais atividades piedosas assim, em sua vida passada, caso tenha vida longa, saúde, riqueza, nascimento elevado ou esteja livre de todas as doenças. Mas uma pessoa que observa Papankusha Ekadashi vai para a morada do Senhor Supremo”.
O Senhor Krishna concluiu: “Portanto, ó santo Yudhishthira, narrei-lhes as glórias de Papankusha Ekadashi. Por favor, questione-Me mais se deseja ouvir ainda mais sobre Ekadashi”.

Assim terminam as glórias de Papankusha Ekadashi ou Ashvina-sukla Ekadashi, do Brahma Vaivarta Purana.

Nota 1 – Segundo o Srimad-Bhagavatam, Vishnu é uma encarnação purusha da expansão quádrupla do Senhor Sri Krishna.  


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segunda-feira, 23 de outubro de 2023

A incidência de comportamentos não-heterossexuais vem aumentando significativamente no Ocidente.




A incidência de comportamentos não-heterossexuais vem aumentando significativamente no Ocidente. Nos EUA, p.ex., as estimativas sugerem que a prevalência de não-heterosseuxalidade em adultos aumentou de 3,5% (início dos anos 2000) para 13% em mulheres e para 7% em homens (meados da década de 2010). Sabendo que existem evidências sólidas de que a exposição a estrógenos e progestágenos exógenos durante a gravidez aumenta a probabilidade de o bebê desenvolver um comportamento não-heterossexual na adolescência e/ou na idade adulta, é de se perguntar se o aumento da disponibilidade e do uso de hormônios - e a presença de hormônios na alimentação de gestantes - teria algum papel nessa crescente epidemia de jovens e adultos com sexualidade não-heteronormativa. Essa seria uma linha de pesquisa interessante para centros de estudos hormonais e comportamentais. Referências: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28374065/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/3977584/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10366402/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/9492350/ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6597280

PubMed
Prenatal Exposure to Progesterone Affects Sexual Orientation in Humans - PubMed
Prenatal sex hormone levels affect physical and behavioral sexual differentiation in animals and humans. Although prenatal hormones are theorized to i...

8. Civilização Significa Regulação: Livro Civilização e Transcendência A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada


Discípulo: Posso apresentar a próxima pergunta, Śrīla Prabhupāda? “É necessário jejuar e seguir outras dietas reguladas para haver vida espiritual?”.

Śrīla Prabhupāda: Certamente. Para avançar na vida espiritual, semelhante tapasya é compulsória. Tapasya significa aceitação voluntária de algo que talvez seja doloroso. Recomendamos às pessoas, por exemplo, que parem com sexo ilícito, intoxicação, jogos de azar e consumo de carne. Então, para aqueles que estão habituados a es­ses maus hábitos, talvez seja um pouco difícil no início. Porém, apesar da dificuldade, tais preceitos devem ser seguidos. Isso é tapasya. Para quem não está acostumado, levantar­-se de manhã cedo é um pouco difícil, mas é compulsório. Portanto, de acordo com os preceitos védicos, existem algumas tapasyas que devem ser executadas.

O ponto não é se elas podem ou não ser seguidas, senão que essas austeridades têm de ser seguidas. No Muṇḍaka Upaniṣad (1.2.12), por exemplo, prescreve­-se que, se alguém deseja tornar­-se autorrealiza­do, deve aproximar­-se de um mestre espiritual: tad-vijñānārthaṁ sa gurum evābhi-gacchet. Não é, portanto, uma questão de opção, mas algo que tem de ser feito. A pessoa deve executar a ordem do mestre espiritual e a ordem do śāstra, escritura. Quando você adota algo sem considerar a questão da conveniência ou inconveniência, mas adota a injunção apenas porque é algo que tem de ser feito, isso se chama tapasyaTapo divyam (Śrīmad-Bhāgavatam 5.5.1): Outras eminentes autoridades espirituais, como Ṛṣabhādeva, recomendam que esta vida humana destina­-se à austeridade voltada para a compreensão de Deus, daí encontrarmos tantas regras e regulações em nossa civilização védica.

Bem no início da vida, a pessoa deve ser brahmacārī, isto é, ela deve ir para a residência do mestre espiritual e agir como um servo humilde. Se o mestre espiritual disser: “Vá à floresta e traga lenha”, a pessoa pode ser o filho do rei, mas não pode se recusar a seguir a ordem do mestre espiritual. Até mesmo Kṛṣṇa recebia de Seu mestre espiritual a ordem de ir à floresta buscar lenha, em virtude do que Ele tinha de ir. Embora Seu pai fosse Nanda Mahārāja, um rei vaiśya da vila, e embora Kṛṣṇa fosse a própria Personalidade de Deus, Ele não podia recusar-Se, porém tinha de ir. Nicavat: Tal qual um servo humilde. Brahmacāryā, vida espiritual como estudante, é tapasya, e tapasya é algo tão essencial que a pessoa é obrigada a fazê-lo, sem alternativas.

Depois da vida de brahmacārī, a pessoa pode se casar, o que quer dizer que ela entra na vida de gṛhastha, vida familiar, o que também é tapasya, pois ela não poderá fazer sexo quando bem quiser, senão que o śāstra afirma: “Você deve fazer sexo uma vez por mês e apenas para gerar filhos”. A vida de gṛhastha, portanto, também é tapasya.

Atualmente, as pessoas não seguem tapasya alguma, mas a vida humana destina-­se a tapasya, a observação de princípios reguladores. Mesmo em assuntos ordinários, há tapasya. Digamos que você esteja dirigindo seu carro para tratar de algum negócio urgente, e você vê um sinal vermelho – você tem de parar. Não se pode dizer: “Tenho de estar lá em alguns minutos. Tenho de ir”. Não, você deve parar, e isso é tapasya.

Destarte, tapasya significa seguir à risca os princípios reguladores, de acordo com a ordem superior. Isso é vida humana.

Vida animal, em contrapartida, significa que você pode fazer o que quer que deseje. Na estrada, os animais podem ficar à direita ou à esquerda, e a irregularidade deles não é considerada uma transgressão, porque são animais. Se um ser humano, todavia, não segue os princípios reguladores, ele é pecaminoso, e será punido. Consideremos o mesmo exemplo: Quando o sinal está vermelho, se você não parar, será punido, mas se um cão ou um gato transgride a lei – “Não me importa se o sinal está vermelho; eu atravessarei” –, ele não é punido. Tapasya, portanto, destina-­se ao ser humano. É essencial que ele execute-a caso queira progredir na vida.

Discípulo: Então, Śrīla Prabhupāda, tapasya inclui dieta regulada?

Śrīla Prabhupāda: Isso também é tapasya. Proibimos, por exemplo, o consumo de carne, o que gera certos problemas em seu país. Desde o início da vida, a criança se habitua a comer carne, pois a mãe compra carne moída, mistura­-a com líquido e dá como alimento para o bebê. Eu vi isso. Praticamente todos cresceram comendo carne. Todavia, eu digo: “Não comam carne”, daí haver problemas, mas quem é sério quanto a se tornar autorrealizado tem de aceitar essa ordem. Isso é tapasya.

Tapasya se aplica à dieta, ao comportamento pessoal, às relações com os outros e assim por diante. Em todos os aspectos da vida, existe tapasya. Tudo isto é descrito no Bhagavad-gītāTapasya mental, tapasya corpórea, tapasya verbal, isto é, vaco-vegam, controlar o impulso de falar bobagens ou caprichos. Quando você fala, você deve falar sobre Kṛṣṇa. Isso é tapasya. Também há tapasya com relação a krodha-vegam, o impulso de expressar a ira. Se alguém fica irado e deseja expressar sua ira batendo em alguém ou fazendo algo muito violento, a tapasya o restringirá: “Não, não faça isso”. Também há tapasya no que se refere à língua, ao estômago e aos órgãos genitais, pois não se pode comer qualquer coisa e a qualquer hora, tampouco se pode fazer sexo livremente, mas apenas de acordo com os preceitos escriturais. “Tenho desejo sexual, mas não posso ter relações sexuais agora, pois não é a ocasião apropriada”. Isso é tapasya.

Portanto, deve­-se praticar tapasya de todas as maneiras – no corpo, na mente, nas palavras, no comportamento pessoal e nos relacionamentos com os outros, e isso é o que caracteriza a vida humana. Tapo-divyam (Śrīmad-Bhāgavatam 5.5.1): Se você deseja ser um ser humano, e, sobretudo, se deseja progredir na vida espiritual, você deve agir de acordo com os preceitos do śāstra, e isso é o que se entende por tapasya. Antes de poder tomar parte na criação, Brahmā teve de se submeter a tapasya. Não é isso que se afirma no śāstra? Sim, logo tapasya é essencial; não se pode evitá-la.

E qual é o propósito da execução de tapasya? O propósito é agra­dar o Senhor Supremo através do mestre espiritual. Yasya prasādād bhagavat-prasādo (Gurv-aṣṭaka 8): “Pode alcançar a misericórdia do Senhor unicamente quem obtém a misericórdia do mestre espiritual”.

Nas instituições educacionais da atualidade, quem está ensinando esta tapasya? Qual escola ou faculdade? Os alunos chegam a fumar em frente ao professor e ninguém diz nada. Nenhuma transgressão é censurada. O que se pode esperar de tais alunos? Isso é civilização animalesca, não civilização humana – não há nenhuma tapasya, nenhuma vida de brahmacārī. Verdadeira civilização significa tapo divyam, austeridade religiosa. E essa tapasya começa com a vida de brahmacārī, quando se aprende a controlar os sentidos. Esse é o início da vida, e não que você aprende apenas o básico e seu caráter é inferior ao de um animal embora você tenha um diploma universitário. “Não importa, o sujeito se tornou um homem erudito”, não, isso não é aceito.

Mesmo do ponto de vista da instrução moral básica, devemos perguntar: Quem, na atualidade, é educado? Cāṇakya Paṇḍita descreve com estas palavras o homem educado:

mātṛ-vat para-dāreṣu
para-dravyeṣu loṣṭra-vat
ātma-vat sarva-bhūteṣu
yaḥ paśyati sa paṇḍitāḥ

“O homem educado vê a esposa de outrem como sua mãe e a propriedade de outrem como lixo intocável, e vê todas as demais pessoas como vê a si mesmo”.

Este é um paṇḍita, um homem erudito. No Bhagavad-gītā (5.18), Kṛṣṇa também descreve um paṇḍita:

vidyā-vinaya-sampanne
brāhmaṇe gavi hastini
śuni caiva śva-pāke ca
paṇḍitāḥ sama-darśinaḥ

“O sábio humilde, em virtude do conhecimento verdadeiro, vê com visão equânime um brāhmaṇa gentil e erudito, uma vaca, um elefante, um cão e um comedor de cães”. Este é um homem erudito, não um portador de diplomas. Um portador de diplomas que não pratica tapasya e tem ­caráter ruim é tratado por Kṛṣṇa como māyayāpahṛta-jñānā (Bhagavad-gītā 16.15), “alguém cujo conhecimento foi roubado pela ilusão”. Embora tenha aprendido muitas coisas, māyā roubou seu conheci­mento, de modo que é um sujeito infame, um animal. Este é o ponto de vista da civilização védica.



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sábado, 21 de outubro de 2023

Hoje é Dia Do Jejum Sagrado De Sri Pashankusha Ekadasi. Dia 25/10/2023 quarta-feira.

Hoje é o dia sagrado de Dussehra (Dassera) é um dos importantes festivais hindus, celebrado com muita alegria em todo o país. A ocasião marca a ocasião em que o Senhor Rama e o irmão Lakshman se aproximaram de Mãe Durga para pedir-lhe suas bênçãos em Seu ataque planejado ao demônio Ravana







Dussehra (Dassera) é um dos importantes festivais hindus, celebrado com muita alegria em todo o país.  A ocasião marca a ocasião em que o Senhor Rama e o irmão Lakshman se aproximaram de Mãe Durga para pedir-lhe suas bênçãos em Seu ataque planejado ao demônio Ravana.  Considera-se, portanto, que o fato de a Suprema Personalidade de Deus se aproximar dela em busca de bênçãos para remover impedimentos materiais aos Seus objetivos espirituais deveria ser a abordagem do humilde devoto do Senhor para conquistar o importante triunfo do Senhor Rama sobre o rei demônio, Ravana, a vitória.  do bem sobre o mal.


    Quadros e procissões brilhantemente decorados retratando várias facetas da vida de Rama são retirados.  No décimo dia, o dia de Vijayadasmi, efígies colossais de Ravana, seu irmão Kumbhkarna e seu filho Meghnath são colocadas em vastos espaços abertos.  Rama, acompanhado de sua consorte Sita e de seu irmão Lakshman, chega e dispara flechas de fogo contra essas efígies, que estão recheadas de material explosivo.  O resultado é uma explosão ensurdecedora, reforçada pelos gritos de alegria e triunfo dos espectadores.
    É significativo que o Senhor tenha invocado as bênçãos da mãe divina, a Deusa Durga, antes de realmente sair para a batalha.  Ao queimar as efígies do demônio Ravan que foi morto pelo Senhor Rama, também é simbólico para nós que nós, o povo, sejamos convidados a queimar o mal dentro deles e, assim, seguir o caminho da virtude e da bondade, tendo em mente o exemplo de  Ravana, que apesar de todo o seu poder e majestade foi destruído por seus maus caminhos.
    Deve ser lembrado que Ravana era um grande erudito e um devoto fervoroso do Senhor Shiva, mas os próprios poderes que foram concedidos a ele por sua devoção inabalável provaram ser sua ruína, devido ao uso grosseiramente indevido dos mesmos.  Além disso, embora autorizado pelas austeridades realizadas ao Senhor Shiva, seus poderes foram ineficazes sobre os poderes de Rama.




Um Convite para mediocridade fórmula para a letargia Por João Maria andarilho utópico. Indicação de Leitura 62





 

Durante os últimos dois anos, uma jovem transformou quase todos os aspectos de sua vida. Parou de fumar, correu uma maratona e foi promovida. Em um laboratório, neurologistas descobriram que os padrões dentro do cérebro dela mudaram de maneira fundamental.

Publicitários da Procter & Gamble observaram vídeos de pessoas fazendo a cama. Tentavam desesperadamente descobrir como vender um novo produto chamado Febreze, que estava prestes a se tornar um dos maiores fracassos na história da empresa. De repente, um deles detecta um padrão quase imperceptível e, com uma sutil mudança na campanha publicitária, Febreze começa a vender um bilhão de dólares por ano.

Um diretor executivo pouco conhecido assume uma das maiores empresas norte-americanas. Seu primeiro passo é atacar um único padrão entre os funcionários, a maneira como lidam com a segurança no ambiente de trabalho, e logo a empresa começa a ter o melhor desempenho no índice Dow Jones.

O que todas essas pessoas tem em comum? Conseguiram ter sucesso focando em padrões que moldam cada aspecto de nossas vidas. Tiveram êxito transformando hábitos. Com perspicácia e habilidade, Charles Duhigg apresenta um novo entendimento da natureza humana e seu potencial para a transformação.

Como muitos já sabem, eu tento facilitar ao máximo o trabalho para vocês, então deixei o livro em PDF no Google Drive. É só clicar no botão ou na imagem que você será direcionado para o drive. Dentro dele, clique no arquivo para fazer o download. Rápido, simples e prático.


Download O Poder do Hábito



   



Psiquiatria em crise

Dr. Guido Palomba debate o cenário atual da Psiquiatria Forense e critica a falta de formação na área, os especialistas em número insuficiente, a nomeação de psiquiatras clínicos não especializados e outros pontos importantes.
Crédito imagem - arquivo pessoal
Crédito imagem - arquivo pessoal


A vida profissional de Guido Palomba é inteira dedicada à Psiquiatria Forense, área em que atua desde 1974, quando ainda era estudante de Ciências Médicas, em Santos. Hoje, com mais de 15 mil laudos redigidos e guardados em papel e no computador, perícias cíveis e criminais realizadas em praticamente todas as comarcas do Estado de São Paulo, ele é a referência por trás da série de Bráulio Mantovani, Mal Secreto, prevista para ser gravada pela Globo ainda esse ano.

Não é por menos. Palomba foi estagiário do Hospital Psiquiátrico do Juquery, considerada uma das mais antigas e maiores colônias psiquiátricas do Brasil, localizada em Franco da Rocha. Formou-se, em 1974, pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos e especializou-se em psiquiatria forense com título reconhecido pela Associação Médica Brasileira, Associação Brasileira de Psiquiatria e Sociedade Brasileira de Medicina Legal. Foi médico e médico-chefe do Manicômio Judiciário de São Paulo (1975-1985).

Tanta experiência faz dele um crítico obstinado da atual Psiquiatria Ocidental, a qual ele acusa de estar em franca decadência. A ponto de impulsioná-lo a escrever o livro, “A Decadência da Psiquiatria Ocidental” (prelo), previsto para sair ainda esse ano.

Nesta entrevista, ele fala sobre a área e o que mudou nestes anos de atuação, critica, entre outras coisas, as classificações internacionais de doenças, como a CID-10 e a DSM-5, e explica porquê não é favorável à Lei Antimanicomial. Leia a seguir:

  1. Como se deu a sua trajetória profissional?

Estagiei no Hospital Psiquiátrico do Juquery antes de me formar e depois trabalhei lá continuamente por 10 anos. Foi lá onde, profissionalmente, nasci, troquei meus primeiros passos, foi onde aprendi a andar sozinho e foi também meu santuário. Nunca deixei de fazer Psiquiatria Forense e continuo aprendendo com os casos em que trabalho. Aliás, o  aprendizado ininterrupto é o que considero o grande estímulo da especialidade.

  1. Dê um exemplo de um desses aprendizados:

Quando eu penso que mais de 15 mil laudos redigidos e guardados em papel e no computador me atestam que já vi de tudo, tem casos que surpreendem absurdamente. Mas preciso deixar claro que não gosto do crime, da agressão. O que me intriga e me surpreende é a deformidade psicopatológica. E para lidar com isso é preciso muita base para construir toda a estrutura da psicopatologia, inclusive conhecimentos de Filosofia e Teologia.

  1. Entendo que a abordagem filosófica faz você ampliar sua visão de mundo e refletir sobre outros pontos de vista. Mas como a estrutura da psicopatologia tem a ver com a Teologia?

Da mesma forma que a Filosofia ilumina a Ciência, que no meu caso é a Psicologia e a Psiquiatria, a Teologia ilumina a Filosofia. Assim, se você, por exemplo, é um dualista, pode ser que entenda o ser humano como Freud, um idealista que achava que a doença mental é causada por um problema mental. Ao contrário, se você é um aristotélico tomista, que é o meu caso, possivelmente entende o corpo e a psique como substâncias: não há nada corpóreo que não tenha na mente e vice versa e, por isso, o problema mental também é um problema orgânico. Além disso, há os organicistas puros, aqueles que não acreditam na alma (ou psique) e são ateus. Tudo isso pode trazer informações importantes na hora de analisar uma estrutura psicopatológica.

  1. O que mudou na área desde o início da sua carreira?

Ainda que eu aprenda constantemente, o que eu vejo, atualmente, é uma extraordinária decadência da Psiquiatria, que não condiz com as mudanças do século XXI. A Psiquiatria está dominada pelos psicofármacos. O psiquiatra do século XXI acredita que o ser humano como um amontoado de neurônios, banhados por neurotransmissores, que precisam ser regulados por remédios. Hoje, vendem-se mais antidepressivos que pomada para assadura e antibiótico, muito por conta da influência do marketing pesado das indústrias. Quero deixar claro que não tenho nada contra a indústria ou o capitalismo, mas hoje, os psiquiatras do século XXI receitam antidepressivos para parar de fumar, para emagrecer, para tensão pré-menstrual e se uma pessoa tiver triste porque perdeu um ente querido e for num consultório, certamente sairá de lá com o diagnóstico de bipolar e uma receita na mão.

  1. E no caso específico da Psiquiatria Forense, essa decadência também é percebida?

A Psiquiatria Forense está na mão de psiquiatras clínicos improvisados – e há uma diferença brutal entre esses dois profissionais. Eu, por exemplo, não sei receitar, não faço atendimento. Na Psiquiatria Forense, como falta formação ou os especialistas são em número insuficiente, as autoridades constituídas nomeiam psiquiatras clínicos. Essa decadência, a meu ver, tem a ver com as classificações internacionais, como a CID e o seu arremedo, o DSM-5, que são mal feitas e sem nenhuma base científica.

  1. Como seria, na sua opinião, a maneira correta de classificar essas doenças?

A CID e a DSM-5 classificam as doenças mentais com base de um questionário ou protocolo – que funciona mais ou menos assim. Diante de uma pessoa com um possível transtorno alimentar, pergunta-se para ela quantas vezes na semana ela se olha no espelho, quantas vezes se compara com o corpo de outra pessoa e quantas vezes subiu na balança. Ao somar todas as respostas e compará-las a um padrão qualquer, a pessoa pode ser diagnosticada com bulimia nervosa. Isso lembra, com todo o respeito, aos questionários das revistas de bancas que adolescentes respondiam para saber se o amor era correspondido. Esse método de classificação só é possível com a morte da Psicopatologia.

  1. De que maneira isso acontece na prática?

Para definir se uma pessoa tem distúrbio de pensamento, por exemplo, é preciso saber qual tipo de distúrbio de curso (que pode ser acelerado, lento, desagregado, com fuga de ideias ou prolixidade) apresenta, pois cada um deles levará para um determinado tipo de diagnóstico. A desagregação leva para a esquizofrenia, a prolixidade pode levar para a epilepsia, a fuga de ideia pode levar para distúrbio grave bipolar ou psicose maníaco-depressiva. Além disso, o distúrbio de pensamento também se manifesta de outras formas, como distúrbio de conteúdo (com ideias dominantes, ideias deliroides, ideias fixas), e assim por diante. Por isso, hoje é comum pessoas receberem o diagnóstico de distúrbio bipolar quando, na verdade, é esquizofrênico gravíssimo. A Psicopatologia não é interpretativa e está onde está a verdade clínica. O que aconteceu foi que acabaram, lacearam o diagnóstico e, hoje, vemos aberrações, como uma pessoa triste porque perdeu alguém sendo diagnosticada com transtorno bipolar ou psicose maníaco depressiva gravíssima que não tem cura e assim por diante.

Até por esse motivo escrevi meu novo livro, no prelo, “A Decadência da Psiquiatria Ocidental”. Tenho uma curiosidade a dizer sobre o processo de desenvolvimento deste livro. Eu me sentia isolado, sendo a voz solitária que falava mal dos antidepressivos. O meu livro já estava em andamento, até que tive acesso a um estudo de um médico dinamarquês, Peter Gotzsche, ‘How to Survive in an Overmedicated World’. Ele é um dos fundadores do Centro Nórdico de Colaboração Cochrane (Copenhaguen), uma organização que é um dos pilares na área da medicina baseada em evidências. Gotzsche, como eu, também afirma que estamos vivendo uma pandemia de fármacos. Não existe mais Psicologia. O ser humano não é mais um ser biopsicossociocultural, ele é um amontoado de neurônio que precisa de regulador. Não dá para ignorar a cultura e o meio que o ser humano está inserido, ainda mais quando se fala de doença mental.

  1. O senhor também critica a Lei Antimanicomial…

Eu vivi intensamente o Movimento Antimanicomial, que começou na Itália com uma lei em Trieste, pela qual se determinou que doença mental não existe – e, se não existe, não pode existir manicômio ou hospital psiquiátrico. Esse cenário levou em consideração estudos do psiquiatra sul-africano, David Cooper, segundo o qual todo ser humano está cumprindo um papel: você é a entrevistadora, eu sou entrevistado, e o esquizofrênico é um esquizofrênico, ainda que a gente não goste. Mas isso é um erro sem fundamentação prática: a esquizofrenia pressupõe uma ruptura com a realidade, com delírios, alucinações e isso precisa de tratamento porque a pessoa sofre e faz os outros sofrerem. O que eu afirmo é que nenhum médico na face na Terra, que seja bem formado, quer internar um paciente, mas o faz quando é preciso: no caso de uma pessoa atropelada, ou que sofreu um AVC ou que não consegue respirar. Muitas vezes o tratamento da doença mental precisa da internação. Como tratar um alcoólatra ou um toxicômano ou um doente mental em crise sem internação? O Movimento Antimanicomial foi significativo porque denunciou o que estava ruim. Mas não devemos fechar um hospital porque ele não possui equipamentos ou equipe adequada. Precisamos melhorá-lo. Hoje, o que temos são médicos dizendo que pacientes em crise precisam ser cuidados em casa. O que é um absurdo.

  1. Na sua opinião, a pandemia tende a agravar as questões de saúde mental?

Não tenho palavras para expressar o que passa na minha cabeça neste momento, quando o que as pessoas precisavam era de bons exemplos e uma boa campanha de vacinação em massa. Estamos na reta final deste episódio, mas é o momento, talvez, mais delicado de toda essa situação, que exige cuidado redobrado de toda a sociedade. Mas quando a gente vê autoridades incentivando a tomar cloroquina, uma medicação que toda a comunidade científica diz que não serve para nada, ou incentivando o não uso da máscara e preferindo a aglomeração, isso faz um mal danado, inclusive para quem está fazendo tudo direito. Certamente que isso faz mal para os psiquismos individuais. Precisamos resistir a tudo isso e redobrar os cuidados até que a vacina chegue a todos e todas para, então, finalmente, corrermos para o abraço.

Juliana Tavares

Juliana Tavares

Juliana Tavares é jornalista, terapeuta de práticas integrativas e complementares, idealizadora do Vibração Ubatuba (grupo de


Sobre o livro "Maestria" de Robert Greene

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Primavera Árabe, Israel, Palestina e Hamas. Por João Maria.(feito com Spreaker)




Primavera Árabe

Primavera árabe

Segundo Denise Bazzan, "a Primavera Árabe caracterizou-se pela prática da coexistência das diferenças; do real e o imaginário; da multidão e o singular; do coletivo e o indivíduo; da impessoalidade à personalidade, do contrato à liberdade, do cosmopolita ao urbano, do particular e o comum; do público e o privado".

A Primavera Árabe foi uma série de protestos de rua que aconteceram nos países árabes do norte da África e no Oriente Médio, a partir de 2010. O contexto político era caracterizado pela repressão, insatisfação popular, perda de direitos fundamentais, altos níveis de desemprego, corrupção e pobreza.

Os protestos começaram na Tunísia, mas logo influenciaram outros países que se opunham às condições impostas por regimes ditatoriais, como Argélia, Líbia, Jordânia, Iêmen, Egito, Síria, Iraque e Bahrein, além de pequenos incidentes na Mauritânia, Omã, Arábia Saudita, Líbano, Sudão e Marrocos.

Os movimentos lutaram por justiça, democracia, direitos humanos, dignidade e liberdade dos abusos policiais. A comunicação midiática era censurada e controlada pelos governos, por isso as redes sociais foram adotadas como a forma principal de disseminar a informação e mobilizar mais pessoas. O ambiente digital permitiu que a população se comunicasse e manifestasse opiniões que seriam barradas em meios tradicionais. “Os meios digitais apontaram o protagonismo dos jovens, que foram decisivos no movimento revolucionário iniciado na Internet e esparramado por todo o Egito”, explica Denise Bazzan, mestre em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. A dissertação de mestrado da pesquisadora analisou a construção dos discursos para engajar o público para a Revolução. Confira a entrevista completa:

Serviço de Comunicação Social: Num panorama geral, qual era o contexto político nos países árabes naquele momento?

Denise Bazzan: Encontramos, em 2010, um cenário político no norte da África e no Oriente Médio extremamente repressivo, inflamado pelo descontentamento da população em relação à perda de seus direitos e pelos altos níveis de desemprego e corrupção, elementos propulsores das reivindicações que marcaram o início de movimentos populares, de rua, conhecidos no Brasil como Primavera Árabe. No Egito, especificamente entre 2010 e 2011, jovens egípcios usaram as redes sociais para pedir o fim do regime de Hosni Mubarak, dando início ao evento que viria a mudar a história do país. O cerne das manifestações estava no clamor da população pelo fim da pobreza opressiva, da corrupção, do desemprego, da injustiça, dos abusos policiais que assolavam o país e provenientes do regime autoritário de Mohammed Hosni Mubarak, havia 30 anos no poder. Não havia trabalho. As pessoas trocavam de emprego o tempo todo. Não havia hospitais, nem escolas. Não havia esperança de um futuro melhor para o país. Irritada, a nação perdeu o medo.

Serviço de Comunicação Social: Como se iniciou o que ficou conhecido como Primavera Árabe?

Denise Bazzan: Em 2010, ocorreram uma série de protestos de rua nos países árabes do norte da África e no Oriente Médio, compreendendo os países que compartilham a língua árabe e a religião islâmica, apesar de étnicamente diversos. Esses movimentos foram reconhecidos como democráticos pela maioria dos meios de comunicação. Foram iniciados na Tunísia e acabaram influenciando, por conta da oposição às péssimas condições de vida impostas pelos regimes ditatoriais, outros países do mundo árabe, como Argélia, Líbia, Jordânia, Iêmen, Egito, Síria, Iraque e Bahrein, além de pequenos incidentes na Mauritânia, Omã, Arábia Saudita, Líbano, Sudão e Marrocos.

Na Tunísia, mais precisamente em Sidi Bouzid, a morte de Mohamed Bouazizi, um vendedor ambulante que ateou fogo ao próprio corpo em 17 de dezembro de 2010 como forma de protestar contra o confisco de seus bens de trabalho pelas autoridades, reuniu em seu funeral mais de 5.000 pessoas, e marcou o início das manifestações, ampliadas pela indignação da população contra a corrupção do governo. O ditador Zine El Abidin Ben Ali, não resistindo à revolta popular, deixou o poder depois de mais de duas décadas. Da Tunísia, a revolta espalhou-se pelos países vizinhos, dando origem a uma onda revolucionária em grande parte do Oriente Médio. Esses movimentos, marcados por um cenário político extremamente repressivo e por reivindicações populares contra os altos níveis de desemprego, pobreza, corrupção, injustiça e desrespeito aos Direitos Humanos, ficaram conhecidos como Primavera Árabe.

Serviço de Comunicação Social: Quais foram os principais resultados e desdobramentos da onda de protestos naquela região?

Denise Bazzan: Acredito que o quadro a seguir consiga explicar e exemplificar a origem e os desdobramentos dos movimentos da Primavera Árabe:

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Serviço de Comunicação Social: Os meios digitais tiveram papel relevante nesse movimento?

Denise Bazzan: Os meios digitais foram primordiais nesse movimento, já que qualquer outro tipo de comunicação midiática era controlado pelos governos. Vale ressaltar que os meios de comunicação digitais (redes sociais virtuais) foram adotados de modo “comum” em todos esses movimentos e responsáveis pelas disseminação da informação, promovendo uma agremiação que seria, como disse, impraticável por meios tradicionais, já que os regimes totalitários impostos nesses países impõem a censura e não permitem à população a livre manifestação de opiniões. Portanto, o canal digital, por intermédio da Internet, propiciou à população ter um amplo acesso à informação, em termos mundiais, e o uso dessa tecnologia foi extremamente relevante na mobilização por legítimos anseios populares. O povo estava dizendo não ao seu regime político. Queria de volta seus direitos fundamentais. Queria de volta a sua dignidade. Pelos meios digitais, a viralização (expansão exponencial de uma informação) dos protestos iniciados em 2010 se expandiram. Centenas de greves eclodiram no país.

Outro fator importante dos meios digitais é a capacidade de conexão da pluralidade identitária em diferentes espaços e ao mesmo tempo, no mesmo momento. Os meios digitais apontaram o protagonismo dos jovens, que foram decisivos no movimento revolucionário iniciado na Internet e esparramado por todo o Egito. Um milhão de pessoas foram concentradas na Praça Tahrir, tendo como maioria jovens, reivindicando uma sociedade egípcia verdadeiramente justa, democrática e livre.

Serviço de Comunicação Social: Poderia comentar um pouco sobre sua dissertação de mestrado?

Denise Bazzan: Fui aluna da FFLCH e, na graduação, me apaixonei pelo discurso, pela semiótica, pelos efeitos da linguagem nos discursos, pela eficiência do texto em persuadir e engajar, a partir da sua ordem e construção. No mestrado, tive a oportunidade de concentrar os estudos nos efeitos da linguagem e em seu papel na transformação social. Em conversa com meu orientador, Mamede Jarouche, resolvi analisar até que ponto as informações contidas nos textos escritos no meio digital, na página intitulada “We are All Khaled Said”, da rede social do Facebook, que motivaram, mobilizaram e legitimaram a Revolução do Egito 2011, foram favoráveis ao engajamento das pessoas à página, a partir da sua ação responsiva de interatividade, sob a ênfase da geração de sentido a partir da construção dos textos. Assim, surgiu minha dissertação.

Porém, ao concluí-la descobri mais do que os indícios da pesquisa. Mais do que examinar a articulação dos recursos de linguagem para compreender o seu papel na transformação social que motivou, mobilizou e legitimou a Revolução Egípcia de 2011, descobri a união de um povo. Em Tahrir, eram todos iguais; eram reflexos uns dos outros. Viam-se amando uns aos outros sem perceber. Um sentimento compartilhado, que uniu as diferenças. Juntos, tinham a convicção de ser ali uma sociedade, organizada de acordo com seus ideais, com respeito, justiça e dignidade. A Primavera Árabe caracterizou-se pela prática da coexistência das diferenças; do real e o imaginário; da multidão e o singular; do coletivo e o indivíduo; da impessoalidade à personalidade, do contrato à liberdade, do cosmopolita ao urbano, do particular e o comum; do público e o privado. Um estreitamento qualitativo que em tempos como os atuais incorpora o viver seguros e confiantes.

A Primavera Árabe sinestesicamente transpôs o espaço digital. O cheiro da primavera, o cheiro da liberdade, o dia do Sham el-Nessim, invadiu a Praça Tahrir.

A linguagem transforma-se no instrumento pelo qual esse organismo modela seus pensamentos, emoções, sentimentos, desejos, esforços e atos. Pela linguagem, o indivíduo influencia e é influenciado, como base última e mais profunda da sociedade.

Denise Bazzan é mestre em Letras pela FFLCH e especialista em Gestão de Marcas (Branding) pela Universidade Anhembi-Morumbi. Sua dissertação de mestrado está disponível em Primavera árabe: a força da disseminação da informação pelo meio digital e sua forma de construção de sentido.


fonte: www.fflch.usp.br/50927#:~:text=A%20Primavera%20Árabe%20foi%20uma,de%20desemprego%2C%20corrupção%20e%20pobreza.

Décimo vídeo do Módulo I do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), realizado pelo MEC em 2001.




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