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quinta-feira, 15 de maio de 2008
Senso Crítico
Senso Crítico
Sérgio Biagi Gregório
1. CONCEITO
Senso Crítico é a busca da verdade pelo questionamento do “eu” do “outro” e do “mundo”.
2. ESPÍRITO CRÍTICO E ESPÍRITO DE CRÍTICA
Espírito crítico é a atitude amadurecida do homem que busca com seriedade a verdade, suprema virtude da mente.
O espírito crítico pondera razões, confronta motivos, busca o desvelamento da verdade, que tranqüiliza as exigências da razão, dissipa as trevas da ignorância e promove o progresso da mente.
Espírito de crítica é o espírito de contradição.
O espírito de crítica é o indício de uma desorganização mental, de uma superficialidade irresponsável que conduz ao ceticismo, à inanição; nasce do nada e não conduz a coisa alguma, ou nasce da inquietação pessoal e conduz à inquietação de muitos (1).
3. O PAPEL DA FILOSOFIA
A tarefa da Filosofia é desenvolver no estudante o senso crítico, que implica a superação das concepções ingênuas e superficiais sobre os homens, a sociedade e a natureza; concepções essas forjadas pela “ideologia” social dominante.
O resultado desse processo é a ampliação da consciência reflexiva do estudante, voltada para dois setores fundamentais:
- a consciência de si mesmo: crítica de si próprio enquanto pessoa e de seu papel individual e social (autocrítica).
- a consciência do mundo: compreensão do mundo natural e social e de suas possibilidades de mudança (2).
4. ESTIGMA E PRECONCEITO
Nossas concepções ingênuas forjaram “ideologias” e estigmatizaram “povos”.
Não paramos para pensar se as atitudes de alguns indivíduos referem-se ou não à totalidade das pessoas. Exemplo:
- o judeu é ganancioso;
- o negro é indolente;
- os americanos são superficiais.
5. PASSAGEM DO ESPÍRITO NÃO CRÍTICO PARA O ESPÍRITO CRÍTICO
A lei de evolução é inexorável. Neste sentido, podemos passar de uma situação não crítica para uma que seja crítica, da seguinte forma:
- de forma espontânea: quando novas crenças se chocam com as antigas e requerem uma mudança;
- de forma provocada: quando deliberamos por nós mesmos uma mudança em nossos hábitos e atitudes (3).
6. PENSADOR CRÍTICO
O espírito crítico arranca o pensador das limitações da particularidade, situando-o no plano das intencionalidades globais, originárias e finais do movimento da existência.
Para J. Ladrière, a crítica é um recuo em direção ao momento originário da existência e também um mergulho na obscuridade do futuro, na tentativa de discernir as melhores possibilidades do devir.
A crítica consiste “num discernimento, num esforço de separar o que pode ser reconhecido como válido daquilo que não o é, a fim de reencontrar as orientações autênticas das intencionalidades constitutivas” (4).
7. SENSO CRÍTICO NA ÓTICA ESPÍRITA
Podemos vê-lo, dentro da ótica espírita, sob três aspectos:
1º) vias de inspeção: as informações nos chegam através das percepções sensoriais e das extra-sensoriais. Passam, primeiramente, pelo corpo físico; depois, pelo corpo perispiritual, e, por último, chegam ao Espírito propriamente dito. O senso crítico está localizado no Espírito, que faz a seleção de tudo o que lhe chega, enviando de volta, como crítica conceituada.
2º) herança e automatismo: o princípio inteligente estagiando no reino mineral adquiriu a atração; no reino vegetal, a sensação; no reino animal o instinto; no reino hominal, o livre-arbítrio, o pensamento contínuo e a razão. Hoje, somos o resultado de toda essa herança cultural.
3º) a evolução é do Espírito: a lei do progresso exige que o princípio inteligente vá-se despojando dos liames da matéria. Para que tenhamos um olhar crítico, devemos libertar-nos da obscuridade da matéria, consubstanciada no egoísmo, no orgulho e no interesse próprio (5).
O Espiritismo auxilia-nos a pensar criticamente, porque enfoca o ser no seu sentido global, ou seja, relaciona-o às existências anteriores.
SENSO CRÍTICO E ESPIRITISMO
Senso crítico - é a busca da verdade pelo questionamento do “eu”, do “outro” e do “mundo”. Tenciona-se, com isso, superar as concepções ingênuas formadas pela “ideologia” dominante.
O espírito crítico distingue-se do espírito de crítica. No primeiro, procura-se a verdade de forma amadurecida, ou seja, estimula-se o progresso mental, pela ponderação de razões e discussão de motivos. No segundo, desenvolve-se o espírito de contradição, não no sentido positivo, mas no sentido de que, uma vez estabelecida a inquietação pessoal, passa-se à inquietação de muitos. Há que se evitar a crítica contumaz e leviana.
O pensador crítico afasta-se das limitações particulares e impulsiona o seu pensamento para as generalizações da existência. Não perde tempo com questiúnculas, tratando, exclusivamente, dos aspectos relevantes da evolução do ser. Direciona seu entendimento não somente para o futuro obscuro, tentando captar o seu devir, como também para o passado, buscando suas origens. Neste vai-e-vem não esquece o presente, vivendo-o intensamente, com todas as forças de sua alma.
O senso crítico, segundo o espiritismo, é realizado pelo Espírito. Como se explica? Há percepção sensorial e percepção extra-sensorial. Nossa mente capta as sensações e transmite-as ao perispírito. Este, por sua vez, envia-as ao Espírito, que faz a crítica e retorna-as, em seguida, como crítica conceituada. A essência espiritual é a herança de todas as encarnações e, de acordo com nossas vivências anteriores, podemos ser mais ou menos ricos de inteligência e de moral.
O princípio inteligente, na sua escalada evolutiva, adquiriu a atração no reino mineral; a sensação, no reino vegetal; o instinto, no reino animal; o pensamento contínuo, a razão e o livre-arbítrio, no reino hominal. Disso resulta os automatismos de nossa existência, em que a linguagem, o tato e a locomoção são os aspectos positivos, e os vícios e defeitos, os negativos. Na presente encarnação, temos de nos esforçar para estimular os atos bons, reprimindo, em contrapartida, os maus.
A evolução é do Espírito. Para que possamos melhorar o nosso "olhar crítico", temos de nos despojar dos automatismos negativos. Essa atitude, tornando-se constante, libera a nossa mente para a compreensão das essências mais puras do nosso ser.
QUESTÕES
1) O que é senso crítico?
2) Qual a distinção entre espírito crítico e espírito de crítica?
3) Qual o papel da Filosofia?
4) Como se dá a passagem do espírito não crítico para o crítico?
TEMAS PARA DEBATE
1) É fácil adquirir o olhar crítico? Em caso contrário, o que dificulta tal aquisição?
2) O pensador crítico e as generalizações da existência. Comente.
3) Relacione senso crítico e Espiritismo.
4) Para que possamos melhorar o nosso “olhar crítico”, temos de nos despojar dos automatismos negativos?
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
(1) RUIZ, J. A. Metodologia Científica - Guia para Eficiência nos Estudos. São Paulo: Atlas, l979.
(2) COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia para uma Geração Consciente. Elementos da História do Pensamento Ocidental. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
(3) BORNHEIM, G. A. Introdução ao Filosofar - O Pensamento em Bases Existenciais. 7. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1986.
(4) LADRIERE, J. Filosofia e Práxis Científica. Rio de Janeiro: Francisco Alves, l978 ( Episteme).
(5) XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
São Paulo, fevereiro de 1998
Fonte: href="http://www.ceismael.com.br/filosofia/filosofia034.htm">http://www.ceismael.com.br/filosofia/filosofia034.htm
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Noções de Lógica
Noções de Lógica
Sérgio Biagi Gregório
1. CONCEITO DE LÓGICA
Lógica é a ciência das leis ideais do pensamento e a arte de aplicá-los à pesquisa e à demonstração da verdade.
Diz-se que a lógica é uma ciência porque constitui um sistema de conhecimentos certos, baseados em princípios universais. Formulando as leis ideais do bem pensar, a lógica se apresenta como ciência normativa, uma vez que seu objeto não é definir o que é, mas o que deve ser, isto é, as normas do pensamento correto.
A lógica é também uma arte porque, ao mesmo tempo que define os princípios universais do pensamento, estabelece as regras práticas para o conhecimento da verdade (1).
2. EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS CONCEITOS
Ao examinarmos um conceito, em termos lógicos, devemos considerar a sua extensão e a sua compreensão.
Vejamos, por exemplo, o conceito homem.
A extensão desse conceito refere-se a todo o conjunto de indivíduos aos quais se possa aplicar a designação homem.
A compreensão do conceito homem refere-se ao conjunto de qualidades que um indivíduo deve possuir para ser designado pelo termo homem: animal, vertebrado, mamífero, bípede, racional.
Esta última qualidade é aquela que efetivamente distingue o homem dentre os demais seres vivos (2).
3. JUÍZO E O RACIOCÍNIO
Entende-se por juízo qualquer tipo de afirmação ou negação entre duas idéias ou dois conceitos. Ao afirmarmos, por exemplo, que “este livro é de filosofia”, acabamos de formular um juízo.
O enunciado verbal de um juízo é denominado proposição ou premissa.
Raciocínio - é o processo mental que consiste em coordenar dois ou mais juízos antecedentes, em busca de um juízo novo, denominado conclusão ou inferência.
Vejamos um exemplo típico de raciocínio:
1ª) premissa - o ser humano é racional;
2ª) premissa - você é um ser humano;
conclusão - logo, você é racional.
O enunciado de um raciocínio através da linguagem falada ou escrita é chamado de argumento. Argumentar significa, portanto, expressar verbalmente um raciocínio (2).
4. SILOGISMO
Silogismo é o raciocínio composto de três proposições, dispostas de tal maneira que a terceira, chamada conclusão, deriva logicamente das duas primeiras, chamadas premissas.
Todo silogismo regular contém, portanto, três proposições nas quais três termos são comparados, dois a dois. Exemplo: toda a virtude é louvável; ora, a caridade é uma virtude; logo, a caridade é louvável (1).
5. SOFISMA
Sofisma é um raciocínio falso que se apresenta com aparência de verdadeiro. Todo erro provém de um raciocínio ilegítimo, portanto, de um sofisma.
O erro pode derivar de duas espécies de causas: das palavras que o exprimem ou das idéias que o constituem. No primeiro, os sofismas de palavras ou verbais; no segundo, os sofismas de idéias ou intelectuais.
Exemplo de sofisma verbal: usar mesma palavra com duplo sentido; tomar a figura pela realidade.
Exemplo de sofisma intelectual: tomar por essencial o que é apenas acidental; tomar por causa um simples antecedente ou mera circunstância acidental (3).
LÓGICA
Lógica - do grego logos significa “palavra”, “expressão”, “pensamento”, “conceito”, “discurso”, “razão”. Para Aristóteles, a lógica é a “ciência da demonstração”; Maritain a define como a “arte que nos faz proceder, com ordem, facilmente e sem erro, no ato próprio da razão”; para Liard é “a ciência das formas do pensamento”. Poderíamos ainda acrescentar: “É a ciência das leis do pensamento e a arte de aplicá-las corretamente na procura e demonstração da verdade.
A filosofia, no correr dos séculos, sempre se preocupou com o conhecimento, formulando a esse respeito várias questões: Qual a origem do conhecimento? Qual a sua essência? Quais os tipos de conhecimentos? Qual o critério da verdade? É possível o conhecimento? À lógica não interessa nenhuma dessas perguntas, mas apenas dar as regras do pensamento correto. A lógica é, portanto, uma disciplina propedêutica.
Aristóteles é considerado, com razão, o fundador da lógica. Foi ele, realmente, o primeiro a investigar, cientificamente, as leis do pensamento. Suas pesquisas lógicas foram reunidas, sob o nome de Organon, por Diógenes Laércio. As leis do pensamento formuladas por Aristóteles se caracterizam pelo rigor e pela exatidão. Por isso, foram adotadas pelos pensadores antigos e medievais e, ainda hoje, são admitidas por muitos filósofos.
O objetivo primacial da lógica é, portanto, o estudo da inteligência sob o ponto de vista de seu uso no conhecimento. É ela que fornece ao filósofo o instrumento e a técnica necessária para a investigação segura da verdade. Mas, para atingir a verdade, precisamos partir de dados exatos e raciocinar corretamente, a fim de que o espírito não caia em contradição consigo mesmo ou com os objetos, afirmando-os diferentes do que, na realidade, são. Daí as várias divisões da lógica.
Assim sendo, a extensão e compreensão do conceito, o juízo e o raciocínio, o argumento, o silogismo e o sofisma são estudados dentro do tema lógica. O silogismo, que é um raciocínio composto de três proposições, dispostos de tal maneira que a terceira, chamada conclusão, deriva logicamente das duas primeiras chamadas premissas, tem lugar de destaque. É que todos os argumentos começam com uma afirmação caminhando depois por etapas até chegar à conclusão.
Estudemos a lógica, pois não basta conhecer a verdade, é preciso que saibamos refutar os erros. E só o conseguiremos com a exatidão do pensar.
QUESTÕES
1) O Que significa a palavra lógica?
2) O que se entende por extensão e compreensão do conceito?
3) Conceitue juízo e raciocínio.
4) O que é um sofisma? Dê um exemplo.
TEMAS PARA DEBATE
1) A lógica é boa para o raciocínio, mas mal para a prática. Comente.
2) O todo é sempre a soma das partes?
3) Relacione acidental e essencial.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
(1) SANTOS, T. M. Manual de Filosofia - Introdução à Filosofia Geral - História da Filosofia - Dicionário de Filosofia. 10. ed. São Paulo: Nacional, 1958.
(2) COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia para uma Geração Consciente. Elementos da História do Pensamento Ocidental. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
(3) BAZARIAN, J. O Problema da Verdade. São Paulo: Círculo do Livro, [s. d. p.]
São Paulo, outubro de 1998
Sérgio Biagi Gregório
1. CONCEITO DE LÓGICA
Lógica é a ciência das leis ideais do pensamento e a arte de aplicá-los à pesquisa e à demonstração da verdade.
Diz-se que a lógica é uma ciência porque constitui um sistema de conhecimentos certos, baseados em princípios universais. Formulando as leis ideais do bem pensar, a lógica se apresenta como ciência normativa, uma vez que seu objeto não é definir o que é, mas o que deve ser, isto é, as normas do pensamento correto.
A lógica é também uma arte porque, ao mesmo tempo que define os princípios universais do pensamento, estabelece as regras práticas para o conhecimento da verdade (1).
2. EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS CONCEITOS
Ao examinarmos um conceito, em termos lógicos, devemos considerar a sua extensão e a sua compreensão.
Vejamos, por exemplo, o conceito homem.
A extensão desse conceito refere-se a todo o conjunto de indivíduos aos quais se possa aplicar a designação homem.
A compreensão do conceito homem refere-se ao conjunto de qualidades que um indivíduo deve possuir para ser designado pelo termo homem: animal, vertebrado, mamífero, bípede, racional.
Esta última qualidade é aquela que efetivamente distingue o homem dentre os demais seres vivos (2).
3. JUÍZO E O RACIOCÍNIO
Entende-se por juízo qualquer tipo de afirmação ou negação entre duas idéias ou dois conceitos. Ao afirmarmos, por exemplo, que “este livro é de filosofia”, acabamos de formular um juízo.
O enunciado verbal de um juízo é denominado proposição ou premissa.
Raciocínio - é o processo mental que consiste em coordenar dois ou mais juízos antecedentes, em busca de um juízo novo, denominado conclusão ou inferência.
Vejamos um exemplo típico de raciocínio:
1ª) premissa - o ser humano é racional;
2ª) premissa - você é um ser humano;
conclusão - logo, você é racional.
O enunciado de um raciocínio através da linguagem falada ou escrita é chamado de argumento. Argumentar significa, portanto, expressar verbalmente um raciocínio (2).
4. SILOGISMO
Silogismo é o raciocínio composto de três proposições, dispostas de tal maneira que a terceira, chamada conclusão, deriva logicamente das duas primeiras, chamadas premissas.
Todo silogismo regular contém, portanto, três proposições nas quais três termos são comparados, dois a dois. Exemplo: toda a virtude é louvável; ora, a caridade é uma virtude; logo, a caridade é louvável (1).
5. SOFISMA
Sofisma é um raciocínio falso que se apresenta com aparência de verdadeiro. Todo erro provém de um raciocínio ilegítimo, portanto, de um sofisma.
O erro pode derivar de duas espécies de causas: das palavras que o exprimem ou das idéias que o constituem. No primeiro, os sofismas de palavras ou verbais; no segundo, os sofismas de idéias ou intelectuais.
Exemplo de sofisma verbal: usar mesma palavra com duplo sentido; tomar a figura pela realidade.
Exemplo de sofisma intelectual: tomar por essencial o que é apenas acidental; tomar por causa um simples antecedente ou mera circunstância acidental (3).
LÓGICA
Lógica - do grego logos significa “palavra”, “expressão”, “pensamento”, “conceito”, “discurso”, “razão”. Para Aristóteles, a lógica é a “ciência da demonstração”; Maritain a define como a “arte que nos faz proceder, com ordem, facilmente e sem erro, no ato próprio da razão”; para Liard é “a ciência das formas do pensamento”. Poderíamos ainda acrescentar: “É a ciência das leis do pensamento e a arte de aplicá-las corretamente na procura e demonstração da verdade.
A filosofia, no correr dos séculos, sempre se preocupou com o conhecimento, formulando a esse respeito várias questões: Qual a origem do conhecimento? Qual a sua essência? Quais os tipos de conhecimentos? Qual o critério da verdade? É possível o conhecimento? À lógica não interessa nenhuma dessas perguntas, mas apenas dar as regras do pensamento correto. A lógica é, portanto, uma disciplina propedêutica.
Aristóteles é considerado, com razão, o fundador da lógica. Foi ele, realmente, o primeiro a investigar, cientificamente, as leis do pensamento. Suas pesquisas lógicas foram reunidas, sob o nome de Organon, por Diógenes Laércio. As leis do pensamento formuladas por Aristóteles se caracterizam pelo rigor e pela exatidão. Por isso, foram adotadas pelos pensadores antigos e medievais e, ainda hoje, são admitidas por muitos filósofos.
O objetivo primacial da lógica é, portanto, o estudo da inteligência sob o ponto de vista de seu uso no conhecimento. É ela que fornece ao filósofo o instrumento e a técnica necessária para a investigação segura da verdade. Mas, para atingir a verdade, precisamos partir de dados exatos e raciocinar corretamente, a fim de que o espírito não caia em contradição consigo mesmo ou com os objetos, afirmando-os diferentes do que, na realidade, são. Daí as várias divisões da lógica.
Assim sendo, a extensão e compreensão do conceito, o juízo e o raciocínio, o argumento, o silogismo e o sofisma são estudados dentro do tema lógica. O silogismo, que é um raciocínio composto de três proposições, dispostos de tal maneira que a terceira, chamada conclusão, deriva logicamente das duas primeiras chamadas premissas, tem lugar de destaque. É que todos os argumentos começam com uma afirmação caminhando depois por etapas até chegar à conclusão.
Estudemos a lógica, pois não basta conhecer a verdade, é preciso que saibamos refutar os erros. E só o conseguiremos com a exatidão do pensar.
QUESTÕES
1) O Que significa a palavra lógica?
2) O que se entende por extensão e compreensão do conceito?
3) Conceitue juízo e raciocínio.
4) O que é um sofisma? Dê um exemplo.
TEMAS PARA DEBATE
1) A lógica é boa para o raciocínio, mas mal para a prática. Comente.
2) O todo é sempre a soma das partes?
3) Relacione acidental e essencial.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
(1) SANTOS, T. M. Manual de Filosofia - Introdução à Filosofia Geral - História da Filosofia - Dicionário de Filosofia. 10. ed. São Paulo: Nacional, 1958.
(2) COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia para uma Geração Consciente. Elementos da História do Pensamento Ocidental. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
(3) BAZARIAN, J. O Problema da Verdade. São Paulo: Círculo do Livro, [s. d. p.]
São Paulo, outubro de 1998
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Dialética
Dialética
Sérgio Biagi Gregório
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Histórico. 4. Platão e Hegel: 4.1. A Dialética Platônica; 4.2. A Dialética Hegeliana; 4.3. Platão Versus Hegel. 5. A Elaboração do Pensamento: 5.1. As Perguntas do Filósofo; 5.2. Explicar é Desdobrar; 5.3. Postura Científica. 6. O Diálogo: 6.1. Crítica e Oposição; 6.2. A Verdadeira Dialética Inclui a Tolerância; 6.3. Uns Complementam os Outros. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é refletir sobre a arte de discutir no sentido de melhorar a nossa compreensão do mundo e de nós mesmos.
2. CONCEITO
A dialética é, propriamente falando, a arte de discutir. A arte do diálogo. Como, porém, não discutimos só com os outros, mas também conosco próprios, ela acaba sendo considerada o método filosófico por excelência. Entre os gregos, chamava-se ainda dialética à arte de separar, distinguir as coisas em gêneros e espécies, classificar idéias para poder discuti-las melhor (cf. Platão, Sofística, 253c)
Com o passar do tempo o termo evolui para um sentido mais preciso, designando "uma discussão de algum modo institucionalizada, organizando-se habitualmente em presença de um público que acompanha o debate – como uma espécie de concurso entre dois interlocutores que defendem duas teses contraditórias. A dialética eleva-se, então, ao nível de uma arte, arte de triunfar sobre o adversário, de refutar as suas afirmações ou de o convencer" (Blanché, 1985).
3. HISTÓRICO
O primeiro sentido da dialética pode ser encontrado em Zeno de Eléia, com os argumentos dialogados, para afirmar a doutrina parmediciana da mobilidade do Ser e das idéias, contra a doutrina do movimento e das experiências sensíveis, assinalada desde os jônios.
Sócrates inaugura uma nova dialética, que compreende duas partes: a ironia e a maiêutica. Na ironia ou refutação da pseudociência, Sócrates procurava confundir o interlocutor acerca do conhecimento que este tinha das coisas. Posteriormente, fazia-o penetrar em novas idéias. Dizia que seu método consistia em parir idéias, à semelhança de sua mãe, que paria crianças.
Para Platão, a dialética é o movimento do espírito que marcha para a verdade, movimento cujo símbolo ele deu na célebre alegoria da caverna.
Na classificação de Aristóteles, "a dialética pertence às ciências poéticas e não à lógica".
Para os estóicos, faz parte da lógica: "ciência do verdadeiro e do falso ou nem de um nem de outro".
Na Idade Média, a dialética constitui com a gramática e a retórica, o Trivium.
O Renascimento depreciou a dialética.
O sentido depreciativo permanece em Kant: lógica das aparências, reguladora das idéias que não podem ser explanadas por via científica.
Foi primeiro com Hegel, depois com Marx e Engels, que a dialética apareceu com função essencial na teoria do conhecimento.
Para o marxismo, a filosofia consiste em reconstruir, com a dialética da razão, a dialética da realidade. (Soares, 1952)
4. PLATÃO E HEGEL
Em termos filosóficos, a comparação desses dois grandes pensadores da humanidade dá-nos a dimensão do seja a dialética.
4.1. A DIALÉTICA PLATÔNICA
Platão, discípulo de Sócrates, desenvolve as suas idéias através do mito. O mito da caverna ou da reminiscência das idéias dá embasamento à sua dialética. Nesta alegoria, Platão coloca alguns homens voltados para o fundo da caverna, de modo que só vêem suas próprias sombras. Depois, aponta para um deles (chamando-o de filósofo), que se vira e vai ao encontro da luz, que é o símbolo do conhecimento, da idéia. Esta simbologia mostra que o indivíduo deve resistir à sugestão do sensível, para buscar as puras relações inteligíveis (leis ou idéias) que se mantêm invariáveis através da variabilidade do sensível. É essa a dialética ascendente. A dialética descendente consiste em descer dos princípios, ou idéias, encontradas pela dialética ascendente, para a intelecção dos fenômenos particulares. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)
4.2. A DIALÉTICA HEGELIANA
O ponto central da filosofia de Hegel (1770-1831) encontra-se na dialética da idéia. Herda, para a construção de sua teoria, os pensamentos de Heráclito, Aristóteles, Descartes, Kant, Espinosa, Fichte e Schelling. Parte da Tese - Ser, pura potencialidade, o qual deve se manifestar na realidade através da Antítese - Não-Ser. Na contradição entre tese e antítese surge a Síntese - Vir-a-Ser. Esse raciocínio é aplicado tanto à aquisição de conhecimento quanto à explicação dos processos históricos e políticos. Para ele, a verdadeira ciência do pensamento coincide com a ciência do ser.
4.3. PLATÃO VERSUS HEGEL
Enquanto Platão nos fazia desviar os olhos do mundo das sombras para concentrá-los na contemplação do invisível, Hegel nos ensinava a suportar a morte, a separação. Dizia: "o espírito só conquista a sua verdade encontrando a si próprio e na dilaceração absoluta". "Para Platão, quando o homem compreende que o mundo das sombras não é ou é falso, procura desviar-se deste mundo e colocar-se na via certa, orientar seus olhos para a visão da idéia; ao passo que em Hegel não se trata simplesmente de substituir um desvio pela via certa, e sim de suportar o desvio, porque só então se alcança aquele ‘certo’ em toda a sua plenitude". (Bornheim, 1977)
5. A ELABORAÇÃO DO PENSAMENTO
5.1. AS PERGUNTAS DO FILÓSOFO
O filósofo, para se dizer filósofo, tem que se valer da pergunta. Toda pergunta exige uma resposta. E a própria resposta dá origem a uma nova pergunta. Mas a pergunta do filósofo não é qualquer pergunta. É uma pergunta que visa à descoberta da verdade. Por isso, não se contenta com os pré-conceitos. Ele busca o conceito, retirando o verniz que esconde a realidade das coisas. Se perder este ímpeto, esta condição ou esta postura deixará de ser filósofo, para se apassivar aos acontecimentos. Nesse sentido, ele não deve querer saber muito, estar a par de tudo o que acontece, mas adquirir o poder de se concentrar num dado problema e tirar dele todo o conhecimento que for possível.
5.2. EXPLICAR É DESDOBRAR
Plica em latim significa dobra. Ex-plicare significa desdobrar, ou seja, abrir as dobras. Toda explicação nada mais é do que o desdobramento de alguma coisa; é o encadeamento das idéias no discurso falado ou escrito. A árvore veio da semente; muitos animais vieram do ovo. Disto resulta que na semente ou no ovo está contido todo o desenvolver daquela espécie de árvore ou de animal. Dar uma explicação das coisas é reconstituir todo esse processo de desdobramento. Nesse mister, uma explicação mais profunda, denominada filosófica, exige uma explicação desde o começo: explicatio ab ovo (explicação desde o primeiro ovo). (Cirne-Lima, 1997)
5.3. POSTURA CIENTÍFICA
O cientista, acostumado a elaborar o seu pensamento através de hipóteses, provas e conclusões, está sempre fortalecendo o argumento fraco, a fim de descobrir e formular uma nova teoria em sua ciência particular. Utiliza-se da contra-indução, que é o processo de rejeitar aquilo que já foi provado. Nesse sentido, destaca aqueles pontos em que não houve adequação exata entre a realidade e a teoria. Estuda-os com o devido cuidado, a fim de chegar ao verdadeiro conhecimento que os fatos revelam.
A defesa das causas perdidas é outra postura que auxilia o poder de argumentação do cientista. Empenhando-se denodadamente na perquirição dos fatos adversos, ele consegue penetrar no âmago da pureza científica.
6. O DIÁLOGO
Toda a vida do homem é um diálogo ininterrupto. Organicamente, somos frutos do diálogo biológico dos nossos pais terrestres. Ninguém consegue aprender sem o diálogo com os outros. E, mesmo calados, estamos dialogando conosco mesmos.
6.1. CRÍTICA E OPOSIÇÃO
O verdadeiro diálogo inclui crítica e oposição. São os elementos diversos e contraditórios que deverão convergir para uma síntese. Note-se o diálogo numa reunião, em que as pessoas pensam de forma diferente. A função do coordenador é ouvir atentamente cada uma delas, para depois tomar a sua decisão. Esta decisão engloba uma síntese do discutido e do não discutido, ou seja, daquilo que ficou dito nas entrelinhas dos discursos.
6.2. A VERDADEIRA DIALÉTICA INCLUI A TOLERÂNCIA
A dialética tem um pressuposto fundamental: a tolerância. É por ela que nos exercitamos a ouvir a fala do nosso próximo. Somos tão limitados, que sempre julgamos ter razão. Esforçando-nos em ouvir o outro, vamos educando os nossos ouvidos para a contradição, pois sempre que há uma dicção, há, em contrapartida, a contradição. Lembremo-nos da famosa frase de Voltaire: "Não concordo com nada do que você diz, mas defenderei o seu direito de dizê-lo até o fim".
6.3. UNS COMPLEMENTAM OS OUTROS
Ninguém é uma ilha. A civilização obriga-nos a nos relacionarmos uns com os outros. Por isso, a Lei de Sociedade prescreve que cada indivíduo deve complementar o seu próximo: ao forte cabe o amparo do fraco; ao inteligente, a instrução do ignorante; ao rico, o auxílio do pobre. Todos viemos a este mundo para desempenhar uma missão, grande ou pequena, mas que pesa na soma geral. O desprezo que os grandes sentem para com os pequenos é muito mais um reflexo do orgulho e da ignorância, pois estão sempre os utilizando para os serviços grosseiros, no sentido de manter a ordem da vida social.
7. CONCLUSÃO
Estejamos abertos ao debate, seja de que tipo for. Se soubermos tirar proveito das discussões, não haverá um único momento em que não possamos acrescentar valores morais ao nosso patrimônio espiritual, enriquecendo-o ainda mais.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BLANCHÉ, R. História da Lógica de Aristóteles a Bertrand Russel. Lisboa: Edições 70, 1985)
CIRNE-LIMA, C. Dialética para Principiantes. 2.ed., Porto Alegre: Edipucrs, 1979
GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]
SOARES, Órris. Dicionário de Filosofia. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, INL, 1952.
São Paulo, junho de 2004
Fonte:
http://www.ceismael.com.br/filosofia/filosofia012.htm
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Sérgio Biagi Gregório
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Histórico. 4. Platão e Hegel: 4.1. A Dialética Platônica; 4.2. A Dialética Hegeliana; 4.3. Platão Versus Hegel. 5. A Elaboração do Pensamento: 5.1. As Perguntas do Filósofo; 5.2. Explicar é Desdobrar; 5.3. Postura Científica. 6. O Diálogo: 6.1. Crítica e Oposição; 6.2. A Verdadeira Dialética Inclui a Tolerância; 6.3. Uns Complementam os Outros. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é refletir sobre a arte de discutir no sentido de melhorar a nossa compreensão do mundo e de nós mesmos.
2. CONCEITO
A dialética é, propriamente falando, a arte de discutir. A arte do diálogo. Como, porém, não discutimos só com os outros, mas também conosco próprios, ela acaba sendo considerada o método filosófico por excelência. Entre os gregos, chamava-se ainda dialética à arte de separar, distinguir as coisas em gêneros e espécies, classificar idéias para poder discuti-las melhor (cf. Platão, Sofística, 253c)
Com o passar do tempo o termo evolui para um sentido mais preciso, designando "uma discussão de algum modo institucionalizada, organizando-se habitualmente em presença de um público que acompanha o debate – como uma espécie de concurso entre dois interlocutores que defendem duas teses contraditórias. A dialética eleva-se, então, ao nível de uma arte, arte de triunfar sobre o adversário, de refutar as suas afirmações ou de o convencer" (Blanché, 1985).
3. HISTÓRICO
O primeiro sentido da dialética pode ser encontrado em Zeno de Eléia, com os argumentos dialogados, para afirmar a doutrina parmediciana da mobilidade do Ser e das idéias, contra a doutrina do movimento e das experiências sensíveis, assinalada desde os jônios.
Sócrates inaugura uma nova dialética, que compreende duas partes: a ironia e a maiêutica. Na ironia ou refutação da pseudociência, Sócrates procurava confundir o interlocutor acerca do conhecimento que este tinha das coisas. Posteriormente, fazia-o penetrar em novas idéias. Dizia que seu método consistia em parir idéias, à semelhança de sua mãe, que paria crianças.
Para Platão, a dialética é o movimento do espírito que marcha para a verdade, movimento cujo símbolo ele deu na célebre alegoria da caverna.
Na classificação de Aristóteles, "a dialética pertence às ciências poéticas e não à lógica".
Para os estóicos, faz parte da lógica: "ciência do verdadeiro e do falso ou nem de um nem de outro".
Na Idade Média, a dialética constitui com a gramática e a retórica, o Trivium.
O Renascimento depreciou a dialética.
O sentido depreciativo permanece em Kant: lógica das aparências, reguladora das idéias que não podem ser explanadas por via científica.
Foi primeiro com Hegel, depois com Marx e Engels, que a dialética apareceu com função essencial na teoria do conhecimento.
Para o marxismo, a filosofia consiste em reconstruir, com a dialética da razão, a dialética da realidade. (Soares, 1952)
4. PLATÃO E HEGEL
Em termos filosóficos, a comparação desses dois grandes pensadores da humanidade dá-nos a dimensão do seja a dialética.
4.1. A DIALÉTICA PLATÔNICA
Platão, discípulo de Sócrates, desenvolve as suas idéias através do mito. O mito da caverna ou da reminiscência das idéias dá embasamento à sua dialética. Nesta alegoria, Platão coloca alguns homens voltados para o fundo da caverna, de modo que só vêem suas próprias sombras. Depois, aponta para um deles (chamando-o de filósofo), que se vira e vai ao encontro da luz, que é o símbolo do conhecimento, da idéia. Esta simbologia mostra que o indivíduo deve resistir à sugestão do sensível, para buscar as puras relações inteligíveis (leis ou idéias) que se mantêm invariáveis através da variabilidade do sensível. É essa a dialética ascendente. A dialética descendente consiste em descer dos princípios, ou idéias, encontradas pela dialética ascendente, para a intelecção dos fenômenos particulares. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)
4.2. A DIALÉTICA HEGELIANA
O ponto central da filosofia de Hegel (1770-1831) encontra-se na dialética da idéia. Herda, para a construção de sua teoria, os pensamentos de Heráclito, Aristóteles, Descartes, Kant, Espinosa, Fichte e Schelling. Parte da Tese - Ser, pura potencialidade, o qual deve se manifestar na realidade através da Antítese - Não-Ser. Na contradição entre tese e antítese surge a Síntese - Vir-a-Ser. Esse raciocínio é aplicado tanto à aquisição de conhecimento quanto à explicação dos processos históricos e políticos. Para ele, a verdadeira ciência do pensamento coincide com a ciência do ser.
4.3. PLATÃO VERSUS HEGEL
Enquanto Platão nos fazia desviar os olhos do mundo das sombras para concentrá-los na contemplação do invisível, Hegel nos ensinava a suportar a morte, a separação. Dizia: "o espírito só conquista a sua verdade encontrando a si próprio e na dilaceração absoluta". "Para Platão, quando o homem compreende que o mundo das sombras não é ou é falso, procura desviar-se deste mundo e colocar-se na via certa, orientar seus olhos para a visão da idéia; ao passo que em Hegel não se trata simplesmente de substituir um desvio pela via certa, e sim de suportar o desvio, porque só então se alcança aquele ‘certo’ em toda a sua plenitude". (Bornheim, 1977)
5. A ELABORAÇÃO DO PENSAMENTO
5.1. AS PERGUNTAS DO FILÓSOFO
O filósofo, para se dizer filósofo, tem que se valer da pergunta. Toda pergunta exige uma resposta. E a própria resposta dá origem a uma nova pergunta. Mas a pergunta do filósofo não é qualquer pergunta. É uma pergunta que visa à descoberta da verdade. Por isso, não se contenta com os pré-conceitos. Ele busca o conceito, retirando o verniz que esconde a realidade das coisas. Se perder este ímpeto, esta condição ou esta postura deixará de ser filósofo, para se apassivar aos acontecimentos. Nesse sentido, ele não deve querer saber muito, estar a par de tudo o que acontece, mas adquirir o poder de se concentrar num dado problema e tirar dele todo o conhecimento que for possível.
5.2. EXPLICAR É DESDOBRAR
Plica em latim significa dobra. Ex-plicare significa desdobrar, ou seja, abrir as dobras. Toda explicação nada mais é do que o desdobramento de alguma coisa; é o encadeamento das idéias no discurso falado ou escrito. A árvore veio da semente; muitos animais vieram do ovo. Disto resulta que na semente ou no ovo está contido todo o desenvolver daquela espécie de árvore ou de animal. Dar uma explicação das coisas é reconstituir todo esse processo de desdobramento. Nesse mister, uma explicação mais profunda, denominada filosófica, exige uma explicação desde o começo: explicatio ab ovo (explicação desde o primeiro ovo). (Cirne-Lima, 1997)
5.3. POSTURA CIENTÍFICA
O cientista, acostumado a elaborar o seu pensamento através de hipóteses, provas e conclusões, está sempre fortalecendo o argumento fraco, a fim de descobrir e formular uma nova teoria em sua ciência particular. Utiliza-se da contra-indução, que é o processo de rejeitar aquilo que já foi provado. Nesse sentido, destaca aqueles pontos em que não houve adequação exata entre a realidade e a teoria. Estuda-os com o devido cuidado, a fim de chegar ao verdadeiro conhecimento que os fatos revelam.
A defesa das causas perdidas é outra postura que auxilia o poder de argumentação do cientista. Empenhando-se denodadamente na perquirição dos fatos adversos, ele consegue penetrar no âmago da pureza científica.
6. O DIÁLOGO
Toda a vida do homem é um diálogo ininterrupto. Organicamente, somos frutos do diálogo biológico dos nossos pais terrestres. Ninguém consegue aprender sem o diálogo com os outros. E, mesmo calados, estamos dialogando conosco mesmos.
6.1. CRÍTICA E OPOSIÇÃO
O verdadeiro diálogo inclui crítica e oposição. São os elementos diversos e contraditórios que deverão convergir para uma síntese. Note-se o diálogo numa reunião, em que as pessoas pensam de forma diferente. A função do coordenador é ouvir atentamente cada uma delas, para depois tomar a sua decisão. Esta decisão engloba uma síntese do discutido e do não discutido, ou seja, daquilo que ficou dito nas entrelinhas dos discursos.
6.2. A VERDADEIRA DIALÉTICA INCLUI A TOLERÂNCIA
A dialética tem um pressuposto fundamental: a tolerância. É por ela que nos exercitamos a ouvir a fala do nosso próximo. Somos tão limitados, que sempre julgamos ter razão. Esforçando-nos em ouvir o outro, vamos educando os nossos ouvidos para a contradição, pois sempre que há uma dicção, há, em contrapartida, a contradição. Lembremo-nos da famosa frase de Voltaire: "Não concordo com nada do que você diz, mas defenderei o seu direito de dizê-lo até o fim".
6.3. UNS COMPLEMENTAM OS OUTROS
Ninguém é uma ilha. A civilização obriga-nos a nos relacionarmos uns com os outros. Por isso, a Lei de Sociedade prescreve que cada indivíduo deve complementar o seu próximo: ao forte cabe o amparo do fraco; ao inteligente, a instrução do ignorante; ao rico, o auxílio do pobre. Todos viemos a este mundo para desempenhar uma missão, grande ou pequena, mas que pesa na soma geral. O desprezo que os grandes sentem para com os pequenos é muito mais um reflexo do orgulho e da ignorância, pois estão sempre os utilizando para os serviços grosseiros, no sentido de manter a ordem da vida social.
7. CONCLUSÃO
Estejamos abertos ao debate, seja de que tipo for. Se soubermos tirar proveito das discussões, não haverá um único momento em que não possamos acrescentar valores morais ao nosso patrimônio espiritual, enriquecendo-o ainda mais.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BLANCHÉ, R. História da Lógica de Aristóteles a Bertrand Russel. Lisboa: Edições 70, 1985)
CIRNE-LIMA, C. Dialética para Principiantes. 2.ed., Porto Alegre: Edipucrs, 1979
GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]
SOARES, Órris. Dicionário de Filosofia. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, INL, 1952.
São Paulo, junho de 2004
Fonte:
http://www.ceismael.com.br/filosofia/filosofia012.htm
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Dicionário básico de filosofia.
Dicionário de Filosofia
“A Posteriori” - Aquilo que é estabelecido e afirmado em virtude da experiência.
“A Priori” - Independente da experiência sensível
Absoluto - O que não comporta nenhuma limitação, restrição ou dependência. O contrário de relativo.
Abstração - Operação pela qual o espírito separa mentalmente coisas de fato inseparáveis.
Abstrato - O que resulta de uma abstração. O contrário de concreto.
Acidente - O que pode ser modificado ou suprimido sem que a coisa em que existe mude de natureza ou desapareça.
Aforismo deriva de aforizo, delimitar, separar, distinguir. Delimitar para provocar o advento do que é sem limites. Aforismo e horizonte procedem do mesmo verbo, ambos circunscrevem o campo do visível, ambos se movimentam com os que se movimentam. (SCHÜLLER, Donald. Heráclito e seu [Dis]curso).
Análise - Operação pela qual o espírito vai do composto ao simples, do todo para suas partes componentes.
Analogia - Argumentação pela semelhança, segundo a qual, do fato de um atributo convir a um sujeito, se deduz a sua conveniência com um sujeito semelhante.
Antropocentrismo - Doutrina que coloca o homem no centro do universo e medida de todas as coisas.
Antropomorfismo - Doutrina que representa todos os seres tomando por modelo a natureza humana.
Argumento - É a expressão verbal de um raciocínio.
Automatismo - Movimento que escapa à direção dos centros superiores. Atividade psíquica inconsciente.
Axiologia - Teoria dos valores em geral, especialmente dos valores morais (do grego “axios”: valioso, desejável, estimado)
Axioma - Verdade que não se precisa demonstrar, por ser evidente por si mesma.
Belo - No sentido objetivo, é o esplendor do ser. No sentido subjetivo, é aquilo cuja contemplação causa prazer.
Bem - Aquilo que possui um valor moral positivo, constituindo o objeto ou o fim da ação humana.
Ceticismo - Concepção filosófica segundo a qual o conhecimento certo e definitivo sobre algo pode ser buscado, mas não atingido.
Ciência - Objetivamente, é um conjunto de verdades certas, logicamente encadeadas entre si, de modo a fornecer um sistema coerente. Subjetivamente, é um conhecimento certo das coisas por suas causas ou por seus princípios.
Conceito - Representação intelectual de um objeto. O mesmo que idéia ou noção.
Concreto - Aquilo que é efetivamente real ou determinado.
Conhecimento - Apropriação intelectual de determinado campo empírico ou ideal de dados, tendo em vista dominá-los e utilizá-los.
Conotação - Significado segundo, figurado, às vezes subjetivo, dependente de experiência pessoal de um signo.
Consciência - Em moral, é a faculdade que o homem tem de julgar o valor moral dos seus atos.
Contradição - Ato de afirmar e de negar, ao mesmo tempo, uma mesma coisa.
Cosmo - Designa o mundo enquanto ele é ordenado e se opõe ao caos: mundo considerado como um todo organizado, como uma ordem hierarquizada e harmoniosa.
Cosmogonia - Teoria sobre a origem do universo geralmente fundada em lendas ou em mitos e ligada a uma metafísica.
Cosmologia - Parte da filosofia que tem por objeto o estudo do mundo exterior, isto é, da essência da matéria e da vida.
Crítica - Atitude que consiste em separar o que é verdadeiro do que é falso, o que é legítimo do que é ilegítimo, o que é certo do que é verossímil.
Dedução - Raciocínio que nos permite tirar de uma ou várias proposições uma conclusão que delas decorre logicamente.
Definição - Do latim definitione. Definir, segundo a lógica formal, é dizer o que a coisa é, com base no gênero próximo e na diferença específica.
Denotação - Significado primeiro e imediato de um signo (palavra, imagem etc.). Ver conotação.
Dever - Necessidade de realizar uma ação por respeito à lei civil ou moral.
Devir - Transformação incessante e permanente pela qual as coisas se constróem e se dissolvem noutras coisas através do tempo.
Dialética - Arte de discutir; tensão entre os opostos.
Disciplina - a raiz latina dessa palavra significa aprender. Uma mente disciplinada é uma mente capaz de aprender, que é oposto de uma mente capaz de amoldar-se. (KRISHNAMURTI, J. Sobre a Aprendizagem e o Conhecimento, p. 35.)
Dogma - Em filosofia, doutrina ou opinião filosófica transmitida de modo impositivo e sem contestação por uma escola ou corrente filosófica. Em religião, doutrina religiosa fundada numa verdade revelada e que exige o acatamento e a aceitação dos fiéis. No catolicismo, o dogma possui duas fontes: as Escrituras e a autoridade da Igreja.
Dogmatismo - Doutrina dos que pretendem basear seus postulados apenas na autoridade, sem admitir crítica nem discussão.
Doutrina - Conjunto de princípios, de idéias, que servem de base a um sistema religioso, político, filosófico ou científico.
Doxa - Em grego significa opinião, juízo, ponto de vista, crença filosófica e também a fama, a glória humana.
Dúvida - Estado da mente em que não há assentimento firme sobre um juízo, por que se teme ser falso.
Dúvida Hiperbólica - Método de conhecimento que tem por objetivo descobrir a verdade (Descartes).
Educação - Consiste em transmitir normas de comportamento técnico-científica (instrução) e moral (formação do caráter) que podem ser compartilhadas por todos os membros da sociedade. (ARANGUREN, J. L. Comunicação Humana, p. 144.)
Empirismo - Caráter comum dos sistemas filosóficos que consideram a experiência como único critério de verdade.
Epifenômeno - Concepção que faz da consciência um fenômeno acessório e secundário, um simples reflexo, sem influência sobre os fatos de pensamento e conduta.
Epistemologia - (episteme, “ciência”): estudo do conhecimento científico do ponto de vista crítico, isto é, do seu valor; crítica da ciência; teoria do conhecimento. Estudo da natureza e dos fundamentos do saber, particularmente de sua validade, de seus limites, de suas condições de produção. (LAVILLE, Chistian. A Construção do Saber)
Erro - É o conhecimento que não reflete fielmente a realidade e por isso mesmo não corresponde à realidade.
Escatologia - Doutrina que diz respeito aos fins últimos da humanidade, da natureza ou do indivíduo depois da morte.
Escolástica - Escola filosófica da Idade Média, cujo principal representante é Santo Tomás de Aquino. No sentido pejorativo, que decorre da escolástica decadente, o termo escolástico se refere a todo pensamento formal, verbal, estagnado nos quadros tradicionais.
Esotérico - Todo o ensinamento ministrado a círculo restrito e fechado de ouvintes. Saber secreto. Em oposição, exotérico é o saber público, aberto a todos.
Espaço e tempo - Espaço é meio de coexistência, enquanto tempo é o meio da sucessão. (SANTOS, M. F. dos. Filosofia e Cosmovisão, p. 66.)
Especulação - Criação do saber apenas pelo exercício do pensamento, geralmente sem qualquer outro objetivo que o próprio conhecimento.. (LAVILLE, Chistian. A Construção do Saber)
Essência - Aquilo que a coisa é ou que faz dela aquilo que ela é.
Eternidade - Caráter do ser subtraído à mudança e ao tempo. Posse indivisível, perfeita e simultânea de uma vida sem fim.
Ética - Parte da Filosofia que se ocupa com o valor do comportamento humano. Investiga o sentido que o homem imprime à sua conduta para ser verdadeiramente feliz.
Ética e Moral - Curiosamente, a palavra "ética" é, hoje em dia, bem aceita nos discursos, enquanto o termo "moral" é rejeitado em nome de uma conotação vagamente religiosa ou bem-pensante. No entanto, trata-se de dois sinônimos, derivados um do grego e o outro do latim, evocando a arte de escolher um comportamento, distinguir o bem do mal. (JACQUARD, A. Filosofia para não Filósofos, p. 37.)
Evidente - Aquilo que se impõe a nós de modo direto e imediato.
Existência - O fato de a coisa estar aí, sem necessidade, de modo contingente (existencialismo).
Existencialismo - Conjunto de doutrinas que se opõem ao racionalismo e ao idealismo e que admitem que o objeto próprio da filosofia é a realidade existencial, isto é, existência concreta e vivida, e que o único meio que possuímos para entrar em contato com ela consiste no sentimento ou emoção.
Explicar, vem de ex-plicare, verbo latino que significa desembrulhar. Plicare, fazer pregas, rugas, explicare, desenrugar, desfazer, por exemplo, um pacote. (SANTOS, M. F. dos. Filosofia e Cosmovisão, p. 20.). Plica em latim significa dobra. Ex-plicare significa desdobrar, ou seja, abrir as dobras. Explicação, isto é, explicar uma coisa significa reproduzir discursivamente, na mente e no discurso, o desdobramento de uma determinada coisa.(CIRNE-LIMA, C. Dialética para Principiantes)
Facticidade - Caráter do que existe como puro fato.
Fato social - São todas as formas de associações e as maneiras de agir, sentir e pensar, padronizadas e socialmente sancionadas.
Fenômeno - Aquilo que se oferece à observação intelectual, isto é, à observação pura
Fenomenologia - No sentido geral, é o estudo descritivo de um conjunto de fenômenos tais como se manifestam no tempo ou no espaço, em oposição às leis abstratas e fixas desses.
Fideísmo - Doutrina segundo a qual as verdades fundamentais da ordem especulativa ou da ordem prática não devem ser justificadas pela razão, mas simplesmente aceitas como objeto de pura crença.
Filosofia - Sistema de conhecimentos naturais, metodicamente adquiridos e ordenados que tende a explicar todas as coisas por seus primeiros princípios e suas razões fundamentais.
Fim - Via de regra, na terminologia filosófica, este vocábulo não designa o mero termo, ou seja, o último de uma série, mas sim “aquilo pelo qual (id, propter quod) alguma coisa existe ou se faz (fit).
Gnose - Conhecimento esotérico e perfeito das coisas divinas pela qual se pretende explicar o sentido profundo de todas as religiões.
Gnoseologia - Teoria do conhecimento que tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites da faculdade de conhecer.
Hermenêutica - Parte da crítica histórica que consiste em decifrar, traduzir e interpretar os textos antigos.
Heterodoxia - Crença contrária aos princípios aceitos na época.
Heurístico - Aquilo que se refere à descoberta e serve de idéia diretriz numa pesquisa. Um método é heurístico quando leva o aluno a descobrir aquilo que se pretende que ele aprenda.
Ideal - O que se concebe como um tipo perfeito.
Idealismo - Caráter geral dos sistemas filosóficos que negam a objetividade do conhecimento e reduzem o ser ao pensamento.
Idéia - Representação intelectual de um objeto.
Imagem - Representação sensível de um objeto.
Imaginação - Faculdade de representar ou de combinar imagens.
Imanente - O que está contido na natureza de um ser.
Inato - Tudo aquilo que existe num ser desde seu surgimento e que pertence à sua natureza. opõe-se a adquirido, aprendido.
Indeterminismo - Doutrina segundo a qual o homem é dotado de livre-arbítrio.
Indução - Raciocínio ou forma de conhecimento pelo qual passamos do particular ao universal, do especial ao geral, do conhecimento dos fatos ao conhecimento das leis.
Instinto - Atividade automática, existente sobretudo no animal, caracterizada por um conjunto de reações bem determinadas hereditárias, específicas, idênticas na espécie. Não confundir com intuição.
Introduzir é, em primeiro lugar, inquietar, por em questão, no duplo sentido desta expressão: formular a questão e perguntar pelo seu sentido, isto é, descobrir a sua origem. É iniciar, isto é, tomar o caminho da indagação e comunicar em primeiro lugar a necessidade da própria indagação. (DELEULE, D. La Psicologia, Mito Cientifico)
Intuição - Forma de conhecimento que permite à mente captar algo de modo direto e imediato.
Inútil - Significa o que não tem um fim noutro, ou seja, não tem fim algum, ou tem um fim em si mesmo.
Inveja - Invejar vem do latim (invidere) e significa não ver. Trata-se portanto de uma negação da visão da Bondade, Beleza e Verdade. Negamos o que é bom para nós e do que dependemos para sermos felizes e nos realizarmos. Devido à inveja, negamos as virtudes e qualidades dos outros o que reverte em nosso próprio prejuízo. Quando negamos nossas agressões e erros, criando mais obstáculos com os quais procuramos brecar o desenvolvimento. (CHAMADOIRA, L. C. Netto.[et al.] A Educação Integral pela Trilogia Analítica)
Irmão/Fraternidade - A palavra "irmão" deriva de uma palavra latina que não fazia qualquer alusão a um vínculo de parentesco. Frater designava qualquer membro de espécie humana, da "família humana". (JACQUARD, A. Filosofia para não Filósofos, p.47.)
Juízo - Faculdade ou ato de julgar, de afirmar relações de conveniência ou desconveniências entre duas idéias.
Justiça - No sentido restrito, é a constante e perpétua vontade de conceder o direito a si próprio e aos outros, segundo a igualdade; no sentido moral, significa o respeito que há em cada um de dar a cada um o que é seu.
Lei - Relação necessária entre dois acontecimentos. Lei científica: aquela que estabelece entre os fatos relações mensuráveis, universais e necessárias, autorizando a previsão.
Lei Moral - Compreende o conjunto de normas éticas resultantes da situação do homem na realidade e que, anteriormente a toda estipulação ou convenção, obrigam fundamentalmente a todos os homens.
Lei Natural - Em sentido filosófico, é uma ordenação para determinada atividade insita nas coisas naturais. Recebe o nome de lei, porque por meio desta disposição foi dada aos seres da natureza uma necessidade para operar, necessidade diversa, segundo a natureza da coisa: é diferente no domínio inorgânico, no orgânico e no humano-espiritual. Neste último domínio, lei natural eqüivale a lei moral natural; sua necessidade consiste no dever da obrigação.
Liberalismo - Doutrina que preconiza a liberdade política ou a liberdade de consciência.
Liberdade - Capacidade de poder agir por si mesmo, com autodeterminação, independentemente de toda a coerção exterior.
Livre-Arbítrio quer dizer juízo livre. É a capacidade de escolha pela vontade humana entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, conscientemente conhecidos.
Lógica - Ciência das leis ideais do pensamento e a arte de aplicá-los corretamente na pesquisa e na demonstração da verdade.
Logos - Designa muitas coisas. Homero emprega o verbo lego, da mesma raiz de logos, para o processo de recolher alimentos, armas e ossos, para reunir homens. Cada uma dessas operações implica comportamento criterioso; não se reúnem armas, por exemplo, sem as distinguir de outros objetos. Concomitantemente, logos significa uma reunião de coisas sob determinado critério. Armas misturadas com ossos sem critério algum não formariam logos, provocariam sentimento de desordem, caos. Logos corresponde, portanto, ao com-um, não de palavras apenas mas também de seres.(SCHÜLER, D. Heráclito e seu (Dis)curso, p.17.) Fala-se também em discurso, verbo.
Maiêutica - Método socrático de interrogação, como a parteira dá à luz os corpos, procura “dar à luz” os espíritos para levar seus interlocutores a descobrirem a verdade que eles trazem em si sem o saber. Por extensão, método pedagógico que permite ao mestre apenas dirigir a pesquisa do aluno, este devendo encontrar a verdade por sua própria reflexão.
Marxismo - Teoria econômica, social, política e filosófica elaborada por Karl Marx e Friedrich Engels, utilizada ao mesmo tempo como método de análise dos fenômenos sociais e como princípios de uma prática revolucionária.
Materialismo - Doutrina segundo a qual toda a realidade, inclusive a espiritual, se reduz à matéria e suas modificações.
Materialismo Dialético - O materialismo dialético é a união do materialismo clássico com a dialética de Hegel, e representa o núcleo filosófico do marxismo.
Metafísica - Parte da filosofia que procura os princípios e as causas primeiras e que estuda o ser enquanto ser.
Método - Derivado do grego methodos, formado por meta, "para", e hodos, "caminho". Poder-se-ia, então, traduzir a palavra por "caminho para" ou, então, "prosseguimento", "pesquisa".
Misticismo - Crença numa ordem de realidades sobrenaturais e na possibilidade de uma união íntima e direta com Deus.
Mito - Relato fabuloso contando uma história que serve ao mesmo tempo de origem e justificação de um grupo social.
Monismo - Teoria segundo a qual a realidade é formada de uma única substância, pois só existe um princípio fundamental, seja a matéria, seja o espírito.
Monoideísmo - Estado patológico, caracterizado pela tendência de uma pessoa retornar sempre em seu pensamento e em sua palavra a um só tema, uma idéia fixa, que é propriamente a monomania.
Moral - Conjunto de costumes e juízos morais de um indivíduo ou de uma sociedade; teoria que visa orientar a ação humana submetida ao dever e com vistas ao bem; conjunto de normas livre e conscientemente aceitas que visam organizar as relações dos indivíduos na sociedade.
Moralismo - Apego excessivo à letra das regras morais em detrimento de seu espírito. Atitude prática que consente em cultivar apenas a perfeição moral sem se preocupar com o bem a ser realizado.
Mundividência - É a compreensão global da essência, origem, valor, sentido e finalidade do mundo e da vida humana. O mesmo que cosmovisão (concepção de universo).
Necessidade - Necessário é o que não se pode ser de outra maneira ou aquilo cuja contraditória é impossível.
Niilismo - É a doutrina que admite que o nada, além de ser, ou de haver, é capaz de ser pensado.
Númeno - De acordo com Kant, guarda relação com o verbo pensar, mas de fato, aparece mais equivalente a pensado, como oposto a percebido pelos sentidos.
Objetivo - O que existe fora do espírito e independente do conhecimento do sujeito. O contrário de subjetivo.
Objeto - Aquilo sobre que incide o conhecimento ou recai a ação. Oposto ao sujeito que é o que exerce a ação ou o conhecimento.
Ontologia - Parte da Filosofia que se ocupa do ser enquanto ser, ou seja, do ser concebido na sua totalidade e na sua universalidade.
Opinião - Juízo que adotamos sem termos a certeza de sua verdade.
Ortodoxia - Posição a favor das crenças vigentes.
Paidéia ou educação do homem para a filosofia e conseqüentemente para a política.(BUZZI, A. R. Introdução ao Pensar, p. 46.)
Palingenesia - (Do grego palin, outra vez, e genesis, nascimento). Literalmente, é o novo nascimento ou regeneração; na Teologia religiosa, é o renascimento das idéias de uma doutrina esquecida, ou a nova vida dos indivíduos.
Panteísmo - (Do grego pan, tudo, e Theos, Deus = tudo é Deus). Doutrina que afirma que o cosmo nada mais é que a manifestação do próprio Deus.
Paradoxo - (Do grego para e doxa, opinião). Estado de coisas (ou declaração que se faça sobre elas), que aparentemente implica alguma contradição, pois uma análise mais profunda faz desvanecê-la.
Pensar, na significação etimológica do termo, quer dizer sopesar, por na balança para avaliar o peso de alguma coisa, ponderar. (BUZZI, A. R. Introdução ao Pensar, p.11.)
Percepção - É a apreensão sensorial global de um complexo de dados sensíveis.
Personalidade - Caráter do ser que tem consciência de ser portador de si mesmo, que tem consciência de sua individualidade e de seu papel.
Política - Do grego politikós (polis) que significa tudo o que diz respeito à cidade.
Potência pode ser conceituada de duas maneiras: 1) potência é o poder que uma coisa tem de provocar uma mudança noutra coisa; 2) potência é a potencialidade existente numa coisa de passar a outro estado. Esta 2.ª Aristóteles considera a mais importante pela sua metafísica. (MORA, J. F. Dicionário de Filosofia)
Pragmatismo - Sistema filosófico de William James, que subordina a verdade à utilidade e reconhece a primazia da ação sobre o pensamento.
Práxis - Os gregos chamavam práxis à ação de levar a cabo alguma coisa; também serve para designar a ação moral; significa ainda o conjunto de ações que o homem pode realizar e, neste sentido, a práxis se contrapõe à teoria. No marxismo significa união dialética da teoria e da prática.
Preconceito - Definido aqui como um julgamento prévio rígido e negativo sobre um indivíduo ou grupo, o conceito deriva do latim prejudicium, que designa um julgamento ou decisão anterior, um precedente ou um prejuízo. As anotações básicas incluem inclinação, parcialidade, predisposição, prevenção.
Princípio - É aquilo, donde, de algum modo, uma coisa procede quanto ao ser, ao acontecer ou ao conhecer.
Problema - Vem das palavras gregas pro (na frente) e ballein (jogar). Problema: jogar na frente. (LAVILLE, Chistian. A Construção do Saber). Nem toda a questão se denomina problema, mas tão-só aquele que, por causa da dificuldade que lhe é intrínseca, não logra ser resolvida sem especial esforço.
Problema X problemática - Problemática é o quadro no qual se situa o problema e não o próprio problema. (LAVILLE, Chistian. A Construção do Saber)
Raciocínio - É aquela atividade mental, mercê da qual, da afirmação de uma ou mais proposições passamos a afirmar uma outra, em virtude da intelecção de sua conexão necessária.
Racional - Pelo termo “racional” (do latim ratio: razão, designamos em geral o modo especificamente humano do conhecimento conceptual-discursivo.
Racionalismo - Doutrina filosófica moderna (séc. XVII) que admite a razão como única fonte de conhecimento válido; a superestima do poder da razão. Principais representantes: Descartes, Leibniz. Doutrina oposta ao empirismo.
Realidade - Na hodierna terminologia filosófica, o termo “real” designa, via de regra, o ente, o que existe em oposição tanto ao que é apenas aparente quanto ao que é puramente possível.
Reflexão - Em sentido lato e pouco rigoroso, reflexão significa meditação comparativa e examinadora contraposta à percepção simples ou aos juízos primeiros e espontâneos sobre um objeto. No sentido ontológico, mais preciso e profundo, significa, ao mesmo tempo, uma volta do espírito à sua essência mais íntima. Esta volta (reflexio = re-flexão) é o sentido próprio do vocábulo.
Salvação é um transcender, um não limitar-se a "este mundo", um ir além dele, fora dele, ou nele, por sua superação. (SANTOS, M. F. dos. Filosofia e Cosmovisão, p.26.)
Sensação - Significa, na linguagem corrente, qualquer vivência imediata.
Ser - designa aquela perfeição, pela qual alguma coisa é um ente.
Síntese - Significa etimologicamente “composição”. Em linguagem filosófica, síntese designa a união de vários conteúdos cognoscitivos num produto global de conhecimento, união que constitui uma das mais importantes funções da consciência.
Sistema - É a multiplicidade de conhecimentos articulados segundo uma idéia de totalidade.
Socialismo - Nome genérico das doutrinas que pretendem substituir o capitalismo por um sistema planificado que conduza a resultados mais eqüitativos e mais favoráveis ao pleno desenvolvimento do ser humano. Designação das correntes e movimentos políticos da classe operária que visam a propriedade coletiva dos meios de produção. O socialismo utópico (Saint Simon, Fourier, Proudhon etc.) foi criticado pelo socialismo científico (Marx e Engels). Para Marx, o socialismo é a primeira fase revolucionária após a destruição do Estado burguês e supõe ainda a existência de um aparelho estatal; após esta fase, deveria surgir o comunismo propriamente dito.
Sociologia - É a ciência da sociedade. Vem de societas (sociedade) e logos (estudo, ciência). É a ciência que estuda as estruturas sociais e as leis de seu desenvolvimento. Implica na análise do “fato social”.
Sócrates significa força (krátos) que salva (sôs). (BUZZI, A. R. Introdução ao Pensar, p. 41.)
Sofisma - É um raciocínio falso que se apresenta com aparência de verdadeiro.
Substância - Etimologicamente, é “que está debaixo” ou o que permanece debaixo das aparências ou dos fenômenos. Substância é o que tem seu ser, não em outro, mas em si ou por si. O contrário de acidente.
Sujeito - (Do latim subiectum = que está por debaixo) significa etimologicamente “o que foi posto debaixo”, “o que se encontra na base”. Ontologicamente, denota essencialmente uma relação a outra realidade que “descanse sobre ele”, que é “sustida” por ele.
Teleologia - Teoria dos fins. Doutrina segundo a qual o mundo é um sistema de relações entre meios e fins.
Tema [em francês, sujet, "sujeito"] indica que estamos em presença de um enunciado que determina para o pensamento uma situação - momentânea e provisória, certamente - de sujeição ao que se nos impõe quando fazemos um exercício. Paradoxalmente, o tema de dissertação deve aqui ser considerado como um "Mestre" ao qual no submetemos. (FOLSCHEID, Dominique e WUNENBURGER, Jean-Jacques. Metodologia Filosófica, p.172.)
Tempo é meio da sucessão. "É o período que vai de um acontecimento anterior a um acontecimento posterior". "Uma mudança contínua (geralmente considerada como contínua), pela qual o presente se torna passado". (SANTOS, M. F. dos. Filosofia e Cosmovisão, p. 66.)
Teologia - É a ciência que tem Deus por objeto.
Teomania - designa a atitude que o ser humano adota de querer ser Deus, devido à inveja. Etimologicamente significa mania de querer ser um deus, desejando ser criador e dono da verdade, ao invés de simples ser criado e submisso a Ele. (CHAMADOIRA, L. C. Netto.[et al.] A Educação Integral pela Trilogia Analítica)
Teoria - O vocábulo “teoria” é usado, as mais das vezes em oposição a prática, significando neste caso, o conhecimento puro, a pura consideração contemplativa; ao passo que prática designa qualquer espécie de atividade fora do conhecimento, especialmente a atividade dirigida ao exterior.
Totalidade - Falamos de totalidade, quando muitas partes de tal modo estão ordenadas que, reunidas, formam uma unidade (o todo).
Transcendente - Em Kant, os princípios do entendimento puro além dos limites da experiência.
Universalismo - é a visão do todo, da grandeza e vastidão cósmica, da universalidade, oposta à limitação míope e mesquinha a valores parciais ou a interesses particulares.
Útil - Significa tudo aquilo que tem um fim noutro e não em si mesmo.
Utopia - (U-topos, “nenhum lugar”): que não existe em nenhum lugar; descrição de uma sociedade ideal; refere-se a um ideal de vida proposto. No sentido pejorativo, refere-se a um ideal irrealizável.
Verdade - Na acepção mais geral designa uma igualdade ou conformidade entre a inteligência (conhecimento intelectual) e o ser (adaequatio intellectus et rei), e, em sentido mais elevado, uma completa interpenetração de inteligência e ser.
Vício - É o pendor para agir de forma inadequada. É o oposto da virtude.
Vida - É o conjunto dos fenômenos de toda a espécie (particularmente de nutrição e de reprodução), que, para os seres que têm um grau elevado de organização, se estende do nascimento (ou produção do germe) até a morte.
Virtude - Equivale a capacidade, aptidão, e significa a habilidade, facilidade e disposição para levar a efeito determinadas ações adequadas ao homem.
Virtudes Cardeais - São assim denominadas (do latim cardo = gonzo), porque toda a vida moral gira em torno delas, como a porta em torno dos gonzos (dobradiças). São: prudência, fortaleza, temperança e justiça.
Vivência - É todo fato de consciência, na medida em que seu sujeito se apreende a si mesmo (de modo reflexo ou não reflexo) como encontrando-se numa determinada situação psíquica.
“A Priori” - Independente da experiência sensível
Absoluto - O que não comporta nenhuma limitação, restrição ou dependência. O contrário de relativo.
Abstração - Operação pela qual o espírito separa mentalmente coisas de fato inseparáveis.
Abstrato - O que resulta de uma abstração. O contrário de concreto.
Acidente - O que pode ser modificado ou suprimido sem que a coisa em que existe mude de natureza ou desapareça.
Aforismo deriva de aforizo, delimitar, separar, distinguir. Delimitar para provocar o advento do que é sem limites. Aforismo e horizonte procedem do mesmo verbo, ambos circunscrevem o campo do visível, ambos se movimentam com os que se movimentam. (SCHÜLLER, Donald. Heráclito e seu [Dis]curso).
Análise - Operação pela qual o espírito vai do composto ao simples, do todo para suas partes componentes.
Analogia - Argumentação pela semelhança, segundo a qual, do fato de um atributo convir a um sujeito, se deduz a sua conveniência com um sujeito semelhante.
Antropocentrismo - Doutrina que coloca o homem no centro do universo e medida de todas as coisas.
Antropomorfismo - Doutrina que representa todos os seres tomando por modelo a natureza humana.
Argumento - É a expressão verbal de um raciocínio.
Automatismo - Movimento que escapa à direção dos centros superiores. Atividade psíquica inconsciente.
Axiologia - Teoria dos valores em geral, especialmente dos valores morais (do grego “axios”: valioso, desejável, estimado)
Axioma - Verdade que não se precisa demonstrar, por ser evidente por si mesma.
Belo - No sentido objetivo, é o esplendor do ser. No sentido subjetivo, é aquilo cuja contemplação causa prazer.
Bem - Aquilo que possui um valor moral positivo, constituindo o objeto ou o fim da ação humana.
Ceticismo - Concepção filosófica segundo a qual o conhecimento certo e definitivo sobre algo pode ser buscado, mas não atingido.
Ciência - Objetivamente, é um conjunto de verdades certas, logicamente encadeadas entre si, de modo a fornecer um sistema coerente. Subjetivamente, é um conhecimento certo das coisas por suas causas ou por seus princípios.
Conceito - Representação intelectual de um objeto. O mesmo que idéia ou noção.
Concreto - Aquilo que é efetivamente real ou determinado.
Conhecimento - Apropriação intelectual de determinado campo empírico ou ideal de dados, tendo em vista dominá-los e utilizá-los.
Conotação - Significado segundo, figurado, às vezes subjetivo, dependente de experiência pessoal de um signo.
Consciência - Em moral, é a faculdade que o homem tem de julgar o valor moral dos seus atos.
Contradição - Ato de afirmar e de negar, ao mesmo tempo, uma mesma coisa.
Cosmo - Designa o mundo enquanto ele é ordenado e se opõe ao caos: mundo considerado como um todo organizado, como uma ordem hierarquizada e harmoniosa.
Cosmogonia - Teoria sobre a origem do universo geralmente fundada em lendas ou em mitos e ligada a uma metafísica.
Cosmologia - Parte da filosofia que tem por objeto o estudo do mundo exterior, isto é, da essência da matéria e da vida.
Crítica - Atitude que consiste em separar o que é verdadeiro do que é falso, o que é legítimo do que é ilegítimo, o que é certo do que é verossímil.
Dedução - Raciocínio que nos permite tirar de uma ou várias proposições uma conclusão que delas decorre logicamente.
Definição - Do latim definitione. Definir, segundo a lógica formal, é dizer o que a coisa é, com base no gênero próximo e na diferença específica.
Denotação - Significado primeiro e imediato de um signo (palavra, imagem etc.). Ver conotação.
Dever - Necessidade de realizar uma ação por respeito à lei civil ou moral.
Devir - Transformação incessante e permanente pela qual as coisas se constróem e se dissolvem noutras coisas através do tempo.
Dialética - Arte de discutir; tensão entre os opostos.
Disciplina - a raiz latina dessa palavra significa aprender. Uma mente disciplinada é uma mente capaz de aprender, que é oposto de uma mente capaz de amoldar-se. (KRISHNAMURTI, J. Sobre a Aprendizagem e o Conhecimento, p. 35.)
Dogma - Em filosofia, doutrina ou opinião filosófica transmitida de modo impositivo e sem contestação por uma escola ou corrente filosófica. Em religião, doutrina religiosa fundada numa verdade revelada e que exige o acatamento e a aceitação dos fiéis. No catolicismo, o dogma possui duas fontes: as Escrituras e a autoridade da Igreja.
Dogmatismo - Doutrina dos que pretendem basear seus postulados apenas na autoridade, sem admitir crítica nem discussão.
Doutrina - Conjunto de princípios, de idéias, que servem de base a um sistema religioso, político, filosófico ou científico.
Doxa - Em grego significa opinião, juízo, ponto de vista, crença filosófica e também a fama, a glória humana.
Dúvida - Estado da mente em que não há assentimento firme sobre um juízo, por que se teme ser falso.
Dúvida Hiperbólica - Método de conhecimento que tem por objetivo descobrir a verdade (Descartes).
Educação - Consiste em transmitir normas de comportamento técnico-científica (instrução) e moral (formação do caráter) que podem ser compartilhadas por todos os membros da sociedade. (ARANGUREN, J. L. Comunicação Humana, p. 144.)
Empirismo - Caráter comum dos sistemas filosóficos que consideram a experiência como único critério de verdade.
Epifenômeno - Concepção que faz da consciência um fenômeno acessório e secundário, um simples reflexo, sem influência sobre os fatos de pensamento e conduta.
Epistemologia - (episteme, “ciência”): estudo do conhecimento científico do ponto de vista crítico, isto é, do seu valor; crítica da ciência; teoria do conhecimento. Estudo da natureza e dos fundamentos do saber, particularmente de sua validade, de seus limites, de suas condições de produção. (LAVILLE, Chistian. A Construção do Saber)
Erro - É o conhecimento que não reflete fielmente a realidade e por isso mesmo não corresponde à realidade.
Escatologia - Doutrina que diz respeito aos fins últimos da humanidade, da natureza ou do indivíduo depois da morte.
Escolástica - Escola filosófica da Idade Média, cujo principal representante é Santo Tomás de Aquino. No sentido pejorativo, que decorre da escolástica decadente, o termo escolástico se refere a todo pensamento formal, verbal, estagnado nos quadros tradicionais.
Esotérico - Todo o ensinamento ministrado a círculo restrito e fechado de ouvintes. Saber secreto. Em oposição, exotérico é o saber público, aberto a todos.
Espaço e tempo - Espaço é meio de coexistência, enquanto tempo é o meio da sucessão. (SANTOS, M. F. dos. Filosofia e Cosmovisão, p. 66.)
Especulação - Criação do saber apenas pelo exercício do pensamento, geralmente sem qualquer outro objetivo que o próprio conhecimento.. (LAVILLE, Chistian. A Construção do Saber)
Essência - Aquilo que a coisa é ou que faz dela aquilo que ela é.
Eternidade - Caráter do ser subtraído à mudança e ao tempo. Posse indivisível, perfeita e simultânea de uma vida sem fim.
Ética - Parte da Filosofia que se ocupa com o valor do comportamento humano. Investiga o sentido que o homem imprime à sua conduta para ser verdadeiramente feliz.
Ética e Moral - Curiosamente, a palavra "ética" é, hoje em dia, bem aceita nos discursos, enquanto o termo "moral" é rejeitado em nome de uma conotação vagamente religiosa ou bem-pensante. No entanto, trata-se de dois sinônimos, derivados um do grego e o outro do latim, evocando a arte de escolher um comportamento, distinguir o bem do mal. (JACQUARD, A. Filosofia para não Filósofos, p. 37.)
Evidente - Aquilo que se impõe a nós de modo direto e imediato.
Existência - O fato de a coisa estar aí, sem necessidade, de modo contingente (existencialismo).
Existencialismo - Conjunto de doutrinas que se opõem ao racionalismo e ao idealismo e que admitem que o objeto próprio da filosofia é a realidade existencial, isto é, existência concreta e vivida, e que o único meio que possuímos para entrar em contato com ela consiste no sentimento ou emoção.
Explicar, vem de ex-plicare, verbo latino que significa desembrulhar. Plicare, fazer pregas, rugas, explicare, desenrugar, desfazer, por exemplo, um pacote. (SANTOS, M. F. dos. Filosofia e Cosmovisão, p. 20.). Plica em latim significa dobra. Ex-plicare significa desdobrar, ou seja, abrir as dobras. Explicação, isto é, explicar uma coisa significa reproduzir discursivamente, na mente e no discurso, o desdobramento de uma determinada coisa.(CIRNE-LIMA, C. Dialética para Principiantes)
Facticidade - Caráter do que existe como puro fato.
Fato social - São todas as formas de associações e as maneiras de agir, sentir e pensar, padronizadas e socialmente sancionadas.
Fenômeno - Aquilo que se oferece à observação intelectual, isto é, à observação pura
Fenomenologia - No sentido geral, é o estudo descritivo de um conjunto de fenômenos tais como se manifestam no tempo ou no espaço, em oposição às leis abstratas e fixas desses.
Fideísmo - Doutrina segundo a qual as verdades fundamentais da ordem especulativa ou da ordem prática não devem ser justificadas pela razão, mas simplesmente aceitas como objeto de pura crença.
Filosofia - Sistema de conhecimentos naturais, metodicamente adquiridos e ordenados que tende a explicar todas as coisas por seus primeiros princípios e suas razões fundamentais.
Fim - Via de regra, na terminologia filosófica, este vocábulo não designa o mero termo, ou seja, o último de uma série, mas sim “aquilo pelo qual (id, propter quod) alguma coisa existe ou se faz (fit).
Gnose - Conhecimento esotérico e perfeito das coisas divinas pela qual se pretende explicar o sentido profundo de todas as religiões.
Gnoseologia - Teoria do conhecimento que tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites da faculdade de conhecer.
Hermenêutica - Parte da crítica histórica que consiste em decifrar, traduzir e interpretar os textos antigos.
Heterodoxia - Crença contrária aos princípios aceitos na época.
Heurístico - Aquilo que se refere à descoberta e serve de idéia diretriz numa pesquisa. Um método é heurístico quando leva o aluno a descobrir aquilo que se pretende que ele aprenda.
Ideal - O que se concebe como um tipo perfeito.
Idealismo - Caráter geral dos sistemas filosóficos que negam a objetividade do conhecimento e reduzem o ser ao pensamento.
Idéia - Representação intelectual de um objeto.
Imagem - Representação sensível de um objeto.
Imaginação - Faculdade de representar ou de combinar imagens.
Imanente - O que está contido na natureza de um ser.
Inato - Tudo aquilo que existe num ser desde seu surgimento e que pertence à sua natureza. opõe-se a adquirido, aprendido.
Indeterminismo - Doutrina segundo a qual o homem é dotado de livre-arbítrio.
Indução - Raciocínio ou forma de conhecimento pelo qual passamos do particular ao universal, do especial ao geral, do conhecimento dos fatos ao conhecimento das leis.
Instinto - Atividade automática, existente sobretudo no animal, caracterizada por um conjunto de reações bem determinadas hereditárias, específicas, idênticas na espécie. Não confundir com intuição.
Introduzir é, em primeiro lugar, inquietar, por em questão, no duplo sentido desta expressão: formular a questão e perguntar pelo seu sentido, isto é, descobrir a sua origem. É iniciar, isto é, tomar o caminho da indagação e comunicar em primeiro lugar a necessidade da própria indagação. (DELEULE, D. La Psicologia, Mito Cientifico)
Intuição - Forma de conhecimento que permite à mente captar algo de modo direto e imediato.
Inútil - Significa o que não tem um fim noutro, ou seja, não tem fim algum, ou tem um fim em si mesmo.
Inveja - Invejar vem do latim (invidere) e significa não ver. Trata-se portanto de uma negação da visão da Bondade, Beleza e Verdade. Negamos o que é bom para nós e do que dependemos para sermos felizes e nos realizarmos. Devido à inveja, negamos as virtudes e qualidades dos outros o que reverte em nosso próprio prejuízo. Quando negamos nossas agressões e erros, criando mais obstáculos com os quais procuramos brecar o desenvolvimento. (CHAMADOIRA, L. C. Netto.[et al.] A Educação Integral pela Trilogia Analítica)
Irmão/Fraternidade - A palavra "irmão" deriva de uma palavra latina que não fazia qualquer alusão a um vínculo de parentesco. Frater designava qualquer membro de espécie humana, da "família humana". (JACQUARD, A. Filosofia para não Filósofos, p.47.)
Juízo - Faculdade ou ato de julgar, de afirmar relações de conveniência ou desconveniências entre duas idéias.
Justiça - No sentido restrito, é a constante e perpétua vontade de conceder o direito a si próprio e aos outros, segundo a igualdade; no sentido moral, significa o respeito que há em cada um de dar a cada um o que é seu.
Lei - Relação necessária entre dois acontecimentos. Lei científica: aquela que estabelece entre os fatos relações mensuráveis, universais e necessárias, autorizando a previsão.
Lei Moral - Compreende o conjunto de normas éticas resultantes da situação do homem na realidade e que, anteriormente a toda estipulação ou convenção, obrigam fundamentalmente a todos os homens.
Lei Natural - Em sentido filosófico, é uma ordenação para determinada atividade insita nas coisas naturais. Recebe o nome de lei, porque por meio desta disposição foi dada aos seres da natureza uma necessidade para operar, necessidade diversa, segundo a natureza da coisa: é diferente no domínio inorgânico, no orgânico e no humano-espiritual. Neste último domínio, lei natural eqüivale a lei moral natural; sua necessidade consiste no dever da obrigação.
Liberalismo - Doutrina que preconiza a liberdade política ou a liberdade de consciência.
Liberdade - Capacidade de poder agir por si mesmo, com autodeterminação, independentemente de toda a coerção exterior.
Livre-Arbítrio quer dizer juízo livre. É a capacidade de escolha pela vontade humana entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, conscientemente conhecidos.
Lógica - Ciência das leis ideais do pensamento e a arte de aplicá-los corretamente na pesquisa e na demonstração da verdade.
Logos - Designa muitas coisas. Homero emprega o verbo lego, da mesma raiz de logos, para o processo de recolher alimentos, armas e ossos, para reunir homens. Cada uma dessas operações implica comportamento criterioso; não se reúnem armas, por exemplo, sem as distinguir de outros objetos. Concomitantemente, logos significa uma reunião de coisas sob determinado critério. Armas misturadas com ossos sem critério algum não formariam logos, provocariam sentimento de desordem, caos. Logos corresponde, portanto, ao com-um, não de palavras apenas mas também de seres.(SCHÜLER, D. Heráclito e seu (Dis)curso, p.17.) Fala-se também em discurso, verbo.
Maiêutica - Método socrático de interrogação, como a parteira dá à luz os corpos, procura “dar à luz” os espíritos para levar seus interlocutores a descobrirem a verdade que eles trazem em si sem o saber. Por extensão, método pedagógico que permite ao mestre apenas dirigir a pesquisa do aluno, este devendo encontrar a verdade por sua própria reflexão.
Marxismo - Teoria econômica, social, política e filosófica elaborada por Karl Marx e Friedrich Engels, utilizada ao mesmo tempo como método de análise dos fenômenos sociais e como princípios de uma prática revolucionária.
Materialismo - Doutrina segundo a qual toda a realidade, inclusive a espiritual, se reduz à matéria e suas modificações.
Materialismo Dialético - O materialismo dialético é a união do materialismo clássico com a dialética de Hegel, e representa o núcleo filosófico do marxismo.
Metafísica - Parte da filosofia que procura os princípios e as causas primeiras e que estuda o ser enquanto ser.
Método - Derivado do grego methodos, formado por meta, "para", e hodos, "caminho". Poder-se-ia, então, traduzir a palavra por "caminho para" ou, então, "prosseguimento", "pesquisa".
Misticismo - Crença numa ordem de realidades sobrenaturais e na possibilidade de uma união íntima e direta com Deus.
Mito - Relato fabuloso contando uma história que serve ao mesmo tempo de origem e justificação de um grupo social.
Monismo - Teoria segundo a qual a realidade é formada de uma única substância, pois só existe um princípio fundamental, seja a matéria, seja o espírito.
Monoideísmo - Estado patológico, caracterizado pela tendência de uma pessoa retornar sempre em seu pensamento e em sua palavra a um só tema, uma idéia fixa, que é propriamente a monomania.
Moral - Conjunto de costumes e juízos morais de um indivíduo ou de uma sociedade; teoria que visa orientar a ação humana submetida ao dever e com vistas ao bem; conjunto de normas livre e conscientemente aceitas que visam organizar as relações dos indivíduos na sociedade.
Moralismo - Apego excessivo à letra das regras morais em detrimento de seu espírito. Atitude prática que consente em cultivar apenas a perfeição moral sem se preocupar com o bem a ser realizado.
Mundividência - É a compreensão global da essência, origem, valor, sentido e finalidade do mundo e da vida humana. O mesmo que cosmovisão (concepção de universo).
Necessidade - Necessário é o que não se pode ser de outra maneira ou aquilo cuja contraditória é impossível.
Niilismo - É a doutrina que admite que o nada, além de ser, ou de haver, é capaz de ser pensado.
Númeno - De acordo com Kant, guarda relação com o verbo pensar, mas de fato, aparece mais equivalente a pensado, como oposto a percebido pelos sentidos.
Objetivo - O que existe fora do espírito e independente do conhecimento do sujeito. O contrário de subjetivo.
Objeto - Aquilo sobre que incide o conhecimento ou recai a ação. Oposto ao sujeito que é o que exerce a ação ou o conhecimento.
Ontologia - Parte da Filosofia que se ocupa do ser enquanto ser, ou seja, do ser concebido na sua totalidade e na sua universalidade.
Opinião - Juízo que adotamos sem termos a certeza de sua verdade.
Ortodoxia - Posição a favor das crenças vigentes.
Paidéia ou educação do homem para a filosofia e conseqüentemente para a política.(BUZZI, A. R. Introdução ao Pensar, p. 46.)
Palingenesia - (Do grego palin, outra vez, e genesis, nascimento). Literalmente, é o novo nascimento ou regeneração; na Teologia religiosa, é o renascimento das idéias de uma doutrina esquecida, ou a nova vida dos indivíduos.
Panteísmo - (Do grego pan, tudo, e Theos, Deus = tudo é Deus). Doutrina que afirma que o cosmo nada mais é que a manifestação do próprio Deus.
Paradoxo - (Do grego para e doxa, opinião). Estado de coisas (ou declaração que se faça sobre elas), que aparentemente implica alguma contradição, pois uma análise mais profunda faz desvanecê-la.
Pensar, na significação etimológica do termo, quer dizer sopesar, por na balança para avaliar o peso de alguma coisa, ponderar. (BUZZI, A. R. Introdução ao Pensar, p.11.)
Percepção - É a apreensão sensorial global de um complexo de dados sensíveis.
Personalidade - Caráter do ser que tem consciência de ser portador de si mesmo, que tem consciência de sua individualidade e de seu papel.
Política - Do grego politikós (polis) que significa tudo o que diz respeito à cidade.
Potência pode ser conceituada de duas maneiras: 1) potência é o poder que uma coisa tem de provocar uma mudança noutra coisa; 2) potência é a potencialidade existente numa coisa de passar a outro estado. Esta 2.ª Aristóteles considera a mais importante pela sua metafísica. (MORA, J. F. Dicionário de Filosofia)
Pragmatismo - Sistema filosófico de William James, que subordina a verdade à utilidade e reconhece a primazia da ação sobre o pensamento.
Práxis - Os gregos chamavam práxis à ação de levar a cabo alguma coisa; também serve para designar a ação moral; significa ainda o conjunto de ações que o homem pode realizar e, neste sentido, a práxis se contrapõe à teoria. No marxismo significa união dialética da teoria e da prática.
Preconceito - Definido aqui como um julgamento prévio rígido e negativo sobre um indivíduo ou grupo, o conceito deriva do latim prejudicium, que designa um julgamento ou decisão anterior, um precedente ou um prejuízo. As anotações básicas incluem inclinação, parcialidade, predisposição, prevenção.
Princípio - É aquilo, donde, de algum modo, uma coisa procede quanto ao ser, ao acontecer ou ao conhecer.
Problema - Vem das palavras gregas pro (na frente) e ballein (jogar). Problema: jogar na frente. (LAVILLE, Chistian. A Construção do Saber). Nem toda a questão se denomina problema, mas tão-só aquele que, por causa da dificuldade que lhe é intrínseca, não logra ser resolvida sem especial esforço.
Problema X problemática - Problemática é o quadro no qual se situa o problema e não o próprio problema. (LAVILLE, Chistian. A Construção do Saber)
Raciocínio - É aquela atividade mental, mercê da qual, da afirmação de uma ou mais proposições passamos a afirmar uma outra, em virtude da intelecção de sua conexão necessária.
Racional - Pelo termo “racional” (do latim ratio: razão, designamos em geral o modo especificamente humano do conhecimento conceptual-discursivo.
Racionalismo - Doutrina filosófica moderna (séc. XVII) que admite a razão como única fonte de conhecimento válido; a superestima do poder da razão. Principais representantes: Descartes, Leibniz. Doutrina oposta ao empirismo.
Realidade - Na hodierna terminologia filosófica, o termo “real” designa, via de regra, o ente, o que existe em oposição tanto ao que é apenas aparente quanto ao que é puramente possível.
Reflexão - Em sentido lato e pouco rigoroso, reflexão significa meditação comparativa e examinadora contraposta à percepção simples ou aos juízos primeiros e espontâneos sobre um objeto. No sentido ontológico, mais preciso e profundo, significa, ao mesmo tempo, uma volta do espírito à sua essência mais íntima. Esta volta (reflexio = re-flexão) é o sentido próprio do vocábulo.
Salvação é um transcender, um não limitar-se a "este mundo", um ir além dele, fora dele, ou nele, por sua superação. (SANTOS, M. F. dos. Filosofia e Cosmovisão, p.26.)
Sensação - Significa, na linguagem corrente, qualquer vivência imediata.
Ser - designa aquela perfeição, pela qual alguma coisa é um ente.
Síntese - Significa etimologicamente “composição”. Em linguagem filosófica, síntese designa a união de vários conteúdos cognoscitivos num produto global de conhecimento, união que constitui uma das mais importantes funções da consciência.
Sistema - É a multiplicidade de conhecimentos articulados segundo uma idéia de totalidade.
Socialismo - Nome genérico das doutrinas que pretendem substituir o capitalismo por um sistema planificado que conduza a resultados mais eqüitativos e mais favoráveis ao pleno desenvolvimento do ser humano. Designação das correntes e movimentos políticos da classe operária que visam a propriedade coletiva dos meios de produção. O socialismo utópico (Saint Simon, Fourier, Proudhon etc.) foi criticado pelo socialismo científico (Marx e Engels). Para Marx, o socialismo é a primeira fase revolucionária após a destruição do Estado burguês e supõe ainda a existência de um aparelho estatal; após esta fase, deveria surgir o comunismo propriamente dito.
Sociologia - É a ciência da sociedade. Vem de societas (sociedade) e logos (estudo, ciência). É a ciência que estuda as estruturas sociais e as leis de seu desenvolvimento. Implica na análise do “fato social”.
Sócrates significa força (krátos) que salva (sôs). (BUZZI, A. R. Introdução ao Pensar, p. 41.)
Sofisma - É um raciocínio falso que se apresenta com aparência de verdadeiro.
Substância - Etimologicamente, é “que está debaixo” ou o que permanece debaixo das aparências ou dos fenômenos. Substância é o que tem seu ser, não em outro, mas em si ou por si. O contrário de acidente.
Sujeito - (Do latim subiectum = que está por debaixo) significa etimologicamente “o que foi posto debaixo”, “o que se encontra na base”. Ontologicamente, denota essencialmente uma relação a outra realidade que “descanse sobre ele”, que é “sustida” por ele.
Teleologia - Teoria dos fins. Doutrina segundo a qual o mundo é um sistema de relações entre meios e fins.
Tema [em francês, sujet, "sujeito"] indica que estamos em presença de um enunciado que determina para o pensamento uma situação - momentânea e provisória, certamente - de sujeição ao que se nos impõe quando fazemos um exercício. Paradoxalmente, o tema de dissertação deve aqui ser considerado como um "Mestre" ao qual no submetemos. (FOLSCHEID, Dominique e WUNENBURGER, Jean-Jacques. Metodologia Filosófica, p.172.)
Tempo é meio da sucessão. "É o período que vai de um acontecimento anterior a um acontecimento posterior". "Uma mudança contínua (geralmente considerada como contínua), pela qual o presente se torna passado". (SANTOS, M. F. dos. Filosofia e Cosmovisão, p. 66.)
Teologia - É a ciência que tem Deus por objeto.
Teomania - designa a atitude que o ser humano adota de querer ser Deus, devido à inveja. Etimologicamente significa mania de querer ser um deus, desejando ser criador e dono da verdade, ao invés de simples ser criado e submisso a Ele. (CHAMADOIRA, L. C. Netto.[et al.] A Educação Integral pela Trilogia Analítica)
Teoria - O vocábulo “teoria” é usado, as mais das vezes em oposição a prática, significando neste caso, o conhecimento puro, a pura consideração contemplativa; ao passo que prática designa qualquer espécie de atividade fora do conhecimento, especialmente a atividade dirigida ao exterior.
Totalidade - Falamos de totalidade, quando muitas partes de tal modo estão ordenadas que, reunidas, formam uma unidade (o todo).
Transcendente - Em Kant, os princípios do entendimento puro além dos limites da experiência.
Universalismo - é a visão do todo, da grandeza e vastidão cósmica, da universalidade, oposta à limitação míope e mesquinha a valores parciais ou a interesses particulares.
Útil - Significa tudo aquilo que tem um fim noutro e não em si mesmo.
Utopia - (U-topos, “nenhum lugar”): que não existe em nenhum lugar; descrição de uma sociedade ideal; refere-se a um ideal de vida proposto. No sentido pejorativo, refere-se a um ideal irrealizável.
Verdade - Na acepção mais geral designa uma igualdade ou conformidade entre a inteligência (conhecimento intelectual) e o ser (adaequatio intellectus et rei), e, em sentido mais elevado, uma completa interpenetração de inteligência e ser.
Vício - É o pendor para agir de forma inadequada. É o oposto da virtude.
Vida - É o conjunto dos fenômenos de toda a espécie (particularmente de nutrição e de reprodução), que, para os seres que têm um grau elevado de organização, se estende do nascimento (ou produção do germe) até a morte.
Virtude - Equivale a capacidade, aptidão, e significa a habilidade, facilidade e disposição para levar a efeito determinadas ações adequadas ao homem.
Virtudes Cardeais - São assim denominadas (do latim cardo = gonzo), porque toda a vida moral gira em torno delas, como a porta em torno dos gonzos (dobradiças). São: prudência, fortaleza, temperança e justiça.
Vivência - É todo fato de consciência, na medida em que seu sujeito se apreende a si mesmo (de modo reflexo ou não reflexo) como encontrando-se numa determinada situação psíquica.
Fonmte: http://www.ceismael.com.br/filosofia/filosofia012.htm
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Fala, Linguagem e Desenvolvimento.De crianças de 0 a 6 anos de idade.
Fala, Linguagem e Desenvolvimento
Fonte:
Associação Nacional de Dislexia
“Seu filho de 2 anos ainda não fala, só diz algumas palavras. Em comparação com seus amiguinhos, você acha que ele está atrasado. Esperando que ele se desenvolva, você adia a procura de um profissional especializado”.Esta cena é comum entre os pais de crianças que demoram para começar a falar. A menos que sejam observadas dificuldades em outras áreas do desenvolvimento, os pais às vezes hesitam para buscar ajuda.
Não Espere para Avaliar
Crianças com a idade de 12 a 18 meses devem ser vistas por profissionais quando seus pais suspeitam de atraso nas habilidades de comunicação. Os pais devem também procurar ajuda se seu filho de qualquer idade não responde a sons. Uma avaliação precoce é importante, para evitar futuros problemas de linguagem.
Há uma diferença entre fala e linguagem. A fala se refere basicamente à forma de articular sons nas palavras. A linguagem significa expressar e receber informações de modo significativo. É compreender e ser compreendido através da comunicação. Uma criança com problemas de linguagem pode estar apto a pronunciar bem as palavras, mas, ser incapaz de colocar mais de duas palavras juntas. Inversamente, a fala de uma outra criança pode ser difícil de ser compreendida, mas ela usa palavras e frases para expressar suas idéias. Problemas com fala e linguagem diferem, mas freqüentemente coincidem.
Fala e Linguagem da criança de zero a doze meses
A criança de zero a seis meses de idade ...
- Reage aos estímulos ambientais de forma reflexa - Reage aos estímulos ambientais alterando o comportamento de forma significativa (sorriso e choro) - Ri e murmura para pessoas conhecidas - Reage às vozes altas, ou não amigáveis - Volta-se e olha na direção dos novos sons - Balbucia pedindo atenção - Faz vocalizações generalizadas - Observa sua mão - Reage ao seu nome
Com oito meses, a criança ...
- Acaricia sua própria imagem refletida no espelho - Produz quatro ou mais sons diferentes - Usa freqüentemente as sílabas ba, da, ka - Transfere objetos de uma mão para outra - Vocaliza com variação de entonação frente aos diferentes estímulos - Tenta imitar sons
Com dez meses, a criança ...
- Pode já dizer “mama” e “papa” - Grita para chamar atenção - Vocaliza enquanto manipula objetos - Usa um jargão (balbucio que parece linguagem verdadeira) - Brinca de “esconde-esconde” - Fala uma sílaba ou uma seqüência de sons repetidamente - Sorri e vocaliza ao ver sua imagem refletida no espelho.
Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de zero a 12 meses
- Reagindo aos sons que ela faz - Falando com ela enquanto você estiver cuidando dela - Lendo livros coloridos todos os dias - Mantendo sua linguagem simples e concreta - Recitando versinhos e cantando - Mostrando interesse em todos os sons diferentes que ela ouve ( o gelo num copo, a campainha tocando, a chuva caindo) - Ensinando os nomes das coisas do dia a dia e das pessoas familiares - Levando a criança em diferentes lugares - Brincando de jogos simples como “esconde-esconde” - Tocando música para ela
Fala e Linguagem da criança de 12 a 18 meses
A criança de 12 a 18 meses:
- Reconhece seu nome. - Entende “não”. - Compreende ordens simples. - Imita palavras familiares. - Acena com a mão (adeus) - Fala 2 ou 3 palavras além de “mamãe” e “papai” - Emite “sons” de coisas e animais familiares. - Dá um brinquedo quando lhe pedem. - Dá muitas gargalhadas. - Ouve bem e discrimina vários sons. - Reconhece a palavra como símbolo de um objeto: carro – aponta a garagem; gato - miau - Mostra muito afeto, fazendo barulhos e batendo palmas com o carinho de seus pais. - Entende verbos que representem ações concretas e relativos a suas próprias necessidades (mais, quer, acabou, dá) - Identifica 4 objetos familiares sob nomeação
Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 12 a 18 meses:
- Lendo livros bem ilustrados e coloridos - Incentivando-a brincar de jogos de imitação. - Usando frases curtas - Reforçando as palavras novas ditas por ela - Fazendo atividades próprias para sua idade - Conversando sobre o que vocês estão fazendo quando estiverem juntos
Fala e Linguagem da criança dos 18 aos 24 meses
A criança de 18 a 24 meses
- Usa 10 a 20 palavras, incluindo nomes - Escuta bem e discrimina vários sons - Reconhece retratos de familiares e figuras de objetos conhecidos - Combina duas palavras para demonstrar seus desejos, tal como "mais" - Imita palavras e sons com maior precisão - Aponta ou faz gestos para mostrar alguma coisa ou para expressar seus desejos - Traz objetos familiares de um cômodo para outro quando solicitado - Obedece ordens simples - Imita trabalhos domésticos: esfregar um pano, colocar a mesa - Nomeia 4 objetos rotineiros - Pode cantarolar - Identifica 3 partes do corpo, em si e no outro sob nomeação - Realiza até 2 ordens simples - Usa o próprio nome - Responde sim e não - Começa a fazer frases simples
Como você pode estimular a linguagem da criança de 18 a 24 meses:
- Contando histórias de livros - Falando de modo, simples e claro - Proporcionando experiências para estimular a fala e o desenvolvimento da linguagem: passeios, ida ao "shopping", ao play ou jardim de sua casa, pic nic, tarefas domésticas em conjunto - Conversando sobre os lugares novos antes de ir, enquanto vocês estiverem lá, e quando chegarem em casa - Olhando-a nos olhos quando estiver falando com ela - Imitando e identificando sons , tais como cachorro latindo, pássaros cantando, sirenes, portas rangendo, barulho de água - Descrevendo o que a criança está fazendo, sentindo e ouvindo - Fazendo com que estas experiências de falar e escutar sejam agradáveis, importantes e divertidas para a criança - Elogiando a comunicação da criança
Fala e linguagem da criança de 2 anos
A criança de 2 anos :
- Usa o próprio nome - Relaciona o que fala com situações concretas - Nomeia mais ou menos 3 partes do corpo ou de uma boneca ou pessoa - Fala sozinho enquanto brinca - Combina 2 palavras para exprimir posse - Mostra com os dedos a idade - Identifica no mínimo 3 objetos pelo uso - Reconhece: “grande", "pequeno”, “em cima de”, “embaixo de”, e “dentro”, sob nomeação - Aponta gravura de objeto comum - Compreende o “onde” respondendo adequadamente - Combina verbo ou substantivo com “este” e “aqui”, falando 2 palavras - Combina “é” em frases de 2 elementos - Usa artigo na fala - Aplica regra regular de gênero - Possui vocabulário de 50 a 100 palavras - Pode relacionar cores primárias e nomear uma cor
Como você pode estimular a linguagem da criança de 2 anos
- Deixando-a ouvir CD ou fitas infantis - Elogiando sua comunicação - Descrevendo as atividades que estão fazendo, acrescentando novas palavras - Utilizando palavras novas em várias situações (ampliação de vocabulário) - Proporcionando novas experiências: teatrinho, cinema, circo... e comentando sobre elas - Lendo historinhas
Fala e linguagem da criança de 3 anos
A criança de 3 anos:
- Aponta 3 cores primárias quando nomeadas - Começa a compreender frases relativas à direções, como: “coloque o cubo (debaixo, em frente, atrás) da cadeira. Porém é difícil entender: “ao lado” - Executa uma série de 3 ordens relacionadas - Conhece seu sobrenome e o seu sexo - Pode falar sobre uma historinha ou relacionar uma idéia ou objeto - Usa orações empregando 4 a 5 palavras - Tem um vocabulário de quase 1000 palavras - Repete sons, palavras, frases e orações - Pode repetir 2 dígitos e 3 a 4 palavras - Pode desenhar um círculo e uma linha vertical - Pode cantar músicas - É capaz de permanecer em uma atividade por 8 minutos - Com freqüência faz perguntas sobre um assunto: “Quê?” - Usa formas possessivas, como: “meu”, “minha”, “teu”, “seu”, “de” junto ao nome (ex.: de minha mamãe) - Usa formas verbais simples e complexas, tais como: “estou jogando”, “vou jogar”. - Usa termos de negação tais como: “nada”, “nunca”, “ninguém”, “nem” - Começa a usar orações compostas, unidas por: “e”, “que”, “onde”, “como” - Expressa verbalmente fadiga (diz que está cansado) - Combina substantivo mais adjetivo - Usa: “eu”, “mim”, ao invés do próprio nome - Memoriza pequenos versos e músicas
Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 3 anos
- Introduzindo palavras novas no seu vocabulário, enquanto brinca com ela - Ensinando-lhe relações entre palavras, objetos e idéias - Ensinando à criança contar histórias, utilizando livros e desenhos - Permitindo que jogue com outras crianças - Lendo para ela histórias - Prestando muita atenção quando ela fala, lembrando que se ela repetir palavras e sons é normal - Fazendo jogos com rimas
Fala e Linguagem da criança de 4 anos
A criança de 4
- Nomeia: pequeno, grande, embaixo, em cima, dentro, fora, pesado, leve, igual, diferente, cores primárias e 3 formas geométricas - Descreve eventos e personagens de histórias conhecidas e relata 2 fatos em ordem de ocorrência - Segue instruções ainda que não esteja em frente ao objeto - Pode falar algo imaginário como “suponho que”, “ eu desejo” - Faz perguntas usando: “Quem?”, “Por que?”, “Como?” e “Quando?” - Utiliza orações complexas - Utiliza tempo passado e plural - Copia uma linha e um círculo - Tem um vocabulário de quase 1500 palavras - Mantém-se numa atividade por 11 ou 12 minutos. - Repete 3 dígitos e sentenças de 5 a 6 palavras - Executa uma série de 2 ordens simples não relacionadas - Nomeia seus próprios desenhos - Segue regras de convívio social - Reconhece partes do corpo: cabeça, braços, pernas, pés, mãos, cabelo, bumbum, nariz, orelha e boca - Mantém atenção quando uma historinha é lida para ela - Diz seu nome completo - Responde perguntas de ordem temporal, referente a fatos concretos (dia – noite) - Identifica objetos pelo uso - Tem fala inteligível
Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 4 anos
- Ajudando-a a classificar objetos e coisas, explicando qual a razão de pertencerem a uma determinada categoria - Conversando com ela sobre coisas que ela possa realizar - Ensinando-a usar o telefone corretamente - Permitindo que ajude a planejar atividades tais como Natal, aniversário... - Dando à criança mais responsabilidade na vida diária - Lendo histórias cada vez maiores - Permitindo que crie e conte histórias - Mostrando constantemente seu interesse no desenvolvimento de sua linguagem e pensamento
Fala e Linguagem da criança de 5 anos
A criança de 5 anos:
- Define os objetos pelo uso e pode dizer de que são feitos os objetos - Conhece relações espaciais como “acima”, “abaixo”, “atrás”, “perto” e “longe” - Sabe seu endereço. - Constrói orações utilizando de 5 a 6 palavras - Identifica dinheiro - Possui um vocabulário de aproximadamente 2000 palavras - Usa corretamente os sons da língua - Conhece antônimos de palavras familiares - Entende o significado das palavras igual e “diferente” - Usa o condicional - Conta dez objetos - Acompanha a seqüência de uma estória - Utiliza o tempo presente, passado e futuro dos verbos - É capaz de permanecer em uma atividade durante mais de 15 minutos - Pede informações - Pede ajuda quando encontra dificuldade - Usa todo tipo de orações, algumas das quais podem ser complexas, por exemplo: “antes de entrar em casa eu preciso tirar meus sapatos molhados “ - Usa corretamente os pronomes - É capaz de fazer rimas - Repete 4 dígitos - Responde a pergunta “por quê” , dando uma explicação - Nomeia cores além das primárias - Reconhece uma gravura que não pertence a uma classe específica, por exemplo: o que não pertence a classe dos animais - É capaz de apontar absurdos em uma figura - Executa uma série de 3 ordens não relacionadas - Articula corretamente todos os fonemas
Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 5 anos
- Incentivando-a a usar sua linguagem para expressar seus sentimentos, idéias, sonhos, desejos, e medos - Permitindo que ela crie desenhos novos livremente com lápis, lápis cera, pilot e papel - Proporcionando oportunidades de aprender canções, rimas ou versos de memória - Lendo contos, histórias maiores - Falando com a criança sobre temas variados sem utilizar termos e expressões infantis - Escutando e prestando atenção quando ela fala, levando em conta que a criança entende mais do que é capaz de verbalizar
Fala e Linguagem da criança de 6 anos
A criança de 6 anos
- Usa a gramática adequadamente - Compreende o significado das frases - Nomeia os dias da semana em ordem e conta até 30 - Conta uma história de 4 a 5 fatos e começa a ter noção de causa/efeito - Sabe o dia e mês de seu aniversário, seu sobrenome, endereço e telefone - Distingue direita e esquerda - Conhece a maioria das palavras opostas e o significado de: “através”, “até”, “em direção a”, “longe”, “desde”. - Sabe o significado e usa corretamente as palavras: “hoje”, “ontem” e “amanhã”. - Formula perguntas utilizando: “Como?”, “Que?”, “Por que?”. - Pergunta o significado de palavras novas ou pouco familiares - Relata experiências diárias
Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 6 anos
- Reservando um tempo de seu dia para conversar com ela - Lendo histórias para ela e pedindo que ela reconte - Ajudando-a a escrever seu próprio livro de histórias com desenhos e ilustrações - Pedindo que represente diferentes personagens de histórias - Propondo jogos que envolvam raciocínio - Dando tarefas em que seja necessário seguir algumas instruções - Deixando-a cozinhar, utilizando livros de receitas infantis, com passos e instruções simples - Assistindo com ela programas de televisão e vídeos, pedindo que conte sobre o que viu e o que mais gostou - Permitindo que participe de discussões familiares em que possa dar sua opinião - Ajudando-a a conhecer e utilizar novas palavras e conceitos
“SE VOCÊ ACHA QUE SEU FILHO NÃO ESTÁ ACOMPANHANDO ESTA ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM, PROCURE UM FONOAUDIÓLOGO”
Obrigado por sua visita, volte sempre.
Fonte:
Associação Nacional de Dislexia
“Seu filho de 2 anos ainda não fala, só diz algumas palavras. Em comparação com seus amiguinhos, você acha que ele está atrasado. Esperando que ele se desenvolva, você adia a procura de um profissional especializado”.Esta cena é comum entre os pais de crianças que demoram para começar a falar. A menos que sejam observadas dificuldades em outras áreas do desenvolvimento, os pais às vezes hesitam para buscar ajuda.
Não Espere para Avaliar
Crianças com a idade de 12 a 18 meses devem ser vistas por profissionais quando seus pais suspeitam de atraso nas habilidades de comunicação. Os pais devem também procurar ajuda se seu filho de qualquer idade não responde a sons. Uma avaliação precoce é importante, para evitar futuros problemas de linguagem.
Há uma diferença entre fala e linguagem. A fala se refere basicamente à forma de articular sons nas palavras. A linguagem significa expressar e receber informações de modo significativo. É compreender e ser compreendido através da comunicação. Uma criança com problemas de linguagem pode estar apto a pronunciar bem as palavras, mas, ser incapaz de colocar mais de duas palavras juntas. Inversamente, a fala de uma outra criança pode ser difícil de ser compreendida, mas ela usa palavras e frases para expressar suas idéias. Problemas com fala e linguagem diferem, mas freqüentemente coincidem.
Fala e Linguagem da criança de zero a doze meses
A criança de zero a seis meses de idade ...
- Reage aos estímulos ambientais de forma reflexa - Reage aos estímulos ambientais alterando o comportamento de forma significativa (sorriso e choro) - Ri e murmura para pessoas conhecidas - Reage às vozes altas, ou não amigáveis - Volta-se e olha na direção dos novos sons - Balbucia pedindo atenção - Faz vocalizações generalizadas - Observa sua mão - Reage ao seu nome
Com oito meses, a criança ...
- Acaricia sua própria imagem refletida no espelho - Produz quatro ou mais sons diferentes - Usa freqüentemente as sílabas ba, da, ka - Transfere objetos de uma mão para outra - Vocaliza com variação de entonação frente aos diferentes estímulos - Tenta imitar sons
Com dez meses, a criança ...
- Pode já dizer “mama” e “papa” - Grita para chamar atenção - Vocaliza enquanto manipula objetos - Usa um jargão (balbucio que parece linguagem verdadeira) - Brinca de “esconde-esconde” - Fala uma sílaba ou uma seqüência de sons repetidamente - Sorri e vocaliza ao ver sua imagem refletida no espelho.
Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de zero a 12 meses
- Reagindo aos sons que ela faz - Falando com ela enquanto você estiver cuidando dela - Lendo livros coloridos todos os dias - Mantendo sua linguagem simples e concreta - Recitando versinhos e cantando - Mostrando interesse em todos os sons diferentes que ela ouve ( o gelo num copo, a campainha tocando, a chuva caindo) - Ensinando os nomes das coisas do dia a dia e das pessoas familiares - Levando a criança em diferentes lugares - Brincando de jogos simples como “esconde-esconde” - Tocando música para ela
Fala e Linguagem da criança de 12 a 18 meses
A criança de 12 a 18 meses:
- Reconhece seu nome. - Entende “não”. - Compreende ordens simples. - Imita palavras familiares. - Acena com a mão (adeus) - Fala 2 ou 3 palavras além de “mamãe” e “papai” - Emite “sons” de coisas e animais familiares. - Dá um brinquedo quando lhe pedem. - Dá muitas gargalhadas. - Ouve bem e discrimina vários sons. - Reconhece a palavra como símbolo de um objeto: carro – aponta a garagem; gato - miau - Mostra muito afeto, fazendo barulhos e batendo palmas com o carinho de seus pais. - Entende verbos que representem ações concretas e relativos a suas próprias necessidades (mais, quer, acabou, dá) - Identifica 4 objetos familiares sob nomeação
Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 12 a 18 meses:
- Lendo livros bem ilustrados e coloridos - Incentivando-a brincar de jogos de imitação. - Usando frases curtas - Reforçando as palavras novas ditas por ela - Fazendo atividades próprias para sua idade - Conversando sobre o que vocês estão fazendo quando estiverem juntos
Fala e Linguagem da criança dos 18 aos 24 meses
A criança de 18 a 24 meses
- Usa 10 a 20 palavras, incluindo nomes - Escuta bem e discrimina vários sons - Reconhece retratos de familiares e figuras de objetos conhecidos - Combina duas palavras para demonstrar seus desejos, tal como "mais" - Imita palavras e sons com maior precisão - Aponta ou faz gestos para mostrar alguma coisa ou para expressar seus desejos - Traz objetos familiares de um cômodo para outro quando solicitado - Obedece ordens simples - Imita trabalhos domésticos: esfregar um pano, colocar a mesa - Nomeia 4 objetos rotineiros - Pode cantarolar - Identifica 3 partes do corpo, em si e no outro sob nomeação - Realiza até 2 ordens simples - Usa o próprio nome - Responde sim e não - Começa a fazer frases simples
Como você pode estimular a linguagem da criança de 18 a 24 meses:
- Contando histórias de livros - Falando de modo, simples e claro - Proporcionando experiências para estimular a fala e o desenvolvimento da linguagem: passeios, ida ao "shopping", ao play ou jardim de sua casa, pic nic, tarefas domésticas em conjunto - Conversando sobre os lugares novos antes de ir, enquanto vocês estiverem lá, e quando chegarem em casa - Olhando-a nos olhos quando estiver falando com ela - Imitando e identificando sons , tais como cachorro latindo, pássaros cantando, sirenes, portas rangendo, barulho de água - Descrevendo o que a criança está fazendo, sentindo e ouvindo - Fazendo com que estas experiências de falar e escutar sejam agradáveis, importantes e divertidas para a criança - Elogiando a comunicação da criança
Fala e linguagem da criança de 2 anos
A criança de 2 anos :
- Usa o próprio nome - Relaciona o que fala com situações concretas - Nomeia mais ou menos 3 partes do corpo ou de uma boneca ou pessoa - Fala sozinho enquanto brinca - Combina 2 palavras para exprimir posse - Mostra com os dedos a idade - Identifica no mínimo 3 objetos pelo uso - Reconhece: “grande", "pequeno”, “em cima de”, “embaixo de”, e “dentro”, sob nomeação - Aponta gravura de objeto comum - Compreende o “onde” respondendo adequadamente - Combina verbo ou substantivo com “este” e “aqui”, falando 2 palavras - Combina “é” em frases de 2 elementos - Usa artigo na fala - Aplica regra regular de gênero - Possui vocabulário de 50 a 100 palavras - Pode relacionar cores primárias e nomear uma cor
Como você pode estimular a linguagem da criança de 2 anos
- Deixando-a ouvir CD ou fitas infantis - Elogiando sua comunicação - Descrevendo as atividades que estão fazendo, acrescentando novas palavras - Utilizando palavras novas em várias situações (ampliação de vocabulário) - Proporcionando novas experiências: teatrinho, cinema, circo... e comentando sobre elas - Lendo historinhas
Fala e linguagem da criança de 3 anos
A criança de 3 anos:
- Aponta 3 cores primárias quando nomeadas - Começa a compreender frases relativas à direções, como: “coloque o cubo (debaixo, em frente, atrás) da cadeira. Porém é difícil entender: “ao lado” - Executa uma série de 3 ordens relacionadas - Conhece seu sobrenome e o seu sexo - Pode falar sobre uma historinha ou relacionar uma idéia ou objeto - Usa orações empregando 4 a 5 palavras - Tem um vocabulário de quase 1000 palavras - Repete sons, palavras, frases e orações - Pode repetir 2 dígitos e 3 a 4 palavras - Pode desenhar um círculo e uma linha vertical - Pode cantar músicas - É capaz de permanecer em uma atividade por 8 minutos - Com freqüência faz perguntas sobre um assunto: “Quê?” - Usa formas possessivas, como: “meu”, “minha”, “teu”, “seu”, “de” junto ao nome (ex.: de minha mamãe) - Usa formas verbais simples e complexas, tais como: “estou jogando”, “vou jogar”. - Usa termos de negação tais como: “nada”, “nunca”, “ninguém”, “nem” - Começa a usar orações compostas, unidas por: “e”, “que”, “onde”, “como” - Expressa verbalmente fadiga (diz que está cansado) - Combina substantivo mais adjetivo - Usa: “eu”, “mim”, ao invés do próprio nome - Memoriza pequenos versos e músicas
Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 3 anos
- Introduzindo palavras novas no seu vocabulário, enquanto brinca com ela - Ensinando-lhe relações entre palavras, objetos e idéias - Ensinando à criança contar histórias, utilizando livros e desenhos - Permitindo que jogue com outras crianças - Lendo para ela histórias - Prestando muita atenção quando ela fala, lembrando que se ela repetir palavras e sons é normal - Fazendo jogos com rimas
Fala e Linguagem da criança de 4 anos
A criança de 4
- Nomeia: pequeno, grande, embaixo, em cima, dentro, fora, pesado, leve, igual, diferente, cores primárias e 3 formas geométricas - Descreve eventos e personagens de histórias conhecidas e relata 2 fatos em ordem de ocorrência - Segue instruções ainda que não esteja em frente ao objeto - Pode falar algo imaginário como “suponho que”, “ eu desejo” - Faz perguntas usando: “Quem?”, “Por que?”, “Como?” e “Quando?” - Utiliza orações complexas - Utiliza tempo passado e plural - Copia uma linha e um círculo - Tem um vocabulário de quase 1500 palavras - Mantém-se numa atividade por 11 ou 12 minutos. - Repete 3 dígitos e sentenças de 5 a 6 palavras - Executa uma série de 2 ordens simples não relacionadas - Nomeia seus próprios desenhos - Segue regras de convívio social - Reconhece partes do corpo: cabeça, braços, pernas, pés, mãos, cabelo, bumbum, nariz, orelha e boca - Mantém atenção quando uma historinha é lida para ela - Diz seu nome completo - Responde perguntas de ordem temporal, referente a fatos concretos (dia – noite) - Identifica objetos pelo uso - Tem fala inteligível
Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 4 anos
- Ajudando-a a classificar objetos e coisas, explicando qual a razão de pertencerem a uma determinada categoria - Conversando com ela sobre coisas que ela possa realizar - Ensinando-a usar o telefone corretamente - Permitindo que ajude a planejar atividades tais como Natal, aniversário... - Dando à criança mais responsabilidade na vida diária - Lendo histórias cada vez maiores - Permitindo que crie e conte histórias - Mostrando constantemente seu interesse no desenvolvimento de sua linguagem e pensamento
Fala e Linguagem da criança de 5 anos
A criança de 5 anos:
- Define os objetos pelo uso e pode dizer de que são feitos os objetos - Conhece relações espaciais como “acima”, “abaixo”, “atrás”, “perto” e “longe” - Sabe seu endereço. - Constrói orações utilizando de 5 a 6 palavras - Identifica dinheiro - Possui um vocabulário de aproximadamente 2000 palavras - Usa corretamente os sons da língua - Conhece antônimos de palavras familiares - Entende o significado das palavras igual e “diferente” - Usa o condicional - Conta dez objetos - Acompanha a seqüência de uma estória - Utiliza o tempo presente, passado e futuro dos verbos - É capaz de permanecer em uma atividade durante mais de 15 minutos - Pede informações - Pede ajuda quando encontra dificuldade - Usa todo tipo de orações, algumas das quais podem ser complexas, por exemplo: “antes de entrar em casa eu preciso tirar meus sapatos molhados “ - Usa corretamente os pronomes - É capaz de fazer rimas - Repete 4 dígitos - Responde a pergunta “por quê” , dando uma explicação - Nomeia cores além das primárias - Reconhece uma gravura que não pertence a uma classe específica, por exemplo: o que não pertence a classe dos animais - É capaz de apontar absurdos em uma figura - Executa uma série de 3 ordens não relacionadas - Articula corretamente todos os fonemas
Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 5 anos
- Incentivando-a a usar sua linguagem para expressar seus sentimentos, idéias, sonhos, desejos, e medos - Permitindo que ela crie desenhos novos livremente com lápis, lápis cera, pilot e papel - Proporcionando oportunidades de aprender canções, rimas ou versos de memória - Lendo contos, histórias maiores - Falando com a criança sobre temas variados sem utilizar termos e expressões infantis - Escutando e prestando atenção quando ela fala, levando em conta que a criança entende mais do que é capaz de verbalizar
Fala e Linguagem da criança de 6 anos
A criança de 6 anos
- Usa a gramática adequadamente - Compreende o significado das frases - Nomeia os dias da semana em ordem e conta até 30 - Conta uma história de 4 a 5 fatos e começa a ter noção de causa/efeito - Sabe o dia e mês de seu aniversário, seu sobrenome, endereço e telefone - Distingue direita e esquerda - Conhece a maioria das palavras opostas e o significado de: “através”, “até”, “em direção a”, “longe”, “desde”. - Sabe o significado e usa corretamente as palavras: “hoje”, “ontem” e “amanhã”. - Formula perguntas utilizando: “Como?”, “Que?”, “Por que?”. - Pergunta o significado de palavras novas ou pouco familiares - Relata experiências diárias
Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 6 anos
- Reservando um tempo de seu dia para conversar com ela - Lendo histórias para ela e pedindo que ela reconte - Ajudando-a a escrever seu próprio livro de histórias com desenhos e ilustrações - Pedindo que represente diferentes personagens de histórias - Propondo jogos que envolvam raciocínio - Dando tarefas em que seja necessário seguir algumas instruções - Deixando-a cozinhar, utilizando livros de receitas infantis, com passos e instruções simples - Assistindo com ela programas de televisão e vídeos, pedindo que conte sobre o que viu e o que mais gostou - Permitindo que participe de discussões familiares em que possa dar sua opinião - Ajudando-a a conhecer e utilizar novas palavras e conceitos
“SE VOCÊ ACHA QUE SEU FILHO NÃO ESTÁ ACOMPANHANDO ESTA ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM, PROCURE UM FONOAUDIÓLOGO”
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Marcos de desenvolvimento infantil de crianças de 3 a 5 anos de idade.
Marcos de desenvolvimento
Estes marcos de desenvolvimento mostram algumas das capacidades que marcam o progresso das crianças à medida que aprendem a comunicar. Se a sua criança não está a atingir um, ou mais, destes marcos, por favor contacte o seu Programa de Fala e Linguagem para a Idade Pré-escolar local.
Aos 3 anos
· compreende as perguntas "quem", "o quê", "onde" e "porquê"
· cria frases longas, usando 5 a 8 palavras
· fale sobre eventos passados - viagem à casa dos avós, dia no jardim infantil
· conta histórias simples
· mostra afeição pelos amigos de brincadeira favoritos
· envolve-se em brincadeira de fingir de com etapas múltiplas – cozinhar uma refeição, reparar um carro
· é compreendido pela maior parte das pessoas fora da família, a maior parte das vezes
· tem conhecimento da função da letra impressa – em menus, listas, sinais
· Tem um princípio de interesse em, e atenção a, rimas
Aos 4 anos
· segue instruções envolvendo 3, ou mais, etapas – "Primeiro, arranja um papel, depois faz um desenho, no fim dá-o à mamã"
· usa gramática do tipo adulto
· conta histórias com um princípio, meio e fim claros
· fala para tentar resolver problemas com adultos e outras crianças
· demonstra uma brincadeira imaginária cada vez mais complexa
· é compreendia por estranhos, quase sempre
· é capaz de gerar rimas simples – "gato-pato"
· equipara algumas letras com os seus sons – "a letra T diz "tê"
Aos 5 anos
· segue instruções de grupo – "todos os rapazes apanham um brinquedo"
· compreende instruções envolvendo "se...então" – "Se vais usar ténis, então prepara-os para a ginástica"
· descreve eventos passados, presentes e futuros em pormenor
· procura agradar aos amigos
· mostra uma independência aumentada nas amizades – pode visitar os vizinhos sozinha
· usa quase todos os sons da sua linguagem com poucos ou nenhuns erros
· conhece todas as letras do alfabeto
· identifica os sons no princípio de algumas palavras – "Pop começa com o som ‘pê’"
As crianças de três anos gostam quando você:
· Lhes dá materiais diferentes para os encorajar a desenhar e rabiscar, incluindo giz, lápis, lápis de cor, marcadores e tintas para pôr com os dedos.
· Use palavras descritivas como as cores e opostas (quente/frio, grande/pequeno, rápido/devagar), assim como palavras de acção (voando, salpicando, correndo) quando está a falar com elas
· Lhes dá tempo extra para exprimirem as suas ideias.
· Lhes dá escolhas – sobre que alimentos comer, brinquedos, roupas.
· Modela os sons e a gramática correcta para eles – a criança diz "ele coleu" e você diz "sim, ele correu".
· Lê livros que são previsíveis e repetitivos – pausa para dar à criança uma oportunidade para preencher as palavras e frases.
· Brinca e faz de conta com elas! Elas poderão gostar de fingir cenas dos seus vídeos favoritos, fingir comer num restaurante ou ser professores ou bombeiros.
As crianças de quatro anos gostam quando você:
· Lhes dá muitas oportunidades para brincar com outras crianças – na biblioteca, no parque, no Centro para os Primeiros Anos. Por vezes, elas gostam de ter um ou dois amigos em sua casa para brincar.
· Aponta para as palavras nos livros e passa o seu dedo debaixo das palavras quando lhes lê.
· Fala sobre a ordem dos eventos – descreve o que acontece primeiro, a seguir e no fim – "primeiro lavamos as mãos, depois comemos um lanche e no fim pomos os nossos pratos no lava-loiças".
· Os encoraja a contar as suas próprias histórias – pedindo-lhes para falar do seu dia, descrever um filme que viram, falar-lhe do seu livro favorito.
· Lê livros com palavras a rimar – "rato/gato", e aponta os sons no início das palavras – "Mamã começa com o som ‘mmm’ – é a letra M".
As crianças de cinco anos gostam quando você:
· Usa palavras novas e mais complexas – "antes/depois", "duro/macio", "fácil/difícil", "entre/ao lado", "mesmo/diferente".
· Fala sobre números e a quantidade de objectos – "muito/um pouco", "mais/menos", "um/muitos".
· Lhes pede para prever o que vai acontecer a seguir – "O que pensas que vai acontecer quando o Sam abrir o seu presente de anos?", e explica as razões na base das escolhas – "Por que temos de usar os nossos casacos hoje?"
· Alterna a sua vez para contarem histórias um ao outro, usando gravuras em livros – as crianças gostam de o/a ouvir falar e depois querem a sua vez para criar a sua própria versão da história.
· As deixa ajudar a planear eventos. Fala sobre o que precisa de fazer antes de uma festa de aniversário, ou como se preparar para ir ao zoo. Enquanto fala, faz à sua criança perguntas sobre o "porquê" e o "como".
· Lhes pede para ajudar. A sua criança apreciará ajudá-lo/a a fazer bolinhos, pôr a mesa, separar a roupa para lavar, etc. Dê-lhes instruções e veja se eles podem
· compreende as perguntas "quem", "o quê", "onde" e "porquê"
· cria frases longas, usando 5 a 8 palavras
· fale sobre eventos passados - viagem à casa dos avós, dia no jardim infantil
· conta histórias simples
· mostra afeição pelos amigos de brincadeira favoritos
· envolve-se em brincadeira de fingir de com etapas múltiplas – cozinhar uma refeição, reparar um carro
· é compreendido pela maior parte das pessoas fora da família, a maior parte das vezes
· tem conhecimento da função da letra impressa – em menus, listas, sinais
· Tem um princípio de interesse em, e atenção a, rimas
Aos 4 anos
· segue instruções envolvendo 3, ou mais, etapas – "Primeiro, arranja um papel, depois faz um desenho, no fim dá-o à mamã"
· usa gramática do tipo adulto
· conta histórias com um princípio, meio e fim claros
· fala para tentar resolver problemas com adultos e outras crianças
· demonstra uma brincadeira imaginária cada vez mais complexa
· é compreendia por estranhos, quase sempre
· é capaz de gerar rimas simples – "gato-pato"
· equipara algumas letras com os seus sons – "a letra T diz "tê"
Aos 5 anos
· segue instruções de grupo – "todos os rapazes apanham um brinquedo"
· compreende instruções envolvendo "se...então" – "Se vais usar ténis, então prepara-os para a ginástica"
· descreve eventos passados, presentes e futuros em pormenor
· procura agradar aos amigos
· mostra uma independência aumentada nas amizades – pode visitar os vizinhos sozinha
· usa quase todos os sons da sua linguagem com poucos ou nenhuns erros
· conhece todas as letras do alfabeto
· identifica os sons no princípio de algumas palavras – "Pop começa com o som ‘pê’"
As crianças de três anos gostam quando você:
· Lhes dá materiais diferentes para os encorajar a desenhar e rabiscar, incluindo giz, lápis, lápis de cor, marcadores e tintas para pôr com os dedos.
· Use palavras descritivas como as cores e opostas (quente/frio, grande/pequeno, rápido/devagar), assim como palavras de acção (voando, salpicando, correndo) quando está a falar com elas
· Lhes dá tempo extra para exprimirem as suas ideias.
· Lhes dá escolhas – sobre que alimentos comer, brinquedos, roupas.
· Modela os sons e a gramática correcta para eles – a criança diz "ele coleu" e você diz "sim, ele correu".
· Lê livros que são previsíveis e repetitivos – pausa para dar à criança uma oportunidade para preencher as palavras e frases.
· Brinca e faz de conta com elas! Elas poderão gostar de fingir cenas dos seus vídeos favoritos, fingir comer num restaurante ou ser professores ou bombeiros.
As crianças de quatro anos gostam quando você:
· Lhes dá muitas oportunidades para brincar com outras crianças – na biblioteca, no parque, no Centro para os Primeiros Anos. Por vezes, elas gostam de ter um ou dois amigos em sua casa para brincar.
· Aponta para as palavras nos livros e passa o seu dedo debaixo das palavras quando lhes lê.
· Fala sobre a ordem dos eventos – descreve o que acontece primeiro, a seguir e no fim – "primeiro lavamos as mãos, depois comemos um lanche e no fim pomos os nossos pratos no lava-loiças".
· Os encoraja a contar as suas próprias histórias – pedindo-lhes para falar do seu dia, descrever um filme que viram, falar-lhe do seu livro favorito.
· Lê livros com palavras a rimar – "rato/gato", e aponta os sons no início das palavras – "Mamã começa com o som ‘mmm’ – é a letra M".
As crianças de cinco anos gostam quando você:
· Usa palavras novas e mais complexas – "antes/depois", "duro/macio", "fácil/difícil", "entre/ao lado", "mesmo/diferente".
· Fala sobre números e a quantidade de objectos – "muito/um pouco", "mais/menos", "um/muitos".
· Lhes pede para prever o que vai acontecer a seguir – "O que pensas que vai acontecer quando o Sam abrir o seu presente de anos?", e explica as razões na base das escolhas – "Por que temos de usar os nossos casacos hoje?"
· Alterna a sua vez para contarem histórias um ao outro, usando gravuras em livros – as crianças gostam de o/a ouvir falar e depois querem a sua vez para criar a sua própria versão da história.
· As deixa ajudar a planear eventos. Fala sobre o que precisa de fazer antes de uma festa de aniversário, ou como se preparar para ir ao zoo. Enquanto fala, faz à sua criança perguntas sobre o "porquê" e o "como".
· Lhes pede para ajudar. A sua criança apreciará ajudá-lo/a a fazer bolinhos, pôr a mesa, separar a roupa para lavar, etc. Dê-lhes instruções e veja se eles podem
Obrigado por sua visita, volte sempre.
A importância das histórias no processo de aquisição da língua
Storytelling:
a importância das histórias no processo de aquisição da língua
Introdução
A “contação” de histórias é prática muito estimulada nesta instituição e por
conta deste estímulo, e também por acreditarmos que as histórias são importantes,
optamos por apresentar um artigo que englobe a prática e que mostre como o
trabalho de língua inglesa pode ser valorizado já que propicia momentos de total
envolvimento dos alunos com o novo idioma.
Neste artigo pontuaremos a importância de se trabalhar com Storytelling e
usaremos como embasamento teórico autores que atribuem às histórias a
importância devida, seja no âmbito da formação do caráter dos alunos, seja no que
diz respeito ao trabalho direto com a língua.
Os contos de fadas, por exemplo, ajudam as crianças na elaboração de seus
conflitos internos já que oferecem uma gama de situações nas quais seus
personagens estão expostos às adversidades da vida (morte, abandono, inveja,
velhice etc). Eles também ajudam a despertar/desenvolver valores como respeito,
justiça, lealdade etc.
Já no que diz respeito ao processo de aquisição da língua as histórias
oferecem aos leitores ou “escutadores” uma gradual ampliação de vocabulário, a
capacidade de compreender o enredo como um todo, não se prendendo a todas as
palavras desconhecidas, enfim propicia um aprendizado da língua de maneira não
formal e sistemática. Porém, para que isso aconteça é necessário que o professor
esteja atento às atividades que pode extrair de uma história: os momentos que
precedem a “contação” podem ser muito ricos se essas atividades forem bem
encaminhadas. Possibilidades de aprendizado que estejam relacionados a uma
história também acontecem durante e após uma “contação”. Todos esses
momentos serão melhor explicitados ao longo deste artigo.
Desenvolvimento
A introdução de histórias em inglês leva os alunos a uma maior variedade de
linguagem e ajuda no desenvolvimento de competências lingüísticas, isto porque a
leitura oferece linguagem contextualizada e ajuda os alunos a compreenderem
conceitos de linguagem novos ou já vistos. É possível para as crianças lerem livros e
compreenderem o ponto essencial do texto, sem necessariamente entenderem cada
palavra. É o sentido geral que é importante. Isto lhes dá confiança e pode ser uma
experiência motivadora.
Quando o professor conta uma história ele está despertando no aluno o gosto
pela leitura e essa posição de “escutador” de história contribui para formar no
futuro um leitor que lê por prazer e não por obrigação.
Na introdução deste artigo mencionamos a importância das histórias na
formação do caráter e no desenvolvimento de valores. Os contos de fadas, por
exemplo, ajudam a despertar sentimentos e valores intuitivos. “Contar histórias não
é apenas um jeito de dar prazer às crianças: é um modo de ampará-las em suas
angústias, ajudá-las a nomear o que não podia ser dito, ampliar o espaço da
fantasia e do pensamento”.(in CORSO, p.18).
Um conto pode ajudar as crianças a lidar com seus conflitos psicológicos por
tratar de conflitos internos importantes, inerentes ao ser humano, como a morte, o
envelhecimento, a luta entre o bem e o mal, a inveja etc. Vale lembrar que não
cabe qualquer espécie de julgamento moral ou censura por parte de quem conta,
pois o que importa aqui não é ensinar às crianças como se comportar, mas sim
ajudá-las a lidar com as adversidades da vida, na elaboração de seus conflitos
íntimos. Assim, há também uma outra função para o uso de histórias em sala de
aula que não só a aquisição gradual do idioma.
“para as crianças, os contos infantis são instrumentos para o conhecimento do
mundo: ao mesmo tempo, enunciados de problemas e propostas de soluções.
Eles não funcionam como exemplos, mas como exercícios narrativos graças aos
quais a criança descobre a complexidade das relações e dos afetos e elabora
estratégias possíveis de ação” (in CALLIGARIS)
“Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da
condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje.
Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de ser criança, as carências
(materiais e afetivas), as auto-descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.”
(www.grautez.com.br/litinf)
É pertinente lembrar que esses ensinamentos mencionados anteriormente são
passados para as crianças numa linguagem que as envolvem, estimulando a
imaginação e a criatividade.
Em relação aos aspectos de aquisição da língua, podemos afirmar que um dos
principais meios pelos quais as crianças aprendem a ler em língua estrangeira é
através de imagens. Assim, a primeira “leitura” que uma criança realiza é a de
imagens ou ilustrações do que se está lendo.
Através desse processo, as imagens e ilustrações agem como um suporte vital
no processo de aquisição da língua: elas ajudam as crianças a adivinhar o sentido
das palavras que não conhecem e reforçam as palavras que já sabem.
Além disso, o fato de ouvirem/lerem, em Inglês, histórias já conhecidas por
eles na própria língua materna (conto de fadas, por exemplo), ajuda na
compreensão do contexto e na realização de deduções e inferências. Também
contribui para o reconhecimento de elementos familiares tais como a forma da
história, o enredo e os tipos de personagens. Tudo isso leva a um envolvimento
maior e a uma significativa compreensão da estrutura da língua.
Nas aulas de língua inglesa procuramos trabalhar com as histórias de diversas
maneiras. Promover “rodas de leitura” como aquelas que acontecem com a
professora de sala é ação recorrente. A escolha da história a ser lida pode ser feita
simplesmente pelo prazer que ela proporciona ou pode ter como norte a
necessidade de relaciona-la ao conteúdo que está sendo estudado.
Para o desenvolvimento da habilidade de escuta e melhor compreensão da
narrativa, alguns fatores devem ser considerados no momento da escolha daquilo
que vai ser lido. São eles: deve ser uma história de que as crianças provavelmente
irão gostar; pode ser uma história que leve a atividades relevantes/interessantes;
ela deve ser curta para garantir concentração e envolvimento, se desejar contar
uma história mais longa divida-a em capítulos e conte no decorrer das aulas sempre
retomando o que aconteceu na aula anterior; ela deve ter um enredo simples e
conter diálogos (na educação infantil de preferência com repetições e rimas); o nível
de linguagem deve ser apropriado para a classe. Segundo algumas fontes, é
necessário que 75% de toda a linguagem seja compreendida pelos alunos. Os 25%
restantes fornecerão exposição a novo vocabulário e estruturas.
Algumas vezes usamos somente imagens (picture cards) e nos tornamos
contadores de história e não leitores, isso porque não temos nenhum material
escrito que dite o que vai ser contado. Nestes momentos as imagens fazem um
suporte essencial, já que prendem a atenção dos alunos. Uma das vantagens de ser
um contador e não leitor é que ao contar, o professor garante um contato visual
melhor e também pode usar mímica levando as crianças a uma maior compreensão
da narrativa. Além disso, ele pode modificar a linguagem para o nível dos seus
alunos.
É válido ressaltar que uma mesma história pode ser contada/lida várias vezes
e que, inclusive, as crianças costumam gostar de ouvi-las novamente, ouvir algo
conhecido passa segurança e noção de competência sobre um assunto.
Através do trabalho com histórias é possível desenvolver várias atividades: as
que antecedem o storytelling/reading, as que acontecem durante o
storytelling/reading e as pós storytelling/reading.
O propósito das pre-reading activities (aquelas que antecedem) é despertar
interesse sobre o que irão ouvir/ler (através de charadas, forca etc) e auxiliar na
compreensão da história. Isso pode ser feito ao encorajar os alunos a predizerem o
que irão ouvir/ler usando a ilustração da capa do livro (ou alguma outra ilustração
da história), com isso eles são incentivados a falar sobre o que podem ver nela, ou
seja, a identificar a imagem e a predizer a história se eles a conhecerem. Quando os
alunos lerem ou ouvirem a história, eles poderão descobrir se suas predições
estavam certas ou não. Isto é geralmente feito como uma atividade com toda a
classe.
Para ampliar os momentos de compreensão o professor pode suprir os alunos
com palavras-chave e conceitos de que eles irão precisar para a compreensão da
história.
As while-reading activities (acontecem durante) são atividades nas quais os
alunos, por exemplo, repetem as frases junto com o professor (se a história tiver
padrão repetitivo, por exemplo Bruxa, bruxa venha a minha festa); participam com
palavras ou ações enquanto ouvem a história (eles podem responder fisicamente ao
que ouvem levantando as mãos quando uma certa palavra ou frase é expressa
oralmente; diferentes grupos podem ouvir e responder a diferentes palavras ou
frases).
O professor deve tomar muito cuidado com as atividades que propõe durante
uma leitura/contação: elas não devem distrair os alunos e com isso fazer com que
percam a linha de raciocínio sobre o que estava acontecendo na história.
Ao final da leitura/”contação” podemos propor outras atividades, as Postreading
activities. Um meio para checar a compreensão da história por parte das
crianças é formular perguntas orais logo após o termino da “contação”/ leitura.
Geralmente, é através das post-reading activities que os alunos demonstram sua
criatividade, quando eles reagem de algum modo à história através da realização de
atividades como a ilustração de diferentes finais para a história; dramatizações;
ilustração de uma parte preferida da história e sua respectiva legenda; uma
atividade para ordenar trechos escritos ou figuras da história; atividades coletivas
em que os alunos recuperam as palavras-chaves da história em voz alta enquanto o
professor as registra na lousa; atividades orais quando conversam sobre a história
em grupos, dizendo qual é o seu personagem principal, qual é a melhor ilustração,
de que parte gostaram mais etc; jogos; músicas e vídeos que estejam relacionados
ao conteúdo apresentado na história.
No grupo 3 realizamos uma apresentação da história Bruxa, bruxa venha a
minha festa. Após uma leitura em inglês feita pelo professor os alunos são
convidados a interagir no momento da segunda leitura. É impressionante como as
histórias que trabalham com repetição despertam nas crianças a vontade de ajudar
a contar a história propiciando momentos de total envolvimento das turmas. Na
seqüência, as crianças escolhem quais personagens querem ser, produzem
máscaras e apresentam a história em forma de teatro. Esse produto final é filmado
e apresentado aos grupos 2.
Conclusão
Concluindo, ouvir histórias pode ser uma atividade que carregue consigo
diversas outras propostas, porém nunca devemos nos esquecer que antes de
qualquer coisa as crianças estão ouvindo uma história, ou seja, isso deve ficar em
primeiro plano, as pre-reading, while-reading e post-reading activities jamais são
mais importantes do que a história em si.
Gostaríamos de enfatizar que já podemos ver nas turmas do Fundamental 2
os bons resultados de se ouvir histórias quando crianças.
Bibliografia
- Contardo Calligaris. “Fadas no Divã” in Folha de SP Ilustrada, 13/10/2005
- COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas, São Paulo: DCL, 2003.
- CARLE, Eric. The very hungry caterpillar. Philomel Books
- Storytelling – CATS Children and Teenagers – The Young Learners SIG
Newsletter, Summer 2000.
- CORSO, Diana Lihtenstein. Fadas no Divã: a psicanálise nas histórias
infantis. Porto Alegre: Artmed, 2006.
- DRUCE, Arden. Witch, witch come to my party.
- HUGHES, Annie e WILLIAMS, Melanie Penguin Young Readers – Teacher’s
Guide to Using Stories in Class
- www.penguinreaders.com
- www.grautez.com.br/litinf
Introdução
A “contação” de histórias é prática muito estimulada nesta instituição e por
conta deste estímulo, e também por acreditarmos que as histórias são importantes,
optamos por apresentar um artigo que englobe a prática e que mostre como o
trabalho de língua inglesa pode ser valorizado já que propicia momentos de total
envolvimento dos alunos com o novo idioma.
Neste artigo pontuaremos a importância de se trabalhar com Storytelling e
usaremos como embasamento teórico autores que atribuem às histórias a
importância devida, seja no âmbito da formação do caráter dos alunos, seja no que
diz respeito ao trabalho direto com a língua.
Os contos de fadas, por exemplo, ajudam as crianças na elaboração de seus
conflitos internos já que oferecem uma gama de situações nas quais seus
personagens estão expostos às adversidades da vida (morte, abandono, inveja,
velhice etc). Eles também ajudam a despertar/desenvolver valores como respeito,
justiça, lealdade etc.
Já no que diz respeito ao processo de aquisição da língua as histórias
oferecem aos leitores ou “escutadores” uma gradual ampliação de vocabulário, a
capacidade de compreender o enredo como um todo, não se prendendo a todas as
palavras desconhecidas, enfim propicia um aprendizado da língua de maneira não
formal e sistemática. Porém, para que isso aconteça é necessário que o professor
esteja atento às atividades que pode extrair de uma história: os momentos que
precedem a “contação” podem ser muito ricos se essas atividades forem bem
encaminhadas. Possibilidades de aprendizado que estejam relacionados a uma
história também acontecem durante e após uma “contação”. Todos esses
momentos serão melhor explicitados ao longo deste artigo.
Desenvolvimento
A introdução de histórias em inglês leva os alunos a uma maior variedade de
linguagem e ajuda no desenvolvimento de competências lingüísticas, isto porque a
leitura oferece linguagem contextualizada e ajuda os alunos a compreenderem
conceitos de linguagem novos ou já vistos. É possível para as crianças lerem livros e
compreenderem o ponto essencial do texto, sem necessariamente entenderem cada
palavra. É o sentido geral que é importante. Isto lhes dá confiança e pode ser uma
experiência motivadora.
Quando o professor conta uma história ele está despertando no aluno o gosto
pela leitura e essa posição de “escutador” de história contribui para formar no
futuro um leitor que lê por prazer e não por obrigação.
Na introdução deste artigo mencionamos a importância das histórias na
formação do caráter e no desenvolvimento de valores. Os contos de fadas, por
exemplo, ajudam a despertar sentimentos e valores intuitivos. “Contar histórias não
é apenas um jeito de dar prazer às crianças: é um modo de ampará-las em suas
angústias, ajudá-las a nomear o que não podia ser dito, ampliar o espaço da
fantasia e do pensamento”.(in CORSO, p.18).
Um conto pode ajudar as crianças a lidar com seus conflitos psicológicos por
tratar de conflitos internos importantes, inerentes ao ser humano, como a morte, o
envelhecimento, a luta entre o bem e o mal, a inveja etc. Vale lembrar que não
cabe qualquer espécie de julgamento moral ou censura por parte de quem conta,
pois o que importa aqui não é ensinar às crianças como se comportar, mas sim
ajudá-las a lidar com as adversidades da vida, na elaboração de seus conflitos
íntimos. Assim, há também uma outra função para o uso de histórias em sala de
aula que não só a aquisição gradual do idioma.
“para as crianças, os contos infantis são instrumentos para o conhecimento do
mundo: ao mesmo tempo, enunciados de problemas e propostas de soluções.
Eles não funcionam como exemplos, mas como exercícios narrativos graças aos
quais a criança descobre a complexidade das relações e dos afetos e elabora
estratégias possíveis de ação” (in CALLIGARIS)
“Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da
condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje.
Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de ser criança, as carências
(materiais e afetivas), as auto-descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.”
(www.grautez.com.br/litinf)
É pertinente lembrar que esses ensinamentos mencionados anteriormente são
passados para as crianças numa linguagem que as envolvem, estimulando a
imaginação e a criatividade.
Em relação aos aspectos de aquisição da língua, podemos afirmar que um dos
principais meios pelos quais as crianças aprendem a ler em língua estrangeira é
através de imagens. Assim, a primeira “leitura” que uma criança realiza é a de
imagens ou ilustrações do que se está lendo.
Através desse processo, as imagens e ilustrações agem como um suporte vital
no processo de aquisição da língua: elas ajudam as crianças a adivinhar o sentido
das palavras que não conhecem e reforçam as palavras que já sabem.
Além disso, o fato de ouvirem/lerem, em Inglês, histórias já conhecidas por
eles na própria língua materna (conto de fadas, por exemplo), ajuda na
compreensão do contexto e na realização de deduções e inferências. Também
contribui para o reconhecimento de elementos familiares tais como a forma da
história, o enredo e os tipos de personagens. Tudo isso leva a um envolvimento
maior e a uma significativa compreensão da estrutura da língua.
Nas aulas de língua inglesa procuramos trabalhar com as histórias de diversas
maneiras. Promover “rodas de leitura” como aquelas que acontecem com a
professora de sala é ação recorrente. A escolha da história a ser lida pode ser feita
simplesmente pelo prazer que ela proporciona ou pode ter como norte a
necessidade de relaciona-la ao conteúdo que está sendo estudado.
Para o desenvolvimento da habilidade de escuta e melhor compreensão da
narrativa, alguns fatores devem ser considerados no momento da escolha daquilo
que vai ser lido. São eles: deve ser uma história de que as crianças provavelmente
irão gostar; pode ser uma história que leve a atividades relevantes/interessantes;
ela deve ser curta para garantir concentração e envolvimento, se desejar contar
uma história mais longa divida-a em capítulos e conte no decorrer das aulas sempre
retomando o que aconteceu na aula anterior; ela deve ter um enredo simples e
conter diálogos (na educação infantil de preferência com repetições e rimas); o nível
de linguagem deve ser apropriado para a classe. Segundo algumas fontes, é
necessário que 75% de toda a linguagem seja compreendida pelos alunos. Os 25%
restantes fornecerão exposição a novo vocabulário e estruturas.
Algumas vezes usamos somente imagens (picture cards) e nos tornamos
contadores de história e não leitores, isso porque não temos nenhum material
escrito que dite o que vai ser contado. Nestes momentos as imagens fazem um
suporte essencial, já que prendem a atenção dos alunos. Uma das vantagens de ser
um contador e não leitor é que ao contar, o professor garante um contato visual
melhor e também pode usar mímica levando as crianças a uma maior compreensão
da narrativa. Além disso, ele pode modificar a linguagem para o nível dos seus
alunos.
É válido ressaltar que uma mesma história pode ser contada/lida várias vezes
e que, inclusive, as crianças costumam gostar de ouvi-las novamente, ouvir algo
conhecido passa segurança e noção de competência sobre um assunto.
Através do trabalho com histórias é possível desenvolver várias atividades: as
que antecedem o storytelling/reading, as que acontecem durante o
storytelling/reading e as pós storytelling/reading.
O propósito das pre-reading activities (aquelas que antecedem) é despertar
interesse sobre o que irão ouvir/ler (através de charadas, forca etc) e auxiliar na
compreensão da história. Isso pode ser feito ao encorajar os alunos a predizerem o
que irão ouvir/ler usando a ilustração da capa do livro (ou alguma outra ilustração
da história), com isso eles são incentivados a falar sobre o que podem ver nela, ou
seja, a identificar a imagem e a predizer a história se eles a conhecerem. Quando os
alunos lerem ou ouvirem a história, eles poderão descobrir se suas predições
estavam certas ou não. Isto é geralmente feito como uma atividade com toda a
classe.
Para ampliar os momentos de compreensão o professor pode suprir os alunos
com palavras-chave e conceitos de que eles irão precisar para a compreensão da
história.
As while-reading activities (acontecem durante) são atividades nas quais os
alunos, por exemplo, repetem as frases junto com o professor (se a história tiver
padrão repetitivo, por exemplo Bruxa, bruxa venha a minha festa); participam com
palavras ou ações enquanto ouvem a história (eles podem responder fisicamente ao
que ouvem levantando as mãos quando uma certa palavra ou frase é expressa
oralmente; diferentes grupos podem ouvir e responder a diferentes palavras ou
frases).
O professor deve tomar muito cuidado com as atividades que propõe durante
uma leitura/contação: elas não devem distrair os alunos e com isso fazer com que
percam a linha de raciocínio sobre o que estava acontecendo na história.
Ao final da leitura/”contação” podemos propor outras atividades, as Postreading
activities. Um meio para checar a compreensão da história por parte das
crianças é formular perguntas orais logo após o termino da “contação”/ leitura.
Geralmente, é através das post-reading activities que os alunos demonstram sua
criatividade, quando eles reagem de algum modo à história através da realização de
atividades como a ilustração de diferentes finais para a história; dramatizações;
ilustração de uma parte preferida da história e sua respectiva legenda; uma
atividade para ordenar trechos escritos ou figuras da história; atividades coletivas
em que os alunos recuperam as palavras-chaves da história em voz alta enquanto o
professor as registra na lousa; atividades orais quando conversam sobre a história
em grupos, dizendo qual é o seu personagem principal, qual é a melhor ilustração,
de que parte gostaram mais etc; jogos; músicas e vídeos que estejam relacionados
ao conteúdo apresentado na história.
No grupo 3 realizamos uma apresentação da história Bruxa, bruxa venha a
minha festa. Após uma leitura em inglês feita pelo professor os alunos são
convidados a interagir no momento da segunda leitura. É impressionante como as
histórias que trabalham com repetição despertam nas crianças a vontade de ajudar
a contar a história propiciando momentos de total envolvimento das turmas. Na
seqüência, as crianças escolhem quais personagens querem ser, produzem
máscaras e apresentam a história em forma de teatro. Esse produto final é filmado
e apresentado aos grupos 2.
Conclusão
Concluindo, ouvir histórias pode ser uma atividade que carregue consigo
diversas outras propostas, porém nunca devemos nos esquecer que antes de
qualquer coisa as crianças estão ouvindo uma história, ou seja, isso deve ficar em
primeiro plano, as pre-reading, while-reading e post-reading activities jamais são
mais importantes do que a história em si.
Gostaríamos de enfatizar que já podemos ver nas turmas do Fundamental 2
os bons resultados de se ouvir histórias quando crianças.
Bibliografia
- Contardo Calligaris. “Fadas no Divã” in Folha de SP Ilustrada, 13/10/2005
- COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas, São Paulo: DCL, 2003.
- CARLE, Eric. The very hungry caterpillar. Philomel Books
- Storytelling – CATS Children and Teenagers – The Young Learners SIG
Newsletter, Summer 2000.
- CORSO, Diana Lihtenstein. Fadas no Divã: a psicanálise nas histórias
infantis. Porto Alegre: Artmed, 2006.
- DRUCE, Arden. Witch, witch come to my party.
- HUGHES, Annie e WILLIAMS, Melanie Penguin Young Readers – Teacher’s
Guide to Using Stories in Class
- www.penguinreaders.com
- www.grautez.com.br/litinf
conta deste estímulo, e também por acreditarmos que as histórias são importantes,
optamos por apresentar um artigo que englobe a prática e que mostre como o
trabalho de língua inglesa pode ser valorizado já que propicia momentos de total
envolvimento dos alunos com o novo idioma.
Neste artigo pontuaremos a importância de se trabalhar com Storytelling e
usaremos como embasamento teórico autores que atribuem às histórias a
importância devida, seja no âmbito da formação do caráter dos alunos, seja no que
diz respeito ao trabalho direto com a língua.
Os contos de fadas, por exemplo, ajudam as crianças na elaboração de seus
conflitos internos já que oferecem uma gama de situações nas quais seus
personagens estão expostos às adversidades da vida (morte, abandono, inveja,
velhice etc). Eles também ajudam a despertar/desenvolver valores como respeito,
justiça, lealdade etc.
Já no que diz respeito ao processo de aquisição da língua as histórias
oferecem aos leitores ou “escutadores” uma gradual ampliação de vocabulário, a
capacidade de compreender o enredo como um todo, não se prendendo a todas as
palavras desconhecidas, enfim propicia um aprendizado da língua de maneira não
formal e sistemática. Porém, para que isso aconteça é necessário que o professor
esteja atento às atividades que pode extrair de uma história: os momentos que
precedem a “contação” podem ser muito ricos se essas atividades forem bem
encaminhadas. Possibilidades de aprendizado que estejam relacionados a uma
história também acontecem durante e após uma “contação”. Todos esses
momentos serão melhor explicitados ao longo deste artigo.
Desenvolvimento
A introdução de histórias em inglês leva os alunos a uma maior variedade de
linguagem e ajuda no desenvolvimento de competências lingüísticas, isto porque a
leitura oferece linguagem contextualizada e ajuda os alunos a compreenderem
conceitos de linguagem novos ou já vistos. É possível para as crianças lerem livros e
compreenderem o ponto essencial do texto, sem necessariamente entenderem cada
palavra. É o sentido geral que é importante. Isto lhes dá confiança e pode ser uma
experiência motivadora.
Quando o professor conta uma história ele está despertando no aluno o gosto
pela leitura e essa posição de “escutador” de história contribui para formar no
futuro um leitor que lê por prazer e não por obrigação.
Na introdução deste artigo mencionamos a importância das histórias na
formação do caráter e no desenvolvimento de valores. Os contos de fadas, por
exemplo, ajudam a despertar sentimentos e valores intuitivos. “Contar histórias não
é apenas um jeito de dar prazer às crianças: é um modo de ampará-las em suas
angústias, ajudá-las a nomear o que não podia ser dito, ampliar o espaço da
fantasia e do pensamento”.(in CORSO, p.18).
Um conto pode ajudar as crianças a lidar com seus conflitos psicológicos por
tratar de conflitos internos importantes, inerentes ao ser humano, como a morte, o
envelhecimento, a luta entre o bem e o mal, a inveja etc. Vale lembrar que não
cabe qualquer espécie de julgamento moral ou censura por parte de quem conta,
pois o que importa aqui não é ensinar às crianças como se comportar, mas sim
ajudá-las a lidar com as adversidades da vida, na elaboração de seus conflitos
íntimos. Assim, há também uma outra função para o uso de histórias em sala de
aula que não só a aquisição gradual do idioma.
“para as crianças, os contos infantis são instrumentos para o conhecimento do
mundo: ao mesmo tempo, enunciados de problemas e propostas de soluções.
Eles não funcionam como exemplos, mas como exercícios narrativos graças aos
quais a criança descobre a complexidade das relações e dos afetos e elabora
estratégias possíveis de ação” (in CALLIGARIS)
“Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da
condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje.
Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de ser criança, as carências
(materiais e afetivas), as auto-descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.”
(www.grautez.com.br/litinf)
É pertinente lembrar que esses ensinamentos mencionados anteriormente são
passados para as crianças numa linguagem que as envolvem, estimulando a
imaginação e a criatividade.
Em relação aos aspectos de aquisição da língua, podemos afirmar que um dos
principais meios pelos quais as crianças aprendem a ler em língua estrangeira é
através de imagens. Assim, a primeira “leitura” que uma criança realiza é a de
imagens ou ilustrações do que se está lendo.
Através desse processo, as imagens e ilustrações agem como um suporte vital
no processo de aquisição da língua: elas ajudam as crianças a adivinhar o sentido
das palavras que não conhecem e reforçam as palavras que já sabem.
Além disso, o fato de ouvirem/lerem, em Inglês, histórias já conhecidas por
eles na própria língua materna (conto de fadas, por exemplo), ajuda na
compreensão do contexto e na realização de deduções e inferências. Também
contribui para o reconhecimento de elementos familiares tais como a forma da
história, o enredo e os tipos de personagens. Tudo isso leva a um envolvimento
maior e a uma significativa compreensão da estrutura da língua.
Nas aulas de língua inglesa procuramos trabalhar com as histórias de diversas
maneiras. Promover “rodas de leitura” como aquelas que acontecem com a
professora de sala é ação recorrente. A escolha da história a ser lida pode ser feita
simplesmente pelo prazer que ela proporciona ou pode ter como norte a
necessidade de relaciona-la ao conteúdo que está sendo estudado.
Para o desenvolvimento da habilidade de escuta e melhor compreensão da
narrativa, alguns fatores devem ser considerados no momento da escolha daquilo
que vai ser lido. São eles: deve ser uma história de que as crianças provavelmente
irão gostar; pode ser uma história que leve a atividades relevantes/interessantes;
ela deve ser curta para garantir concentração e envolvimento, se desejar contar
uma história mais longa divida-a em capítulos e conte no decorrer das aulas sempre
retomando o que aconteceu na aula anterior; ela deve ter um enredo simples e
conter diálogos (na educação infantil de preferência com repetições e rimas); o nível
de linguagem deve ser apropriado para a classe. Segundo algumas fontes, é
necessário que 75% de toda a linguagem seja compreendida pelos alunos. Os 25%
restantes fornecerão exposição a novo vocabulário e estruturas.
Algumas vezes usamos somente imagens (picture cards) e nos tornamos
contadores de história e não leitores, isso porque não temos nenhum material
escrito que dite o que vai ser contado. Nestes momentos as imagens fazem um
suporte essencial, já que prendem a atenção dos alunos. Uma das vantagens de ser
um contador e não leitor é que ao contar, o professor garante um contato visual
melhor e também pode usar mímica levando as crianças a uma maior compreensão
da narrativa. Além disso, ele pode modificar a linguagem para o nível dos seus
alunos.
É válido ressaltar que uma mesma história pode ser contada/lida várias vezes
e que, inclusive, as crianças costumam gostar de ouvi-las novamente, ouvir algo
conhecido passa segurança e noção de competência sobre um assunto.
Através do trabalho com histórias é possível desenvolver várias atividades: as
que antecedem o storytelling/reading, as que acontecem durante o
storytelling/reading e as pós storytelling/reading.
O propósito das pre-reading activities (aquelas que antecedem) é despertar
interesse sobre o que irão ouvir/ler (através de charadas, forca etc) e auxiliar na
compreensão da história. Isso pode ser feito ao encorajar os alunos a predizerem o
que irão ouvir/ler usando a ilustração da capa do livro (ou alguma outra ilustração
da história), com isso eles são incentivados a falar sobre o que podem ver nela, ou
seja, a identificar a imagem e a predizer a história se eles a conhecerem. Quando os
alunos lerem ou ouvirem a história, eles poderão descobrir se suas predições
estavam certas ou não. Isto é geralmente feito como uma atividade com toda a
classe.
Para ampliar os momentos de compreensão o professor pode suprir os alunos
com palavras-chave e conceitos de que eles irão precisar para a compreensão da
história.
As while-reading activities (acontecem durante) são atividades nas quais os
alunos, por exemplo, repetem as frases junto com o professor (se a história tiver
padrão repetitivo, por exemplo Bruxa, bruxa venha a minha festa); participam com
palavras ou ações enquanto ouvem a história (eles podem responder fisicamente ao
que ouvem levantando as mãos quando uma certa palavra ou frase é expressa
oralmente; diferentes grupos podem ouvir e responder a diferentes palavras ou
frases).
O professor deve tomar muito cuidado com as atividades que propõe durante
uma leitura/contação: elas não devem distrair os alunos e com isso fazer com que
percam a linha de raciocínio sobre o que estava acontecendo na história.
Ao final da leitura/”contação” podemos propor outras atividades, as Postreading
activities. Um meio para checar a compreensão da história por parte das
crianças é formular perguntas orais logo após o termino da “contação”/ leitura.
Geralmente, é através das post-reading activities que os alunos demonstram sua
criatividade, quando eles reagem de algum modo à história através da realização de
atividades como a ilustração de diferentes finais para a história; dramatizações;
ilustração de uma parte preferida da história e sua respectiva legenda; uma
atividade para ordenar trechos escritos ou figuras da história; atividades coletivas
em que os alunos recuperam as palavras-chaves da história em voz alta enquanto o
professor as registra na lousa; atividades orais quando conversam sobre a história
em grupos, dizendo qual é o seu personagem principal, qual é a melhor ilustração,
de que parte gostaram mais etc; jogos; músicas e vídeos que estejam relacionados
ao conteúdo apresentado na história.
No grupo 3 realizamos uma apresentação da história Bruxa, bruxa venha a
minha festa. Após uma leitura em inglês feita pelo professor os alunos são
convidados a interagir no momento da segunda leitura. É impressionante como as
histórias que trabalham com repetição despertam nas crianças a vontade de ajudar
a contar a história propiciando momentos de total envolvimento das turmas. Na
seqüência, as crianças escolhem quais personagens querem ser, produzem
máscaras e apresentam a história em forma de teatro. Esse produto final é filmado
e apresentado aos grupos 2.
Conclusão
Concluindo, ouvir histórias pode ser uma atividade que carregue consigo
diversas outras propostas, porém nunca devemos nos esquecer que antes de
qualquer coisa as crianças estão ouvindo uma história, ou seja, isso deve ficar em
primeiro plano, as pre-reading, while-reading e post-reading activities jamais são
mais importantes do que a história em si.
Gostaríamos de enfatizar que já podemos ver nas turmas do Fundamental 2
os bons resultados de se ouvir histórias quando crianças.
Bibliografia
- Contardo Calligaris. “Fadas no Divã” in Folha de SP Ilustrada, 13/10/2005
- COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas, São Paulo: DCL, 2003.
- CARLE, Eric. The very hungry caterpillar. Philomel Books
- Storytelling – CATS Children and Teenagers – The Young Learners SIG
Newsletter, Summer 2000.
- CORSO, Diana Lihtenstein. Fadas no Divã: a psicanálise nas histórias
infantis. Porto Alegre: Artmed, 2006.
- DRUCE, Arden. Witch, witch come to my party.
- HUGHES, Annie e WILLIAMS, Melanie Penguin Young Readers – Teacher’s
Guide to Using Stories in Class
- www.penguinreaders.com
- www.grautez.com.br/litinf
Introdução
A “contação” de histórias é prática muito estimulada nesta instituição e por
conta deste estímulo, e também por acreditarmos que as histórias são importantes,
optamos por apresentar um artigo que englobe a prática e que mostre como o
trabalho de língua inglesa pode ser valorizado já que propicia momentos de total
envolvimento dos alunos com o novo idioma.
Neste artigo pontuaremos a importância de se trabalhar com Storytelling e
usaremos como embasamento teórico autores que atribuem às histórias a
importância devida, seja no âmbito da formação do caráter dos alunos, seja no que
diz respeito ao trabalho direto com a língua.
Os contos de fadas, por exemplo, ajudam as crianças na elaboração de seus
conflitos internos já que oferecem uma gama de situações nas quais seus
personagens estão expostos às adversidades da vida (morte, abandono, inveja,
velhice etc). Eles também ajudam a despertar/desenvolver valores como respeito,
justiça, lealdade etc.
Já no que diz respeito ao processo de aquisição da língua as histórias
oferecem aos leitores ou “escutadores” uma gradual ampliação de vocabulário, a
capacidade de compreender o enredo como um todo, não se prendendo a todas as
palavras desconhecidas, enfim propicia um aprendizado da língua de maneira não
formal e sistemática. Porém, para que isso aconteça é necessário que o professor
esteja atento às atividades que pode extrair de uma história: os momentos que
precedem a “contação” podem ser muito ricos se essas atividades forem bem
encaminhadas. Possibilidades de aprendizado que estejam relacionados a uma
história também acontecem durante e após uma “contação”. Todos esses
momentos serão melhor explicitados ao longo deste artigo.
Desenvolvimento
A introdução de histórias em inglês leva os alunos a uma maior variedade de
linguagem e ajuda no desenvolvimento de competências lingüísticas, isto porque a
leitura oferece linguagem contextualizada e ajuda os alunos a compreenderem
conceitos de linguagem novos ou já vistos. É possível para as crianças lerem livros e
compreenderem o ponto essencial do texto, sem necessariamente entenderem cada
palavra. É o sentido geral que é importante. Isto lhes dá confiança e pode ser uma
experiência motivadora.
Quando o professor conta uma história ele está despertando no aluno o gosto
pela leitura e essa posição de “escutador” de história contribui para formar no
futuro um leitor que lê por prazer e não por obrigação.
Na introdução deste artigo mencionamos a importância das histórias na
formação do caráter e no desenvolvimento de valores. Os contos de fadas, por
exemplo, ajudam a despertar sentimentos e valores intuitivos. “Contar histórias não
é apenas um jeito de dar prazer às crianças: é um modo de ampará-las em suas
angústias, ajudá-las a nomear o que não podia ser dito, ampliar o espaço da
fantasia e do pensamento”.(in CORSO, p.18).
Um conto pode ajudar as crianças a lidar com seus conflitos psicológicos por
tratar de conflitos internos importantes, inerentes ao ser humano, como a morte, o
envelhecimento, a luta entre o bem e o mal, a inveja etc. Vale lembrar que não
cabe qualquer espécie de julgamento moral ou censura por parte de quem conta,
pois o que importa aqui não é ensinar às crianças como se comportar, mas sim
ajudá-las a lidar com as adversidades da vida, na elaboração de seus conflitos
íntimos. Assim, há também uma outra função para o uso de histórias em sala de
aula que não só a aquisição gradual do idioma.
“para as crianças, os contos infantis são instrumentos para o conhecimento do
mundo: ao mesmo tempo, enunciados de problemas e propostas de soluções.
Eles não funcionam como exemplos, mas como exercícios narrativos graças aos
quais a criança descobre a complexidade das relações e dos afetos e elabora
estratégias possíveis de ação” (in CALLIGARIS)
“Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da
condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje.
Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de ser criança, as carências
(materiais e afetivas), as auto-descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.”
(www.grautez.com.br/litinf)
É pertinente lembrar que esses ensinamentos mencionados anteriormente são
passados para as crianças numa linguagem que as envolvem, estimulando a
imaginação e a criatividade.
Em relação aos aspectos de aquisição da língua, podemos afirmar que um dos
principais meios pelos quais as crianças aprendem a ler em língua estrangeira é
através de imagens. Assim, a primeira “leitura” que uma criança realiza é a de
imagens ou ilustrações do que se está lendo.
Através desse processo, as imagens e ilustrações agem como um suporte vital
no processo de aquisição da língua: elas ajudam as crianças a adivinhar o sentido
das palavras que não conhecem e reforçam as palavras que já sabem.
Além disso, o fato de ouvirem/lerem, em Inglês, histórias já conhecidas por
eles na própria língua materna (conto de fadas, por exemplo), ajuda na
compreensão do contexto e na realização de deduções e inferências. Também
contribui para o reconhecimento de elementos familiares tais como a forma da
história, o enredo e os tipos de personagens. Tudo isso leva a um envolvimento
maior e a uma significativa compreensão da estrutura da língua.
Nas aulas de língua inglesa procuramos trabalhar com as histórias de diversas
maneiras. Promover “rodas de leitura” como aquelas que acontecem com a
professora de sala é ação recorrente. A escolha da história a ser lida pode ser feita
simplesmente pelo prazer que ela proporciona ou pode ter como norte a
necessidade de relaciona-la ao conteúdo que está sendo estudado.
Para o desenvolvimento da habilidade de escuta e melhor compreensão da
narrativa, alguns fatores devem ser considerados no momento da escolha daquilo
que vai ser lido. São eles: deve ser uma história de que as crianças provavelmente
irão gostar; pode ser uma história que leve a atividades relevantes/interessantes;
ela deve ser curta para garantir concentração e envolvimento, se desejar contar
uma história mais longa divida-a em capítulos e conte no decorrer das aulas sempre
retomando o que aconteceu na aula anterior; ela deve ter um enredo simples e
conter diálogos (na educação infantil de preferência com repetições e rimas); o nível
de linguagem deve ser apropriado para a classe. Segundo algumas fontes, é
necessário que 75% de toda a linguagem seja compreendida pelos alunos. Os 25%
restantes fornecerão exposição a novo vocabulário e estruturas.
Algumas vezes usamos somente imagens (picture cards) e nos tornamos
contadores de história e não leitores, isso porque não temos nenhum material
escrito que dite o que vai ser contado. Nestes momentos as imagens fazem um
suporte essencial, já que prendem a atenção dos alunos. Uma das vantagens de ser
um contador e não leitor é que ao contar, o professor garante um contato visual
melhor e também pode usar mímica levando as crianças a uma maior compreensão
da narrativa. Além disso, ele pode modificar a linguagem para o nível dos seus
alunos.
É válido ressaltar que uma mesma história pode ser contada/lida várias vezes
e que, inclusive, as crianças costumam gostar de ouvi-las novamente, ouvir algo
conhecido passa segurança e noção de competência sobre um assunto.
Através do trabalho com histórias é possível desenvolver várias atividades: as
que antecedem o storytelling/reading, as que acontecem durante o
storytelling/reading e as pós storytelling/reading.
O propósito das pre-reading activities (aquelas que antecedem) é despertar
interesse sobre o que irão ouvir/ler (através de charadas, forca etc) e auxiliar na
compreensão da história. Isso pode ser feito ao encorajar os alunos a predizerem o
que irão ouvir/ler usando a ilustração da capa do livro (ou alguma outra ilustração
da história), com isso eles são incentivados a falar sobre o que podem ver nela, ou
seja, a identificar a imagem e a predizer a história se eles a conhecerem. Quando os
alunos lerem ou ouvirem a história, eles poderão descobrir se suas predições
estavam certas ou não. Isto é geralmente feito como uma atividade com toda a
classe.
Para ampliar os momentos de compreensão o professor pode suprir os alunos
com palavras-chave e conceitos de que eles irão precisar para a compreensão da
história.
As while-reading activities (acontecem durante) são atividades nas quais os
alunos, por exemplo, repetem as frases junto com o professor (se a história tiver
padrão repetitivo, por exemplo Bruxa, bruxa venha a minha festa); participam com
palavras ou ações enquanto ouvem a história (eles podem responder fisicamente ao
que ouvem levantando as mãos quando uma certa palavra ou frase é expressa
oralmente; diferentes grupos podem ouvir e responder a diferentes palavras ou
frases).
O professor deve tomar muito cuidado com as atividades que propõe durante
uma leitura/contação: elas não devem distrair os alunos e com isso fazer com que
percam a linha de raciocínio sobre o que estava acontecendo na história.
Ao final da leitura/”contação” podemos propor outras atividades, as Postreading
activities. Um meio para checar a compreensão da história por parte das
crianças é formular perguntas orais logo após o termino da “contação”/ leitura.
Geralmente, é através das post-reading activities que os alunos demonstram sua
criatividade, quando eles reagem de algum modo à história através da realização de
atividades como a ilustração de diferentes finais para a história; dramatizações;
ilustração de uma parte preferida da história e sua respectiva legenda; uma
atividade para ordenar trechos escritos ou figuras da história; atividades coletivas
em que os alunos recuperam as palavras-chaves da história em voz alta enquanto o
professor as registra na lousa; atividades orais quando conversam sobre a história
em grupos, dizendo qual é o seu personagem principal, qual é a melhor ilustração,
de que parte gostaram mais etc; jogos; músicas e vídeos que estejam relacionados
ao conteúdo apresentado na história.
No grupo 3 realizamos uma apresentação da história Bruxa, bruxa venha a
minha festa. Após uma leitura em inglês feita pelo professor os alunos são
convidados a interagir no momento da segunda leitura. É impressionante como as
histórias que trabalham com repetição despertam nas crianças a vontade de ajudar
a contar a história propiciando momentos de total envolvimento das turmas. Na
seqüência, as crianças escolhem quais personagens querem ser, produzem
máscaras e apresentam a história em forma de teatro. Esse produto final é filmado
e apresentado aos grupos 2.
Conclusão
Concluindo, ouvir histórias pode ser uma atividade que carregue consigo
diversas outras propostas, porém nunca devemos nos esquecer que antes de
qualquer coisa as crianças estão ouvindo uma história, ou seja, isso deve ficar em
primeiro plano, as pre-reading, while-reading e post-reading activities jamais são
mais importantes do que a história em si.
Gostaríamos de enfatizar que já podemos ver nas turmas do Fundamental 2
os bons resultados de se ouvir histórias quando crianças.
Bibliografia
- Contardo Calligaris. “Fadas no Divã” in Folha de SP Ilustrada, 13/10/2005
- COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas, São Paulo: DCL, 2003.
- CARLE, Eric. The very hungry caterpillar. Philomel Books
- Storytelling – CATS Children and Teenagers – The Young Learners SIG
Newsletter, Summer 2000.
- CORSO, Diana Lihtenstein. Fadas no Divã: a psicanálise nas histórias
infantis. Porto Alegre: Artmed, 2006.
- DRUCE, Arden. Witch, witch come to my party.
- HUGHES, Annie e WILLIAMS, Melanie Penguin Young Readers – Teacher’s
Guide to Using Stories in Class
- www.penguinreaders.com
- www.grautez.com.br/litinf
Por este artigo vemos, a "importância das educadoras e educadores" do ensino infantil e anos iniciais.
Fonte: http://www.teachingchildren.com.br/arquivos/STORYTELLING.pdfObrigado por sua visita, volte sempre.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
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