II. Um dos nomes deste cordão é o Vajna Sutra. Vajna significa Brahma, ou Espírito Supremo, e Sutra cordão, ou união. Juntas, as duas palavras significam algo que une ou liga um homem ao seu espírito ou deus. Consiste em três fios entrelaçados que revestem um único cordão, e três desses laços formam um núcleo em círculo. Qualquer Teósofo sabe o que significa um círculo, é claro que não é necessário repeti-lo aqui. Exatamente entenderá o resto e a relação que eles têm com a iniciação mística. Os fios significam o grande princípio de “três em um, e um em três”, assim: – A primeira trindade consiste em Átma, que compreende os três atributos de Manas, Buddhi e Ahankara (a mente, a inteligência e o egoísmo). O Manas, por sua vez, tem as três qualidades de Sattwa, Rajas e Tamas (bondade, impureza e ignorância). Buddhi tem três atributos de Pratyaksha, Upaniti e Anumiti (conhecimento, analogia e dedução). Ahankara também tem três atributos, a saber, Jnata, Jneya e Jnan (o conhecedor, o conhecido, e o conhecimento).
III. Outro nome do cordão sagrado é Trindandi. Tri significa três, e Danda, punição, correção ou conquista. Isso lembra ao seu titular, as três grandes “correções” ou conquistas que ele tem que alcançar. Estes são: -(1) o Vakya Sanyama; (2) o Manas Sanyama; e (3) o Indryia (o Deha) Sanyama. Vakya é discurso, Manas, mente e Deha (literalmente, corpo) ou Indryia, os sentidos. Portanto, as três conquistas significam o domínio das coisas é o que se dizemos, pensamos e fazemos.
Este cordão também é uma lembrança para o homem dos seus deveres seculares, e o seu material varia, naturalmente, de acordo com a ocupação do usuário. Nesse caso, enquanto o cordão dos Brâmanes é feito de algodão puro, o dos Kshatriyas (guerreiros) é feito com o mesmo material que a corda de um arco; e o dos Vaishyas (comerciantes e agricultores), de lã. Disto não se deve concluir que a casta estava originalmente destinada a ser herdada. Nos tempos antigos, dependia das qualidades do homem. Independentemente da casta dos seus pais, um homem podia, de acordo com os seus méritos ou pelo contrário, subir ou baixar de uma casta a outra; e não são raros os casos em que um homem se tenha elevado à posição de Brahman mais alto (como Vishvamitra Rishi, Parasara, Vyasa, Satyakam, e outros) desde a mais baixa das quatro castas. Os aforismos de Yudhishthira sobre este tema, em resposta às perguntas da grande serpente, no Arannya Parva do Maha-Bharata e do Manu, sobre o mesmo assunto, são bem conhecidos e não necessitam melhor referência. Ambos, Manu e Maha-Bharata – os pilares do Hinduísmo – afirmam claramente que um homem pode mudar-se de uma casta para a outra pelos seus méritos, independentemente da sua linhagem.
O dia aproxima-se rapidamente em que o chamado Brahman terá que revelar a causa, perante o tribunal de Rishis Aryos, pelo qual não devem despojar-se do cordão que, na verdade, não merecem, pois, estão a desprestigiá-lo devido ao mau uso que lhe dão. Só então apreciarão o privilégio de o levar. Há muitos exemplos de como a mais alta insígnia tem sido desonrada por indignos. A aristocracia da Europa e Ásia, está repleta de gente assim.
Tradução do artigo correspondente publicado no livro: CINCO ANOS DE TEOSOFIA.
Selecionados de “The Theosophist”. México, 2009
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