Você sabe o que é reskilling?Segundo o Cambridge Dictionary, reskilling “é o processo de aprender novas habilidades para fazer um trabalho diferente ou treinar pessoas para fazer um trabalho novo”.
De forma simples, o naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), em sua Teoria da Seleção Natural, explica que os indivíduos sobreviverão se conseguirem se adaptar e evoluir no ambiente.Trazendo esses conceitos para o mundo corporativo, a necessidade de adaptação ganha o nome de reskilling.
A cada dia, é exigido mais do profissional que ele tenha consciência das mudanças que acontecem ao seu redor.Sendo assim, pessoas que conseguem desaprender e aprender de novosão muito valorizadas no mercado.
Neste post, você vai entender melhor o assunto e como isso é visto e aplicado no ambiente profissional. Continue a leitura!
O conceito de reskilling e o choque de gerações
A aplicação do conceito de reskilling é fundamental. Afinal, proporciona aprender novas atividades e atitudes comportamentais e, assim, conquistar seu espaço no mercado atual. Dessa forma, a evolução no campo profissional chega com a agilidade necessária para reaprender.
Sabe aquela tia ou o avô que sente muito orgulho de ter passado a vida profissional inteira em apenas uma empresa? Esta é a Geração X, que está cada vez mais escassa no mercado de trabalho.
A próxima, chamada de GeraçãoY, já muda drasticamente essa visão. Nesse momento, a individualidade, a conquista pelo “topo” o quanto antes e a adaptação a tecnologia são as características predominantes. Os nascidos até meados de 1990 buscam isso incessantemente.
E a Geração Z? Como os jovens nascidos na era digital lidam e, principalmente, como vão lidar com suas profissões?
Ao inserir todas essas gerações no ambiente profissional, a capacidade de aprender, desaprender e aprender de novo demonstra uma forte condição de adaptabilidade e absorção de conhecimentos.
O profissional do futuro
A crescente busca por profissionais capazes de executar multitarefas é notória entre as empresas. O jovem profissional que tem a capacidade de trabalhar e ser eficiente em várias atividades tem seu merecido destaque (e essa adaptação é uma constante na Geração Z).
O que antes era comum escutar “aqui sempre fazemos assim”, agora, nas conversas de “corredor”, o que mais se ouve é “ok, vamos tentar outra coisa?”
Algumas pesquisas mostram que os jovens profissionais buscam sucesso no mundo por meio de grandes mudanças.
Para isso, essas transformações precisam ser profundas, conjuntas e sustentáveis. Daí a necessidade de deixar verdades e convicções antigas e engessadas para trás e aprender com a velocidade com que o mundo vem exigindo.
E você? Já conhecia o conceito de reskilling? Como você vê essa relação novos aprendizados no ambiente profissional? Deixe seu comentário!
FAÇA E VENDA TOMATE SECO Hoje estou aqui compartilhando a receita de faça e venda de tomate seco, como o preço do tomate baixou bastante aqui na minha cidade eu resolvi trazer minha receita de tomate seco para venda. muio simples de fazer apesar de ser um pouco demorado o tomate seco pode ser agregado em várias receitas, estou passando aqui o modo de preparo como conservar e preço para venda, lembrando que o preço vária de uma região para outra.
#façaevenda#receita#tomateseco
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ingredientes:
Mistura de açúcar e sal : para cada colher de sopa de sal 1 xícara de açúcar (240 ml), salpic por cima dos tomates (veja no vídeo)
Orégano e alecrim a gosto.
ingredientes para conserva
azeite
alho
cebola
orégano
alecrim e manjericão
forno a 180 graus.
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SABOR E FESTAS
CAIXA POSTAL: 02
CEP:16300-970
Penápolis - SP
Receita deliciosa e lucrativa para você ter uma renda extra ou fazer para a sua família. Ótimo para colocar em massas, saladas, antepastos, risotos e sanduíches.
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Ingredientes:
3kg de tomates maduros e firmes (preferência pelos tipos "italiano"/"saladete"/"rasteiro"/"débora")
1 e ⅓ de xícara de açúcar cristal
1 e ½ colher de sopa de sal
1 colher de café de orégano
5 dentes de alho
Azeite de oliva OU óleo de soja a gosto
Opcional: azeitonas verdes picadas a gosto.
TEMPO DE FORNO:
1º - 200ºC por 1h50min.
2º - 200ºC por 30 min.
**Obs.: O tempo de forno depende de cada aparelho, razão pela qual é necessário observar no vídeo como o tomate deve ficar depois de pronto.
Rendimento: Aproximadamente 1kg drenado (sem azeite/óleo).
APRESENTAÇÃO
Nélson Jahr Garcia
"A Rebelião das Massas", obra prima de José Ortega y Gasset, começou a ser publicado em 1926 num
jornal madrilenho ("El Sol").
Retrata as grandes transformações do século XX, especialmente na Europa, com ênfase no processo
histórico de crescimento das massas urbanas. Não se refere às classes sociais mas às multidões e
aglomerações. Tendo esse contexto como pano de fundo, Ortega discute temas, aparentemente contrários
A rebelião das massas.
file:///C|/site/livros_gratis/rebeliao_massas.htm (2 of 139) [7/11/2001 21:34:38]
entre si, mas que se fundem (ou devem fundir-se) numa unidade de sentido. É assim que contrapõe
individualismo e submissão ao coletivo; comunidade, nação e estado; história, presente e porvir; homens
cultos e especialistas; poder arbitrário e respeito à opinião pública; juventude e velhice; guerra e
pacifismo; masculino e feminino.
São tópicos que, inevitavelmente, nos induzem à reflexão crítica. Em alguns casos são apresentados
de forma extremamente provocativa.
Referindo-se ao poder do dinheiro, minimiza seu significado e afirma:
"É, talvez, o único poder social que ao ser reconhecido nos repugna. A própria força bruta que
habitualmente nos indigna acha em nós um eco último de simpatia e estima. Incita-nos a rechaçá-la
criando uma força paralela, mas não nos inspira asco. Dir-se-ia que nos sublevam estes ou os outros
efeitos da violência; porém ela mesma nos parece um sintoma de saúde, um magnífico atributo do ser
vivente, e compreendemos que o grego a divinizasse em Hércules."
Discutindo o fato de que os antigos gregos expressavam um certo desprezo pelas mulheres, acaba por
concluir que estas acabaram se masculinizando:
"A Vênus de Milo é uma figura másculo-feminil, uma espécie de atleta com seios. E é um exemplo de
cômica insinceridade que tenha sido proposta tal imagem ao entusiasmo dos europeus durante o século
XIX, quando mais ébrios viviam de romanticismo e de fervor pela pura, extrema feminilidade. O cânone
da arte grega ficou inscrito nas formas do moço desportista, e quando isto não lhe bastou preferiu sonhar
com o hermafrodita."
Sobre a guerra, chega a afirmar:
"O pacifismo está perdido e converte-se em nula beateria se não tem presente que a guerra é uma
genial e formidável técnica de vida e para a vida."
Sua interpretação do modelo escravista é bastante sugestiva:
"Do mesmo modo, costumamos, sem mais reflexão, maldizer da escravidão, não advertindo o
maravilhoso progresso que representou quando foi inventada. Porque antes o que se fazia era matar os
vencidos. Foi um gênio benfeitor da humanidade o primeiro que ideou, em vez de matar os prisioneiros,
conservar-lhes a vida e aproveitar seu labor."
São essas aparentes contradições que estimulam nosso espírito crítico. Ortega defendeu suas
concepções com vigor, fundamentos sólidos e uma lógica irreprensível. Em poucos momentos foi
totalmente conclusivo, mas deixou uma enorme abertura para que possamos repensar as idéias que
defendeu em seus dias, adaptando-as ao nosso tempo e ao que viveremos no futuro.
BIOGRAFIA DO AUTOR
José Ortega y Gasset nasceu em Madrid, a 9 de maio de 1883.
Diferença entre mestrado profissional e mestrado acadêmico.
O que é um mestrado profissional?
O mestrado profissional, assim como o mestrado acadêmico, exige que o aluno realize uma pesquisa científica, parta de uma hipótese, teste os resultados e compare com o conhecimento já desenvolvido. Mas o mestrado profissional têm uma diferença de ênfase.
Diferentemente do mestrado acadêmico, no qual o objetivo é preparar o estudante para ser um pesquisador e professor, o mestrado profissional tem como principal preocupação transferir o conhecimento técnico-científico mais rapidamente para o mercado, ministrando conhecimentos mais alinhados às necessidades das empresas e do mundo público.
A decisão de instituir o mestrado profissional veio de demandas do próprio mercado de trabalho, especialmente dos segmentos em que a pesquisa e inovação são aplicadas ao desenvolvimento de tecnologias e produtos.
Portanto, a pesquisa no mestrado profissional é direcionada ao desenvolvimento de soluções que possam impactar positivamente a sociedade, como biocombustíveis, construções sustentáveis, estratégias mercadológicas mais eficientes, entre outras.
E o mestrado acadêmico?
O mestrado acadêmico, por sua vez, enfatiza a pesquisa acadêmica, voltada ao desenvolvimento de conhecimentos que contribuam para aumentar ou aprofundar temas relevantes para a sociedade.
É o caso dos estudos de gênero, das análises políticas e da evolução das sociedades. O mestrando tem a oportunidade de aportar novos olhares, incrementar pontos de vista e até contestar teorias amplamente difundidas, deixando sua marca no universo acadêmico e investigativo.
Uma das vantagens do mestrado acadêmico é preparar o estudante de pós-graduação para continuar no meio acadêmico, isto é, ser um pesquisador e um docente de nível superior.
Trata-se de uma enorme responsabilidade, afinal, o mestre que segue pelo viés acadêmico terá a missão de formar novos profissionais, sejam eles graduandos ou pós-graduandos.
Além de repassar conhecimento aplicado, ele deve desenvolver habilidades didáticas que facilitem a transmissão de conhecimento, instigando seus alunos a avançarem em suas pesquisas.
Mestrados no Brasil por enquanto, só semi-presencial
Quem autoriza, reconhece a avalia programas de pós-graduação stricto sensu presenciais e a distância é a Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes). Pela Universidade Aberta Brasileira, existem os seguintes cursos:
Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat)
DA NATUREZA E OBJETIVOS
Art. 1o O Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (PROFMAT) é um programa de pós-graduação stricto sensu em Matemática, reconhecido e avaliado pela CAPES, credenciado pelo Conselho Nacional de Educação – CNE, validado pelo Ministério da Educação e conduzindo ao título de Mestre.
Art. 2o O PROFMAT tem como objetivo proporcionar formação matemática aprofundada e relevante ao exercício da docência na Educação Básica, visando dar ao egresso a qualificação certificada para o exercício da profissão de professor de Matemática.
Art. 3o O PROFMAT é um curso semipresencial realizado por Instituições de Ensino Superior associadas em uma Rede Nacional, no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). É coordenado pela Comissão Acadêmica Nacional, que opera sob a égide da Diretoria da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), com apoio do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA).
O Programa de Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS - é oferecido em rede Nacional, é um Curso presencial que conta com a participação de Instituições de Ensino Superior, no contexto da Universidade Aberta do Brasil (UAB), tendo sua sede na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O PROFLETRAS reúne 42 universidades públicas das cinco regiões brasileiras, totalizando 49 unidades, tendo em vista que há quatro universidades que oferecem mais de uma unidade.
O PROFLETRAS visa à capacitação de professores de Língua Portuguesa para o exercício da docência no Ensino Fundamental, com o intuito de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino no País.
O ingresso no curso se dá através do Exame Nacional de Acesso ao PROFLETRAS, que se constitui de prova com questões objetivas e discursivas e que atenda aos requisitos previstos em edital.
Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física ? MNPEF (ProFis)
O Programa Nacional de Mestrado Profissional em Ensino de Física (MNPEF) é um programa nacional de pós-graduação de caráter profissional, voltado a professores de ensino médio e fundamental com ênfase principal em aspectos de conteúdos na Área de Física. É uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Física (SBF) com o objetivo de coordenar diferentes capacidades apresentadas por diversas Instituições de Ensino Superior (IES) distribuídas em todas as regiões do País.
O objetivo é capacitar em nível de mestrado uma fração muito grande professores da Educação Básica quanto ao domínio de conteúdos de Física e de técnicas atuais de ensino para aplicação em sala de aula como, por exemplo, estratégias que utilizam recursos de mídia eletrônica, tecnológicos e/ou computacionais para motivação, informação, experimentação e demonstrações de diferentes fenômenos físicos.
Mestrado Profissional em Rede Nacional em Artes (ProfArtes)
O PROF-ARTES é um programa de Mestrado Profissional (Stricto sensu) em Artes com área de concentração em Ensino de Artes, reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Ministério da Educação.
O Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória), oferecido em rede nacional, é um programa de pós-graduação stricto sensu reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação (MEC).
Liderado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele tem como objetivo proporcionar formação continuada aos docentes de História da Educação Básica, com o objetivo de dar qualificação certificada para o exercício da profissão, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino.
A plataforma Carolina Bori reunirá informações para facilitar consultas e trocas de experiências entre as instituições revalidadoras/ reconhecedoras, no exercício de suas atribuições relativas à revalidação e reconhecimento de diplomas, conforme estabelecido na Resolução CNE nº 3 de 22 de junho de 2016, homologada pelo Ministério da Educação.
A mencionada Plataforma constituir-se-á numa ferramenta que facilitará o controle e o fluxo dos processos de revalidação/reconhecimento, ao tempo em que oferecerá um grau maior de interatividade entre as partes interessadas, por meio de uma ferramenta de execução e gestão do processo.
Entre as facilidades que a plataforma irá disponibilizar destacam-se:
No dia 12 de fevereiro de 2020 foi lançada a Agência Bori com o intuito de fazer a ponte entre jornalistas e o conhecimento científico brasileiro. Duas jornalistas capitaneiam esta empreitada, Ana Paula Morales e Sabine Righetti. A notícia de um coletivo de jornalistas e pesquisadores divulgando ciência brasileira por si só já é motivo de alegria, ainda mais em tempos de descrédito do conhecimento científico e das universidades. Para muitos pesquisadores, principalmente do campo da Psicologia, a notícia também foi motivo de alegria por homenagear a pesquisadora Carolina Martuscelli Bori (1924 – 2004). Mas afinal, quem foi Carolina Bori? Existem algumas referências que nos contam essa história¹ e o que ofereço aqui é um relato que parte de um ponto de vista bem pessoal.
Acontece que me formei psicólogo e por isso o nome de Carolina Bori vez ou outra circulava nos corredores da universidade e em sala de aula. Não é por menos, o início do engajamento dela na Psicologia data de antes da regulamentação da profissão no Brasil. Carolina Bori se formou em Pedagogia pela Universidade de São Paulo (USP) em 1947 e no ano seguinte foi contratada pela universidade para exercer o cargo de professora assistente de Psicologia. Após um mestrado no exterior, concluiu seu doutorado também na USP em 1954. A regulamentação dos cursos e da profissão de psicólogo ocorreu somente em agosto de 1962, e dois meses depois desta data e a pedido do Ministério da Educação e Cultura, Carolina Bori integrava comissão propositiva sobre os pedidos de registro de psicólogo profissional. Ela foi uma figura de liderança muito importante no movimento que defendeu a regulamentação da profissão no Brasil e para a criação do currículo mínimo para o ensino de graduação em Psicologia. Algo muito ilustrativo deste posicionamento é o número de registro 001 dado a ela quando da criação do conselho de classe profissional da Psicologia. Posteriormente, atuou na comissão que elaborou as Diretrizes Curriculares para os cursos de Psicologia.
O nome de Caroline Bori passou a soar ainda mais familiar nos meus anos de pós-graduação na USP e hoje, como professor da Universidade de Brasília (UnB). Carolina Bori trabalhou nestas duas instituições. Vez ou outra escuto anedotas sobre ela ou a vejo em murais de fotos em gabinetes de colegas que estão há mais tempo no departamento. Acontece que eu sou um professor jovem, conheço as histórias apenas por relatos orais e registros escritos.
Carolina Bori fez sua carreira na USP, onde foi chefe de departamento, presidente da comissão de pós-graduação, coordenadora do projeto Estação Ciência e professora emérita do Instituto de Psicologia. Mas também atuou em outras instituições: prestou auxílio ao Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais no Rio de Janeiro e na estruturação dos cursos de mestrado em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos e em Análise do Comportamento na Universidade Federal do Pará.
Na UnB, foi responsável por liderar o time que fundou o curso de Psicologia em 1963. Ela foi a primeira chefe do então chamado Departamento de Psicologia. Para além da Psicologia, algo que marcou a carreira da docente foi sua capacidade de realizar interlocuções com distintas áreas do conhecimento e advogar de modo amplo pela ciência brasileira. Como exemplo, nos anos de Planalto Central, Carolina Bori integrou o time liderado por Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira para estruturar os cursos de formação básica na UnB e foi membro do Conselho Diretor da Fundação Universidade de Brasília. Carolina Bori fazia parte daqueles que chegaram a Brasília nas décadas de 1950 e 1960 movidos por um novo projeto de país. A UnB refletia este projeto utópico, e Carolina Bori participou da tarefa de pensar uma universidade sem cátedras, inovadora e singular. Como bem lembrou a professora Mariza Borges (UnB), embora o projeto de país e de universidade não tenha se concretizado com a chegada de tempos difíceis, possivelmente, se não fosse o empenho dos fundadores, a UnB não saberia reagir à brutalidade do regime militar. No ano de 2000, Carolina Bori recebeu o título de Doutor Honoris causa pela UnB (título também concedido pela Federal de São Carlos em 2003).
Assim como eu, Carolina Bori era uma psicóloga experimental, algo que não é tão comum de se escutar na fila da padaria quando te perguntam o que você faz da vida. E o fato de eu ser um psicólogo experimental em parte se deve a ela. Eu venho de uma linha genealógica de pesquisadores que teve como origem a formação dada por Carolina Bori. Mais especificamente, eu sou a quarta geração de pesquisadores depois dela. Isso quer dizer que a Dra. Carolina Bori orientou o orientador do orientador do meu orientador de doutorado (fonte: Plataforma Acácia). Isso nos mostra que ela influenciou gerações de pesquisadores no Brasil, sendo fundamental para o estabelecimento de uma psicologia científica no país e uma das pioneiras na investigação experimental nessa área do conhecimento. Carolina Bori fez o serviço completo: valorizava os laboratórios experimentais e a ciência básica, orientou mais de cem teses e dissertações² (entendia à época a formação de pesquisadores como urgente), viabilizava junto a administração a importação de equipamentos, realizava congressos, fomentava a vinda de pesquisadores estrangeiros e traduziu livros para formação de alunos em uma época de escassez de material em português.
A vocação experimental não afastou Carolina Bori das grandes questões políticas e sociais. Como bem lembra nota publicada pela revista Psicologia: Ciência e Profissão de 1998, ela se engajou em pautas relacionadas à extinção do AI-5, o direito à liberdade de expressão e reunião e a defesa dos direitos humanos em geral. Carolina Bori pensava o desenvolvimento científico no Brasil sempre de um ponto de vista macro e era atuante em sociedades científicas que lutavam a favor de políticas públicas educacionais e científicas. Ela foi protagonista na fundação da Sociedade Brasileira de Psicologia e da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia. Entre 1986 e 1989, Carolina Bori foi a primeira presidente mulher da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC), tendo se destacado em medidas para educação e divulgação científica para um público amplo³. Após seu tempo de mandato, Dra. Bori sempre esteve próxima à diretoria da SBPC e foi eleita presidente de honra da entidade. Adicione na conta os vários cargos de representação de Carolina Bori em instâncias externas, como o Ministério da Educação e o CNPq.
A professora Carolina Bori faleceu em outubro de 2004 com 80 anos. Ela era conhecida pela sua ponderação, firmeza, carisma, vitalidade e personalidade jovial. Tenho certeza de que deixei escapar muitas informações relevantes aqui, algumas por falta de conhecimento mesmo e outras por uma questão de economia textual. Não era meu intuito ser extensivo (a vida de Dona Carolina daria uma coletânea de livros ou um seriado de TV).
É muito interessante observarmos como pessoas que não conviveram diretamente conosco e que nem sequer compartilharam a mesma janela temporal conseguem nos influenciar na esfera privada de algum modo. Isso é comum com astros do rock: Jim Morrison, John Lennon, Elvis… e nem tão comum assim com cientistas. Mas esta é a relação que eu guardo com a professora Carolina Bori.
Em resumo, e respondendo à pergunta do título deste texto: Carolina Bori foi mulher, psicóloga e cientista muito F*DA! Ela ainda vive na lembrança daqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-la, e seu legado reverbera naqueles que não tiveram essa chance. Hoje, mais do que nunca, que ela continue nos inspirando a construir uma ciência brasileira emancipadora, autônoma e integradora.
Tomanari, G. Y. (2005). Pioneirismo na ciência e na psicologia: Carolina Martuscelli Bori (1924-2004). Boletim de Psicologia, 55(123), 241-246. [PDF]
Notas
¹ Uma fonte rica sobre a vida e as contribuições da professora Carolina Bori está documentada no Volume 9(1) da revista Psicologia USP, elaborado em sua homenagem.
² O número de orientações não é refletido em seu currículo pois, segundo o professor G. Tomanari, a professora Carolina Bori não aceitava ser coautora de trabalhos de dissertações e teses. Ela argumentava que esses trabalhos eram dos alunos.
³ Outras mulheres continuam esse trabalho atualmente. Além da Agência Bori, que foi o ponto de partida da minha motivação para escrever este texto, hoje vemos importantes iniciativas de mulheres voltadas a divulgação científica. Os projetos Mulheres na Ciência e Cientistas Feministas são ótimos exemplos!
Os cursos de mestrado profissional, mestrado (acadêmico) e doutorado avaliados com nota igual ou superior a "3" são recomendados pela CAPES ao reconhecimento (cursos novos) ou renovação do reconhecimento (cursos em funcionamento) pelo Conselho Nacional de Educação CNE/MEC.
Atenção!
Somente os cursos reconhecidos pelo CNE/MEC estão autorizados a expedir diplomas de mestrado e/ou doutorado com validade nacional.
A consulta aos cursos avaliados e reconhecidos pode ser feita por área de avaliação, nota e região. O detalhamento de cada programa e seus respectivos cursos trazem informações de:
Dados básicos: endereço, telefones, email e instituição;
Área de avaliação, Área básica e Áreas de concentração do programa;
Especificação dos cursos do programa que estão em funcionamento (já iniciaram suas atividades) ou estão em projeto;
É conhecido como pai da pós-graduação no país, pois o marco legal que possibilitou o crescimento da pós-graduação no Brasil foi conhecido como Parecer Sucupira[1], uma alusão ao seu relator.
Em 2006 recebeu o Prêmio Anísio Teixeira da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC), em reconhecimento ao trabalho realizado.
O Ministério da Educação publicou nesta terça-feira, 12, a Portaria nº 554, que regulamenta o registro e a emissão de diploma digital pelas instituições de ensino superior que compõem o Sistema Federal de Ensino. Esta é a segunda portaria que trata sobre o diploma...